CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A ORIGEM DO SINCRETISMO


Podem acreditar que, não existe nada que eu tenha lido ou ouvido que remeta a ligação de òrìṣà (orixá) como sendo um elemento da natureza. 

Vou me explicar adiante, mas, na minha opinião isso se trata apenas de sincretismo mal feito com as tradições pagans da Europa em geral, incluindo a  Grécia onde o panteão dos deuses dessas tradições era associado com comportamente, especialidades e elementos.

Estas religiões politeístas tinham uma característica comum que era a de dedicar cada um dos seus deuses a uma especialidade. Isto era necessário porque os deuses representavam o mundo que viviam e, como nas tradições politeístas, não existe uma divindade maior que originou tudo, cada divindade ou deus tinha que ser responsável por um aspecto do universo. Assim a unidade era na verdade formada pelo conjunto de todos.

O poder era dividido e não havia preponderância de uma divindade sobre a outra, como na natureza, uma coisa poderia fazer ou desfazer o que outra fez e o homem devia prestar algum tributo a todas se quizesse ter paz. Este é o modo da natureza, as forças se equilibram pela harmonia ou pelo conflito. Claro que a existência de cada deus estava associado a necessidade de alguém controlar alguma coisa e por isso a necessidade de muitos deuses. O sentido da palavra panteão, que é usado incorretamente para a religião Yoruba, é este, esta vasto conjunto de deuses controladores da ordem.

Para tornar as coisas mais complicadas, a igreja católica criou uma denominação genérica e sem nenhum significado real, de PAGAN, para qualquer outra religião que não fosse Abraamica, ou seja, que tivesse origem em Abraão o patriarca que gerou as correntes do Judaismo, cristianismo e islamismo. Estas 3 religiões competem pela posse do mesmo deus e tem a mesma origem. Os Judeus não reconhecem mais ninguém, afinal eles é que são os escolhidos. Os cristão que nasceram judeus, reconhecem uma das partes do judaismo que é o antigo testamento e por fim, os mulçumanos, os mais recentes, século VII, reconhecem tudo das anteriores, inclusive Jesus, mas não a trindade católica.

Dessa maneira ao longos dos últimos séculos, eles tem se matado, sempre em nome do mesmo deus sanguinolento, Jeová.

Para os Cristão, que dominaram o mundo à força da espada, aliás como também o fizeram os judeus no seu tempo, o que não era católico era Pagão. Eles só não tiveram coragem de chamar os Judeus de Pagãos, mas criaram o termo herético, para aqueles que divergissem da interpretação teológica oficial de Roma... Assim, pagão, não tem significado religioso, significa tudo o que não e católico.

Os abraamicos consideram o seu deus, Jeová, o único e defenestram qualquer outro tipo de manifestação religiosa. A partir do século XV a igreja católica baniu toda as praticas que mostrassem similaridades com simpatias, encantamentos e feitiços. A igreja medieval era totalmente esotérica, mas para se afastar disso eles baniram completamente essas
práticas, de modo a poderem a partir do século XV dominar os seus fiéis através do temor ao mal, ao diabo e a perseguição ao pecado. Estudiosos do aspecto do Mal na religião correlacionam o surgimento da força do diabo com a necessidade de um controle mais rigoroso da sociedade pela forma política, uma vez que, esse temor (ao diabo) e domínio (o pecado), não existiam anteriormente. Igualmente isso coincidiu com os papas-generais, guerreiros que literalmente com a espada na mão construíram a Igreja que conhecemos hoje.

O próprio celibato, que não havia, dizem, foi devido a igreja passar a ter posses. Eles não queriam se envolver em disputas judiciais com esposas de padres, bispos e papas. Enfim, a força da reforma, de Lutero e Calvino, obrigou a igreja a mudar sua posição e adotar políticas mais ativas e restritivas ao seu clero.

No centro de todo este conflito ficaram as religiões de fato politeístas que tinham uma interpretação diferente da divindade e dos seus poderes. As correntes celtas e bruxaria tradicional viam a terra como centro de tudo. Assim a natureza era o sagrado e seus poderes eram invocados através de nomes que os traduziam.

Os politeísmos clássicos não tinham a idéia de uma divindade superior. O poder era compartilhado e uma coisa influenciava a outra. A vida era mais simples e mais lúdica. esse mesmo tipo de religião ocorria em Roma e também na grécia. Assim duas coisas co-existiam, o politeísmo no qual o poder sobre a natureza era exercido por multiplas fontes e um grande número de deuses que traduziam esses poderes que eram a natureza em si. O uso da palavra Panteão esta assim associado não somente a um número grande de deuses mas também ao politeísmo. Essas religiões passaram a ser então a tradução da palavra paganismo.

A expansão européia para a Africa expôs os europeus, sufocados por séculos de opressão religiosa, a um novo conjunto de culturas e também de religiões. Os métodos científicos estavam longe de terem sido os mais  éticos, assim como os primeiros a irem para a Africa estava longe de serem os cultos e eruditos preocupados (mesmo que minimamente) em estudar, conhecer a verdade e respeitá-la. Os primeiros foram os comerciantes, que somente visavam o seu lucro e militares que apenas queriam impor sua vontade.

A interpretação e análise do que eles encontraram foi assim um misto de simplificação e sincretismo. Acredito que longe deles se preocuparem em entender de fato as culturas locais, a sua idéia de superioridade tornava todo o resto menos importante. Dessa maneira, aliado a incapacidade deles em se comunicarem livremente com os nativos, devido a lingua, a religião encontrada na Africa por similaridade de características grosseiras, foi associada ao que já encontravam no paganismo Europeu. Não houve uma preocupação de de fato se entender o que se encontrava.

Temos que reconhecer que métodos científicos e ética científica se hoje em já não são fáceis de serem encontrados, naquela época era muito, mas  muito mais difícil.

