CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Entre lixo, oferendas e o coração.



O FUNDO DA FOLIA continua realizando regularmente suas ações de limpeza do fundo do mar na orla de Salvador. 

Em meio ao lixo recolhido, temos encontrado diversos objetos usados em oferendas religiosas. Veio a reflexão: que atitude tomar em relação a estes objetos?

                                                     Presente em meio ao lixão submarino.

O projeto ficou dividido. Alguns acham que não devemos realizar a coleta por receio de “retaliações espirituais”, por consideração aos devotos ou apenas por desconhecimento do assunto. Preferem nem tocar nos “presentes”, deixando-os ao sabor das ondas, mesmo que representem riscos aos banhistas a exemplo de louças e vidros quebrados.

Oferendas quebradas.

Entretanto, a maioria acredita na necessidade da coleta com sua destinação adequada por respeito às entidades religiosas. Pensam na importância da ação para a natureza que além de ser a fonte de todas as crenças, agoniza por imediata proteção e melhores cuidados.

Em rápida busca pela internet descobri diversas abordagens sobre o tema. Religiosos e simpatizantes de várias doutrinas, em maioria, acham necessários os rituais com pouco ou nenhum impacto negativo.

Objetos que podem machucar banhistas.



Uma das correntes, por exemplo, sugere o uso de orgânicos como folhas para montar os invólucros e frutas como alimentos. Que se pode usar flores, perfumes e bebidas sem que as embalagens façam parte da oferta. Que tudo que não for orgânico desperta, inclusive, a tristeza da Rainha dos Mares.

Outra corrente, mais radical, condena até o uso de orgânicos. Alega que o poder da espiritualidade está na fé e não na oferta de quaisquer bens. Que a essência das religiões reside nas orações e nos cânticos de agradecimento com pedidos de boas vibrações para tudo e para todos. E o oceano é o elemento de conexão com o mundo imaterial devendo estar sempre limpo e saudável.

Trabalho intenso!

Penso que o uso de orgânicos seja um avanço embora simpatize com a ala mais radical. Estou certo que é possível harmonizar as vontades humanas com as necessidades da natureza, as bênçãos dos Orixás e demais forças de outras religiões.

Entendo que Iemanjá, por exemplo, não precisa dos frascos das alfazemas, dos plásticos que arrumam as flores, dos pregos que armam os cestos, dos pratos, garrafas, velas, colares, espelhos e adereços que, com o melhor dos desígnios, são lançados ao oceano em grande volume.

Vale aumentar o foco nas orações e nos cantos, e reduzir as obrigações com ofertas materiais. Além de praias limpas e rituais sustentáveis haverá resultados positivos em favor da educação e cultura das pessoas da nossa terra. Estou certo que os deuses vão amar!

Vidros, metais, plásticos…

Assim, pelo entendimento da maioria, seguimos com a nobre missão de limpeza do fundo do mar das nossas praias coletando todos os tipos de resíduos poluentes, inclusive os das oferendas.

Uma missão que nos foi confiada por alguma força do bem, como um ato voluntário de solidariedade coletiva, cujo desígnio primordial é cuidar carinhosamente dos belos jardins ainda saudáveis da casa de Iemanjá.

É isso que fazemos, com o coração!











FONTE:https://bbmussi.wordpress.com/2015/12/28/entre-lixo-oferendas-e-o-coracao/




sexta-feira, 24 de junho de 2016

Diversidade religiosa é tema de roda de conversa na Defensoria Pública

Objetivo foi debater sobre o respeito à diversidade religiosa a partir das situações de intolerância ocorridas no Estado


Objetivo foi debater sobre o respeito à diversidade religiosa a partir das situações de intolerância ocorridas no Estado. Foto: DPE/TO
Integrantes do COERDR – Comitê Estadual de Respeito à Diversidade Religiosa, e seguidores de diversas orientações religiosas participaram nesta segunda-feira, 20, de uma roda de conversa com objetivo de debater sobre o respeito à diversidade religiosa a partir das situações de intolerância religiosa ocorridas no Estado, no auditório da Defensoria Pública, em Palmas. A Instituição é membro do COERDR, por meio NDDH – Núcleo Especializado de Direitos Humanos da DPE-TO.

A Roda de Conversa trouxe como foco o debate sobre religiões de origem abraâmicas, e na ocasião representantes dos seguimentos religiosos trouxeram alguns aspectos históricos das religiões, construções e crenças, entre eles, Rosangela Bazaia e El Shaimah, da religião Islâmica, o pastor Ricardo Vargas Mora, da Igreja Presbiteriana, que falou sobre o Cristianismo, e Heber Renato Paula Pires, que falou sobre a religião Judaica. “Foi boa oportunidade onde nós expusemos nossos pontos de vistas, falamos sobre nossas religiões e mostramos que não existem diferenças”, destacou a Rosangela Bazaia.

