CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Tarô, 2014


Tarô

No Tarô, 2014 simboliza a carta do Carro, que indica ação, movimento. 

Está ligado ao progresso e à determinação. Indica que as viagens estarão em alta neste ano. 

Programadas ou inesperadas, de passeio ou trabalho e, especialmente, as viagens terrestres.

Será um bom ano para comprar, trocar ou fazer negociações com qualquer tipo de veículos, especialmente carros.

Mas é preciso muito cuidado com os acidentes. 

Este é o ano para se recomendar prudência no trânsito e nas estradas.

A Astrologia Chinesa diz que 2014, ano do cavalo verde de madeira, que começa no dia 11 de fevereiro, será bem diferente dos últimos anos.

Promete muito movimento, entusiasmo, energia, poder e velocidade.

Um período de progresso principalmente para quem luta e não se intimida com as dificuldades.

Para os orientais, no ano do cavalo, a Natureza, mais do que nunca, deve ser respeitada e valorizada.

O ideal seria estar em contato direto com ela, mas como isso nem sempre é possível, estão valendo os passeios a parques, praia ou campo.

E para fazer circular as boas energias, vale cultivar um jardim, uma horta ou simplesmente ter plantas dentro de casa.

Vegetais, folhas verdes, frutas e alimentos naturais devem estar presentes no cardápio para melhorar a saúde, que merece atenção especial durante neste ano



Numerologia 2014



Boas notícias!!!!!

Pelo lado da Numerologia, 2014 recebe a energia do número 7 (2+0+1+4=7), que representa a busca pela sabedoria e auto conhecimento.

A vontade de evoluir juntamente com a necessidade de liberdade também estarão presentes.

Indica, ainda, que será um ano de mudanças e inquietação, pendendo muito para o lado espiritual.

As pedras relacionadas com a vibração do número 7 são ametista, fluorita rosa e alexandrita.

A ametista faz transmutar as energias, promovendo bem-estar.

A fluorita rosa fortalece a autoconfiança, aumenta a concentração, acalma e favorece o amor é altamente calmante e promove também o amor.

Já a alexandrita ajuda a reestruturar a mente, o corpo e espírito. Beneficia o sistema nervoso, traz equilíbrio emocional e espiritual.

A cor favorável para 2014 é o violeta que influencia na transformação das energias, é uma cor nobre, que eleva o pensamento, favorecendo a meditação e misticismo.

A energia do violeta e seus matizes podem trazer grandes benefícios para a humanidade, que está em processo de mudanças.

Pode-se abusar também do branco e das roupas coloridas, que trazem vibrações positivas.


Astrologia de 2014


Astrologia

A Astrologia nos diz que ano , que começa em 20 de março, é regido por Júpiter, o maior planeta do sistema solar e que governa os signos de Sagitário e Peixes (juntamente com Netuno).

Considerado o grande benfeitor do Universo e o planeta da prosperidade e da fartura, Júpiter aponta para um ano mais alegre, porém, sem deixar de lado os bons princípios morais e éticos.

Segundo as previsões, em 2014 a compreensão e o entendimento entre as pessoas estão mais perto de serem alcançados e haverá maior preocupação com a ordem, moralidade, justiça e o conhecimento.

Júpiter proporciona um grande passo a para a evolução, seja ela material ou espiritual. 

É tempo de voar alto e buscar novos horizontes, mas sem deixar de lado os alicerces.


O ano de 2014



O ano de 2014 será regido por Júpiter, o planeta da prosperidade e da fartura. 

O ano novo que se avizinha predispõe ao trabalho comunitário, um maior engajamento pessoal na busca e compreensão da religiosidade e favorece a mobilização das consciências contra movimentos de intolerância religiosa. 

Sendo na esfera astrológica o ano regido por Júpiter, na particularidade dos orixás a regência será de Xangô e Iansã, e carmicamente permanece a ação de Obaluaê que foi o regente de 2013. 

Há que se considerar que independente do orixá regente, todos os orixás atuam sempre e, especialmente EXU, que é o eterno movimento no Cosmo. 

Júpiter é um planeta de diplomacia e boa vontade.

A promessa de que um ano regido por Júpiter seja um ano de abundância e expansão é fantasiosa se for interpretado pelo lado material. 

Xangô propicia um melhor perceber-se e perceber o outro, melhorando o diálogo inter e intra-religioso. 

É o ano de 2014 de muita mobilização na esfera de busca dos direitos e igualdade, notadamente contra a intolerância religiosa. 

Como Xangô estará com sua irradiação magnética bastante acentuada em 2014, todos os que buscam o mundo espiritual e sagrado devem ter consciência da Lei de Causa e Efeito, pois podemos mudar as causas e não termos o efeito esperado, notadamente se não respeitamos o livre arbítrio do outro, interferindo em seu campo energético.

Ou seja, o efeito de retorno estará mais intenso e o uso da magia requererá muita responsabilidade de quem busca e de quem aplica os cerimoniais religiosos de invocação, rezas, encantamentos e imprecações mágicas. 

Quanto a Umbanda, o ano favorece a mobilização das comunidades entre si, os seminários e congressos, bem como a elaboração consensual de diretrizes básicas do que seja a Umbanda, respeitando-se a diversidade, mantendo-se a liberdade rito litúrgica de cada centro, sem codificação. 

Ou seja, esta busca de diretrizes básicas -- uma "carta magna" de Umbanda -- parte de dentro, das comunidades de terreiro e lideranças religiosas, que sob os auspícios vibratórios de Xangô, encontrarão receptividade da maioria do povo de Umbanda, exaurido pela persistente intolerância religiosas contra os terreiros, legitimando iniciativas de união que objetivem dar maior seriedade e melhor visibilidade a religião, fortalecendo a Umbanda frente a sociedade laica e minimizando a intolerância religiosa de outros cultos que demonizam nossa religião.

Muita paz, saúde, força e união.

Muito axé.
Norberto Peixoto.


Confirmando os Orixás para 2014



De acordo com o jogo de búzios e os estudos realizados por mim, Edinho D´Ogun, o ano de 2014 será regido por Xangô e Iansã. 

Se observarmos na astrologia Júpiter é o planeta regente do ano novo, que corresponde à Xangô. 

Primeiro de janeiro de 2014 cai numa quarta-feira de Lua Nova, dia consagrado aos mesmo Orixás para não ter dúvida que é o casal do dendê que vai reger o nosso próximo ano.

Xangô é Orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores (veja mais)

Iansã é a Deusa dos ventos e das tempestades, este Orixá oferece muito otimismo e ainda auxílio nas grandes paixões.