A religião Africana por sua vez não é simples. Estava longe de ter uma perfeita uniformidade ou mesmo estar pronta a se adaptar aos padrões classificatórios europeus. Assim, entre 2 opções básicas monoteísmo e politeísmo, sem muito pensar, foi considerada politeísta em vista da quantidade de Deuses encontrados. Sendo politeísta e considerando a natureza cheia de espíritos, tinha que ser similar as diversas correntes Pagans já existentes e conhecidas.

Mais recentemente esta questão tem sido revisitada e novas classificações tem sido criadas para se classificar culturas e religiões mais complexas, mas, para o povo comum pode ser que isso nunca chegue assim, a cultura dominante no mundo ocidental é a Abraamica e assim, ou você é monoteísta ou politeísta.

Em função disso a religião africana, no geral, mas principalmente e Candomblé, ganhou o cunho de paganismo e seus Deuses, tipicamente ancestres, viraram forças da natureza. Entretanto, não existe nada que de valor a isso. No caso do Brasil o kardecismo francês criou toda uma visão espiritual própria que se ligou a Umbanda. Como a Umbanda erroneamente (tão errada como usa nomes de santos para seus guias ela usa nome de Orixás do Candomblé. Ambos sem nenhuma relação) se ligou a Orixás, essa mistura confundiu as pessoas que se confrontaram com a visão distinta do Candomblé.

O mal entendimento do Candomblé passou por essa associação e também por pessoas como Nina Rodrigues que nada sabiam de Candomblé e que passaram a escrever como se tivessem algum autoridade sobre o assunto.

Tudo isso acabou colocando as religiões não cristãs, no Brasil, em um mesmo saco, furado, de ideologia espírita.

O esoterismo europeu é fortemente influenciado pelos cultos ditos pagãos, como os celtas, stregheria e com o renascimento da bruxaria na forma da Wicca. Outro aspecto influente são as irmandades gnósticas como roza-cruzes, thelema e por ai vai. Tudo isso exerce forte influência sobre a nossa sociedade ao direcionar o entendimento do que seja não cristão ou esotérico.

Em função da lastimável e miserável formação religiosa dentro do Candomblé,  estes conceitos de força da natureza se estabeleceram dentro do próprio Candomblé. Os Babalorixá e Iyalorixás, apesar de terem a propriedade para falar, mas, sem qualquer capacitação passaram a repetir esses conceitos que lhes eram impingidos pela sociedade culta.

Os que não gostam de ver eu dizer que a formação religiosa do Candomblé é deficiente devem observar que o acesso a mitos ou poemas de Ifa é restrito ou inexistente. O hábito de discutir teologia no Candomblé não existe. Você não consegue juntar 3 babalòrìṣà (babalorixá) sem que seja para eles rasgarem seda entre eles. Poucos estão dispostos a colocar em questão o que sabem ou o que pensam, exceto se for uma cátedra onde ele fala e outros ouvem.

Essas pessoas normalmente não são preparadas para, falar em público, discutir suas teses, dirigir pessoas, lidar  com desafios verbais e até mesmo orientar o aprendizado de pessoas. São muitas vezes pessoas muito boas, agradáveis e com conhecimento das suas liturgias.

Existe uma dificuldade na formação de sucessores. Pior, as pessoas não se preparam e se capacitam para ter uma casa. Existe uma legião de pessoas com pouco ou nenhum acesso a conhecimento que mesmo  assim, sem legitimidade ou capacidade  abrem casas e passam a ser auto-titular de sacerdotes e representantes da religião.

É claro que essas pessoas, sem terem aprendidos com os seus mais velhos, tem que se virar com algo ou com o que tem. É neste campo que essas concepções idiotas florescem. O que mais vemos  é pai de santo, metido a besta, que responde perguntas usando os conceitos do kardecismo-espirita. Mas, afinal, eles vão dizer o que? Que não sabem?

É claro que a vertente conhecimento não é o forte do Candomblé. A vertente forte é a devocional, a fé. Para isso você não precisa saber o que é, você sente o que é e você também acredita porque sente e vê. A resposta mais comum para quando se pergunta uma coisa do tipo o que é o Candomblé ou o que é o òrìṣà (orixá) ou qualquer coisa de aspecto mais teológico será algo que começa com "eu amo meu òrìṣà (orixá)..." e por ai vai uma torrente de expressões de sentimento e fé. Isso reflete o que ela sabem, e elas sabem o que sentem.

Esse é o jeito pelo qual esse tipo de sincretismo é aceito e prolifera. Assim como os africanos fizeram no passado com os antropólogos, as pessoas sabem o que é, elas sentem o que é, e se esta definição, de elemento da natureza satisfaz o inquisidor, que o seja. Isso não impede entretanto que em espaços ou oportunidades como essa a gente possa visitar ou revisitar questões como essa, ou a reencarnação ou o conceito de nascimento e destino, as proibições, etc... evitando assim que da nossa própria boca saia coisas como o Karma.

É claro que saber ou não o que parece certo não faz uma pessoa fazer melhor um santo do que outro. àṣẹ (axé) e roncó é outra coisa, mas, não tem nada demais a gente poder tratar dos assuntos com outra base.

http://ileasenibaim.com.br/sincretismoorigem.htm


ÓRUNMILA E A PACIÊNCIA




A questão do comportamento de Órunmila pode ser uma explicação do motivo de porque ele não se introduziu no Candomblé onde todos os Orixás são guerreiros e tem uma arma branca na mão. 

Assim como orixás ligados a agricultura por exemplo. 

O caso de Osayin é típico, ligado a remédios, curas e também poções e feitiços este é um orixá é até presente no Candomblé, mas sem a mesma relevância que no Lukumi.

Desta maneira orixás guerreiros são a nossa predominância e os que não o sejam de fato acabaram por ser transformar, de alguma maneira. 

O caso de Órunmila pode ser parte deste contexto. 

Um Orixá fisicamente frágil, que não se envolve em contendas e muito menos se prestaria a portar uma arma. 

Hoje encontramos uma certa erudição no assunto da religião mas acho muito difícil isso se enquadrar no conjunto da população que foi escravizada.

A parte destes aspectos históricos, as pessoas necessitam entender como Órunmila pensa e age e como isso é diferente da maneira como o Candomblé vê as mesmas questões. 

