CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESÚ ONILÉ - OS BONS PENSAMENTOS


ESÚ ONILÉ - OS BONS PENSAMENTOS

É muito triste para nós, que praticamos a Religião dos Òrìsà, ver a forma com que ela é tratada, com sinais pejorativos, nos meios religiosos e mais populares da imprensa. Uma grande maioria de pessoas nunca se preocupou em buscar informações adequadas quanto as Origens e Princípios desta Doutrina Religiosa para tecer suas opiniões.

Veja que refiro-me à Religião dos Òrìsà e não aos Cultos Afro-brasileiros que receberam o nome de Candomblé e Umbanda. Portanto, peço que não seja confundida pelo simples fato de possuir nomes parecidos, ou carregarem como estandarte o nome dos Òrìsà.

A Religião dos Òrìsà é Puramente Tradicional aos Costumes Religiosos do Povo Yorùbá, que vivem no Oeste Africano, em um território que compreende parte da República Federativa da Nigéria, República de Benin e Togo.


Há, na Religião dos Òrìsà, uma Filosofia de Vida Extremamente Pura, onde se busca conhecer, estudar, e utilizar as Forças e os Elementos da Natureza. Para vários Elementos, e Forças, da Natureza foram criados arquétipos humanos e transformados em Divindades, no intuito de buscar o auto conhecimento. Buscar o sentido de uma encarnação, de uma passagem pela vida terrena e também explicações para várias situações vividas.

Estudiosos e pesquisadores de origem Yorùbá, há aproximadamente 8.000 anos, vem analisando o comportamento humano, configurando os arquétipos da personalidade e caráter das Divindades, com base naquilo que vão presenciando e vivendo. Formaram uma configuração de 4096 lendas que recebem o nome de Odù, e que um Sacerdote, que deseja recebe o Título de Babaláwo deve conhecer profundamente, para poder dar diagnósticos dos acontecimentos vividos por aquele que tenha intenção de Consultá-los.


Sabem estes Estudiosos Sacerdotes Babaláwo que, a vida é cíclica, e os fatos estudados, e configurados nas lendas dos Odù, vão se repetir na Vida de outros. Cientes disso preparam-se, pelo estudo e conhecimentos das lendas e, quando consultados, sabem de antemão o que esta previsto nos acontecimentos futuros, em decorrência da situação para que eram consultados. Aconselham então as mudanças de atitudes necessárias para que os fatos desagradáveis das lendas não tornem a acontecer. Aconselham que sejam feitas oferendas para as Divindades, a fim de que, Elas, como Emissárias de Deus na Terra, propiciem os acontecimentos desejados, ou a reversão de um fato desagradável apontado pela lenda do Odù, que o ciclo faria acontecer novamente.


Esta é a maneira de utilização dos sistemas Oraculares, que recebem o nome de Ifá. Várias são as formas dos Oráculos de Ifá, mas a sistemática para obtenção do aconselhamento Divino é uma só. A que sintetizei anteriormente. Quem estuda as Tradições Religiosas Yorùbá irá encontrar uma semelhança muito grande, posso até dizer que, exagerada é essa semelhança, com os estudos esotéricos e holísticos que hoje revolucionam o Planeta, onde a Ciência comprova, e atesta, a Fé.


A opinião pública popular transformou várias Figuras e gerou controversas, opostas a Tradição Religiosa dos Òrìsà. Uma dessas figuras deturpadas é a da Divindade Èsù (Exú).


Èsù é a Divindade da Vida, do Movimento e da Ação. Primogênito da Criação, portanto é o primeiro ser Criado por Elédùmarè.


Elédùmarè é o Deus Único e Supremo. Onipotente, Onipresente e Onisciente. Na mitologia Yorùbá somente três Divindades são capazes de Suportar o Esplendor de Elédùmarè, são elas: Èsù, Òrúnmìlà (Divindade dos Oráculos Ifá) e Òséèturà. Nenhuma outra Divindade poderá estar "diretamente" diante, ou na presença, de Deus.


É Èsù quem forma a Santa Trindade Yorùbá, juntamente com Obàtálá e Odùduwà. Semelhantemente, o Cristianismo utilizou-se de uma Trindade parecida, onde citam: Pai, Filho e Espírito Santo.


A Trindade Yorùbá é composta pelas duas primeiras figuras criadas "de" Elédùmarè, ou seja, Obàtálá, o princípio masculino da Criação, e Odùduwà, o princípio feminino.

O terceiro elemento, como ser criado "por " Elédùmarè, é o Filho, Èsù, gerado de um montículo de barro, que Elédùmarè ficou fascinado pela beleza dele. Podemos então assemelhar a lenda da criação de Èsù, com a lenda da criação de Adão. Por este motivo, encontramos em Cuba, Èsù sincretizado com o Menino Jesus, pois em todas as lendas Èsù sempre é citado como um jovem adolescente, com todas as propriedades características de personalidade que essa faixa etária permite ter.

Assim, Èsù e Òséèturà são os Mensageiros de todas as outras Divindades, e é claro, são Eles que conduzem os pedidos dos Homens até Deus, e voltam com as "respostas". Também são os únicos que tem acesso livre do Òrun (o Além) para o Àiyé (O Mundo). Èsù leva o pedido, a solicitação, o desejo dos homens, e Òséèturà leva as oferendas, só formando esse par é que são aceitos na presença de Deus.


Notem que a concepção Religiosa da Divindade Èsù (Exú) está muito distante da concepção popular pejorativa formada, e divulgada, no Brasil. Com os conhecimentos que as Divindades Yorùbá são Forças e Elementos da Natureza, e não seres espirituais, e também cientes que o homem não gera somente seres humanos, de corpo físico, de carne e osso, os Sacerdotes Babaláwo observaram, por análise, que o homem também gera seres energéticos, que convivem a sua volta e coabitam suas residências. Muito semelhante ao que os esotéricos chamam, e denominam, por Egrégora.