Após as explanações dos convidados, os participantes puderam interagir, fazendo perguntas e comentários sobre o que foi exposto, e ainda pontuando sobre as religiões que seguem.

Essa foi a primeira roda de conversa e a ideia do Comitê é realizar outras com palestrantes de outras orientações religiosas. Para o NDDH, é muito importante a participação da sociedade civil e de órgãos públicos no fortalecimento e na elaboração de diretrizes e políticas públicas estaduais, que visem assegurar os Direitos Humanos.

COERDR

O COERDR – Comitê Estadual de Respeito à Diversidade Religiosa do Tocantins (CEDR/TO) foi instituído pela Portaria nº 259, de 03 de junho de 2015, da Sedeps – Secretaria Estadual de Defesa e Proteção Social, atualmente Secretaria de Cidadania e Justiça. Trata-se de um órgão consultivo, deliberativo, propositivo, fiscalizador e de caráter permanente que objetiva favorecer a promoção do direito à diversidade religiosa, o combate à intolerância e a proteção contra violações de direitos humanos por motivação religiosa no Estado do Tocantins, para a construção de uma sociedade pluralista e democrática, para a construção de uma cultura de paz fundada no reconhecimento e respeito às diferenças crenças e convicções. A Defensoria Pública do Estado do Tocantins compõe membro do Comitê, por intermédio do NDDH – Núcleo Especializado de Defesa dos Direitos Humanos, que conta ainda com  a participação de outras instituições e órgãos públicos e movimentos sociais. Com informações DPE/TO.

Extraído do site do Jornal JM Notícia / Palmas – TO
http://www.jmnoticia.com.br/2016/06/22/diversidade-religiosa-e-tema-de-roda-de-conversa-na-defensoria-publica/


A FELICIDADE E ÓRISÀNLÁ



Eu fui consultar um Bàbáláwó, em busca da minha felicidade.

Ele falou para que eu fizesse uma oferenda, e, que depois eu deveria ir até uma encruzilhada, pois lá eu encontraria o Senhor da alegria, a criança querida de OLÓDÙMARÈ, e que Ele poderia me dizer aonde eu encontraria a minha felicidade.

Fiz minha oferenda, coloquei minha roupa branca e comecei minha jornada.

Conheci ÈSÙ na encruzilhada, rodando com suas cabaças a balançar, e dando uma boa gargalhada.

Perguntei se ele sabia onde morava a felicidade, ÈSÙ então me mandou seguir pela estrada; pois lá eu encontraria o Senhor de todos os caminhos, ÈSÙ também me disse que ÒGÚN era ÀSÍWÁJÚ (aquele que vai à frente dos outros) e que Ele poderia me ajudar.
Fui seguindo a estrada, na beira da mata, e, no meio dela com suas duas espadas, apareceu o senhor do ferro ÒGÚN.

Ele disse-me que eu iria encontrar o que eu estava procurando, se eu seguisse pela mata fechada e procurasse por ÒSÓÒSÌ. o grande caçador.
Entrei na mata, e já estava quase desistindo de achar ÒSÓÒSÌ; de tanto que já havia caminhado, mas eis que apareceu um Faisão em minha frente.

Era, sem dúvidas, um belo animal.

O belo animal, então, transformou-se em um grande e forte homem negro.

Era ÒSÓÒSÌ; e Ele me pediu para entrar mais fundo na floresta, procurando por ÒSÓNYÌN, o senhor das EWÈ.

Achei ÒSÓNYÌN, e Ele me falou para ir procurar OBÀLÙWÀIYÉ o rei e senhor da terra árida no ILÉ IKÙ, e, Este por sua vez mandou-me procurar a Rainha dos Ventos no majestoso bambuzal que havia bem próximo donde eu estava.  .

Encontrei OYA, e Ela pediu-me para ir até a montanha mais alta daquela floresta, procurar porSÀNGÓ, seu marido o grande rei de OYO, que soltava fogo pela boca e eterno defensor da justiça.

Chegando à montanha,SÀNGÓ veio ao meu encontro e assim guiou-me até um maravilhoso rio com sua exuberante cachoeira, onde, segundo Ele, eu encontraria outros cinco ÒRÌSÀ que poderiam me ajudar.
Diante das águas cristalinas e doces, encontrei OBÀ no rio com seu escudo e sua espada, sempre protegendo o lado de seu rosto aonde falta uma das suas orelhas.

Encontrei também na cachoeira ÒSÚN, que é a mãe das águas doces com seus adornos de ouro, junto com seu filho o príncipe LÒGÚN ODE e ÓSÙMÀRÈ no céu.