Em Ifá duas grandes virtudes são a paciência e a persistência.  

Junto com a Fé e principalmente a humildade devem fazer a base do culto de Ifá.

Orunmila diz que quando ele está com pressa, sua velocidade de ação não é tão rápida quanto o ritmo em que a menor formiga anda ou os movimentos mais rápidos de caracol. 

Ele diz que mesmo quando ele está se movendo e uma árvore cai para obstruir seu avanço, ele ficará com a árvore caída, até que ela apodreça antes de prosseguir em sua jornada. 

Se por outro lado, uma pedra bloqueia seu movimento: ele vai esperar até folhagem seja  descamadas aos montões até a altura da pedra, antes de atravessar com a ponte fornecida pela pilha de folhas. 

Mesmo quando ele decide reagir, ele não o faz diretamente. 

Ele apela a uma das divindades mais agressivas, como Esu, Ogun, Omolu ou Xango, fazendo-lhes sacrifícios e exortando-os a agir em seu nome.

Orunmila diz que se ele reage muito cedo, ele vai fazê-lo em três anos e somente quando sua paciência se esgotou Mas quando ele finalmente decide reagir, ele o faz de forma muito impiedosa.

Ogbe suru fornece a ilustração mais clara de como Orunmila opera neste contexto:

Era uma vez, uma princesa que viveu em Iwo e cuja beleza foi tão cativante que todos os homens de Iwo não foram considerados elegíveis suficiente para ela. 

Seu pai, o Oba de Iwo tinha dito que não iria forçá-la a desposar-ninguém, exceto com um homem escolhido por ela mesma. 

Quando o povo de Ifé ouviu de sua fama e beleza, eles decidiram competir pela mão dela em casamento. 

Ogun foi o primeiro a fazer uma tentativa. 

Ogun foi para iwo e ante a visão da princesa, ficou completamente nervoso, e ele prometeu fazer de tudo para conquistá-la

Quando Ogun professou amor para ela, ela aceitou-o sem qualquer hesitação. 

Ela no entanto insistiu que ela tinha de viver com seu pretendente na casa de seu pai, sugestão que Ogun prontamente concordou. 

Ela entreteu Ogun elaboradamente nos primeiros sete dias. 

No terceiro dia da chegada de Ogun a iwo, ela pediu Ogun lhe dizer o que era proibido para ele a fim de diminuir a margem de atrito entre eles. 

Antes de Ogun deixar Ifé para ir para  Iwo, ele havia sido avisado para fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e Exu, a fim de voltar para casa vivo de sua missão. 

Ogun se gabou de que uma vez que nenhuma batalha já havia desafiado sua força e bravura que não vê a justificação em fazer todos os preparativos do sacrifício quando ele estava indo se encontrar com uma mulher. 

Ele não fez o sacrifício.

Em resposta à pergunta da princesa Ogun lhe disse que a ele era proibido o óleo de palma (Adin) e a menstruação. 

Em outras palavras, ele está proibido de ver  a menstruação de qualquer mulher. 

Assim que  os sete dias de hospitalidade se foram, a princesa viu a sua menstruação chegar. 

Ela, então, preparou uma refeição com óleo de palma (adin) para Ogun para comer. 

Quando ela deu a comida para Ogun para comer, ela deliberadamente se sentou em seu santuário sem segurar o seu fluxo menstrual.

Quando Ogun se sentou para apreciar a refeição, ele descobriu que a sopa foi preparada com óleo de palma. 

Quando ele levantou a cabeça em fúria para consultar a ela sobre isso ele viu que havia também descarga menstrual em seu santuário, em fúria Ogun levantou-se para golpeá-la e ela rapidamente correu para o apartamento de seu pai por socorro. 

Quando o pai viu Ogun perseguindo a sua filha, o Oba usou seu AXÉ para conjurar-lhe para parar e rapidamente ordenou Ogun transfigurar na marreta usada pelos ferreiros, que ele é até hoje. 

Esse foi o fim da tentativa de Ogun para ganhar a princesa de Iwo para sua esposa.

Depois de esperar em vão por Ogun para voltar com a princesa de Ifé, seu irmão júnior Ossayin decidiu avançar para Iwo para a dupla missão de procurar Ogún e, se possível, de ganhar a princesa para si mesmo. 

Antes de ir para Iwo ele também foi aconselhado a fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e para oferecer um bode a Esu. 

Ele também disse  que como o proprietário de todos os medicamentos diabólicos que existiam, seria degradante para ele fazer qualquer sacrifício para qualquer outra divindade. 

Ele então partiu para iwo.

Ao chegar  a Iwo, ele foi rapidamente apresentado à princesa que ofereceu a ele a recepção inicial e hospitalidade que ela havia previamente tratado Ogun. 

No terceiro dia de chegada Osanyin, ela também pediu a  ele para revelar a ela o que era proibido para ele, a fim de minimizar o risco de atrito. 

Em resposta, Osanyin queria saber se ela já conhecia Ogun. 

Ela confirmou que sim, mas que, em vista da recepção pobre que ela deu para ogun, ele se sentiu muito envergonhado de voltar para casa e decidiu procurar uma nova morada longe de Ifé e iwo. 

Em um tom de  bajulação ela disse a Osanyin que os olhos de Ogun eram demasiados terríveis para seu gosto e que ele Osanyin de fala mansa, era o seu tipo de homem. 

Com isso, Osanyin foi desarmado e começou a revelar-lhe que ele era proibido de comer  o óleo de palma e menstruação. 

Ela assegurou a Osanyin,  confiante como fez Ogun antes dele, que ela apenas fez a pergunta a fim de evitar o risco de qualquer mal-entendido entre eles.

Logo após o termino da lua de mel a princesa começou a sua menstruação. 


Ela, então, preparou um guisado com óleo de palma para Osanyin para comer. 

Ela também foi para sua cama para manchá-la com seu fluxo menstrual. 

Quando Osanyin estava prestes a começar sua refeição favorita, ele descobriu que ela foi preparada com óleo de palma (adin). 