Esse ser criado, a partir da Energia do Pensamento Humano, convive e mora nas residências dos homens. Para essa Egrégora, os Yorùbá dão o nome de Èsù Onílé. Ou seja, a tradução literal é Onílé = Dono da Casa. Portanto, Èsù Onílé é um ser energético criado a partir da Energia do Pensamento de Todas das Pessoas que habitam um lar. Èsù Onílé é merecedor de um Altar de Louvor, que recebe também o nome de Ojúbo, e é colocado o mais próximo da porta, ou passagem de entrada, das residências Yorùbá. Ali Ele recebe oferendas de comidas e rezas, no sentido de manter o equilíbrio, a paz, a harmonia, a saúde, a prosperidade, a fartura daquele lar. Porém, temos que notar: Èsù Onílé pode ser bom ou ruim, ágil ou estático, saudável ou doente, guerreiro ou pacífico, e assim sucessivamente, em decorrência da energia do "pensamento" das pessoas que habitam aquele lar, que o criaram, o desenvolvem, ou o mudam.

Èsù Onílé está sempre em desenvolvimento e mutação, é óbvio que, em decorrência dos atos e pensamentos dos que o mantém, por isso ele é um Èsù, pois Èsù é Vida, é Movimento, portanto é tudo o que pode acontecer naquele ambiente. Èsù Onílé não muda de residência ou habitação. Quando uma família se muda de residência, Èsù Onílé permanece onde foi criado, e aqueles que vierem a residir futuramente naquela casa, irão estar sobre a influência do Èsù Onílé que a antiga família, ou pessoas, formaram e configuraram. Desta forma, toda casa, toda construção civil tem um Èsù Onílé, seja ela uma construção residencial ou comercial.

Posso também aproximar Èsù Onílé das chamadas Larvas Espirituais, velhas conhecidas pelos adeptos das Doutrinas de Kardec. Larvas que, segundo essa Doutrina, se movimentam vivas, pelas paredes das residências. Quando Èsù Onílé é criado a partir de uma energia ruim, pesada, desagradável, pessimista, inerte, configura-se parecidíssimo com as larvas, que deprimem os habitantes de uma casa, seja ela comercial ou residencial. Posso afirmar com toda segurança que, um imóvel que possua um Èsù Onílé ruim, mal formado, nunca será um imóvel claro, por mais lâmpadas que se mantenham acesas. Será um imóvel "doente" energéticamente, merecedor de terapias e tratamentos apropriados. Muito trabalho e dedicação é necessário por todos que vivem em uma casa, para manter Èsù Onílé equilibrado. Pior é quando se vai viver em uma casa onde os antigos moradores geraram um Èsù Onílé sobre bases de energias ruins e pesadas. A transformação dele requer extrema dedicação e perseverança, muita força do pensamento, muito otimismo, muita Fé na reversão do quadro. Mas é plenamente possível a mudança de estado emocional do Onílé.


O que pretende mostrar a Religião dos Òrìsà, com essa apresentação ritualística toda, é que, um Lar, ou um ambiente de trabalho, harmonioso, saudável e próspero, é formado pelos bons pensamentos e atitudes das pessoas que convivem nele. Pessoas alegres, sorridentes, otimistas, saudáveis, religiosas irão viver o progresso, tanto espiritual quanto material, em um equilíbrio quase perfeito. Com esse objetivo, essa Cultura Religiosa faz louvores e oferendas à Deus, através daquilo que convencionou chamar por Èsù Onílé.

Este conhecimento, do Povo Yorùbá, faz parte da Filosofia da Religião dos Òrìsà e que se assemelha com muitos outros estudos esotéricos, ou também filosóficos de outras Religiões. Essa é outra Verdade Religiosa envolvendo uma Doutrina Singular, que é a Doutrina dos Òrìsà, e não a versão pejorativa, mais conhecida popularmente, imposta pelos que nunca nela se aprofundaram.




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

COMO ÈSÙ ODARA TORNOU-SE ÒSIJÈ-EBÓ


COMO ÈSÙ ODARA TORNOU-SE ÒSIJÈ-EBÓ

Essa história revela o nascimento do 17o.

Odù, como e de onde nasceu Òsetùwá, em decorrência, veremos a analise através de como Èsù Odara se tornou ÈSÙ ÒSIJÈ-EBÓ, o transportador e encarregado de encaminhar as oferendas entre a terra e o òrun.


Quem deveria consultar o porta-voz-principal-do-culto-de-Ifá; a nuvem esta pendurada por cima da terra...


Bábálàwó dos tempos imemoriais; Os "siris" estão no rio; a marca do dedo requer Yèréòsùn (pó sagrado de Ifá).


Estes foram os Bàbáláwo que jogaram Ifá para os quatrocentos Irúnmolè, senhores do lado direito, e jogaram Ifá para os duzentos malè, senhores do lado esquerdo.

E jogaram Ifá para Òsun, que tem uma coroa toda trabalhada de contas, no dia em que ele (Òsetùwá) veio a ser o décimo sétimo dos Irúnmolè que vieram ao mundo, quando Òlódumàrè enviou os òrìsà, os dezesseis, ao mundo, para que viessem criar e estabelecer a terra.


E vieram verdadeiramente nessa época.

As coisas que Òlódumàrè lhes ensinou nos espaços do òrun constituíram nos pilares de fundação que sustentam a terra para a existência de todos os seres humanos e de todos os ebora.

Òlódumàrè lhes ensinou que quando alcançassem a terra, deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a de Orò, o Igbó Orò.

Deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a a Eégún, o Igbó Eégún, que seria chamado Igbó Òpá.

Disse que deveriam abrir uma clareira na floresta consagrando-a a Odù Ifá, o Igbó Odù, onde iriam consultar o oráculo a respeito das pessoas.

Disse ele que deveriam abrir um caminho para os Òrìsà e chamar esse lugar de Igbó Òrìsà, floresta para adorar os òrìsà.

Òlódumàrè lhes ensinou a maneira como deveriam resolver os problemas de fundação (assentamento) e adoração dos ojóbo (lugares de adoração) e como fariam as oferendas para que não houvesse morte prematura, nem esterilidade, nem infecundidade, que não houvesse perda, nem vida paupérrima, não houvesse nada de tudo isso sobre a terra.

Para que as doenças sem razão não lhes sobrevivessem, que nenhuma maldição caísse sobre eles, que a destruição e a desgraça não se abatessem sobre eles.

Òlódumàrè ensinou aos dezesseis Òrìsà o que eles deveriam realizar para evitar todas as coisas.

Ele os delegou e enviou à terra, a fim de executarem tudo isso.

Quando vieram ao òde àiyé, a terra fundaram fielmente na floresta o lugar de adoração de Orò, o Igbó Orò.

Fundaram na floresta o lugar de adoração de Eégún.