Também, encontrei YEWÀ na beira da lagoa aonde o sol iluminava com seus rios todo o lugar.

Eles me pediram para ir procurar pela maior e mais velha árvore na floresta.

Lá fui eu novamente, entrando pela floresta, mas dessa vez à procura de ÌROKÓ.

Deparei-me, então, com a árvore mais frondosa de todas e moradia dos antepassados,

ÌROKÓ mandou-me ir para a praia, a procurar por YEMONJA.

Ele também me disse que, por mais cansada que eu estivesse minha jornada estava no fim.
Caminhei e caminhei, até chegar à beira do mar com suas areias brancas, as ondas estavam calmas e às vezes fortes em seu ir e vir para banhar a areia, quando vi a Mãe dos filhos peixes YEMONJA.

Ela pediu-me para que eu fosse até o pântano e procurar pela anciã que vestia roxo.

Fui até o pântano, aonde NÀNÁ veio me acolher, Ela então me disse para eu ir até o reino de IFÓN, que ficava depois dos campos brancos de ÒSOGIÁN.

Saí do pântano, e estava passando pelos campos de ÒSOGIÁN, quando Ele surgiu em minha frente.

Sua altivez e bravura assustaram-me, mas Ele me disse que não havia nada a temer, e que Ele me guiaria até eu chegar ao que eu estava procurando.
Junto com ÒSOGIÁN, fui até o reino de IFÒN.

Chegando ao portão daquele grande reino, ÒSOGIÁN me falou para que eu fosse até os jardins mais belos do reino, que eu seria guiado por ÌBEJÌ até o castelo de ÒSÀLÚFÓN.

Andando pelas ruas do reino e o que vi deixou-me encantada, pessoas vivendo com prosperidade, amor, saúde, harmonia e muita felicidade.
Chegando aos jardins do reino, dois meninos vieram me recepcionar.

Antes que eu pudesse desviar, um pedaço de bolo me atingiu bem no rosto.

Estes meninos ajudaram-me a limpar meu rosto, e, em seguida conduziram-me até o castelo de ÒRÌSÀNLÁ.
O velho Senhor ÒRÌSÀ Fun Fun, estava sentado em seu trono branco, rodeado por todos os ÒRÌSÀ pelos quais eu havia passado.
Vendo-os ali eu fiquei brava e disse:

“Se Todos já estão aqui, por que não me trouxeram direto para cá? Por que me fizeram andar tanto, me cansar de tanto procurar, se podiam trazer-me aqui rápido?”.
ÉSÙ de prontidão, me respondeu:
“Ora, e quem disse que sua vida seria fácil? Você acha que, só por sermos ÒRÌSÀ, podemos dar ou fazer tudo o que pedes facilmente para ti?”

E assim dizendo ÉSÙ soltou uma gargalhada.

– “Não fale assim com ela, LÉGÁRA, disse a bela OYA”.

-“Ela é apenas um Ser Humano”.

– “Todos eles desejam que muitas coisas aconteçam sem esforço ou merecimento, todos os seres humanos querem sempre ser mimados por Nós”.

Com a ajuda de seu OPASORO, ÒSÀLÚFÓN levantou-se e disse-me:
– “Você, minha filha, andou por todo o tipo de lugar; enfrentou o caminho de ÒGÚN, as matas de ODE e ÒSÓNYÍN a casa dos mortos de OBÀLUWÀIYÉ, os ventos de OYA, as altas montanhas de SÀNGÓ, a cachoeira de ÒSÚN e o rio de OBÁ, a chuva e o movimento do grande sábio ÓSÙMÀRÈ, foi até o reino de YEMONJA, aos pântanos de NÀNÁ, conversou com ÌROKÓ que pertence à hierarquia dos ÒRÌSÀ Fun Fun, tudo isso em busca da felicidade, Parabéns!”

Agora vou lhe mostrar aonde esta à felicidade que tanto deseja, aproxime-se, por favor.
Aproximei-me daquele senhor velho e franzino, vestido todo de branco, com seu ALÀADÉ de contas brancas reluzentes, e, decorado com vários ÌGBÍN.

Assim que me aproximei o suficiente, ÒSÀLÚFÓN ergueu seu OPASORO e disse-me:
– “A felicidade que você tanto procurou e quer esteve sempre contigo o tempo todo, minha filha”.

-“Ela esta dentro de você mesma, em seu ORÍ.”.

OBÀTÁLÁ apontando o seu OPASORO para o lado esquerdo de meu peito falou novamente: ”Aqui estou contigo, todos Nós estamos contigo, mas para isto aconteça precisamos de sua FÉ, RESPEITO, DEDICAÇÃO, COMPREENÇÃO, CARINHO E AMOR”

Kì OYA súre fun olorí ré.

Ìyá Angela ty OYA