Ele então abandonou a comida, lembrando-lhe que ele lhe proibiu o óleo de palma em seu alimento. 

Ela pediu desculpas a ele, abraçando-o e persuadindo-o a ir a seu quarto para o romance. 

Mas logo que ele estava prestes a deitar na cama, viu descarga menstrual e acusou-a de tentar matá-lo!

Quando ele tirou sua varinha para amaldiçoar a princesa, ela voltou correndo para o apartamento de seu pai e o pai parou Osanyin com seu machado. 

O Oba ordenou Osanyin transfigurar em um pote de água, que é o que ele é, até hoje.

Depois de esperar em vão por Ogun e Osanyin voltar para casa, o povo de Ifé intimou Orunmila para ir em busca deles. 

Ele então convidou seus AWOS para adivinhação e disseram-lhe que Ogun e Osanyin não eram mais vivos. 

Ele foi avisado de que antes de ir para iwo, ele deve fazer sacrifício para seu Ifa e dar bode para Esu. 

Ele foi avisado de que o tratamento muito pobre lhe aguardava em iwo, e que ele preparasse sua mente para nunca para esgotar sua paciência até o fim. 

Ele fez o sacrifício e, em seguida, partiu para iwo

Em chegando lá, ele começou a dançar na porta de entrada para a cidade, e as pessoas se reuniram para recebê-lo. 

Posteriormente, a princesa veio e professou o amor a ele. 

Ele retornou o seu amor e concordou em viver com ela na casa de seu pai. 

Ela estendeu a hospitalidade habitual para Orunmila, e acabou perguntando-lhe o que a ele era proibido. 

Antes de concordar em responder a sua pergunta, ele perguntou pelo paradeiro de seus irmãos mais velhos, que vieram mais cedo para iwo para pedir a sua mãos em casamento.

Ela disse que Orunmila que o primeiro era muito agressivo para o seu gosto, enquanto o segundo era muito diabólico para o seu conforto. 

Foi por isso que ela recusou suas insinuação e, como resultado de suas decepções, eles decidiram nunca mais voltar para visitar Ifé ou pisar na terra de iwo. 

Ela presume que eles tinham ido para fundar novas casas em outras cidades. 

Orunmila não acreditou na história, mas foi o suficiente para colocá-lo em guarda.

Finalmente, ele revelou a ela que ele era proibido de comer rato, peixe, galinha, cabra,  azeite de dende, vinho de palma e a menstruação das mulheres, aliás, exceto pelo último item, todos os outros eram os  alimentos básico de Orunmila .

Poucos dias depois, a mulher começou a sua menstruação e ela preparava a comida com ratos para Orunmila e sentou-se diretamente em seu santuário Ifa. 

Quando Orunmila viu o rato na sua comida, ele perguntou por que ela deu a ele o que ele proibiu. 

Ela explicou que era porque não havia carne em casa. 

Após uma profunda reflexão, Orunmila lhe disse, a essência do casamento é o compartilhamento de dores e prazeres mútuos. 

É por conta de sua amada que se come o que se proíbe. 

Por que eu deveria ter medo da morte, quando eu tenho a rainha da beleza do meu lado. 

Com essas observações amorosas, ele abraçou a mulher e decidiu comer o rato para agradá-la. 

Depois de ter comido, como ela se levantou de onde ela se sentava em seu santuário, para recolher os pratos, Orunmila viu que o pano branco adornando o seu santuário, tinha sido manchada com descarga menstrual, mais uma vez, ela pediu desculpas a ele, alegando que a descarga veio inesperadamente. 

Ele perdoou prontamente e saiu para lavar a roupa suja.

A princesa ficou intrigada. 

Um após o outro, a mulher deu-lhe, cada um o que Orunmila lhe disse que ele proibiu, mas ele se recusou a perder o seu temperamento. 

Depois de esgotar a lista de alimentos proibidos Orunmila, e ele não perder seu temperamento, a princesa de iwo decidiu, em um ato completamente nova provocação, ela convidou um amante de fora para vir visitá-los sob o pretexto de ser uma pessoa de sua relação. 

Na noite, o amante fez amor com ela diante dos olhos de Orunmila. 

Isso foi exatamente três anos após Orunmila estava morando com ela.

Na manhã seguinte, Orunmila foi buscar água para o amante ter o seu banho. 

Como ele estava prestes a sair, Orunmila sugeriu que ele se juntasse a sua mulher para que esta o acompanhasse. 

Já era tempo para ele reagir.

Assim que eles estavam fora da cidade, ele invocou Exu para intervir. 

Exu usou a sua própria cabeça para constituir uma pedra  no caminho, e o amante, que estava na frente, bateu o pé sobre ela, e caiu. 

Ao mesmo tempo, Orunmila apontou o Uranke para ele e ele transfigurou-o em um caracol, que ele rapidamente quebrou e usou para limpar o corpo da mulher da  poluição que ela recebeu do intruso

Quando voltou para casa, a princesa, que tornou-se muito assustado com a coragem deste pretendente infinitamente paciente e foi para seu pai para proclamar que ela havia encontrado o marido que ela concordava em se casar. 

Seu pai rapidamente convidou Orunmila e sua filha e ambos professavam que eles estavam dispostos a tornar-se homem e mulher. 

No mês seguinte, ela ficou grávida. foi nessa fase que Orunmila buscou a permissão de seu pai-de-lei para voltar à sua cidade natal, ifé com sua esposa. 

Ele concordou prontamente. 

Em chegar em sua casa em Ife, ele introduziu a esposa como iya ile iwo - o que significa o produto de meus sofrimentos em Iwo. 

Esta é a origem ou a palavra iorubá "iyawô", que significa uma esposa.

Orunrnila então compôs uma música especial em louvor a perseverança, e fez uma festa de júbilo para o sucesso de sua missão de três anos sobre a Iwo.

Essa experiência também foi para confirmar uma filosofia fundamental Ifá que se um homem revela o que ele proíbe a sua esposa, é exatamente o que ela vai fazer com ele quando ela planeja desfazer dele. 