Fundaram na floresta o lugar de adoração de Ifá que chamamos Igbódù.

Também abriram um caminho para os òrìsà, que chamamos Igbóòòsa.

Executaram todos esses programas visando a ordem.

Se alguém estava doente, ele ia consultar Ifá ao pé de Òrúnmìlá.

Se acontecia que Eégún poderia salvá-lo, dir-lho-iam.

Seria conduzido ao lugar de adoração na floresta de Eégún ao Igbó-Igbàlè, para que ele fizesse uma oferenda para Egúngún.

Talvez que um de seus ancestrais devesse ser invocado como Eégún, para que o adorasse, a fim de que esse Eégún o protegesse.

Se havia uma mulher estéril, Ifá seria consultado, a respeito dela, a fim de que Orúnmìlà pudesse indicar-lhe a decocção de Òsun, que ela deveria tomar.

Se havia alguém que estava levando uma vida de miséria, Orúnmìlà consultaria Ifá, a respeito dele.

Poderia ser que Orò estivesse associado à sua própria entidade criadora.

Orúnmìlà diria a essa pessoa que é a Orò que ela devia adorar.

E ela seria conduzida à floresta de Orò.

Eles seguiram essa prática durante muito tempo.

Enquanto realizavam as diversas oferendas, eles não chamavam Òsun.

Cada vez que iam a floresta de Eégún, ou à floresta de Orò, ou à floresta de Ifá, ou à floresta de Òòsà, a seu retorno, os animais que eles tinham abatido, fossem cabras, fossem carneiros, fossem ovelhas, fossem aves, entregavam-nos a Òsun para que ela os cozinhasse.

Preveniram-na que quando ela acabasse de preparar os alimentos, não devia comer nenhum pouco, porque deviam ser levados aos Malè, lá onde as oferendas são feitas.

Òsun começou a usar o poder das mães ancestrais - àse Iyá-mi - e a estender sobre tudo o que ela fazia esse poder de Iyá-mi-Àjé, que tornava tudo inútil.

 Se se predissesse a alguém que ele ou ela não fosse morrer, essa pessoa não deixava de morrer.

Se fosse proclamado que uma pessoa não sobreviveria, a pessoa sobreviveria.

Se se previsse que uma pessoa daria à luz um filho, a pessoa tornava-se estéril.

Um doente a quem se dissesse que ele ficaria curado não seria jamais aliviado de sua doença.

Essas coisas ultrapassavam seu entendimento, porque o poder de Olódumàre jamais tinha falhado.

Tudo que Olódumàre lhes havia ensinado eles o aplicava, mas nada dava resultado.

Que era preciso fazer?

Quando se congregaram numa reunião, Orúnmìlà sugeriu que, já que eles eram incapazes de compreender o que se estava passando por seus próprios conhecimentos, não havia outra solução senão consultar Ifá novamente.

Em consequência, Orúnmìlà trouxe seu instrumento adivinhatório, depois consultou Ifá.

Contemplou longamente a figura do Odù que apareceu e chamou esse Odù pelo nome de Òsetùwá.

Ele olhou em todos os sentidos.

A partir do resultado definitivo de sua leitura, Orúnmìlà transmitiu a resposta a todos os outros Odù-àgbà.

Estavam todos reunidos e concordaram que não havia outra solução para todos eles, os ÒRÌSÀS-IRÚNMÀLÈ, senão encontrar um homem sábio e instruído que pudesse ser enviado a Olódumàre, para que mandasse a solução do problema e o tipo de trabalho que devia ser feito para o restabelecimento da ordem, a fim de que as coisas voltassem a normalizar-se, e nada mais interferisse em seus trabalhos.

Ele, Orúnmìlà, deveria ir até a Olódumàrè.

Orúnmìlà ergueu-se.

Serviu-se de seus conhecimentos para utilizar a pimenta, serviu-se de sua sabedoria para tomar nozes de obi, despregou seu òdùn (tecido de ráfia) e o prendeu no seu ombro, puxou seu cajado do solo, um forte redemoinho o levou, e ele partiu até os vastos espaços do outro mundo para encontrar Olódumàrè.


Foi lá que Orúnmìlà reencontrou Èsù Òdàrà.

Èsù já estava com Olódumàrè.

Èsù fazia sua narração a Olódùmarè.

Explicava que aquilo que estava estragando o trabalho deles na terra era o fato de eles não terem convidado a pessoa que constitui a décima sétima entre eles.

Por essa razão, ela estragava tudo, Olódumàrè compreendeu.

Assim que Orúnmìlà chegou, apresentou seus agravos a Olódumàrè.

Então Olódumàrè lhe disse que deveria ir e chamar a décima sétima pessoa entre eles e levá-la a participar de todos os sacrifícios a serem oferecidos.

Porque, além disso, não havia nenhum outro conhecimento que Ele lhes pudesse ensinar senão as coisas que Ele já lhes havia dito.

Quando Orúnmìlà voltou à terra, reuniu todos os òrìsà e lhes transmitiu o resultado de sua viagem.

Chamaram Òsun e lhe disseram que ela deveria segui-los por todos os lugares onde deveriam oferecer sacrifícios.

Mesmo na floresta de Eégún.

Òsun recusou-se: ela jamais iria com eles.

Começaram a suplicar a Òsun e ficaram prostrados um longo tempo.

Todos começaram a homenageá-la e a reverenciá-la.

Òsun os maltratava e abusava deles.

Ela maltratava Òrìsànlá, maltratava Ògún, maltratava Orúnmìlà, maltratava Òsányín, maltratava Orànje, ela continuava a maltratar todo mundo.

Era o sétimo dia, quando Òsun se apaziguou.

Então eles disseram que viesse.

Ela replicou que jamais iria, disse, entretanto, que era possível fazer uma outra coisa já que todos estavam fartos dessa história.

Disse que se tratava da criança que levava no seu ventre.

Somente se eles soubessem como fazer para que ela desse à luz uma criança do sexo masculino, isso significaria que ela permitiria então que ele a substituísse e fosse com eles.

Se ela desse à luz uma criança do sexo feminino, podiam estar certos que esta questão não se apagaria em sua mente.

Ficariam aí, pedaços, pedaços, pedaços.

E eles deveriam saber com certeza que esta terra pereceria; deveriam criar uma nova.

Mas se ela desse a luz a um filho-homem, isso queria dizer que, evidentemente, o próprio Olórun os tinha ajudado.

