CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sexta-feira, 30 de março de 2012

Violência contra terreiros de candomblé é tema de pesquisa


Pesquisa do antropólogo Ordep Serra investiga a associação de fanáticos neopentecostais e de traficantes de drogas, que motivados principalmente pela intolerância religiosa têm cometido ataques contra terreiros
POR JORGE GAUTHIER
gauthier_jornalista@yahoo.com.br  
   
A constatação de que terreiros de candomblé em Salvador tem sido alvo de ataques violentos levou o pesquisador em Antropologia pela Universidade de São Paulo, o professor Ordep José Trindade Serra, a pesquisar quais são os motivos e quem são os autores destas agressões que tem até demolido terreiros.


Desenvolvida há cerca de um ano, com título de “A violência contra os terreiros de candomblé”, a pesquisa investiga a associação de fanáticos neopentecostais e de traficantes de drogas que motivados principalmente pela intolerância religiosa têm cometido ataques contra terreiros.


Segundo o pesquisador, no ano passado, um terreiro foi demolido por narcotraficantes, em Fazenda Coutos III. 


Neste bairro, por conta da violência, a Secretaria de Segurança Pública anunciou que pretende instalar uma Base Comunitária de Segurança até o início de janeiro de 2012. 


“Tem tido muitos episódios de violência, desde expulsão e demolições até pequenas agressões”, destaca o antropólogo. 


Casos como a da demolição do terreiro e a comparação com a realidade em outros estados despertaram o interesse do pesquisador.






“A violência tem crescido muito e está repetindo o que aconteceu no Rio de Janeiro. Lá, ficou comprovada a associação entre fanáticos e traficantes nos ataques”
“Cito apenas alguns casos. Aqui, a violência tem crescido muito e está  repetindo o que aconteceu no Rio de Janeiro. Lá, ficou comprovada a associação entre fanáticos e traficantes nos ataques”, compara Serra.


Ogã do terreiro Casa Branca do Engenho Velho de Brotas, Serra acrescenta que a intolerância religiosa é um problema social. “Sou cidadão da Bahia. 


Não gosto de violência e intolerância religiosa, que é um problema, uma barbárie”, explica.


A pesquisa está prevista para ser finalizada em março de 2012, quando será feito um relatório. “Ainda não tenho dados para afirmar, mas sabemos que as agressões existem”, pontua.


Com currículo extenso, Serra acumula experiências. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UNB), Mestre em Antropologia Social também pela UNB e Doutor em Antropologia pela USP, Serra é também Professor Associado do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia e membro da Associação Brasileira de Antropologia, da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos e da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia, além de escritor premiado três vezes em concursos nacionais de literatura, com obras de ficção (conto, novela).
FONTE:
http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/destaques/violencia-contra-terreiros-de-candomble-e-tema-de-pesquisa/




Filme sobre meio ambiente






Um filme sobre a espiritualidade, ecologia e conflitos do cotidiano urbano. 


Jardim das Folhas Sagradas oferece o debate sobre bissexualidade, intolerância religiosa e preconceitos étnicos, ao mesmo tempo em que expõe a intimidade do Candomblé e discute a degradação das áreas verdes nas cidades vitimadas pela especulação imobiliária.


É o resultado de um amplo projeto de pesquisa a respeito da religião afro-brasileira, um olhar revelador da sua intimidade. Parte de um conceito analítico, até crítico, sobre o Candomblé, e revela detalhes de uma crença pouco conhecida além dos círculos da sua existência. É nítida a espiritualidade dos personagens enquanto vivem dramas cotidianos. Aborda, com originalidade, assuntos expostos em O Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres (ambos de Nelson Pereira dos Santos) até Barravento, de Glauber Rocha.


Segundo Pola Ribeiro, uma das metas do filme é trabalhar acerca do mistério que envolve a cidade de Salvador e o Recôncavo baiano, falar da cultura da sua gente negra que sempre foi vista e tratada com superficialidade. “Cada gesto, cada som, cada traje, comida, conceito e religião. A convivência com um mundo que se protegia nos seus fundamentos e que era, ao mesmo tempo, tratado como invisível pela mídia e pela sociedade, aguçava os meus sentidos”, afirma o cineasta.


O filme traz no elenco atores baianos, desde nomes conhecidos como João Miguel (Estômago - 2007) e Melhor Ator no Festival do Rio 2005 por Cinema, Aspirinas e Urubus  (2005), aos estreantes no cinema nacional, mas de longa carreira no teatro baiano, a exemplo de Érico Brás (atualmente no quadro fixo do programa Tapas&Beijos, da TV Globo), Harildo Deda e Antônio Godi –  que encarna o protagonista da trama. Temos ainda Evelin Buccheger, Sérgio Guedes e experientes atores do Bando de Teatro Olodum. A surpresa fica por conta das participações especiais das cantoras Mariene de Castro, debutando enquanto atriz, e Virgínia Rodrigues, tida pelo The New York Times como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu no Brasil nos últimos anos”, numa cena particularmente marcante dentro do filme.  





Contradições e conflitos 


Além de ter um ator negro enquanto protagonista, Jardim das Folhas Sagradas surpreende ao mostrá-lo como um profissional bem sucedido. O ator Antônio Godi vive o bancário Bonfim, casado com Ângela (Evelin Buchegger) –  uma mulher branca e de crença evangélica. Bonfim conserva uma relação homossexual com Castro (João Miguel), mas depois de um acontecimento trágico, bombardeado por sonhos místicos e com a vida de cabeça para baixo, resolve cumprir uma missão recebida no Candomblé: fundar o terreiro Ilê Axé Opô Ewê (Casa das Folhas Sagradas).