A pessoa que não proíbe nada apenas prolonga a sua vida. 

É por isso que Orunmila não proíbe nada.

http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/06/orunmila-e-paciencia-questao-do.html



OLODUMARE



Olodumare na Religão Yoruba e o Deus único, supremo, onipotente e criador de todo o que existe. 

Seu nome provem do Yoruba Olodumare, o qual significa (Senhor ao que vai nosso eterno destino). 

Olodumare e a manifestação material e espiritual de todo o existente. 

Não está em contato direto com os homes, só a través de sua outra forma, Olorún (diretamente) ou Olófin (indiretamente). 

Não se assenta, não se oferenda, não possui colares.

Os Yorubas o representam em uma cabaça (iba-güiro) com dois metades, e superior a os estados astrais elevados é inferior a terra. 

Cada vez que se menciona seu nome deve tocasse o piso e beijar a marca do pó dos dedos.

Os Yorubas não tem estatuas ou altares para representar ao Deus Olodumare. 

Conssiederase a Olodumare o Ser Supremo Onipotente e Primordial, autor dos destinos de cada coisa vivente, Pai de todos os Orishas e da vida. 

Todos podemos experimentar a presencia de Deus de uma forma diferente, e por isto que não tem emblemas ou sinais para representar.

Em a Regra de IFA-OSHA cubana o Ser Supremo e puro e por isto se associa a cor branca. 

De esta forma se pode desenhar-pintar um círculo, com ashé, ou com efun (cascarilla) e dentro do círculo pode estar um símbolo da eternidade o podem expandir água como libação e no centro colocar um obi de kola o lanha de algodão. 

Isto feito e rezado e dito a Olodumare. 

A continuação outros nomes utilizados para descrever ao Ser Supremo em a Religão Yoruba.

Eledá: O que gana o controla o día.

Esta palavra significa o Criador, seu nome indica que o Ser Supremo e responsável de toda a criação, assem como da existência, e fonte de todas as coisas.

Alaayé:
E a potencia vital. 

E sempre vivo ser supremo como e concevedo por os Yorubas e sempre vivo o eterno. 

Nunca morreu. 

Por isto o povo dize: " A kì ígbó ikú." (Nunca ouvimos da morte de Olodumare).

Elemií:
E dono da vida. 

Indica que todas as coisas vivas devem sua respiração a ele. 

Quando o Elemií toma a respiração de um ser vivo, este ser morre. 

De aqui mirando o futuro os Yorubas adicionam um antigo ditado. 

"Bí Ëlémìí kò ba. gbá á, emi yóò še èyí tàbí èyìinì." 
(Sim o vencedor de minha vida não a toma, poço fazer todo (isto ou aquilo).

Olojo Oni:
O que gana e controla o dia:


Pilão de Obàtálá


Pilão de Obàtálá

Há muitos e muitos anos, Obàtálá, Senhor de Eléèjìgbó, era chamado de Ajágúná. 

Era um exímio guerreiro. 

Nunca se feriu em batalhas, tampouco manchou suas vestes com o sangue dos seus adversários. 

Essa condição deu-lhe o epíteto de "Elémoso" (Aquele que vai à guerra e não se suja de sangue).

Uma das suas peculiaridades marcantes era o fato de se alimentar compulsivamente. 

Entre seus alimentos preferidos estavam os caracóis, os carneiros e pombos brancos, mas sua preferência era por inhames esmagados. 

Face em sua farta mesa nunca faltarem inhames amassados, suas refeições eram sempre atrasadas.

Certa ocasião, quando aguardava suas cozinheiras prepararem sua lauta refeição, Obàtálá descobriu uma forma de amassar com mais rapidez os inhames das suas refeições.

 ‘E assim, ele inventou um soquete, utensílio este, que recebeu o nome de “mão de pilão”. 

A invenção em questão o tornou conhecido pelo nome de ‘Ògiyán’, que quer dizer ‘Aquele que come inhame pilado’.

Tempos mais tarde, ansioso em transformar Èjìgbó numa cidade esplendorosa, convocou a sua presença o famoso sacerdote de Ifá, que atendia pelo nome de Awoléjé, seu grande amigo desde a infância. 

Esse, ao se defrontar com Obàtálá, o saudou: ‘Kábiyesi, Ògiyán, Ìbà o!
(Eu Saúdo Sua Alteza Real, O Comedor de Inhames Pilados). 

Awoléjé, após consultar o oráculo, aconselhou-o a fazer várias oferendas. 

Este assim o fez, antes da viagem do seu grande amigo Awoléjé.

Ao cabo de vários anos, Èjìgbó tornou-se uma grande cidade cercada de imensas muralhas e fossos, com portas fortificadas guarnecendo o palácio, isso sem falarmos das numerosas e luxuosas casas além dos grandes mercados.

Obàtálá, ao se tornar um grande rei, instaurou uma ordem, proibindo, a partir daquela data, que qualquer um dos seus súditos o chamasse de ‘Ògiyán’.

Tempos mais tarde, Awoléjé retornou a Èjìgbó, embora não tivesse ciência da grandeza e do resplendor em que Èjìgbó havia se tomado, sequer, da supremacia de Obàtálá. 

Ao chegar à cidade, dirigiu-se aos guardas do palácio e perguntou-lhes: ‘Onde está Ògiyán’? 

Os guardas, indignados com o atrevimento daquele homem, espancaram-no cruelmente, jogando-o em seguida às frias masmorras do palácio real. 

Awoléjé, gravemente ferido, amaldiçoou o reino do seu amigo.

Èjìgbó ou Eléèjìgbó conheceu anos difíceis: as mulheres ficaram estéreis, a seca começou a matar todos os animais, isto sem falarmos dos outros dissabores que assolaram o reino. 

Obàtálá, diante de tamanha tragédia, resolveu consultar o Oráculo Sagrado de Òrúnmìlà. 

A resposta oracular soou como uma avalanche sobre a cabeça de Obàtálá. 