O que esperar de 2014?

De acordo com os Orixás a política vai passar por uma grande reforma e acerto de contas, para no final de 2014 entrar nos eixos. 

Xangô vem para fazer a justiça ser cumprida, valer a pena, e nada irá passar despercebido de seus olhos, por tanto quem realmente quiser viver bem 2014 terá que andar na linha, isso mesmo, cumprir com suas obrigações e deveres, procurar o máximo possível em agir corretamente para não ter problemas no final e nada de fazer as coisas sem pensar e sim fazê-la com os pés no chão para não sofrer as conseqüências, as pessoas estarão bem mais vivas e atentas do que o normal e qualquer falha ou erro, por mais bobo que seja será motivo de briga e desentendimento.

No ano de Iansã as pessoas estarão mais propensas a se libertar dos preconceitos e velhos hábitos. 

Existirá um índice maior de separação afetiva por traição do que o normal, será muito comum ver as pessoas trocando de parceiros, vão estar mais preocupadas em se fazerem felizes do que dar ouvidos no que os outros vão falar. 

Será muito comum ver as pessoas mais independentes, felizes, lutando por seus ideais.


Cores e dicas dos Orixás para 2014:

Xangô: Para ter a proteção desse Orixá na virada do ano use uma peça de roupa na cor vermelha, que também poderá ser mesclado com o branco. 

Iansã: Tons de rosa ou laranja na roupa seria o ideal para obter sua proteção. Mulheres poderão usar jóias e acessórios que contém o cobre e pedras preciosas: (quartzo rosa, coral ou olho de tigre).

FONTE: http://www.paiogun.com/previsoes_dos_orixas_2014.htm


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FINALIZANDO


Para quem chegou até aqui, como eu disse e repeti várias vezes a religião é composta de elementos muito importantes, alguns intangíveis como o iwa pele e o nosso destino, outros lembrados mais indiretamente atualmente que é a ancestralidade que se perde um pouco devido a que nem todos de uma mesma família seguem a religião e uma casa de santo esta longe de representar uma família espiritual, mas, mesmo que a gente não se lembre a ancestralidade é uma das bases da nossa vida.

A religião que a gente adota é complexa em parte porque existem de fato conceitos pouco claros, na origem, ou que se tornaram complexo devido a junção aqui no Brasil de várias correntes religiosas e regionais distintas. 

Infelizmente só recentemente existe um esforço de teologizar a religião que esbarra na polêmica e no preconceito. 

Outras correntes religiosas contam com linhas filosóficas que procuram aprofundar as questões e interpretações essa religião aqui não contou com isso na Africa e no novo mundo esbarra em uma babel pior ainda. 

Eu acho que não cabe discutir determinadas liturgias mas não podemos em função disso nos abster de discutir todo o resto independente de sabermos ou não as resposta.

Sem querer ser chato, mas enfatizando, assim na formo que eu vejo o cosmo yoruba baseado em textos de odù que eu consegui ler até hoje, em mitos que eu li ou ouvi ao longo de anos, o òrìṣà (orixá) não faz parte da ordenação das forças naturais do mundo em que vivemos. 

Esse ordenamento não é explícito ou atribuído a Olódùmarè que como o
Deus distante (ou tornado distante) faz com que a natureza e o mundo funcione.

Os òrìṣà (orixá) conforme aparecem nas histórias e explicitamente no odù óxéotuwa são os braços e mãos de Olódùmarè no aiye, mas na sua ligação com nós. 

Assim nosso ori é feito com nosso òrìṣà (orixá). 

Os òrìṣà (orixá) surgem em todas as histórias representando papéis comuns como se fossem pessoas comuns, com as mesmas perfeições e imperfeições que temos de modo a que possamos nos espelhar e entender o conhecimento que passam. 

São também a instância direta, junto com o ori e a ancestralidade, que recorremos para resolver nossos problemas, ligados ao nosso sucesso na nossa vida como a necessidade de termos saúde, de termos família, mulher, filhos, oportunidades, trabalho, dinheiro e podermos com nossa prosperidade darmos seguindo a nossa vida e atingir o destino que estabelecemos antes de iniciar essa nova encarnação.

Como braços e mãos de Olódùmarè os òrìṣà (orixá), conforme eu comentei no início disso tudo, tem controle sobre elementos da natureza, assim eles os usam e controlam na sua forma calma e ordenada. 

Mas como elementos podemos considerar um todo, de vegetais, minerais, doenças, até fenômenos da natureza, e estes são usados não de uma forma reguladora, mas como instrumentos de sua necessidade e ação em exercer a sua missão junto a nós.

Eu assim não consigo ver um òrìṣà (orixá) sem o mesmo estar relacionado com nossa vida, ficando assim longe do significado que tem os deuses naturais das tradições europeus e greco-romanas (não tenho conhecimento suficiente para citar outras).

Assim o entendimento da metafísica desse cosmo deve passar pela lembrança que temos vários entidades e espiritos além dos òrìṣà (orixá). 

Este conjunto esta longe de ser perfeito e complementar, existem coisas que parecem redundantes ou que não são complemente racionais, mas, como sabemos é um povo muito simples, agrário e que não teve unidade, continuidade e pensamento filosófico próprio para poder explorar e documentar cada faceta da rica cultura e religião.

Eu concordo com os críticos que podemos, veja, podemos, em algum grau, hoje, estar lidando com conceitos documentados e de alguma forma manipulado por aqueles estrangeiros que os estudaram, é muito difícil encontrar um analista isento, mas, agora é tarde tanto para evitarmos isso como para querermos dizer que existem outras verdades. 

A verdade sera a soma de todas essas mentiras que são contadas temos que buscar alguma coerência nisso tudo, contando com isso com as inúmeras fontes, lembrando também para os críticos que qualquer literatura sobre assunto teve origem na tradição oral de forma que apesar de escrita é o reflexo da tradição oral, não sendo assim pior ou menos importante do que essa.

Em relação ao distânciamento que se criou de Olódùmarè a ponto de muitos criticarem sua real existência, eu lembro que, o distanciamento pode ter sido fruto apenas do apego, carinho e amor aos òrìṣà (orixá) de modo que esta relação devocional acabou afastando e deixando distante a presença e culto a Olódùmarè. 

Igualmente a multiplicação linear do número de òrìṣà (orixá) em cada região, seja pela divinização ou seja somente pelo estabelecimento de qualidades que estivessem mais de acordo com as tradições locais contribuiu para isso.