Assim apelou-se para Òrìsànlá e para todos os outros òrìsà para saber o que deveriam fazer para que a criança fosse do sexo masculino.

Disseram que não havia outra solução a não ser que todos utilizassem o poder - àse - que Olódumàrè tinha dado a cada um deles; cada dia repetidamente deveriam vir, para que a criança nascesse do sexo masculino, Todos os dias iam colocar seu àse - seu poder - sobre a cabeça de Òsun, dizendo o que segue.

 "Você Òsun ! Homem ele deverá nascer, a criança que você traz em si!" Todos respondiam "assim seja", dizendo "TÓ!" acima de sua cabeça... Assim fizeram todos os dias, até que chegou o dia do parto de Òsun.

Ela lavou a criança.

Disseram que ela deveria permitir-lhes vê-la.

Ela respondeu "não antes de nove dias".

Quando chegou o nono dia, ela os convocou a todos.

Esse era o dia da cerimônia do nome, da qual se originaram todas as cerimônias de dar o nome.

Mostrou-lhes a criança, e a pôs nas mãos de Òrìsà.

Quando Òrìsànlá olhou atentamente a criança e viu que era um menino, gritou: "Músò"...! (hurra...!). Todos os outros repetiram "Músò"...!

Cada um carregou a criança, depois o abençoaram.

Disseram "somos gratos por esta criança ser um menino".

Disseram "que tipo de nome lhe daremos".

Òrìsà disse: "vocês todos sabem muito bem que cada dia abençoamos sua mãe com nosso poder para que ela pudesse dar à luz uma criança do sexo masculino, e essa criança deveria justamente chamar-se: 

 À-S-E-T-Ù-W-Á

(o poder trouxe ela a nós)"

Disseram: "acaso você não sabe que foi o poder do àse, que colocamos nela, que forçou essa criança a vir ao mundo, mesmo se antes ela não queria vir à terra sob a forma de uma criança do sexo masculino?

Foi nosso poder que a trouxe à terra". Eis por que chamaram a criança de ÀSETÙWÀ.

Quando chegou o tempo, Orúnmìlà consultou o oráculo Ifá acerca da criança, porque todos devem conhecer sua origem e destino, colheram o instrumento de Ifá para consultá-lo.

Eles o manipularam e o adoraram.

Era chegado o momento de consultar Ifá a respeito dele, para saberem qual era seu Odù, para que o pudessem iniciar no culto de Ifá.

Levaram-no à floresta de Ifá, que chamamos Igbódù, onde Ifá revelaria que Òsè e Òtùá eram seu Odù.

Este foi o resultado que ele deu a respeito da criança.

Orúnmìlà disse: "a criança que Òsè e Òtùá fizeram nascer, que antes chamamos de Àsetùwá", disse, "chamemo-la de Òsètùá".

Foi por isso que chamaram a criança com o nome do Odù de Ifá que lhe deu nascimento, Òsètùá.

Àsetùá era o nome que ele trazia anteriormente.

Assim, a criança participou do grupo dos outros Odù, ao ponto de ir com eles a todos os lugares onde se faziam oferendas na terra.

Foi assim que todas as coisas que Olódùmàrè lhes tinha ensinado deixaram de ser corrompidas.

Cada vez que proclamavam que as pessoas não morreriam, elas realmente sobreviviam e não morriam.

Se diziam que as pessoas seriam ricas, elas tornavam-se realmente ricas.

Se diziam que a mulher estéril conceberia, ela realmente dava à luz.

A própria Òsun deu a essa criança um nome nesse dia.

Disse ela: "Osó a gerou (significando que a criança era filho do poder mágico), porque ela mesma era uma ajé e a criança que ela gerou é um filho homem.

Disse ela: "Akin Osò",
(Akin Osò: poderoso mago; homem bravo dotado de um grande poder sobrenatural) eis o que a criança será!


É por isso que eles chamaram Òsetùá de Akin Osò, entre todos os Odù Ifá e entre os dezesseis òrìsà mais anciãos.

Depois eles disseram que em qualquer lugar onde os maiores se reunissem, seria compulsório que a criança fosse um deles.

Se não pudessem encontrar o décimo sétimo membro, não poderiam chegar a nenhuma decisão, e se dessem um conselho, não poderiam ratifica-lo.

Finalmente, aconteceu! Sobreveio uma seca na terra.

Tudo estava seco!

Não havia nem orvalho!

Fazia três anos que tinha chovido pela última vez.

O mundo entrou em decadência.

Foi então que eles voltaram a consultar Ifá, Ifà àjàlàiyé. (aquele que administra a terra)


Quando Orúnmìlà consultou Ifá àjàlàiyé, disse que deveriam fazer uma oferenda, um sacrifício, e preparar a oferenda de maneira que chegasse a Olódùmàrè, para que Olódùmàrè pudesse ter piedade da terra, e assim não virasse as costas à terra e se ocupasse dela para eles.

Porque Olódùmàrè não se ocupava mais da terra.

Se isso continuasse, a destruição era inevitável, era iminente. Somente se pudessem fazer a oferenda, Olódumàrè teria sempre misericórdia deles.

Ele se lembraria deles e zelaria pelo mundo.

Foi assim que prepararam a oferenda.

Eles colocaram, uma cabra, uma ovelha, um cachorro e uma galinha, um pombo, uma preá, um peixe, um ser humano e um touro selvagem, um pássaro da floresta, um pássaro da savana, um animal doméstico.

Todas essas oferendas, e ainda dezesseis pequenas quartinhas cheias de azeite de dendê que eles juntaram nesse dia.

E ovos de galinha, e dezesseis pedaços de pano branco puro.

Prepararam as oferendas apropriadas usando folhas de Ifá, que toda oferenda deve conter.

Fizeram um grande carrego com todas as coisas.

Disseram então, que o próprio Èjì-Ogbè deveria levar essa oferenda a Olódumàrè.

Ele levou a oferenda até as portas do òrun, mas não, lhe foram abertas.

Èjì-Ogbè voltou à terra.

No segundo dia Òyèkú-Méji a carregou, ele voltou.

Não lhe abriram as portas.

Ìwòrí-Méji levou a oferenda, assim fizeram Òdi-Méji; Ìrosùn-Méji; Òwórin-Méji; Òbàrà-Méji; Òkànràn-Méji; Ogúndá-Méji; Òsá-Méji; Ìká-Méji; Òtúrúpòn-Méji; Òtúá-Méji; Ìrètè-Méji; Òsè-Méji; Òfún-Méji.