O local é afastado da cidade e apesar de estar em área bastante degradada preserva o contato entre natureza e religião. Porém, a segmentação ecológica enfrenta resistência de setores do próprio Candomblé, já que, segundo a tradição, a maioria das sessões é realizada com o sacrifício de animais – aspecto determinante para que o terreiro permaneça protegido pelos orixás –  e a desobediência a isto traz consequências funestas. Mas é esta a tradição que o moderno terreiro de Bonfim pretende confrontar.


Por meio de diversos conflitos, Bonfim experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando o aprendizado da força e sabedoria ancestrais do Candomblé para a superação dos obstáculos, numa Salvador marcada pela expansão e especulação imobiliárias.





O Diretor


Jardim das Folhas Sagradas é o primeiro longa-metragem da carreira de Pola Ribeiro, baiano que há muito atua com artes visuais. Segundo o diretor de cinema Bernard Attal, “A discussão social abordada no filme é comum ao negro de Nova York ao de Paris”. O filme teve première nacional no Festival do Rio 2010, com ótima recepção da classe artística e cinematográfica.


Após a exibição no Festival do Rio, diretor e equipe de Jardim das Folhas Sagradas atenderam ao convite da Fundação Palmares e o longa foi exibido na grade de atrações do seminário Qual a Parte Negra da Mídia?, em 4 de novembro de 2010, em Brasília.


Depois, em fevereiro/2011, participou da Seleção Oficial do Festival Panafricano (FESPACO), em Burkina Faso, país sediado na África e que organiza o maior festival sobre cinema negro no


mundo. Em abril deste ano foi exibido no Festival de Filmes Brasileiros de Los Angeles (EUA), de onde saiu laureado com o Prêmio de Melhor Fotografia (do diretor Antônio Luiz Mendes).


Jardim das Folhas Sagradas conta com o patrocínio da ANCINE, Ministério da Cultura- Governo Federal, Petrobrás, Eletrobrás, BNDS, Chesf, Infraero, Banco do Nordeste e do Governo do Estado da Bahia.


Estreias


A estreia comercial nos cinemas será nas seguintes etapas:


04 de novembro: Salvador, Feira de Santana (BA), Petrolina (PE), Aracajú (SE), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) Brasília (DF) e Taguantiga (GO)
15 de novembro: Recife (PE)
25 denovembro: Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES), São Paulo e
Guarulhos (SP), e no Rio de Janeiro (RJ)


No blog está disponível a tabela de estreias nas cidades brasileiras. A mesma será atualizada à medida que novas praças definirem contrato de exibição. Trailer, fotos em alta, ficha técnica e demais informações no site do filme. 
Mais informações:


Mais e Melhores Produções e Marketing
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Publicado em Notícias. Adicion
Publicado em 22 de novembro de 2011 por admin
http://www.ideiasustentavel.com.br/2011/11/filme-sobre-meio-ambiente-estreia-em-sp-nesta-sexta-feira/






CANDOMBLÉ E SUSTENTABILIDADE NO SEMI-ARIDO




G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 3. Antropologia das Populações Afro-Brasileiras


CANDOMBLÉ E SUSTENTABILIDADE NO SEMI-ARIDO


Reginaldo Conceição da Silva 1
Sandro dos Santos Correia 1
1. Universidade do Estado da Bahia - UNEB






INTRODUÇÃO:
Localizado em Caetité, BA, centro afro religioso ILE ASHÉ ÓJÚ ÓORÚN, é o legítimo representante da cultura ALAKETU. O município de Caetité, Bahia, localiza-se na sub-região baiana da Serra Geral, Estando cerca de 757 Km da Capital – Salvador. com área aproximadamente  de 1.000 mts. Apresenta dentro de um cercado areas naturais com plantas típicas do cerrado, bem como plantas ritualísticas alem do espaço urbano, onde são realizadas as cerimônias internas e externas. 


Abertos ao publico em datas especificas, o centro recebe visitas de estudantes de toda cidade, possuindo articulações nas cidades de Vitória da Conquista, Guanambí, Brumado, Urandi, Caculé, Salvador ambas na Bahia e em São Paulo, capital O trabalho tem como objetivo mostrar como as crenças e rituais do Culto aos Orixás – Candomblé - contribuem para a preservação do Meio Ambiente; além de apontar os impactos causados pela urbanização na manutenção do culto aos Orixás nesta cidade, entendendo que ambos objetivos convergem no uso dos Elementos na Natureza onde alguns destes (vegetação e água, sobretudo) são fundamentais para as práticas ritualísticas do culto enquanto religião.






METODOLOGIA:
Para a pesquisa foi realizado levantamento bibliográfico abrangendo o tema, produção de questionários a serem aplicados á dois tipos de atores: um para sacerdotes (izas) e outro para os demais adeptos do Centro com diferentes idades de iniciação e funções religiosas, visitas e participação durante as atividades religiosas internas e externas,para conhecimento empírico além dos registros fotográfico e escrito das mesmas,quando autorizadas, os trabalhos de campo para verificação dos tipos de uso e relação com os espaços naturais considerados sagrados para toda e quaisquer comunidade afro-religiosa como encruzilhadas, matas, rios, nascentes, lagoas praças e ruas urbanizadas, algumas  no memento da sua sacralização, tornando os Espaços em agora, em um Lugar, do qual passaria a ser  respeitados e preservado devido sua nova funcionalidade. Para elaboração de um trabalho monográfico, que atendesse a justificativa de se preservar elementos ou paisagens, cujo vinculo seria a religião, portanto um elemento simbólico e sócio cultural.


