É uma questão de cidadania:
de direitos e também de deveres.
Um direito inquestionável de exercer a fé, como manda a tradição dos cultos afro-brasileiros, mas um dever de não ‘sujar’ o espaço onde outras pessoas vivem, inclusive de outras crenças.
É bom lembrar que estamos no século XXI e a responsabilidade sócio-ambiental é um dos compromissos de toda a sociedade, inclusive dos adeptos dos cultos de origem africana.
Oferendas compostas por garrafas, alguidares e velas devem ser ‘repensadas’ para não mais agredirem o meio ambiente, e já é uma atribuição das lideranças religiosas exigirem, que suas comunidades respeitem o ‘espaço verde e a natureza’, uma vez que estes são fundamentais ao culto dos Orixás e Entidades.
Quem não é do culto só pode ter péssima impressão da liturgia afro.
Ebós, entregas, oferendas, etc, estão poluindo, estradas, logradouros, praças, esquinas, matas, cachoeiras, praias, além de deixarem um horrível aspecto, que traduz que as religiões afro-brasileiras são frequentadas por pessoas que não tem informação e nem civilidade, isto é, de alienados.
As oferendas tem que ser integradas à natureza.
Tem que embelezar ‘a residência’ dos Orixás.
São devolvidas ao ‘meio‘ que produziu seus ingredientes e componentes. Precisam se misturar ao solo, às águas, à mata, etc. Virar pó.
E como pregaram os antigos: da natureza vem, para natureza volta.
A despreocupação das lideranças religiosas, com relação ao meio ambiente, acentua o processo de Intolerância Religiosa, e já tem sido tema de debate e investigação dos Poderes Públicos e de ativistas.
A poluição pelo culto é mais uma brecha para ataques...
Por exemplo: na cidade de São Paulo é proibido ‘arriar oferendas’ em vias públicas e cemitérios.
Nas cidades litorâneas já há uma forte resistência das autoridades, em permitir as realizações das festas de Iemanjá, devido a sujeira deixada pelos Terreiros, nas praias e passeios.
São toneladas de lixo!
Nas cachoeiras garrafas são quebradas oferecendo perigo de graves ferimentos.
Enfim, o problema é sério.
Fica aqui uma sugestão para os ‘velhos de santo’ (condição de sabedoria, experiência de vida e orgulho) oferecerem novas propostas de como preparar uma oferenda sem agredir o meio ambiente.
Flavio de Yansã
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