Hoje estamos muitos centrados no culto ao òrìṣà (orixá) a ponto de eu mesmo ter que reconhecer, contrario a minha vontade, que aqueles que dizem que Candomblé é um culto ou uma seita e não uma religião tem os seus motivos. 

A centralização de tudo em torno do culto aos òrìṣà (orixá) é uma realidade de forma que é isso o que se vê. 

A externalização do sincretismo com essa identificação de òrìṣà (orixá) com santos católicos assim como a imensidão de Candombecista que se acha espirita e usa as teses do evangelho kardecista para se explicar é outra. 

Só falta agora iyawo e babalorixa participar de congresso e reunião espirita. 

Sugiro que vão vestidos à carater.

É por essa razão que eu sugiro que os críticos de uma teologia mais centrada na existência de uma alta-divindade - Olódùmarè podem não estar certos. 

Eu considero que a cosmogonia composta de Olódùmarè, Èṣù (Exu), Ọ̀rúnmìlà (Orunmila), ancestrais, orixa, espiritos, aje, ajogun, etc.. quando colocada em uma perpectiva mais ordenada e adequada para dar coerência a tudo o que precisamos. 

Contudo o sincretismo e influencias externas tornaram isso muito complicado (ou chato) hoje e dia, como por exemplo o próprio verger em seu livro òrìṣà (orixá) citar que as pessoas consideram que ogun, Èṣù (Exu) e oxossi são irmãos e filhos de yemanja. 

Eu não vou nem me ater a essa coisa de filho e irmão, mas Èṣù (Exu) não pode estar nivelado assim, muito menos ogun, assim, pode me jogar pedra, mais isso não ajuda.

Nesse ponto a falta do pensamento teológico e da escrita, bem como o escravagismo as invasões e introdução do cristianismo e islamismo foram fatores que levaram a isso.

Eu lembro ou informo que o islamismo é uma religião muito forte e simples e adotada por pessoas de todas as classes sociais. 

Mas ela é composta de uma base escrita, o alcorão que são poemas que foram ditados diretamente pelo arcanjo gabriel a mohamed. 

São versos.

Complementar a isso existe o registro escrito da tradiçao oral, o hadith e Sana que complementam o alcorão com interpretações e complementos e finalmente a charia é o código de ética. 

A existência do alcorão faz com que cada crente tenha a NECESSIDADE de aprender a ler para poder ele mesmo, ler, estudar e repetir as palavras do profeta e de Deus. 

Mais ainda,em todo o mundo os versos do alcorão e suas rezas devem ser ditos em árabes, a lingua original.
Assim o divino e a tradição oral convivem juntos com a literatura e a farta filosofia mulçumana a Falsafa. 

Como no caso dos Yoruba a religião invade a vida comum, a arte, a dança, a música e a literatura.

Assim, religião e tradição oral não são antagônicos ao registro escrito, pelo contrário lhes dão força.

FONTE: http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/08/serao-os-orixa-orisa-elementos-da.html


O COSMO YORUBA



Os òrìṣà (orixá) são parte de um conjunto de divindades e não todo ele. 

Nós que os cultuamos acabamos nos concentrando neles mas não podemos ignorar todo o resto. 

Devemos nos lembrar que uma religião explica o mundo que vivemos através de uma estrutura metafísica e composta de elementos religiosos. 

É o contraponto da ciência para a qual tudo tem uma explicação determinística e pode ser sintetizado em equações e previsibilidade. 

Em um mundo onde não havia ciência a religião é quem explica ao homem o sentido de sua existência e também tudo o de bom e ruim que lhe acontece. 

Se o seu apoio o mundo é algo sem sentido ou senso, de forma que as pessoas para conseguirem viver tem que se apoiar em uma ou outra.


No Cosmo Yoruba como em outras religiões temos um sistema metafísico que suporta toda a existência, assim as primeiras forças que se destacam são Olódùmarè e Èṣù (Exu). 

Olódùmarè é o criador de tudo, fonte da existencia, designador dos destinos e quem julga nossa vida. 

Èṣù (Exu) representa mais de uma coisa. 

A primeira é o axé. 

Èṣù (Exu) é considerado o axé em si, o movimento a força que põe a vida em ação. 

Além disso ele é o policial de Olódùmarè e da religião, é uma força neutra acima do bem e do mal que se encarrega de verificar que tudo seja feito certo e que o àṣẹ (axé) das oferendas façam o seu efeito. 

Também pune com o destino não evitado aqueles que falham no cumprimento de sua obrigação. 

Ele não é a favor ou contra ninguém.

A terceira força é Ọ̀rúnmìlà (Orunmila) porque é o mensageiro de Olódùmarè e dos òrìṣà (orixá). É Ọ̀rúnmìlà (Orunmila) que estabelece a comunicação entre o divino e o físico.

Depois temos outros grupos mais conectados:

Ori
os ancestrais, a base de toda essa religião e que representam a sequencia da vida na terra.

Os òrìṣà (orixá)

Os espiritos

Ajé que são um elemento regulador da existencia evitando que tudo seja bem demais ou ruim demais. De fato um espírito que pode ser utilizado para o bem ou para o mal representando assim a ação dos homens.
os ajogun que são as coisas ruins (a morte, a guerra, a perda, a
doença, a paralisia, a feitiçaria, as maldições, os problemas...


Conforme comentei em outras ocasiões os yoruba acreditam que tudo que é grande ou significativo é um espírito, assim uma montanha tem um espírito em si, uma arvore, como o iroko é um espirito, um grande lago tem um espirito nele, o vento tem vários espiritos (nenhum é oya...) esta é a forma como os yoruba explicavam o mundo onde viviam, assim os espíritos estão presentes em tudo e torna o mundo um elemento vivo. 

Este tipo de divindade é o que pode gerar essa relação com os elementos da natureza, mas observe, não são òrìṣà (orixá), são espiritos, e são associados com tudo como uma forma de os yoruba traduzirem as reações do mundo que os envolve.

Por uma questão de hábito ou correlação podiam até mesmo receber oferendas, uma vez que os òrìṣà (orixá) os recebiam, mas não me recordo de ter lido uma só linha de odù onde um desses espíritos recebesse algo.

 Os odù nos relacionam com os òrìṣà (orixá) e na proteção contra os ajogun e ajé. 

Assim conforme meu entendimento esses espíritos não são parte do culto principal da religião, fazem parte do entendimento do mundo por um povo agrário e sem ciência, mas estão longe de representarem um panteão de Deuses.

Àjẹ́ (Ajé) é uma parte chave nesse quebra-cabeça. 