RESULTADOS:
De acordo com os dados obtidos em pesquisa de campo, a cosmovisão, enquanto elemento sócio cultural fora comprovada durante a pesquisa, bem como existe a necessidade de sacralizar outros espaços. Onde, para que isto ocorra, existirá sempre um motivo (não) revelado nitidamente, mas que, sem dúvida, algum orixá terá domínio. Durante a pesquisa encontramos resultados satisfatórios quanto a abordagem da citada comunidade afro religiosa rumo a sustentabilidade dentro do município de Caetité, na Bahia, haja vista que , devido a necessidade de sacralização ritualística inerentes ao Culto dos Orixás, assim o permitem zelar tanto de áreas naturais quando áreas urbanas. Mesmo atendendo a diversos atores da comunidade interna, há unaminidade quanto à preservação de dois espaços: matas e rios; porem, quanto se trata de espaços urbanos, encruzilhadas e ruas merecem destaques apenas para o publico de sacerdote(izas) e o ogan de rua uma vez que não são todos os membros que possuem funções que permitem o uso destes. Para todos, a falta de políticas publicas de auto afirmação sócio religiosa, dificulta a aceitação desta religião frete ás demais, o que limita a possibilidade de sacralização de outros espaços, principalmente os urbanizados como, por exemplo, praças, feira livre e igrejas, limitando as atividades religiosas naturais, tendo que reproduzir alguns destes espaços na área urbanizada do centro, quando possível.


CONCLUSÃO:
Assim sendo, o Candomblé ou Culto aos Orixás, consegue confluir o espaço “urbano” e o espaço “mato” dentro de suas áreas limítrofes, muradas e também o espaço “urbano” e “mato” de uma cidade, na medida em que inserido nesta, se desenvolve enquanto religião onde e quanto às práticas ritualísticas assim permitam. A grande vantagem de uma confluência territorial dos “espaços” de um terreiro de Candomblé dentro de uma cidade, faz-se da necessidade de que toda cidade precisa preservar suas áreas naturais (defendida também pela prática ritualística do Culto aos Orixás), como meio de garantir a continuidade das espécies hoje existentes para que a nossa futura geração também as conheçam e possam usufruir e perpetuar seu uso para as gerações vindouras. Tal atitude satisfaria, portanto, ao que hoje chamamos de sustentabilidade e aos Orixás.


Instituição de Fomento: Universidade do Estada da Bahia
Palavras-chave: Culto os Orixás, Meio Ambiente , Sustentabilidade.


http://www.sbpcnet.org.br/livro/61ra/resumos/resumos/5558.htm




Poema de Iemanja



EU PEDI À IEMANJÁ: Eu pedi à Iemanjá, para retirar os meus vícios. iemanjá disse: não. 


Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles. 


Eu pedi à Iemanjá, para fazer meu filho aleijado se tornar completo. 


Iemanjá disse: não. 


Seu espírito é completo, seu corpo é apenas temporário. 


Eu pedi à Iemanjá, para me dar paciência. 


Iemanjá disse: não. Paciência é um subproduto das tribulações; Ela não é dada, e sim aprendida. 


Eu pedi à Iemanjá, para me dar felicidade. Iemanjá disse: não. 


Eu dou bênção; Felicidade depende de você. 


Eu pedi à iemanjá, para me livrar da dor. Iemanjá disse: não. 


Sofrer te leva pra longe do mundo e te traz para perto de mim. 


Eu pedi à iemanjá, para fazer meu espírito crescer. Iemanjá disse: não. 


Você deve crescer por si próprio! Mas eu te podarei para que dês bons frutos. 


Eu pedi à iemanjá, todas as coisas que me fariam apreciar a vida. iemanjá disse: não. 


Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas. 


Eu pedi à iemanjá, para me ajudar a AMAR os outros, como ela me ama. 


Iemanjá disse: não a gente não aprende a gostar das pessoas pq quando a gente ama ñ prescisa aprender nada, ame filho todos e todos como eu te amo!


FONTE: 
http://www.yurideiemanja.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40&Itemid=43


Fio-de-contas





                   são colares normalmente feitos de miçangas coloridas de acordo com o Orixá, Inkice, Vodun, cada fio-de-conta tem um significado, através do fio-de-conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa do candomblé, e a que nação pertence.


Nunca é feito com fio-de-nylon, é sempre feito com cordonê para absorver o axé do amassí e do abô feito de folhas sagradas a que é submetido e outros axés.


Pode ser chamado de fio-de-conta desde um fio único de miçangas até um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas.


A quantidade de fios pode variar de uma nação para outra na correspondência de cargos, pode ser feito de gomos intercalados com firmas.


Na hierarquia do candomblé toda pessoa que entra para a religião será um abian e ficará sendo até que se inicie.


Tipos de fio-de-contas:


"Ian, Inhã ou Yian" - ao abian só é permitido o uso de fio-de-contas simples de um fio só, um na cor branco leitoso que corresponde à Oxalá, Lembá, Lissa, de acordo com a nação e um na cor do Orixá da pessoa quando já tenha sido identificado, dessa forma pode-se saber que a pessoa é um abian e qual é seu Orixá.


"Delogum ou Delogun" - ao Iaô é permitido usar o delogun que é um fio-de-contas formado por vários fios de miçangas (a quantidade de fios pode variar de acordo com a nação) tendo como fecho uma "firma" que pode ser africana ou nacional, também pode ter o fecho de búzios dependendo da nação e do Orixá/Nkisi/Vodun do Iaô.


Um egbomi usa colares de um fio só, com contas de cristal ou miçangas na cor do Orixá intercaladas com corais ou firmas africanas.


A posição de uso do fio-de-contas, também tem suas características próprias, o abian e o Iaô e os egbomis de santa mulher sempre usarão na posição vertical pendurado no pescoço. 