Mas não puderam passar Olórun não abria as portas.

Assim decidiram que o décimo sétimo entre eles deveria ir e experimentar o seu poder, antes que tivessem que reconhecer que não tinham mais nenhum poder.

Foi assim que Òsetùá foi visitar certos Babaláwo, para que eles consultassem o oráculo para ele.

Esses Babaláwo traziam os nomes de Vendedor-de-azeite-de-dendê e Comprador-de-azeite-de-dendê.

Ambos esfregaram seus dedos com pedaços de cabaça.

Jogaram Ifá para Akin Osò, o filho de Enìnàre (aquela que foi colocada na senda do bem) no dia em que ele conseguiu levar a oferenda ao poderoso òrun.

Disseram que ele deveria fazer uma oferenda; disseram, quando ele acabasse de fazer a oferenda, disseram, no lugar a respeito do qual ele estava consultando Ifá, disseram, ali, ele seria coberto de honras, disseram, sucederá que a posição que ele ali alcançasse, disseram, essa posição seria para sempre e não desapareceria jamais.

Disseram, as honras que ele ali receberia, disseram, o respeito, seriam intermináveis. Disseram: "Você verá uma anciã no seu caminho", disseram, "faça-lhe o bem".

Assim, quando Òsetùá acabou de preparar a oferenda, seis pombos, seis galinhas com seis centavos e quando estava em seu caminho, ele encontrou uma anciã.

Ele carregava a oferenda no caminho que levaria a Èsù, quando encontrou essa anciã na sua rota.

Essa anciã era da época em que a existência se originou.

Disse: "Akin Osò! à casa de quem vai você hoje ?" Disse: "eu ouvi rumores a respeito de todos vocês na casa de Olófin, que os dezesseis Odù mais idosos levaram uma oferenda ao poderoso òrun sem sucesso".


Disse: "assim seja".


Disse: "é sua vez hoje?''


Disse: "é minha vez".


Disse: "tomou alimentos hoje?"


Respondeu ele: "eu tomei alimentos".


Disse ela "quando você chegar a seu sitio, diga-lhes que você não irá hoje".


Disse ela: "Esses seis centavos que você me deu", Disse: "há três dias não tinha dinheiro para comprar comida"


Disse: "diga-lhes que você não ira hoje".


Disse: "quando chegar amanhã, você não deve comer, você não deve beber antes de chegar ali".


Disse: "você deve levar a oferenda". Disse: "todos esses que ali foram, comeram da comida da terra, essa é a razão por que Olórun não lhes abriu a porta!"


Quando Òsetùá voltou a casa de Oba Àjàlàiyè, todos os Odù Ifá estavam reunidos lá.

Disseram: "você deve estar pronto agora, é sua vez hoje de levar a oferenda ao òrun, talvez a porta seja aberta para você!"

Disse ele que estaria pronto no dia seguinte, porque não tinha sido avisado na véspera.

Quando chegou o dia seguinte, Òsetùá, foi encontrar Èsù e lhe perguntou o que deveria fazer.

Èsù respondeu: "Como! Jamais pensei que você viria me avisar antes de partir".

Disse ele: "isso vai acabar hoje, eles lhe abrirão a porta !" Perguntou ele: "Tomou algum alimento?" Òsetùá lhe respondeu que uma anciã lhe tinha dito na véspera que ele não devia comer absolutamente nada.

Então Òsetùá e Èsù puseram-se a caminho. Partiram em direção aos portões do òrun.

Quando chegaram lá, as portas já se encontravam abertas, encontraram as portas abertas.

Quando levaram a oferenda a Olódùmarè e Ele examinou.

Olòdumarè disse: "Haaa! Você viu qual foi o último dia que choveu na terra?! Eu me pergunto se o mundo não foi completamente destruído.

Que pode ser encontrado lá?" Òsetùá não podia abrir a boca para dizer qualquer coisa.

 Olódùmarè lhe deu alguns "feixes" de chuva.

Reuniu, como outrora, as coisas de valor do òrun, todas as coisas necessárias para a sobrevivência do mundo, e deu-lhas.

Disse que ele, Òsetùá, deveria retornar.

Quando deixaram a morada de Olódumarè, eis que Òsetùá perdeu um dos "feixes" de chuva. Então a chuva começou a cair sobre a terra.

Choveu, choveu, choveu, choveu... Quando Òsetùá voltou ao mundo, em primeiro lugar foi ver Quiabo.

Quiabo tinha produzido vinte sementes.

Quiabo que não tinha nem duas folhas, um outro não tinha mesmo nenhuma folha em seus ramos. Voltou-se em direção à casa do Quiabo escarlate, Ilá Ìròkò tinha produzido trinta sementes.

Quando chegou a casa de Yáyáá, esse havia produzido cinquenta sementes.

Foi então até à casa da palmeira de folhas exuberantes, que se encontrava na margem do rio Awónrin Mogún.

A palmeira tinha dado nascimento a dezesseis rebentos.

Depois que a palmeira deu nascimento a dezesseis rebentos ele voltou à casa de Oba Àjàlàiyé.

Àse se expandia e se estendia sobre a terra.

Sêmen convertia-se em filhos, homens em seu leito de sofrimento se levantavam, e todo o mundo tornou-se aprazível, tornou-se poderoso.

As novas colheitas eram trazidas dos plantios. O inhame brotava, o milho amadurecia, a chuva continuava a cair, todos os rios transbordavam, todo mundo era feliz.

Quando Òsetùá chegou, carregaram-no para montar num cavalo (signo de realeza: só os mais poderosos podem-se permitir a criar ou montar cavalos em País Yorùbá).

Estavam mesmo a ponto de levantar o cavalo do chão para mostrar até que ponto as pessoas estavam ricas e felizes.

Estavam de tal forma contentes com ele, que o cobriram de presentes, os que estavam em sua direita os que estavam em sua esquerda.

Começaram a saudar Òsetùá: "Você é o único que conseguiu levar a oferenda ao òrun, a oferenda que você levou ao outro mundo era poderosa!

Disseram, "sem hesitação, rápido, aceite meu dinheiro e ajude-me a transportar minha oferenda ao òrun! Òsetùá! Aceite rápido! Òsetùá aceite minha oferenda!" Todos os presentes que Òsetùá recebeu, os deu todos a Èsù Òdàrà.