Sua existência explica a ação do mal ou do bem na sua forma mais direta. 

É o mal de uma pessoa contra outra e elas, conforme todos os odù onde aparecem passam por cima dos òrìṣà (orixá) e desta forma de sua proteção explicando porque mesmo uma pessoa devota e portadora do àṣẹ (axé) do seu òrìṣà (orixá) será afetado pela ação da Àjẹ́ (Ajé) que são provocadas por outros serem humanos. 

A imagem que se tem de Èṣù (Exu) aqui no Candomblé em parte deveria ser creditada a Àjẹ́ (Ajé). 

A ação dos guias de Umbanda e da Macumba que podem fazer o bem ou o mal de acordo como são usados, para nós no Candomblé tem que ser explicado pela ação da Àjẹ́ (Ajé) que é desta forma uma força neutra. 

Para entender ajé eu recomendo ler, com calma, Verger.

Os ajogun representam as piores forças da natureza ou a consequencia delas na sua forma mais bruta. 

São apaziguados com oferendas e desta forma através de Èṣù (Exu) e também são forças superiores a proteção dos òrìṣà (orixá).

Os òrìṣà (orixá) são divindades criadas e enviadas por Olódùmarè. 

Definir o que é um òrìṣà (orixá) seria como definir o que é um anjo. 

No nosso caso òrìṣà (orixá) representa a representação de Olódùmarè na terra e os òrìṣà (orixá) possuem forças e propriedades designadas por esse. 

Eles se dividem em 2 grupos, os primordiais criados por Olódùmarè e os ancestres divinizados. 

Aos òrìṣà (orixá) cabe a assistência e proteção aos homens e conforme mito também conhecido, quando houve a separação do orun e do aiye eles não mais puderam transitar entre os 2 mundos livremente. 

Para isso teriam que contar com uma pessoa o elegun que seria preparado para ser essa ponte. 

Assim sem elegun não temos òrìṣà (orixá) de forma que onde não existem homens não existira a divindade.

Assim os òrìṣà (orixá) sendo eles primordiais ou não são manifestações reais do divino, eles se fazem presente junto de nós e são representados nos mitos e odù atuando como pessoas, sujeitos as mesmas coisas que qualquer um se sujeita. 

Devemos lembrar que essas estórias são metáforas e não expressão da realidade. É através delas que entendemos como nos comportar, que exemplos seguir, as consequencias de atos ruins, etc..

Ori e òrìṣà (orixá) representam a presença do divino em nossas vidas, nos orientado e protegendo, não sendo superiores a forças maiores do mundo que nos cerca, mas, sendo de uma forma muito vísivel para nós o exemplo de como devemos ser. 

Os òrìṣà (orixá) são a manifestação humana do divino, a mais próxima e a mais palpável que nos faz sentir protegidos, ouvidos e assistido por Olódùmarè. 

Eles são parte de nosso ori, assim junto com ori que é a principal divindade que nos assiste, junto com nossos ancestres que fazem parte do ori, todos temos um orixá que nos acompanha no nosso elemento mais fundamental, nosso ori.

Sem um iniciado o òrìṣà (orixá) não se manifesta no aiye, o sacerdote feito, é a ponte entre o aiye e o orun é a ligação do homem com o divino, não só para aquela pessoa mas para todas que a cercam, assim a feitura e a participação ativa na religião tem um sentido muito maior do que a própria satisfação pessoal. 

Os elegun são a presença do òrìṣà (orixá) na vida da terra e enquanto existirem elegun, enquanto existirem babalawo o divino estará junto da humanidade na forma dos òrìṣà (orixá).

Se os òrìṣà (orixá) fossem as forças da natureza então eles já estariam aqui e não seria necessária essa ponte qe representa o elegun. 

Alguém poderia dizer que não que a iniciação é uma preparação da pessoa para poder incorporar um òrìṣà (orixá), mas, eu respondo que o mito não diz isso, diz sim o que eu mencionei.

O pessoal da Umbanda, sempre muito confuso com tudo, e os Lukumi (cubanos) são os primeiros a dizer que os elegun não incorporam um òrìṣà (orixá) porque sendo eles elementos da natureza teriam uma força tremenda e assim uma pessoa, um elegun, não poderia os incorporar. 

Essa é de fato a visão de quem acredita que os òrìṣà (orixá) são elementos da natureza.

Mas o Candomblé não pensa assim. 

No Candomblé os elegun de fato incorporam os òrìṣà (orixá), ou sua energia como se queira. 

Desta feita para seguir com esse entendimento temos que desconsiderar que òrìṣà (orixá) sejam os elementos da natureza e sim divindades que tem o controle sobre alguns elementos.

Assim na concepção que eu tenho, os òrìṣà (orixá) tem estreita ligação com os homens e não são forças desconectadas de nós. 

O cosmo yoruba não é muito simples mas o òrìṣà (orixá) tem um papel estreito com a raça humana e isso esta no nosso dia a dia e também nos textos de odù. 

A gente que vive isso todo o dia sabe o que e como é um òrìṣà (orixá). Sabe também o que é a natureza e suas forças sejam boas ou mas e a gente não confunde isso, não?

Então na forma que eu vejo os òrìṣà (orixá) dentro da concepção metafísica da religião são a ligação do divino com o homem, são reais e não concepções abstratas e inatingíveis, mas fazem parte da ordenação divina e representam a ação de forças que são superiores a nós, o divino, na assistência a nossa vida, seja pela nossa saúde, pela nossa prosperidade como pela nossa proteção. 

Não são absolutos mas são a parte mais significativa para nós no equilíbrio das forças que dominam o nosso mundo e dia a dia.
FONTE: http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/08/serao-os-orixa-orisa-elementos-da.html

A ORIGEM DOS òrìṣà (orixá)


Eu vou fazer uma abordagem tradicional e minha referência é o texto do Odù oxetuwa. 

Para não se ter dúvida eu carreguei o texto desse odù existe um texto neste Blog com o mesmo.

Eu recomendo que seja lido ele contêm inúmeros conceitos e fundamentos importantes. 

Este texto foi extraído originalmente do livro Os Nago e a Morte, mas existe em outras obras, contudo essa é um versão completa com inserções de outras versões que eu li.

Neste odù fica claro que Olódùmarè criou o mundo, populou-o com os homens e enviou os òrìṣà (orixá) para poderem ajudar os homens na sua vida, na superação das dificuldades. 

Eram 16 e havia somente uma mulher entre eles Ọ̀ṣun (Oxun), que representa assim o poder feminino original. 