Já os egbomis de santo aboró poderão usar na transversal sobre um ombro só cruzando o abdomem.


Materiais usados para fazer o fio-de-conta
miçangas
contas de cristal
búzio
coral
coral da terra
azeviche
âmbar
prata
bronze
ouro


Tipos de fio-de contas
brajá
Humgebê
Lagdibá


Fonte: Wikipedia




CULTURA AFRO-BRASILEIRA - RELIGIÃO




Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente baptizados e obrigados a seguir o Catolicismo.

A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.


Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. 


Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encantaria europeia, assim como da pajelança ameríndia. 
O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do baptismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.


Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas católicas.


A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras.


A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo António de Noto (Santo António do Categeró ou Santo António Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).


As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o baptismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). 


Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas pentencostais acreditam na sua existência, mas como demónios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.


Inicialmente desprezadas, as religiões afro-brasileira foram ou são praticadas abertamente por vários intelectuais e artistas importantes como:


 Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia (que frequentavam o terreiro de Mãe Menininha), Gal Costa (que foi iniciada para o ORIXÁ Obaluaye), Mestre Didi (filho da iyalorixá Mãe Senhora), António Risério, Caribé, Fernando Coelho, Gilberto Freyre e José Beniste (que foi iniciado no Candomblé ketu).


Turbante

Turbante


O turbante (do persa دلبنت dulband, em turco tülbent) consiste em uma grande tira de pano de até 45 metros de comprimento enrolada sobre a cabeça, e de uso muito comum no Oriente Médio, principalmente entre os muçulmanos.


A origem do turbante é desconhecida, mas sabe-se que já era usado no Oriente muito antes do surgimento do islamismo.


As inúmeras formas de amarrar o turbante representam uma espécie de linguagem popular, podendo indicar a posição social, a tribo a que a pessoa pertence e até mesmo o seu humor naquele momento.


O uso mais intensivo do turbante se estende por toda a Ásia e pela África.
Os sikhs, que não são nem muçulmanos e nem árabes, constituem a maioria das pessoas que usam turbantes no mundo ocidental.


O Ojá é um tipo de torço ou turbante usado na cabeça nas religiões tradicionais africanas, religiões afro-americanas, religiões afro-brasileiras, podendo ser de vários tipos e cores.


Uso feminino dos turbantes



Os turbantes também são usados pelas mulheres ocidentais, como um acessório de moda. 


Na década de 1960 eles foram bem populares, mas não eram amarrados da mesma forma que os dos homens, presos à frente da cabeça. 


Usando longos lenços, elas primeiro amarravam as pontas à frente da cabeça e, a seguir, passando as pontas pela testa, as prendiam na nuca.


Mulheres famosas que usavam turbante
Simone de Beauvoir, intelectual francesa.
Carmen Miranda, cantora brasileira
Lana Turner, atriz estadunidense.


Estigma contra os turbantes


O uso de turbantes desencadeou algumas hostilidades e até crimes nos Estados Unidos da América, em conseqüência dos atentados de 11 de setembro de 2001, uma vez que os estadunidenses passaram a relacionar as pessoas portando turbantes com a religião muçulmana.


Referências
↑ JC Online
↑ BBC Brasil
↑ IstoÉ Online
↑ CNN.com/US
Ligações externas


Religiões afro-brasileiras ( Crenças )




Crenças


De todas as religiões afro-brasileiras, a mais próxima da Doutrina Espírita é um segmento (linha) da Umbanda denominado de "Umbanda branca", e que não tem nenhuma ligação com o Candomblé, o Xambá, o Xangô do Recife ou o Batuque. 


Embora popularmente se acredite que estas últimas sejam um tipo de "espiritismo", na realidade trata-se de religiões iniciáticas animistas, que não partilham nenhum dos ensinamentos relacionados com a Doutrina Espírita.


Entretanto, outros segmentos da Umbanda podem ter algumas semelhanças com a Doutrina Espírita, mas também com o Candomblé por causa da figura dos Orixás.


No tocante específicamente ao Candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não materializam; caso não divinizados (os Egungun), materializam em vestes próprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materialização" no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita.


Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. 


Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. 


O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá, (oráculo) e merindilogun.


Dependendo da nação ou linha de candomblé, os candomblés tradicionais não fazem a princípio contato com espíritos através da incorporação para consultas, é possível mas não é aceito.


Já o candomblé de caboclo tem uma ligação muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, os caboclos são diferentes da Umbanda.


E existem os candomblés cujos pais de santo eram da Umbanda e passaram para o candomblé que cultuam paralelamente os Orixás e os guias de Umbanda.


No Candomblé, todo e qualquer espírito deve ser afastado principalmente na hora da iniciação, para não correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orixá, o Iyawo recolhido é monitorado dia e noite, recorrendo-se ao Ifá ou jogo de búzios para detectar a sua presença. 


A cerimónia só ocorre quando este confirma a ausência de Eguns no ambiente de recolhimento.


Afastam todo e qualquer espírito (egun), ou almas penadas, forças negativas, influências negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. 


Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e más influências, bons e maus acompanhantes (espíritos), através do jogo de Ifá poderá se determinar se essas influências são de nascimento Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma.


Os espíritos são cultuados, nas casas de Candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como Exú, são considerados protetores da comunidade.


Existem Orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).


Existem as árvores sagradas que são as mesmas das religiões tradicionais africanas onde Orixás são cultuados pela comunidade como é o caso de Iroko, Apaoká, Akoko, e também os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do Orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o Orixá divinizado.


Ou seja uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual é uma parte daquele Xangô divinizado com todas as características, ou como chamam arquétipo.


Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o Orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. 


Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.



Religiões afro-brasileira ( Iniciação )




Iniciação
Foto antiga de um ritual de candomblé bantu


Nas religiões afro-brasileiras, vários termos são usados para designar iniciação.


Cada uma das religiões tem seus termos próprios, iniciação, feitura, feitura de santo, raspar santo, são mais usados nos terreiros de candomblé, Candomblé de Caboclo, Cabula, Macumba, Omoloko, Tambor de Mina, Xangô do Nordeste, Xambá, no Batuque usa-se o termo fazer a cabeça ou feitura. 


No Culto de Ifá e no Culto aos Egungun usam o termo iniciação porém os preceitos são diferentes das outras religiões.


No candomblé o período de iniciação é de no mínimo sete anos, se inserem os rituais de passagem, que indicam os vários procedimentos dentro de um período de reclusão que geralmente é de 21 dias (podendo chegar a 30 dias dependendo da região), o aprendizado de rezas, cantigas, línguas sagradas, uso das folhas (folhas sagradas), catulagem, raspagem, pintura, imposição do adoxú e apresentação pública, é individual e faz parte dos preceitos de cada pessoa que entra para a religião dos orixás.


No Candomblé Jeje a iniciação ao culto dos voduns é complexa e longa, de no mínimo sete anos, o período de reclusão pode chegar a durar um ano, que pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados, dentro do convento ou terreiro hunkpame, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.


A princípio, nessas cerimônias, tem que haver o desprendimento total, na iniciação deve-se morrer para renascer com outro nome para uma nova vida, no candomblé Ketu o Orunkó do Orixá (só dito em público no dia do nome), no Candomblé bantu além do nome do Nkisi (jamais revelado), tem a dijína pelo qual será chamado o iniciado pelo resto da vida.


Quando uma pessoa iniciada morre é feito o deligamento do Egum, Nvumbe na cerimônia fúnebre e no Axexê, conhecido pelos nomes de sirrum e zerim, que varia dependendo do grau iniciático do morto.


Na Umbanda e Quimbanda não incluem os ritos de passagem, nem feitura de santo propriamente dita, uma vez que não incorporam Orixás incorporam os Falangeiros de Orixás, usa-se o termo fazer a cabeça onde pode existir a catulagem e pintura, porém a cabeça não é raspada completamente, e não tem imposição do adoxú. 


A reclusão nesses casos é de três a sete dias, é feita a instrução esotérica, aprendizado das rezas e pontos riscados e cantados, e é feita a apresentação pública.


O Babaçuê é de origem indigena, porém já adotam algumas influências da Umbanda.


O "Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira" (Cenarab), a Baixada Fluminense tem 3,8 mil terreiros contra apenas 1,2 mil na área de Salvador e do Recôncavo Baiano, informação dada por Jairo Pereira, do Cenarab em 1997.


Referências

↑ Religiões Afro-Brasileiras do Rio Grande do Sul: Passado e Presente
Diversidade religiosa afro-brasileira: denominações menos pesquisadas Mundicarmo Ferretti e Sérgio Ferretti
As religiões afro-brasileiras e seus seguidores[1] - Reginaldo Prandi (Professor Titular do Departamento de Sociologia da USP) - Publicado em Civitas, Revista de Ciências Sociais, vol. 3, nº 1, pp. 15–34, Porto Alegre, PUC-RS, junho de 2003. ISSN 1519-6089
VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L'Harmattan, 2005.





Religiões afro-brasileiras ( candomblé )

Mãe Senhora
Candomblé


Antes da abolição da escravatura em 1888, os negros escravizados fugidos das fazendas, reuniam-se em lugares afastados nas florestas em agrupamentos ou comunidades chamadas quilombos, depois da libertação, os africanos libertos reuniam-se em comunidades nas cidades que passaram a chamar de candomblé. 


Candomblé é o nome genérico que se dá para todas as casas de candomblé independente da nação. 


A palavra candomblé a princípio era usado para designar qualquer festa dos africanos, teria sua origem nas línguas bantu da palavra Candombe que no Uruguai é um ritmo musical afro-uruguaio que deve existir também em outros países que receberam escravos africanos.



Religiões afro-brasileiras ( Batuque )

Batuque


A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). 


Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. 


Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas).



Religiões afro-brasileiras !




São consideradas religiões afro-brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas Religiões tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. 


Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.
Religiões afro-brasileiras


Religiões afro-brasileiras


Princípios Básicos


Deus Ketu | Olorum | Orixás


Jeje | Mawu | Vodun


Bantu | Nzambi | Nkisi


Templos afro-brasileiros


Babaçuê | Batuque | Cabula


Candomblé | Culto de Ifá


Culto aos Egungun | Macumba | Omoloko | Quimbanda | Tambor-de-Mina | Terecô | Umbanda


| Xambá | Xangô do Nordeste


Sincretismo | Confraria


Literatura afro-brasileira


Terminologia


Sacerdotes


Hierarquia


Religiões semelhantes


Religiões Africanas Santeria Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah




Babaçuê - Maranhão, Pará
Batuque - Rio Grande do Sul


Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.