Este, de imediato, ordenou a libertação do prisioneiro, entretanto, Awoléjé, após ser libertado, não se dirigiu ao palácio, para falar com seu amigo. 

Ressentido, refugiou-se no interior da floresta, passando a habitar em uma choupana (àgádà) abandonada.

Obàtálá, inconformado com a decisão do seu amigo, dirigiu-se à choupana e, ao se defrontar com Awoléjé, ajoelhou-se, pedindo-lhe perdão. 

Awoléjé concordou, entretanto, impôs ao amigo uma condição para que aquele povo jamais se esquecesse da injustiça que praticara: ‘Um cortejo de soldados vestidos de branco deverá vir entoando cânticos me buscar na choupana onde estou morando. 

Deverei ser carregado pelos mesmos, tal qual um rei em sua liteira (pàráfà). 

A partir desta data, todos os anos, os guardas deverão se flagelar em memória do desastroso acontecimento. 

Os guardas, após me conduzirem sobre seus ombros até o palácio, deverão se dividir em dois grupos. Munidos de varetas que você cortará, eles simularão golpes uns nos outros, sem parar, até as varetas se quebrarem. 

Dessa forma, você Obàtálá e seus súditos jamais esquecerão a injustiça praticada a uma pessoa inocente’. Assim foi feito.

A partir desta data, a paz voltou a reinar e Obàtálá tornou-se o maior dos reis de Èjìgbó ou Eléèjìgbó.

Esclarecimentos: Esta não é a única interpretação da história, entretanto, é a explicação narrada pelos nagôs iorubas igbomina em solo brasileiro sobre a origem do ritual do "Pilão de Obàtálá".

FONTE: post de Àse Oba Ìgbó Ìgbómìnàs


Cuba: YEMAYA - YEMANJA


Yemanja:

                  È a mãe de todos os filhos na terra e representa o útero em qualquer espécie como fonte da vida, a fertilidade e a maternidade. 

Iyá Omo Aiyé. 

Yemanja é um Osha, está no grupo dos Oshas de cabeceira. 

Na natureza está simbolizada pelas ondas do mar, Sua dança assemelha ao movimento das mesmas.

Yemanja e o Orisha do río Ogùn que corre por Òyó e Abeokutá, no território Nupe, logo se trasladando ao território Tapa, em Abeokutá, Ibadán e Shaki. 

Representa a intelectualidade, a sabedoria, e o caráter cambiantes como o mar.

Yemanja quando castiga é inflexível, é adivinha por excelência. 

Roubou o okpele de Orula e este logo lhe entregou os caracóis (diloggún). 

Ela é dona das águas e do mar, fonte de toda a vida. Rainha de Abeokutá. 

Seu nome provém do Yorùbá Yemòjá (Yeyé: mãe – Omo:filho - Eyá: Peixes) literalmente mãe dos peixes. 

Se diz que todos somos filhos dela, por que por 9 meses nadamos como peixes na placenta de nossa mãe. Come sempre junto a Shango, exceto Yemaya Okute que come com Oggun.

Se recebe como Orisha tutelar e no Sodo Orisha seus Omo não receben Oyá. 

Antes de assentá-la se realiza no mínimo com 7 días de antecipação uma cerimônia no mar e seus Otá são 7 escuras ou negras e se pegam ali.

Seu número é 7 e seus múltiplos. 

Sua cor é o azul e suas tonalidades. 

Se Saúda¡Omío Yemaya Omoloddé! ¡Yemaya Ataramawa!

Diloggún em Yemaya.

Yemayá fala em diloggún fundamentalmente por Oddí (7), também o faz por Irosso (4).


Seus Elekes mais tradicionais se confeccionam intercalando contas azuis e brancas ou 7 contas azuis, 1 azul ultramar e 7 de água.
Oferendas a Yemaya.

Se lhe oferenda Ochinchin de Yemaya feito a base de camaroês, alcaparras, alface, ovos duros, tomate é acelga, ekó (pamonha de milho salgada que se envolve em folhas de bananeiras), olelé (feijão fradinho ou porotos tapé feito patê com gengibre, alho e cebola), banana verdes em bolas o inhame com quiabo, porotos negros, palanquetas de gofio com melado de cana, coco queimado, açúcar preta, pescado completo, melancia ou sandia, abacaxi, mamão, uvas, pêras de agua, maçã, laranjas, melado de cana, etc. 

Se lhe inmolan carneiros, patos, galinhas, galinhas de Angola, pombos, codornaz, gansos.

Seus Ewe são itamo real, alface, peregun branco, tostão,levante, mazorquilla, mora, flor de agua, meloncillo, erva anil, agrião, verbena, malanguilla, paragüita, folha da fortuna, samanbaia, barata, malanga, canutillo, alfabahaca, erva boa buena, botón de oro, erva da niña, carqueja, dez do día, bejuco de jaiba, bejuco ubí macho, bejuco amargo, verdolaga, jagua, limo de mar, abacate, cirijuela, pichona, copalillo do monte, etc.

Coroar Yemaya. Kari-Osha.

Para coroar este Osha deve haver recebedo antes aos Orishas guerreros. 

Logo durante a coroação se devem receber os seguintes Oshas e Orishas.

Elegguá, Obbatalá, Oke, Yemaya, Ibeyis, Shangó, Ogué é Oshún.


A função de Obàtálá e Yemowo


Acredita-se que Yeyemowo não menstruava e respectivamente não engravidava, só que Obatala queria ter filhos, e consultou o sacerdote, e este o orientou a fazer algo...

Uma certa vez, Yeyemowo seguiu Obatala, e ela foi ferida por ele, e dela saía muito sangue, e a partir daí, ela começou a menstruar, mas Obatala só se relacionava com ela, antes ou após o periodo menstrual. 

São os pais da fertilidade.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

OBATALÁ - OSHANLÁ


OBATALÁ:É o pai de todos os filhos na terra. 

É o criador dos seres humanos e de tudo o que habita. 

Como criador e regente de todas as partes do corpo humano, principalmente da cabeça, dos pensamentos da vida humana, é dono da brancura, onde participa essencialmente a cor branca como símbolo de paz e pureza. 