Desta forma se os òrìṣà (orixá) foram enviados para suportar os homens inclusive de calamidades naturais não poderiam eles serem os próprios elementos da natureza, conforme a visão das religiões pagãs Europeus. 

Este odù estebelece uma distinção entre as divindades de Olódùmarè, suas funções e a natureza.
Tomemos por exemplo as divindades femininas que tiveram uma origem comum em Ọ̀ṣun (Oxun). 

Como eu já disse antes, Oya que muitos consideram o vento não poderia o sê-lo porque ela foi claramente um ancestre divinizado, e o vento já existia antes dela. 

Ọya bem como todas as divindades femininas são cultuadas e associadas com o elemento água. 

Assim Oya esta ligada a Rio Níger, Oxun ao rio com seu nome, Yemanja a rio e lagos e inclusive mar, Olokun ao mar, as ajé são as que possuíam os 7 rios da terra na sua criação, Iyewa e até Nanã que nem é yoruba. 

O elemento agua que é de Ọ̀ṣun (Oxun), mas que também é o único elemento que sozinho pode gerar e sustentar a vida e esta associado sempre a existência de vida. Tudo isso tem origem em Ọ̀ṣun (Oxun). 

Ṣàngó (Xango) é dito ser o fogo, mas a real ligação dele com o fogo foi a capacidade que adquiriu de manipulá-lo, o que também foi feito por Ọya segundo o mito. 

Ṣàngó (Xango) esta associado com trovões e raios, sim mas por manipulá-los porque ele é considerado a justiça de Olódùmarè ou a sua ira e joga os raios contra pessoas que de tão ruim que foram não merecem mais viver. 

Igualmente após a sua morte o mito diz que ele jogou raios contra as pessoas que diziam que ele tinha se enforcado.

No mito da criação que todos conhecem a terra foi criada por Olódùmarè e só havia a agua. 

Ele deu a bolsa da existência contendo os elementos que seria plantados e depois espalhado para formar a terra. 

Depois de tudo criado, conforme o odù oxetuwa os òrìṣà (orixá) foram enviados para suportar a vida ensinando os homens a se relacionar com o divino.

Assim sendo o que ocorre é que os òrìṣà (orixá) como representantes ou intermediários de Olódùmarè e os homens possuem poderes sobre determinados elementos da natureza que vão desde a água a doenças, mas, isso na sua forma controlada e organizada e não na sua forma violenta. 

Uma coisa é ter controle sobre ou é ser ou ter controle total. 

Assim por mais que se faça uma oferenda um furacão, um tsunami, um terremoto e uma seca não poderão ser evitados. 

Essa é uma manifestação descontrolada da força da natureza, os òrìṣà (orixá) ajudará os homens a se prevenir ou superar as consequências disso.
FONTE: 


CONTROVERSAS FONTES DE INFORMAÇÃO



Os antropólogos que estudaram a Africa ao longo do século passado e talvez o anterior se preocupavam muito mais com o aspecto da sociedade. 

Eles não tinham formação ou a formulação religiosa como um fim, mas entendiam que não poderiam falar sobre o povo sem falar sobre a religião uma vez que uma coisa permeava a outra. 

É como hoje em dia a gente estudar um pais mulçumano. 

As dificuldades de comunicação e a preocupação dos africanos estudados em agradar aqueles que os pagavam levaram a respostas e interpretações equivocadas. 

Assim os próprios yorubas foram em parte responsáveis pela visão que se criou da religião deles.
Posteriormente na medida em que africanos foram sendo educados na Europa e tiveram acesso as ciências humanas e sociais bem como ao que foi feito sobre eles, eles voltaram a africa para fazer os seus próprios estudos. 

Idowu em seu livro "African Traditional Religion" fescreve 3 fases nos estudos sobre os africanos. 

A primeira a da ignorância a segunda onde quem escreve já passa a respeitar que existe uma diferença cultural e que existe de fato uma cultura não conhecida mas comparável a deles no lado "nativo" e a terceira onde finalmente entram em cena os escritores africanos.

É claro que em vista da enorme fragmentação que existe na base de conhecimento sobre a religião africana existe muito pouco consenso. 

Existem muitas verdades, existem mentiras que de tanto serem repetidas viram verdades e é claro existe a competição pela autoria do conhecimento. 

Da mesma forma todos querem que sua verdade seja a certa. 

Assim existe um grupo de autores teológicos que são muito questionados devido a sua origem cristã. São pessoas que se formaram padres e voltarem ao Continente para escrever sob sua religião natural.

Sobre eles temos que fazer algumas considerações. 

Primeiro julgar todos eles devido a sua origem como sem credibilidade é apenas preconceito. 

Mesmo aqui no Brasil, pessoas de origem pobre somente tinham no passado uma forma de estudar que era em colégios religiosos e até mesmo seguindo a carreira religiosa. 

O acesso a educação de qualidade era praticamente impossível. 

Da mesma forma eu considero que muitos africanos passaram pelo mesmo. 

A sua educação somente foi possível ao se transformarem em pastores, quando tiveram a oportunidade de até mesmo se transformarem em acadêmicos. 

Dessa forma é muito comum que uma pessoa para se dedicar a estudar uma religião sob o aspecto teológico tenha passado por uma educação cristã, mas isso não significa que o que eles escreva esteja comprometido ou não tenha valor.

O método de se fazer isso e o conteúdo revelam a intenção. 

Se não for assim temos que considerar que todas as obras de antropólogos são inválidas ou questionáveis uma vez que somente se fizermos uma investigação detalhada da vida pessoal dele poderemos desvendar suas intenções. 

Eu acho impossível ser assim e prefiro me ater ao conteúdo em si. 

Isso esta longe de ser um comodismo, ou simplificação ou ingenuidade, mas, temos que sair do outro lado e para isso eu preto atenção ao conteúdo e é claro à comparação do conteúdo. 

Em relação aos escritores estarem escrevendo repetindo os anteriores, ou seja, um escreve uma coisa e os seguintes re-escrevem o que este fez de forma que estamos tratando do mesmo conteúdo original equivocado e não da confirmação do conhecimento através de fontes diferentes, eu lembro que isso é uma pratica de todo mundo. 

Todos usam a bibliografia como referência para não terem que refazer estudos e se alguém repete algo é porque concorda com aquela abordagem.


Assim, se formos considerar isso um equívoco temos então que jogar tudo o que existe fora. 

No caso da cultura africana estamos diante de uma impossibilidade de re-estudo
em vista de que, a cultura original deles foi destruída pelo escravagismo, por eles não terem língua escrita, pela morte dos que sabiam, etc.. 