Candomblé - Em todos estados do Brasil


Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo


Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo


Encantaria - Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas


Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo


Pajelança - Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas


Quimbanda - Em todos estados do Brasil


Tambor-de-Mina - Maranhão


Terecô - Maranhão


Umbanda - Em todos estados do Brasil


Xangô do Nordeste - Pernambuco


As religiões afro-brasileiras na maioria são relacionadas com a religião yorùbá e outras religiões tradicionais africanas, é uma parte das religiões afro-americanas e diferentes das religiões afro-cubanas como a Santeria de Cuba e o Vodou do Haiti pouco conhecidas no Brasil



Referências
↑ Religiões Afro-Brasileiras do Rio Grande do Sul: Passado e PresenteDiversidade religiosa afro-brasileira: denominações menos pesquisadas Mundicarmo Ferretti eSérgio FerrettiAs religiões afro-brasileiras e seus seguidores[1] - Reginaldo Prandi (Professor Titular do Departamento de Sociologia da USP) - Publicado em Civitas, Revista de Ciências Sociais, vol. 3, nº 1, pp. 15–34, Porto Alegre, PUC-RS, junho de 2003. ISSN 1519-6089VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L'Harmattan, 2005.






Religiões afro-americanas !



Religiões Afro-Americanas (também Religiões da Diáspora africana) são um número de religiões relacionas que se desenvolveram nas Américas pelos escravos africanos e seus descendentes em diversos países das Ilhas do Caribe e América Latina, bem como parte do sul dos Estados Unidos. 


Elas provêm das Religiões tradicionais africanas, especialmente da África Ocidental e África Central, apresentando semelhanças com a Religião Yorùbá e Vodun da África Ocidental em particular.



Características


Essas religiões geralmente envolvem Culto aos Egungun (ancestrais) e/ou de um panteão de divindades, como os loas do Vodou haitiano, ou os orixás da Santería. 


Similares espíritos divinos também são encontrados nas tradições da África Central e África Ocidental de onde eles derivam - o Orixá da cultura Yoruba, o nkisi dos tradições Bantu (Congo), e o vodou do Dahomey (Benin), Togo, sul de Ghana, e Burkina Faso. 


Além de misturar estas diferentes mas relacionadas tradições africanas, muitas religiões afro-americanas incorporam elementos do Cristianismo, indígenas americanos, Kardecista, Espiritismo e mesmo das tradições Islâmicas. 


Esta mistura de tradições religiosas é conhecida como sincretismo.




* "Desenvolvido em" Como indicado no gráfico não referem-se as religiões de origens indígenas no interior da África continental. Refere-se apenas ao seu desenvolvimento no Novo Mundo.

Outras religiões regionais intimamente relacionadas incluem:
Xangô do Recife[1] ou Xangô do Nordeste no Brasil
Tambor de Mina no Brasil
Candomblé Ketu na Bahia, Brasil
[editar]Novos movimentos religiosos


Alguns novo movimento religioso sincréticos têm elementos destas religiões Africanas, Mas são predominantemente enraizadas em outras tradições espirituais. A primeira onda de tais movimentos originou-se na década de 1930:


Santo Daime (folk Catholicism e Espiritismo, Brasil),
Nação do Islam (Islam, USA)
Rastafarianismo (Abrahamica, Jamaica),
Uma segunda onda de novos movimentos origina-se nas décadas de 1960 a 1970, no contexto da emergência de Nova Era e Neopaganismo nos Estados Unidos:


União do Vegetal (Brasil, entheogenic, desde 1961)
Vale do Amanhecer (Brasil, Espiritismo, desde 1965)
Ausar Auset Society (USA, Kemetism, Pan-Africanismo, desde 1973),
Black Buddhist Community in America (USA, Budismo, desde os anos 1960)








As religiões tradicionais africanas




As religiões tradicionais africanas também referidas como religiões indígenas africanas, englobam manifestações culturais, religiosas e espirituais no continente africano e há uma multiplicidade de religiões dentro desta categoria.


Religiões tradicionais africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais, e visam compreender o divino. 


Mesmo dentro de uma mesma comunidade, pode haver pequenas diferenças de percepção do sobrenatural. 


São religiões que não foram significativamente alteradas pelas religiões adotadas mais recentemente (cristianismo,islão, judaísmo e outras). 


Estima-se que estas religiões sejam seguidas por aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo território africano.


Os africanos quase sempre reconhecem a existência de um Deus Supremo ou Demiurgo que criou oUniverso (Olodumare , Olorun, Ifá, etc). 


Muitas histórias tradicionais Africanas falam de como Deus ou o filho de Deus, uma vez que viveu entre os homens, mas, quando os homens fizeram algo que ofendeu a Deus, o divino retirou-se para os céus.


Religiões tradicionais africanas são definidas em grande parte por linhagens étnicas e tribais, como areligião yoruba da África Ocidental.


Religiões tradicionais africanas e línguas


A maioria das Religiões tradicionais africanas têm, na maior parte de sua existência, sido transmitidas oralmente (em vez de escritas).


Assim, os peritos lingüísticos tais como Christopher Ehrete Placide Tempels aplicaram seus conhecimentos de línguas para reconstruir a opinião do núcleo original dos seguidores dessas tradições. 


As quatro famílias linguísticas faladas na África são:Línguas afro-asiáticas, línguas nilo-saarianas, Níger-Congo e Línguas khoisan.


Classificação e estatísticas
"Religiões tradicionais africana e da diáspora" como um "grande grupo religioso", estimando cerca de 100 milhões de adeptos. 


Eles justificam esta listagem combinada das religiões tradicionais africanas e Diáspora africana, bem como a separação da categoria genérica "indígenas-primitivas" salientando que "As religiões 'indígenas-primitivas' são essencialmente tribais e compostas por povos pré-tecnológicos."