Obatalá é dono dos metais brancos, sobretudo a prata. Representa a criação que não é necessariamente imaculada; o magnânimo superior, também representa a soberba, a ira, o despotismo e as pessoas com defeitos o dificuldades físicas e mentais. 

Obatalá é um Osha e está no grupo de os Oshas de Cabeceiras. 

Obatalá abata abraça todos seus filhos com paciência e amor. 

Entre suas muitas qualidades, é Ele quem traz a inteligência, paz e calma ao mundo.

Obatalá foi um Irunmole, convertido em Orixá por seus erros. 

Durante sua vida no plano terrestre, foi rei dos Igbó. 

Seu nome provem do Yoruba Obatalá (rei da pureza). 

Este Orixá gosta de tudo limpo, branco e puro. 

Não admite que fiquem nú em sua presença e também não gosta da falta de respeito. Por isso que seus filhos devem ser muito respeitosos. 

Seus sacerdotes se chama Oshabí. 

A sua natureza está simbolizada pelas montanhas (morros). 

Ele é quem intercede ante qualquer Osha ou Orixá por qualquer indivíduo ante uma dificuldade que tenha, porque se considera o pai do gênero humano e dono de todas as cabeças. 

Quando não se pode definir e não se sabe qual é o Anjo da Guarda de um indivíduo, Obatalá é o Osha que consagram. 

Seu número é 8 e seus múltiplos e sua cor é branco. Se cumprimenta: ¡Jekúa Babá!

Família de Obatalá.
É descendente direto de Olodumare.

Diloggún em Obatalá.
No dilogún fala por Elleunle (8).
Objetos de poder de Obatalá.
O cetro do poder chamado opa. Um bracelete de prata. Um iruke, objeto feito com rabo de cavalo.
Oferendas de Obatalá.

A Babá se sacrificam pombos branc0s, galinhas brancas, cabrita branca, galinha de angola branca. Seu tabu são as bebidas alcoólicas, os caranguejos e feijão brancos(judías). Se oferta arroz com leite, suspiros(merengue), enfeite de bolo (grageas) prateadas, graviola( guanábana), romã(granada), alpiste, inhame, manteiga de cacau, efun, milho, flores brancas, especialmente de algodão. Seus ewes são a acacia, achicoria, campana, algodão, caruru branco, artemisa, tostão, bejuco da virgen, azafrán, azucena, canutijo branco, coco, coquito africano, galão de día, galão de noite, incenso, malva, salvia, trébol, etc.
Coroar Obatalá. Kari-Osha.

Para coroar este Osha antes deve receber os Orishás Guerreiros. Logo durante a coroação se deve receber os seguintes Oshas e Orishás.
Eleguá, Obatalá, Oke, Yemaya, Shangó, Oggué, Oshún e Oyá(Iansã)


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sincretismos do Brasil. Artigo de Reginaldo Prandi




"Diz a pesquisa Datafolha que 17% dos brasileiros freqüentam cultos ou serviços religiosos de alguma religião diferente da que professam. 

Esse número sobe a 19% entre os católicos, cresce para 37% entre os umbandistas e chega a 48% entre os seguidores do candomblé. 

Mais sectários, os evangélicos pentecostais se mostram numa cifra bem mais modesta: 9%", comenta Reginaldo Prandi, professor de sociologia da USP, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 6-05-2007. 

Segundo ele, "o empréstimo aproxima as religiões em termos de linguagem e reforça sua eficácia mágica. 

O catolicismo carismático foi buscar no pentecostalismo a prática do falar em línguas estranhas e outros dons que, apesar da origem cristã comum, são especialmente estruturadoras do pentecostalismo. 

Se um fiel encontra na sua religião elementos presentes em outras, a outra religião nunca lhe é inteiramente estranha. 

Afinal, costuma-se dizer que todos os caminhos levam a Deus".

Eis o artigo.

"Diz a pesquisa Datafolha que 17% dos brasileiros freqüentam cultos ou serviços religiosos de alguma religião diferente da que professam. Esse número sobe a 19% entre os católicos, cresce para 37% entre os umbandistas e chega a 48% entre os seguidores do candomblé. Mais sectários, os evangélicos pentecostais se mostram numa cifra bem mais modesta: 9%.

E o que vão fazer numa religião que não é a sua? 

Uns vão participar de atos com finalidade religiosa. 

Outros, presenciar ritos como casamento e funeral, numa atividade mais social que religiosa. 

Não raro, a coisa se faz por necessidade religiosa ou mágica, uma religião complementando outra. 

Isso é comum no Brasil, pelo caráter sincrético de nossas religiões. 

Umas mais, outras menos, toda religião é sincrética. 


Quando uma igreja pentecostal adota práticas mágicas afro-brasileiras, como é o caso do "descarrego", ela toma de empréstimo de suas maiores rivais um rito mágico caro ao brasileiro, seja ele umbandista, católico, evangélico etc. 

O empréstimo aproxima as religiões em termos de linguagem e reforça sua eficácia mágica. 

O catolicismo carismático foi buscar no pentecostalismo a prática do falar em línguas estranhas e outros dons que, apesar da origem cristã comum, são especialmente estruturadoras do pentecostalismo. 

Se um fiel encontra na sua religião elementos presentes em outras, a outra religião nunca lhe é inteiramente estranha. 

Afinal, costuma-se dizer que todos os caminhos levam a Deus.

Pelo caráter de sua constituição histórica, as religiões afro-brasileiras são as que mais se aproximam das outras, especialmente do catolicismo. 

Quando o candomblé se formou, o catolicismo era a religião oficial do Brasil, e nenhuma outra era tolerada. Todo brasileiro, fosse branco, índio ou africano, devia ser batizado católico. 

Antes de serem embarcados nos navios negreiros, ainda na África, os escravos eram batizados e introduzidos nas práticas rituais da Igreja Católica. 

Desse modo, os negros que instituíram no Brasil as religiões afro-brasileiras eram, por força da sociedade da época, e da lei, também católicos. 