Assim em determinados momentos a única forma é crer nos registro que foram feitos porque refazê-los é impossível.


Assim mesmo essa questão bem simples, como, o que é o òrìṣà (orixá) que todo mundo deveria saber ou dizer se reverte ainda hoje de polêmica. 

É claro que qualquer um que seja de uma casa de Candomblé sabe o que é um òrìṣà (orixá), porque ele o vê nascer, ele o sente, e ai esta manifestado o aspecto sentimental e devocional, essa é a parte fácil. 

O que nos é difícil é discutir questões filosóficas e teológicas com nós mesmo e com outros e isso nos leva a sempre ficar isolados ou discutindo e rebatendo as mesmas coisas, que são o malefício, o sacrifício, etc..., questões menores porque não se discute o que é comum nas religiões que é a fé e o significado disso na nossa vida.
FONTE:http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/08/serao-os-orixa-orisa-elementos-da.html


POLITEISMO e MONOTEISMO


A gente pode voltar a essa discussão depois, mas, esta é uma discussão um pouco complicada porque é muito poluída por preconceitos.

Em termos de definição para uma religião ser politeísta não importa a quantidade de divindade e sim a qualidade delas e de sua relação. 

Em uma religião politeísta não existe uma divindade superior as demais, todas tem o mesmo poder e não existe assim uma força reguladora do conjunto.

O Candomblé, como outras, não é politeísta porque existe uma relação bem cara de hierarquia entre Olódùmarè e as demais divindades. 

Assim possuir divindades, originais ou divinizadas não transforma uma religião em politeísta, senão, o catolicismo com seus santos e sua trindade também o seriam, mas ninguém ousa fazer isso.

Em função de preconceito, conforme eu já me expliquei anteriormente, as religiões abramicas tem esse interesse histórico em diminuir e marginalizar as demais religiões, conforme eu disse todas denominadas pagãs. 

Assim eles de forma ignorante simplificam essa discussão a um modelo muito simplista do que é ou não monoteísta ou politeísta baseado no modelo de referência deles, que está longe de ser consistente e conceitualmente correto. 

Assim o preconceito domina essa a conversa toda a ponto de as pessoas que não gostam da abordagem cristã procuram sem saber porque dizer que não fazem parte de uma religião monoteísta, como se isso fosse um problema ou solução. 

As cristã que querem dar prosseguimento ao preconceito histórico contra as outras correntes religiosas chamam as demais de politeísta como se isso fosse correto ou mesmo uma ofensa. 

A maior parte do ignorantes assim prefere aceitar duas definições carregadas de preconceito e ignorância que é chamar a sua religião de seita e dizer que é politeísta.

Para os cristãos, seita é uma coisa menor um pedaço da religião verdadeira, e isto está correto uma vez que o termo nasceu do judaísmo onde as seitas são tradições que divergem da interpretação tradicional das suas escrituras e politeísmo remete ao velho testamento, quando os próprios judeus adoravam Deuses zoomórficos, na forma de animais como o carneiro. 

Isso para eles era um episódio negro e assim poiteísmo é um pejorativo.

Pessoas que pertencem a uma outra religião devem primeiro se informar para poderem primeiro entenderem a si mesmo e também poderem discutir com elementos de outras religiões, ao invés de aceitarem tacitamente rótulos inadequados, seja pelo aspecto que é um uso inadequado de conhecimento seja porque a finalidade é de fato ofender. 

Assim temos uma dupla ignorância.

FONTE: http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/08/serao-os-orixa-orisa-elementos-da.html

Serão os Òrìṣà (Orixá) elementos da natureza ?


Existe um conceito generalizado que associa òrìṣà (orixá) a elementos da natureza e depois de me debruçar sobre esse assunto analisando referência teológicas e mais ainda textos de odù eu tenho uma opinião completamente divergente e gostaria de apresentar aqui. 

Na minha conclusão isso é um sincretismo europeu, ou seja, uma forma de expressar um conceito de outras visões religiosas, as quais inclusive eu já tive muito contato, com a religião africana.

Então veja, Ṣàngó (Xango) é um eborá, um òrìṣà (orixá) divinizado e não um dos òrìṣà (orixá) originais assim, como ele poderia ser o fogo ou o trovão, que é um elemento que existe desde o início dos tempos. 

O vento é ọya, mas ela também é divinizada, assim, o vento já existia antes dela ela não pode ser o vento,uma força da natureza. 

Ọ̀ṣun (Oxun) é uma irúnmalẹ̀ (irunmalé) um òrìṣà (orixá) original da criação e poderia sim estar ligada com a água ou ser água, como a gente mesmo diz, mas Ọ̀ṣàlá (Oxalá) é o ar, por que? 

Ele pode ser o firmamento ou o alá que cobre a todo o mundo, mas, de novo acho que é uma visão muito onírica dos òrìṣà (orixá), um sincretismo com religiões européias como a bruxaria tradicional, wicca, ocultismo, etc...

Assim, essa ligação de uma divindade com os elementos da natureza existe em algumas tradições religiosas, muitas delas politeístas puras de fato, mas não acho que seja consistente e repetitiva na religião africana. 

A mim me parece mais uma forma de sincretizar a religião africana com formas politeístas ou animistas com as quais a religião africana foi forçosamente comparada. 

Assim, de novo, como sempre eu digo é o sincretismo que de novo nos prejudica e enfraquece, só que as pessoas acham isso bonito e romântico e resolvem repetir a adotar.


É tipo assim se as religiões que foram classificadas como pagãs na europa tem como deuses as forças da natureza então como o a religião africana é pagã tem que ser o mesmo. 

Mas não necessariamente assim.

Por esta razão, dizer que os òrìṣà (orixá) são as forças da natureza como eu canso de ouvir é o mesmo que dizer que Ṣàngó (Xango) é São Jerônimo, Ọya é Santa Barbara, Ògún é São jorge. 

É o mesmo que ouvir babalorixá explicando a vida e a reencarnação usando a doutrina espírita.

Eu não parei muito tempo para aprofundar isso, até porque estou longe de ter esse tempo ou ter a competência para isso, mas acho que no caso da religião africana giramos em torno da energia vital, o àṣẹ (axé), aquilo que permeia tudo, que nos dá força, que nos movimenta, que nos traz saúde, prosperidade, etc. 

De novo nesse caso um conceito bastante amplo e com muitas facetas para designar uma só coisa, bem típico dos conceitos poderosos e profundos dessa religião mas muito pouco elaborado.

No caso do àṣẹ (axé) um dos aspectos importantes é a afinidade entre a energia de àṣẹ (axé) com as divindades e com odù. 