Tradições por cada região da África
Norte da África
Mitologia berbere
Mitologia Egípcia (Pré-cristã)
África Ocidental
Mitologia Akan
Mitologia Ashanti (Gana)
Mitologia Dahomey (Fon)
Odinani do povo Igbo (Nigeria, Camarões)
Mitologia Efik (Nigéria, Camarões)
Mitologia Isoko (Nigéria)
Mitologia Yoruba (Nigéria, Benin)
África Central
Mitologia Bushongo (Congo)
Mitologia Bambuti (Pigmeu) (Congo)
Mitologia Lugbara (Congo)
África Oriental
Mitologia Akamba (Leste do Quénia)
Mitologia Dinka (Sudão)
Mitologia Lotuko (Sudão)
Mitologia Masai (Quénia, Tanzânia)
Sul da África
Mitologia Khoikhoi
Mitologia Lozi (Zâmbia)
Mitologia Tumbuka (Malawi)
Mitologia Zulu (África do Sul)
Seita de Nosso Senhor Kid Bengala (Senegal do Sul


Religiões tradicionais africana na Diáspora


A Mitologia Africana foi levada para as Américas pelos africanos escravizados, as que mais se tem notícia são: a mitologia fon daomeana, mitologia yorubá, mitologia igbo, mitologia fanti, mitologia ashanti, mitologia angola, mitologia congo, mitologia bantu, que mais tarde tornou-se uma mitologia mestiça nas religiões afro-americanas, religiões afro-cubanas, religiões afro-brasileiras.


A mitologia fon daomeana que cultua os Vodun no Vodun da África Ocidental foi para as Américas eCaraíbas formando assim as religiões do Vodou haitiano no Haiti e República Dominicana, Regla de Arará em Cuba, o Voodoo nos Estados Unidos, Obeah na Jamaica e Trinidad e Tobago, Winti noSuriname, e o Candomblé Jeje no Brasil, todas parte das religiões afro-americanas.


A mitologia congo é mais frequente ser encontrada na diáspora africana de diversos países, naKumina da Jamaica, na Regla de Palo em Cuba, noa Voodoo dos Estados Unidos e no candomblé bantu no Brasil.


A mais conhecida é a dos Orixás mitologia yorubá, onde se encontra a gênese de religiões como aSanteria ou Lukumí através da Regla de Ocha, Candomblé ketu e de várias nações, Xangô do Nordeste, Batuque, Xambá, Omolokô e outras.


O que a todas é comum é o ritual aos Nkisis, Orixás e Voduns, o que diverge entre elas é a maneira de fazer esse culto, as cores das roupas, fio-de-contas e as línguas utilizadas nas rezas e cantigas.


Zambi Deus nas nações Angola e Congo Candomblé Bantu
Olorun Deus na nação Ketu Candomblé Ketu
Mawu Deusa na nação Jeje Candomblé Jeje


* As Roupas no Candomblé !!!


                                      Baiana de Pierre Verger 
                                     As Roupas no Candomblé


Preocupados com a perpetuação sobre o vestuário dos praticantes do Candomblé, bem como dos nossos Òrìsàs, o Terreiro Ilé Òsùmàrè Asè Ogodo, e seus descendentes diretos e indiretos como a casa do ILÊ AXÉ OMÓ YEMANJA em São Paulo Brasil, vem por meio deste veículo, esclarecer alguns pontos, tendo como princípio a cultura que nos foi passada, ao longo de mais de um século de tradição. 


Percebemos que o complexo código de ética relacionado às vestes dos praticantes do Candomblé, está sendo diariamente infringido, expondo a nossa religiosidade de forma profana em meio à sociedade. 


Dessa forma, esse artigo tem por objetivo, dirimir dúvidas de pessoas que não tiveram o acesso à informação e, também expor a opinião do Asè Òsùmàrè sobre esse importante aspecto da nossa religiosidade.


Desatentos às hierarquias das indumentárias e vestimentas do Candomblé, muitos participantes (talvez pela falta de conhecimento) estão desrespeitando, não somente os seus mais velhos, mas também as nossas Divindades. 


Isso ocorre, principalmente, com a chamada “carnavalização” dos tradicionais paramentos dos Òrìsàs. 


A situação vem se agravando, ao ponto de recriarem os trajes, implantando assim, uma nova maneira de vestir os Òrìsàs e seus filhos, ignorando a tradições centenárias, originarias de uma Religião milenar e, desrespeitando, de forma muito preocupante, a essência de cada Òrìsà.


Com o cuidado de não ditar ou impor um código vestuário, apontaremos abaixo, apenas algumas violações (as mais recorrentes) que comprometem as tradições do Candomblé, descaracterizando de forma muito triste a nossa religião, bem como, algumas recomendações da nossa Casa.


ÌYÁWÓ
MOKAN: Uso indispensável
IKAN: Uso Indispensável
DILOGUN: Uso Indispensável:
“LAÇINHO” e “GRAVATINHA” ACIMA DO PANO DE COSTAS: Uso Indispensável
ROUPA DE SIRE: Até completar um ano de iniciada, deve-se dançar Sire de branco;


ÌYÁWÓ DO SEXO MASCULINO.
CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERÁVEL JEANS, BERMUDA, ETC.)
CAMISA DE RAÇÃO .


(NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, Também não se usa camiseta);


ÉKÉTÉ: – NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);


OGÁ (OGAN):


CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.)
CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, também não se usa camiseta);
ÉKÉTÉ, CHAPÉU OU BOINA (NÃO É TOLERÁVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);


EKEJI (EKEDE):
SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana;
TOALHINHA: A cada dia é mais raro vermos uma Ekeji com uma toalhinha para “enxugar” o Òrìsà.