Quando os deu a Èsù, Èsù disse: "Como!" Há tanto tempo ele entregava os sacrifícios, e não houve ninguém para retribuir-lhe a gentileza.

"Você Òsetùá! Todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a terra, se não os entregarem primeiro a você, para que você possa trazer a mim, farei que as oferendas não sejam mais aceitáveis".


Eis a razão pela qual sempre que os Babaláwo fazem sacrifícios, qualquer que seja o Odù Ifá que apareça e qualquer que seja a questão, devem invocar Òsetùá para que envie as oferendas a Èsù.

Porque é só de sua mão que Èsù aceitará as oferendas para levá-las ao òrun.


Porque quando Èsù mesmo recebia os sacrifícios das pessoas da terra e os entregava no lugar onde as oferendas são aceitas, eles não demonstravam nenhum reconhecimento pelo que ele fazia por todos até o dia em que Òsetùá teve de carregar o sacrifício e Èsù foi abrir o caminho apropriado para o òrun, para alcançar a morada de Olódumàrè.

Quando se abriram as portas para ele.

A qualidade de gentileza que Èsù recebeu de Òsetùá era realmente muito valiosa para ele (Èsù).

Então ele e Òsetùá decidiram combinar um acordo pelo qual todas as oferendas que deveriam ser feitas deveriam ser-lhe enviadas por intermédio de Òsetùá.

Foi assim que Òsetùá converteu-se no entregador de oferendas para Èsù.

Èsù Òdàrà, foi assim que ele se converteu em O portador de oferendas para Olódumàrè, Èsù Òsijé-Ebó, no poderoso òrun. É assim como este Itan (verso) Ifá explica, a respeito de ÈSÙ E ÒSETÙÁ.



OXETUA OU OXETURA SÃO NOMES DO ODU QUE RESULTA DO ENCONTRO DE OXE COM OTURA.


OS NIGERIANOS COSTUMAM GRAFAR OSETÙÚÁ, OSÈTÙWÁ OU OSETURA, O SIGNIFICADO É O MESMO.


O INCORRETO É CONSIDERAR-SE ESTE ODU, O DÉCIMO SÉTIMO ODU DE IFÁ E PRIMEIRO OMÓ ODU DE UMA SÉRIE DE 240, OU COMO UMA "QUALIDADE" DE EXU.


EMBORA SEJA O CAMINHO ATRAVÉS DO QUAL EXU RECEBE E CONDUZ AS OFERENDAS E EBÓS.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ÀDÚRÀ ÒRÚNMÌLÀ PARA QUALQUER SITUAÇÃO CONCEDIDO POR EXÚ ODARÁ

Exú Odará




O ÀDÚRÀ usado aqui foi tirado do sexto ODÙ de IFÁ que se chama ODÙ OWONRIN MEJI.

Este ÀDÚRÀ (prece) é para qualquer pessoa, empresa, cidade ou país que esteja sentindo falta de algo importante em seu processo de vida.

O algo que falta pode ser lucro financeiro, emprego, amor de homem ou de mulher, liderança.

Este ÀDÚRÀ é muito importante porque foi feito quando o próprio ÒRÚNMÌLÀ estava sentido falta de muitas coisas importantes na vida dele e este vazio o deixava deprimido, até que sua saúde ficou abalada e a morte estava por perto.

Aí então que ÒRÚNMÌLÀ fez este ÀDÚRÀ para resolver o seu problema:


ÒRÚNMÌLÀ BARA AGBONMIREGUN OKURIN KEKERE OKE IGETI ENTI O GBE AIYE TI O RI IPONJU TI O SI LO SI OKE AGBARANSALA LATI WE GBOGBO IPONJU RE NU ÒRÚNMÌLÀ NI AJE NI O PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WO ILEWA ÒRÚNMÌLÀ NI AYA NI O PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU AYA RERE ÒRÚNMÌLÀ NI OMO NI PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU OMO ALAFIA ÒRÚNMÌLÀ NI AI ROJU AI RAYE LO PON ILU LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI ASI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU ITURA ATI IFE SI ARIN ILU ÒRÚNMÌLÀ NI AI NI ORUNGBOGBO NO PON NI LOJU ÒRUNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WO LE WA PELU EKUN OHUN GBOGBO ÒRÚNMÌLÀ NI AISA ATI ARUN NI BANI JA ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI LEKUN KI OLOJU RERE WO LE WA PELU ALAFIA BABA ORO ÒRÚNMÌLÀ NI IJU NI KAN LEKUN ENI ÒRÚNMÌLÀ NI EWE DIDIMONISAAYUN NI YO DI IKU NA EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI ARUN NA NI YIO DI OFO, EGBA ESE NA EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI GBOGBO AJOGUN NA ÒRÚNMÌLÀ BARA, AGBONGIREGUN NI YIO GBE OHUN RERE KO NI ÀSÉ ÀSÉ




ÒRÚNMÌLÀ o dono de todas as sabedorias O pequeno homem da cidade de OKE IGETI Aquele que viveu na terra e passou por muitas dificuldades Aí foi para a montanha de AGBARANSALA

Para se limpar de todas as sua necessidades ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de lucros que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva da bondade possa entrar ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de uma esposa que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com uma boa esposa ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de um filho que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com um filho saudável ÒRÚNMÌLÀ diz que se é tumulto ou desordem que perturba a cidade ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com paz e amor na cidade ÒRÚNMÌLÀ diz que se estamos sentindo a falta de tudo ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com todas as bondades da vida ÒRÚNMÌLÀ diz que se é doença e epidemias que nos perturba, ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas

Para que a dona da chuva de bondade possa entrar com saúde. 

O pai de todas as riquezas ÒRÚNMÌLÀ diz que se é a morte que bate na nossa porta ÒRÚNMÌLÀ diz que é a folha de DIDIMONISAAYUN

Que vai ajudar a evitar a morte, A folha de DIDIMONISAAYUN Que vai ajudar a evitar todos os males, Que vai evitar todos os prejuízos, epidemias e acidentes na vida.

A folha de DIDIMONISAAYUN

Que vai evitar as ações negativas em nossas vidas.

ÒRÚNMÌLÀ o dono de todas das sabedorias, Que vai levar até nós todas as bondades da vida.