Existem combinações que fazem bem para o àṣẹ (axé), o amplificam, o diminuem ou o prejudicam. 

Assim tudo tem àṣẹ (axé) porque tudo tem energia e/ou vida. 

Assim òrìṣà (orixá) usam a energia de odù para atuarem e tanto podemos acreditar que qualquer òrìṣà (orixá) pode usar a energia de qualquer odù como também existe uma ligação mais forte entre determinados odù e òrìṣà (orixá), eu não sei a resposta mas sou mais pela primeira. 

Existe elementos da natureza que estão dentro do domínio de determinadas divindades e assim elas se manifestam junto com eles, mas tudo o que eu vi me mostra que não existe voo solo, e assim muitas divindades se manifestam em um mesmo fenômeno ou força. 

As oferendas contêm materiais que são do domínio de diferentes òrìṣà (orixá) e serão transformados em axé, mas existem muitos materiais comuns a vários ou muitos. 

As folhas certamente são um tipo especial de material porque é vida e contêm àṣẹ (axé) vivo assim existe uma ligação mais intima e fundamental. 

Mas montar essa matriz não é algo simples porque eu vejo sempre muitas superposições e complementaridades.

Essa ligação, com àṣẹ (axé), elementos, odu, òrìṣà (orixá), ori e nós é o que é importante. 

É o que nos fortalece ou nos enfraquece, mas isso acaba ficando prejudicado ou esquecido e as pessoas se lembram de ficar ligando òrìṣà (orixá) com elementos de natureza que não nos interessa. 

Pelo menos eu não consigo ver o sentido ou importância dessa ligação, exceto por uma curiosidade inconsistente que dá certo para algumas coisa e errado, acho que é somente um esforço sincrético uma deformação no nosso conhecimento. 

De novo, eu estou dizendo isso não só porque eu acho isso ou tenho antipatia por isso, mas, porque de fato eu não consigo encontrar essa ligação em nenhum texto de odù ou mito. 

Assim, sempre em muitas histórias existe a ligação de odù e òrìṣà (orixá) com um monte de elementos naturais, mas, e dos quatro elementos eu não vejo

FONTE: http://blog.orunmila-ifa.com.br/2008_06_01_archive.html


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Você é espirita ou espiritualista?




O assunto não diz respeito diretamente a Ifá, mas tem relação com a religião e sua teologia. 

Estamos dentro da mesma matriz teológica e esse tema certamente já esteve ou esta presente na vida de todos.

Um Candomblecista não é espírita nem muito menos espiritualista. 

Até onde eu entendo, e pesquisei sobre isso, espiritualista é qualquer pessoa religiosa, independente da religião. 

É o oposto de não ter religião de não acreditar em Deus, de ser qualquer tipo e em qualquer intensidade de ateu.


O termo espiritualista tem sido usado meio sem sentido para mostrar uma variedade de espírita, aquele que não é bem um kardecista.


É interessante a dificuldade que as pessoas tem para se definirem. 

Bom, acho que muitas pensam que são mesmo espíritas, mas outras ficam na dúvida de como se expressar. 

Infelizmente eu não vejo nenhuma outra forma de classificar um Candomblecista que não seja como Candomblecista.


Se a pessoa não quer ser reconhecida como tal, é preferível dizer que é pagão, que significa ser "não cristão", a menos que o Candomblecista se ache um cristão, como muitos, inclusive Iyalorixás se acham e se declaram.

Olha, o catolicismo é uma religião muito bonita, iniciática como o Candomblé e direcionada para o amor ao próximo e caridade e a devoção incondicional. 

O catolicismo é uma religião para se sentir no coração e não nas escrituras, muito diferente dos malucos dos evangélicos. 

Dessa forma muito parecida com o Candomblé. 

Nada então mais simples do que o Candomblecista queira se achar cristão. 

Só que ele vai estar na pratica errada...

Voltando ao espiritismo, é uma tradição religiosa baseada no catolicismos ou cristianismo, como se queira. 

Ele foi criado por uma pessoa com pseudônimo de Alan Kardec (não é o jogador do Vasco rsrsrs) e faz como toda seita uma releitura das escrituras cristãs.

O cristianismo é re-encarnacionista enrustido, porque ele admite a re-encarnação para Jesus mas não para nós, assim só Jesus pode re-encarnar. 

Já o espiritismo procura dar uma visão mais abrangente para o cristianismo adaptando a doutrina cristã a realidade dos espíritos desencarnados, etc...

Ele é assim baseado totalmente nas teses cristãs. 

É só qualquer pessoa ler os livros da Kardec, que já estão em domínio público e dessa maneira podem ser baixados na forma de PDF livremente, para se constatar o que eu estou afirmando.

Já por essa razão um Candomblecista Jamais poderia se intitular espírita, exceto se ele é um dos muitos Umbandistas desiludidos ou desinformados, do tipo que frequentou centro para comer merenda na cantina, que acham que o Candomblé é uma evolução da Umbanda, assim, tem muita gente que acha que inicia pela Umbanda e depois passa para o “estágio seguinte” que é o Candomblé.


O Candomblé é uma tradição religiosa distinta de uma matriz religiosa totalmente distinta da matriz do cristianismo. 

O cristianismo é o que se chama de uma religião semita ou abraamica, porque descende de Abraão. 

Candomblé não tem nada haver com isso.


Assim aquilo que chamamos de teogonia, teologia, etc... que são os nomes que classificam um tipo de conhecimento, ou melhor de informação religiosa, são totalmente distintas.

Além disso o espiritismo é baseado em uma visão encarnacionista muito própria. 

Segundo os espíritos disseram para Kardec e ele relata nos seus livros, existe uma coisa chamada Karma e a gente vem aqui nesse mundo para pagar esses Karmas. 

Tudo de ruim que acontece na sua vida hoje é devido aos seus Karmas de outras vidas e se você passa por uma coisa ruim você tem que continuar passando para se livrar daquele Karma. 

A vida é um sofrimento só e a gente vive e re-encarna só para não ter que viver de novo. 

Além disso você deve procurar nas suas vidas passadas a explicação dos problemas que você tem nessa.

Os espíritas são assim pessoa muito infelizes.

O interessante é que esses espíritos que falaram com o Kardec devem ser orientais porque esse nome Karma é Hindu, mas não significa isso lá na religião deles, e essa idéia de mundo de sofrimento e de não encarnar mais é uma coisa Budista, sendo o budismo uma divergência do hinduismo.

Em relação ao Candomblé, graças a olodumare, não temos nada disso. 