ADES, COROAS E PARAMENTAS DE ÒRÌSÀS:


DISCERNIMENTO E COERÊNCIA: Deve-se ter coerência ao vestir os Òrìsàs (Nossos deuses são elementos da natureza, que utilizam representações da natureza, POR ISSO NÃO DEVEM SER CARNAVALIZADOS);
MÁSCARAS: É inadmissível a utilização de máscaras na confecção da Roupa dos Òrìsàs;


ALTURA DOS ADES: Deve se ter discernimento, coroas são coroas e não paramentos carnavalescos gigantescos;


ÒSÀLÁ: ÒSÀLÁ SÓ USA BRANCO. Esse é um Òrìsà Fúnfún, não admite prata ou “azul clarinho”


PENAS.: Nossa religião é tribal, mas não indígena, a utilização de penas na confecção das roupas dos Òrìsàs deve ser ponderada e não excessiva;


SÀNGÓ: Não tolera roupas roxa ou preta;


ÀSÈSÈ:


HOMENS: Calça, Camisa de Ração (brancos) e Ékété;
MULHERES: Saia de ração e camisa de crioula (brancas);
PROÍBIDO: Brilho, Bordados, Vazados e Roupas Coloridas;


BATA:
QUEM PODE USAR: A utilização da bata é restrita as autoridades femininas da Casa (autoridade máxima, Ìyálásè, Ìyákekère, Ìyámaye, etc. – Se todas as Ègbón usarem batas, será impossível distinguir as autoridades);
CUMPRIMENTO: Bata é Bata e não vestido! 
Um ditado tradicional nos Candomblés da Bahia diz: Quanto Maior a Bata, Maior a Ignorância da Ègbón;


PANO DE CABEÇA:


QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Cabeça é restrita às mulheres (o Babalòrìsà “em sua casa” tem a autonomia de optar ou não pelo uso. 
O pano de cabeça, poderá ainda ser utilizado por homens, em obrigações internas em que o mesmo está “recebendo asè, como por exemplo Bori”);


ABAS: As abas do Pano de Cabeça, estão relacionadas ao Òrìsà da filha de Santo e a sua idade de santo (se seu Òrìsà for Oboro – masculino, você não poderá usar duas abas, sendo que essa ficou para as filhas de santo, que possuem Òrìsàs Ayabas – femininos);


ALTURA DO PANO: Deve-se ter discernimento ao usar o Pano de Cabeças. O pano de Cabeças não é turbante com diversas voltas e de altura desmedida; Seu pano de cabeça também não pode ser maior do que o da sua Ìyálòrìsà;


PANO DE COSTAS:


QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Costas é restrito às mulheres.
UTILIZAÇÃO: O pano da costa deve ser colocado na altura dos seios (somente as autoridades quando estão trajadas de Bata, podem usar o pano na cintura);


USO TRANSVERSAL DO PANO POR HOMENS: Indevido, à exceção das festividades do Pilão e durante o Pilão de Òsògíyàn;


FIOS DE CONTA.:


AFRICANOS/CORAIS/PEDRAS: de uso exclusivo para autoridades do Candomblé e as pessoas com obrigação de sete anos (obrigações arriadas);


BOLAS DE PLÁSTICO: Não pertencem ao Candomblé;


SAIAS:
QUEM USA: Uso restrito à mulheres (homem não usa saias, mesmo se seu Òrìsà seja ayaba);


CUMPRIMENTO: A saia deve ser longa, cobrindo o calçolão (o uso de saieta é cabível somente para Òrìsàs masculinos – em mulheres);


ROUPAS BRILHOSAS E BORDADOS:


ROUPAS BRILHOSAS: A utilização de roupas com muito brilho está condicionada ao Òrìsà e à determinados Òrìsàs (existem roupas para dançar o Sìré e roupas para vestir os Òrìsàs, sendo que alguns também não toleram o brilho);


BORDADOS: As roupas bordadas como Rechilieu, Asa de Mosca, Roda de Quiabo e panos mais elaborados, são de uso exclusivo para autoridades e pessoas com obrigação de sete anos arriada;


BRINCOS E PULSEIRAS:
Ìyáwò de Òrìsà Oboro (Santo Masculino), não deve usar brincos e/ou pulseiras.


A Casa de Òsùmàrè e seus descendentes, pedem que as pessoas reflitam sobre a essência de nossa ancestralidade, os Òrìsàs. 


Uma Ìyáwò aguardar a conclusão de suas obrigações, para a utilização de determinadas vestes, não a coloca inferior à ninguém, muito pelo contrário, mostra somente sua resignação por um determinado período, em obediência às regras do Candomblé pelo seu Òrìsà. 


O cumprimento desses interditos, confere ainda mais valor à obrigação de sete anos, em que a então ìyáwò, poderá utilizar-se de outras indumentárias, estando desta forma, em outra fase de sua missão religiosa (torando-se uma ègbón). 


No Candomblé, todos os passos são galgados, assim como na vida, afinal, a criança não nasce andando, existe um processo de aprendizagem. 
Uma mãe preservadora resguarda sua filha das maquiagens até a idade certa, etc. 


Assim é o Candomblé.


Um Ogá não pode se sentir desprezado por não vestir-se como um Babalòrìsà, ele sim, deve se sentir orgulhoso em pode estar preservando a cultura dos antigos Ogá. 


Um Oga vestido como Ogá, é facilmente identificado em meio a multidão. 
O mesmo se aplica aos Babalòrìsàs, que não podem almejar as vestes femininas, pois nesse caso, ao invés de mostrar poder e distinção, evidência sua falta de conhecimento sobre a liturgia de cada elemento utilizado. 


A Casa de Òsùmàrè e seus descendentes, não tem a intenção de ditar regras, mas sim, expor seus costumes, aprendidos ao longo de gerações, divulgado e esclarecendo muitas pessoas que jamais foram orientadas sobre como se vestir no Candomblé e por isso, cometem tantos erros.


Atenciosamente,
Toda família da casa de Òsùmàrè.