TODAS AS VEZES QUE DESEJARMOS ALGO A MAIS EM NOSSAS VIDAS PODEMOS SEMPRE USAR ESSA PRECE.

COMPRENDENDO AS DETERMINAÇÕES ORACULARES


Existe uma distância enorme que separa a postura do homem religioso da postura do homem racional.


O religioso é aquele que busca a compreensão de tudo o que diz respeito aos dogmas, procedimentos ritualísticos, liturgias e filosofia de sua religião, o que o diferencia também do fanático, que aceita qualquer coisa sem compreender e sem contestar.


O homem racional não busca a compreensão e sim o resultado. Para ele a religião, seja qual for, é uma butique de milagres onde os resultados pretendidos devem ser obtidos e, invariavelmente, em curto prazo.


O que não pode ser provado em laboratório, o que não lhe trouxer um resultado prático e positivo é, para o racional, considerado obsoleto e, como tal, jogado na cestinha das bobagens sem utilidade. O homem racional é, em essência, um cético e ateu, por conta de nunca haver-se provado a existência de Deus “in vitro”.


Creio que esta introdução pode servir para responder, em parte, aos diversos questionamentos da maioria das pessoas, e, claro, a alguns de nossos amigos que a este lêem.


De forma mais objetiva, já que tratamos com pessoas confessadamente pragmáticas, ou seja, que considera o valor prático como critério da verdade, eu diria que quando se tira um Odu regente, o que se pretende na verdade é buscar, em Orunmilá, os aconselhamentos e orientações para que se possa proceder de forma a assegurar que tudo transcorra bem a partir da execução de determinados procedimentos, sejam eles religiosos ou posturais.


Somente as pessoas crentes no poder de Orunmilá podem aceitar as orientações daí decorrentes e, segundo as mesmas, participar dos ritos, observar as interdições, seguir os aconselhamentos e oferecer os sacrifícios propiciatórios e defensivos determinados.


Não sendo assim, de nada adianta “sacar-se” um Odu para saber dessas orientações, e não segui-las, ou obedecê-las, e assim NÃO se beneficiar das orientações por ele trazidas.


Temos o grave defeito (humano, congênito, cultural e Geográfico), de culparmos aos Orisá, pela não realização de nossos anseios.


Costumo dizer que Orisá lê a mente e o coração de todos nós, e o que a boca fala, às vezes, não é o que o coração e a mente executam. E daí provém a não execução de alguns desejos nossos.


Ou a demora da realização dos mesmos.


Ou o atendimento, mas não da forma que desejaríamos.


Devemos ter a consciência de que estamos aqui na Terra para aprender, para evoluir, para recebermos as benesses de Orisá, mas não de graça. Temos um dever, mas sempre queremos apenas os direitos.


E quase sempre relutamos em executar os deveres conforme as determinações de Orunmilá.


Temos a pretensão de achar que sabemos mais que Orunmilá, que Orisá, e constantemente “botamos queda de braço” com Eles.


Ledo engano...


Na grande maioria das vezes fazemos o que queremos e também constantemente contra as determinações do Oráculo.


Achamos que os sacerdotes, por serem humanos como nós, nada sabem.


Achamos que as impressões, por ele apresentadas, são de sua autoria.


O que normalmente não é.


E aí...pagamos caro...e normalmente com dor, pela nossa descrença.


E mesmo assim, relutamos em crer em nosso sacerdote, em suas determinações fornecidas por Esú.


E culpamos aos Orisá, por tantas coisas, que chega a ser ridículo as colocações.


Mas tudo devido a nossa incompetência, a nossa negligência, a nossa falta de confiança e na falta de FÉ.


Mas, como homem estudioso de minha Religião, um Sacerdote que busca constantemente uma melhor evolução religiosa, cultural e litúrgica, crente na sabedoria de Orunmilá, creio que as orientações que Ele me fornece para minha proteção e das pessoas pertencentes ao meu Egbe, através do Odu, funcionam, como tem funcionado até hoje de forma muitíssimo satisfatória, para aqueles que seguem essas determinações, e que têm em Orunmilá, e em Esu, como seus orientadores e mentores espirituais.


E reafirmo aos que lêm a este, que busquem dentro de si mesmos as respostas, baseadas nos ensinamentos de Ifá.


Busquem aprimorar-se como seres humanos, como pessoas que estão em busca não só de bem estar material, mas sim na busca de IWÁ (caráter).


Que assumam seus compromissos assumidos diante de Ifá, e de Esu, e cumpram-nos, para obterem assim as tão desejadas benesses materiais.


Não adianta querer, e não fazer.


Não adianta falar para o Mundo, e não sentir dentro de si mesmo.


Não adianta teimar, e não seguir as determinações.

Não adianta receber, e depois descumprir o assumido.


Não adianta... pois ninguém engana a Esu !!!




QUANDO SE DAR E QUANDO RECEBER


Um sábio passeava pelo mercado quando um homem se aproximou.


Sei que és um grande mestre – disse.


Hoje de manhã, meu filho me pediu dinheiro para comprar algo que custa caro; devo ajudá-lo?


Se essa não é uma situação de emergência, aguarde mais uma semana antes de atender o seu filho.


Mas se tenho condições de ajudá-lo agora; que diferença fará esperar uma semana?


Uma diferença muito grande – respondeu o sábio.


– A minha experiência mostra que as pessoas só dão o real valor a algo quando têm a oportunidade de duvidar se irão ou não conseguir o que desejam.


Moral da história:
A vida freqüentemente nos ensina este ponto. Por isso é que muitas vezes as nossas orações demoram um pouco para serem atendidas.

A Lenda do Obi



OLODUMARE chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens. OBI é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkisse.

A noz de cola, OBI, é o símbolo da oração no céu.

É um alimento básico, e toda vez que é oferecido seu consumo é sempre precedido por preces.

Foi ORUNMILA quem revelou como a noz de cola foi criada. Quando OLODUMARE descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação...



Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo. Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio.

Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodumare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.

Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

Pós isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão. Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou.

No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.


Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos. Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.

Aiye pegou-as e as levou para Olodumare, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.

Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.

No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.

Foram então até Olodumare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.


Quando ninguém sabia o que fazer, ELENINI, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.

Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela.


Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.

Depois, ela começou a comer as nozes cruas.

Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.

Após isso, ela levou as frutas para Olodumare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.


Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodumare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.


Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodumare e tinha duas peças. Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente.

A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.

A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.

A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.

A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.

A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.

Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.







segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Exu não pode?

Exu não pode?

Por Stela Guedes Caputo

15.03.11

Recentemente um jornal carioca destacou o caso da professora proibida de usar o livro “Lendas de Exu” em uma escola municipal.

A professora é Umbandista e a diretora da escola é evangélica.

É cada vez mais comum que professores e alunos de Candomblé ou Umbanda sejam discriminados nas escolas.

A pergunta é: por que Jesus pode estar em um livro para o ensino religioso católico, destinado à rede pública, e Exu não pode? Exu não entra na escola porque este país é racista, e o racismo está presente na escola.

Acredito também que estamos atravessando uma fase de avanço conservador na educação pública.

A manutenção da oferta do ensino religioso na Constituição de 88, a aprovação deste como confessional no Rio, os livros didáticos católicos, a concordata Brasil-Vaticano, são vitórias silenciosas que ampliam e legitimam as circunstâncias necessárias para discriminações como essa.



A mãe-de-santo Beata de Yemanjá diz: “Pensam que o Brasil é uma coisa só e nos discriminam. Isso é racismo.

” Quando uma escola proíbe um livro de lendas africanas, ela discrimina Culturas Afrodescendentes.

Exu é negro. Um poderoso e imenso Orixá negro.

É o orixá mais próximo dos seres humanos porque representa a vontade, o desejo, a sexualidade e a dúvida.

Por que estes sentimentos não são bem- vindos na escola?

Porque a igreja católica tratou de associá-lo ao Diabo e muitas escolas incorporam essa lógica conservadora, moralista e racista.


Positivo foi que muitos professores e professoras criticaram o ocorrido, o que mostra que também a escola não é “uma coisa só”.

É nas suas tensões cotidianas que devemos lutar contra o racismo.

As culturas com suas religiões fazem parte da História da África.

Como é que vai ser? Pais e professores arrancarão as páginas desses livros?
Ou eles já serão confeccionados mutilados pelo racimo?

Respondo com a saudação ao Orixá excluído da escola: Laro Oye Exu!

Para que ele traga mais confusão e com ela, o movimento, a comunicação, a transformação onde reina.




Fonte: Stela Guedes Caputo - professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).



Religiões Afro integrarão Conselho Estadual de Direitos Humanos

A YALORIXÁ
 STELLA DE OXOCE


Religiões Afro integrarão Conselho Estadual de Direitos Humanos

19.08.11

Bahia - A representação das Religiões de Matrizes Africanas está garantida na composição do Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos.

A informação é do deputado estadual Bira Corôa (PT), presidente da Comissão de Promoção da Igualdade do Legislativo baiano, que havia solicitado ao Governo do Estado a alteração da Lei (nº 12.054), aprovada em janeiro desse ano, para incluir o segmento no órgão consultivo.

“Recebemos a resposta positiva da Casa Civil à nossa Indicação e o Governo da Bahia está tomando providências para contemplar as Religiões de Matrizes Africanas enquanto representatividade no Conselho, assim como as demais que já integram o texto”, diz Bira Corôa, que recebeu ofício da secretária da Casa Civil, Eva Chiavon, na semana passada.



O parlamentar explica que, como o Conselho foi criado por lei, ele só pode ser modificado com a publicação de outra lei.

O conselho integra a Secretaria estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, comporta representações do Estado e de diversos segmentos sociais, e tem por finalidade promover e defender os direitos fundamentais da pessoa humana, zelando pela aplicação das normas que os asseguram e indicando ações para evitar lesões a esses direitos.

“Essa inclusão é fundamental para reforçar a importância histórica e cultural das religiosidades negras, dos babalorixás e ialorixás, os quais são considerados guardiões e guardiãs da memória de povos africanos escravizados no Brasil”, comemora o deputado.






Fonte: Núcleo de Noticias



Debate Crimes de Racismo ou Injúria, 2º Debate dia 31 de agosto às 17 hs em SP

XIII Caminhada Azoany, Dias 11, 16 e 27 de agosto em Salvador (BA)

Águas de São Paulo comemora cinco anos em 2011

Evento tem novo site e promove maior interatividade com a comunidade

15.08.11

O evento As Águas de São Paulo, idealizado pela Iyálorisà Edelzuita ty Osogiyan do Gantóis para expandir a importância do “Dia Nacional de Tradições de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, Umbanda e seus Segmentos” (30/9) através da Lei Municipal n° 14.342/07 - iniciativa do Vereador Wadih Mutran (PP), teve sua primeira edição em 2007 e já entrou para o calendário oficial da capital paulista (ao lado, imagem do evento em 2009).

Neste ano, o evento comemora sua 5ª edição com um novo site (www.aguasdesaopaulo.com.br) e maior interatividade por meio de redes sociais.


“A edição de 2011 está sendo preparada por uma diretoria remodelada, com conceitos mais modernos, mas sempre íntegra e com os valores exigidos pela nossa Iyá Edelzuita”, conta o Babalorisá Beto de Logun, presidente d’As Águas de São Paulo.

O objetivo do evento é disseminar as tradições africanas em São Paulo por meio de um cortejo religioso comemorativo, que reúne todos os anos mais de mil pessoas no Vale do Anhangabaú, região central da capital paulista.

Também é realizada a lavagem da estátua da Mãe Preta, construída no Largo do Paissandu, a fim de representar a luta contra a intolerância religiosa sofrida pelos praticantes e adeptos dos cultos afros.


“As Águas de São Paulo, além de ser uma forma de disseminar as tradições africanas, é uma manifestação cultural de valor incontestável. Neste ano, o evento ganha ainda mais importância por ser o Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, explica o Baba Beto de Logun.

Neste ano, a festa também aposta na maior interatividade com as pessoas a partir da criação de um perfil nas redes sociais Facebook (www.facebook.com/aguasdesp), Orkut e Twitter (@aguasdesp).

“Convidamos a todos, mesmo os que moram em outras cidades, a se unirem conosco nesse objetivo, que é difundir a rica cultura trazida pelos africanos ao nosso País”, declara o Babalorisá.


O ato público de 2011 está marcado para o dia 25 de setembro e a programação será anunciada em breve.

No dia 14 de setembro, a Câmara Municipal de São Paulo promoverá um ato solene com a diretoria d’As Águas de São Paulo, com homenagens e coquetel comemorativo.


Fonte: Imprensa – As Águas de São Paulo / Tathiane Cavalcante