A gente não tem Karma. 

A gente re-encarna porque gosta de viver e porque gostamos de viver com nossos familiares. 

O Candomblecista tem tudo para ser uma pessoa feliz, assim como o são os africanos. 

Eu transcrevi um texto do odù irosun iwori que mostra uma visão de vida muito distinta dessa ideologia espírita.

Vou transcrever aqui o comentário que um amigo, antropólogo fez:
"Marcos, eu li certa vez um comentário de Jesuíta que vive em Moçambique há mais de 25 anos e hoje reencontrei este texto aqui no meu computador. 

É um trecho de uma entrevista ao missionário Jesuíta Eric de Rosny, que inclusive se iniciou nos cultos tradicionais de Moçambique:

"Pergunta: O senhor tem se irritado frequentemente diante das pessoas que insistem em apresentar de maneira pessimista a realidade africana. 

O célebre livro de René Dumont diz que "A África negra começou mal". 

O senhor não concorda? 

Rosny responde - Começou mal politicamente. 

Começou mal economicamente. 

Mas o povo africano continua estranhamente sadio e surpreendentemente tolerante. 

A sua força reside na capacidade de viver o momento presente, aconteça o que acontecer. 
Alguém chega para dizer que o pai está morre não morre. 

Ou que o filho foi expulso da escola porque não tinha dinheiro para os exames. 

Conta tudo, e, não passam mais de três minutos, já dá uma bela de uma risada. 

É isso que caracteriza os africanos e os salva da depressão: a capacidade de esquecer por um momento a miséria para dar uma saudável risada, para passar um minuto de alegria com os amigos, com a ajuda de uma cerveja, uma castanha, uma fruta. 

Nunca vi nada de semelhante nas sociedades ocidentais, onde o sofrimento parece que obedece a um programa."

É interessante porque quando vemos reportagens sobre a África de pessoas que estão interessadas em ver aquilo que a África tem de melhor, nos deparamos com uma coisa que está na base das religiões tradicionais daquele continente, inclusive os yorubás: a alegria de viver!

Lembro quando a Glória Maria fez aquelas reportagens na Nigéria, uma das coisas que a encantou foi a alegria daquele povo, que em meio a tanta diversidade, tem um profundo e duradouro sentimento de felicidade."

Lembro que a religião é um dos reflexos da sociedade que a gera, assim, no Candomblé a gente canta e dança para os orixá. Nós festejamos a vida o tempo todo com eles.

Assim se você gosta de ser uma pessoa infeliz, de fato dizer e ser espírita é muito bom, mas acreditar no que eles dizem e comemorar com os Orixá é coisa de maluco.

Por fim existe a questão da ancestralidade. 

O conceito de ancestralidade do Candomblé é muito claro e também esta presente nas antigas religiões orientais. 

A gente re-encarna sempre na mesma família. 

A gente tem que casar e ter filhos para poder re-encarnar. 

As rezas yoruba que eu conheço sempre pedem, caminhos abertos, prosperidade, uma mulher, uma casa e bons filhos, nessa ordem.

Os espíritas não tem esse conceito, Você re-encarna para pagar os seus Karmas. 

Pode re-encarnar junto com um membro de sua família se isso for um Karma que precisa pagar ou então pode nascer junto com um inimigo ou um pessoa que te fez mal. 

Mas pode re-encarnar em qualquer lugar.

Enfim, eu gostaria de assim colocar a minha opinião de que é preferível um Candomblecista se dizer católico do que espírita quando ele não quiser dizer que é Candomblecista, acho que ofende menos as crenças da própria pessoa.

Agora, recomendo aqueles que não são obrigados a dizer que tem outra religião, ou seja, que podem dizer que são Candomblecistas, e que de livre e expontanea vontade se chamam de espíritas que revejam isso porque elas estão muito enganadas. 

Talvez um bori faça bem.

O candomblé fez tanto por si mesmo que o conceito é o pior possível. 

Candomblé se identifica não com o que é de bem, mas sim com o que é de ruim, com o mal feito ao próximo, com a mais pura baixaria e ignorância. 

Tudo isso fruto do mercantilismo e da ignorância que fazem considerar o Candomblé uma religião sem ética, até os antropólogos que o estudam assim o consideram.

Eles estão certos e errados. 

Certos porque é isso o que vemos no mundo real e o trabalho deles é refletir isso. 

Errado, porque não é nisso que a religião se baseia.

Eu sugiro que digam que são da religião dos Orixá, evitando assim a palavra Candomblé. 

Uma vez que a identificação é com os Orixá e não com a palavra ou esse corpo podre.

Para o pessoal do Umbandoblé acho que não tem problema, eles podem dizer qualquer coisa que vai estar sempre certo.

Em Ifá surge a mesma questão. 

Quem é de Ifá se considera de que religião?

Pode ainda dizer que é de Ifá, isso não foi estragado, ainda. 

Existe um misto de respeito pelo passado e significado com ignorância. 

penso que isso esta indo para o buraco. 

Tenho visto muitos dos babalorixás sem ética e somente mercantilistas que tem programas de rádio e publicam jornais ou anúncios em jornais chamando clientes, mostrando festas se dizendo de Ifá porque compraram uma obrigação de awofakan.

Gente não dá para se dizer uma pessoa de Iwa Pele com anúncio publicado em jornal oferecendo serviços de feitiçaria, trocando dinheiro por favores. 

Não se pode se auto-entitular sacerdote de alguma religião assim. 

Não se pode dizer de Candomblé e se deixando fotografar e divulgando sua festa de Exu e Pombo-Gira ou mesmo divulgando seus dias de consulta.
Esses se consideram a nata do candomblé, mas são apenas a escória. 

Sem caráter e todos sem nem mesmo obrigações. São pessoas que vieram de umbanda, eram pais de santo e que inventaram obrigações que nunca deram, mães de santo que nunca tiveram, de preferência falecidas ou da Bahia e de estados remotos que ninguém pode nunca verificar. 

Poucos tem testemunhas de suas obrigações ou dos seus tempos de Iyawo. 

Muitos procuram Babalorixás e Iyalorixá oferecendo somas vultosas de dinheiro para dar uma obrigação de 21 anos que eles não tem direito para legitimar a mentira.

Pois bem esse povo agora se diz de Ifá, também. 

Vejam isso é o princípio do fim, é o Ovo da Serpente. 

Pior do que eles são as pessoas que dão obrigações de Ifá nesse povo, não porque como qualquer pessoas eles não mereceriam, mas, porque com eles vem toda a lama.