Acabaram por estabelecer paralelos entre as duas religiões, identificando, por meio de símbolos ou patronagens comuns, orixás com santos católicos, Jesus ou Nossa Senhora.

 Olorum foi equiparado ao Deus judaico-cristão, e Exu, por seu caráter lascivo, astuto e trapalhão, acabou assumindo o papel do diabo. 

O quadro de equivalências se completara. 

A isso se chamou sincretismo afro-brasileiro.

No contexto cultural católico do Brasil do século 19, o candomblé se firmou como religião subalterna e tributária do catolicismo, do qual ainda hoje tem dificuldade de se libertar para se constituir como religião autônoma. 

No lado de cá do Atlântico, mitos foram adaptados à nova realidade social, rituais gan"Diz a pesquisa Datafolha que 17% dos brasileiros freqüentam cultos ou serviços religiosos de alguma religião diferente da que professam. 

Esse número sobe a 19% entre os católicos, cresce para 37% entre os umbandistas e chega a 48% entre os seguidores do candomblé. 

Mais sectários, os evangélicos pentecostais se mostram numa cifra bem mais modesta: 9%", comenta Reginaldo Prandi, professor de sociologia da USP, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 6-05-2007. 

Segundo ele, "o empréstimo aproxima as religiões em termos de linguagem e reforça sua eficácia mágica. 

O catolicismo carismático foi buscar no pentecostalismo a prática do falar em línguas estranhas e outros dons que, apesar da origem cristã comum, são especialmente estruturadoras do pentecostalismo. 

Se um fiel encontra na sua religião elementos presentes em outras, a outra religião nunca lhe é inteiramente estranha. 

Afinal, costuma-se dizer que todos os caminhos levam a Deus".

Eis o artigo.

"Diz a pesquisa Datafolha que 17% dos brasileiros freqüentam cultos ou serviços religiosos de alguma religião diferente da que professam. 

Esse número sobe a 19% entre os católicos, cresce para 37% entre os umbandistas e chega a 48% entre os seguidores do candomblé. 

Mais sectários, os evangélicos pentecostais se mostram numa cifra bem mais modesta: 9%.

E o que vão fazer numa religião que não é a sua? 

Uns vão participar de atos com finalidade religiosa. 

Outros, presenciar ritos como casamento e funeral, numa atividade mais social que religiosa. 

Não raro, a coisa se faz por necessidade religiosa ou mágica, uma religião complementando outra. 

Isso é comum no Brasil, pelo caráter sincrético de nossas religiões. 

Umas mais, outras menos, toda religião é sincrética.

 Quando uma igreja pentecostal adota práticas mágicas afro-brasileiras, como é o caso do "descarrego", ela toma de empréstimo de suas maiores rivais um rito mágico caro ao brasileiro, seja ele umbandista, católico, evangélico etc. 

O empréstimo aproxima as religiões em termos de linguagem e reforça sua eficácia mágica. 

O catolicismo carismático foi buscar no pentecostalismo a prática do falar em línguas estranhas e outros dons que, apesar da origem cristã comum, são especialmente estruturadoras do pentecostalismo. 

Se um fiel encontra na sua religião elementos presentes em outras, a outra religião nunca lhe é inteiramente estranha. 

Afinal, costuma-se dizer que todos os caminhos levam a Deus.

Pelo caráter de sua constituição histórica, as religiões afro-brasileiras são as que mais se aproximam das outras, especialmente do catolicismo. Quando o candomblé se formou, o catolicismo era a religião oficial do Brasil, e nenhuma outra era tolerada. 

Todo brasileiro, fosse branco, índio ou africano, devia ser batizado católico. 

Antes de serem embarcados nos navios negreiros, ainda na África, os escravos eram batizados e introduzidos nas práticas rituais da Igreja Católica. 

Desse modo, os negros que instituíram no Brasil as religiões afro-brasileiras eram, por força da sociedade da época, e da lei, também católicos. 

Acabaram por estabelecer paralelos entre as duas religiões, identificando, por meio de símbolos ou patronagens comuns, orixás com santos católicos, Jesus ou Nossa Senhora. 

Olorum foi equiparado ao Deus judaico-cristão, e Exu, por seu caráter lascivo, astuto e trapalhão, acabou assumindo o papel do diabo. 

O quadro de equivalências se completara. 

A isso se chamou sincretismo afro-brasileiro.

No contexto cultural católico do Brasil do século 19, o candomblé se firmou como religião subalterna e tributária do catolicismo, do qual ainda hoje tem dificuldade de se libertar para se constituir como religião autônoma. 

No lado de cá do Atlântico, mitos foram adaptados à nova realidade social, rituais ganharam feições condizentes com o novo território, deuses africanos tornaram-se santos afro-brasileiros. 

A umbanda, surgida mais tarde do candomblé e do kardecismo, manteve e reforçou tal sincretismo. 

Não é estranho à umbanda e ao candomblé ter seus adeptos freqüentando missas e sacramentos católicos. 

No fundo, também são católicos. 

A Igreja Católica faz vistas grossas, assim como finge não ver seus fiéis buscando nos terreiros e centros ajuda no jogo de búzios, nos despachos, nos conselhos dos caboclos e pretos-velhos e nos passes. 

A mestiçagem brasileira também se faz ver no sincretismo religioso."haram feições condizentes com o novo território, deuses africanos tornaram-se santos afro-brasileiros. 


A umbanda, surgida mais tarde do candomblé e do kardecismo, manteve e reforçou tal sincretismo. Não é estranho à umbanda e ao candomblé ter seus adeptos freqüentando missas e sacramentos católicos. 

No fundo, também são católicos. 

A Igreja Católica faz vistas grossas, assim como finge não ver seus fiéis buscando nos terreiros e centros ajuda no jogo de búzios, nos despachos, nos conselhos dos caboclos e pretos-velhos e nos passes. 

A mestiçagem brasileira também se faz ver no sincretismo religioso."
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/6971-sincretismos-do-brasil-artigo-de-reginaldo-prandi