CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

quarta-feira, 24 de abril de 2019

A FÁBULA DO PAVÃO E DO URUBU



Conta-se que em um vilarejo, vivia a Sra.Urubu e o Sr. Pavão.
O Sr. Pavão, andava tristonho e refletia muito:

_ Eu sou a ave mais bonita que existe, minhas plumas são lindas, todos que me veêm admiram minha beleza, porém o que adianta tudo isso, se eu não posso voar....Feliz é aquela lá ( e observava com certo ar de inveja a Sra. Urubu), que pode voar para onde ela quiser.

Por sua vez, a Sra. Urubu, estava no alto de uma árvore e pensava:

_ Que coisa mais triste, eu feiosa do jeito que sou, ainda consigo voar, para que todos possam me ver e zombar de mim, feliz é aquele lá ( e observava com certo ar de inveja o Sr. Pavão), lindo e vistoso, quem me dera ter nascido com essa beleza.

Foi ai, que de tanto "matutarem" tiveram uma "brilhante" idéia: resolveram que seria muito bom se eles então pudessem cruzar e gerar uma nova criatura, um descendente que certamente reuniria o que os dois teria de melhor...voaria como a Sra. Urubu, mas seria lindo e formoso como o Sr. Pavão.

Papo vai, papo vem, sabe como é a mãe natureza e ai a coisa aconteceu, eles cruzaram. E adivinha? Nasceu o PERU: que é feio prá dedéu e ainda como se não bastasse o filho da mãe não voa.


MORAL DA HISTÓRIA: O ditado que diz que "pior que está não pode ficar" é a mais pura mentira. Se a coisa tá ruim, cuidado se você mexer e não tiver certeza do resultado ... ela pode piorar "


quarta-feira, 17 de abril de 2019

Abril o mês de Òsóci na Casa de Yemanjá: Ipondá


Ipondá 

A grande Ayaba 

Iponda é a mulher que amou Erinlé, e dele teve o filho que veio a ser Rei de Edé. 

Ela mesma é conhecida também como Osun Ayê Edé por ter hábitado na cidade de seu filho. 

Iponda que se casou com Ogun e com Sango, e tambem foi de Elejigbo.
Rainha de uma grande cidade, ela tem a linhagem de Efan.

Iponda que teve três filhos, o príncipe e duas feiticeiras. 
Mulher que vivia entre as feiticeiras e era respeitada por elas. 

Iponda é inimiga de Opará, e de tantas guerras ela saiu vitóriosa! 

Iponda arrancou os olhos de Opará e ela não poderá mais se levantar contra a Rainha. 

Os portais da cidade de Iponda estão protegidos, Esu Orô e Esu Odara guardam a Ayaba dia e noite. 

Iponda que corta o ar com sua espada, ela não tem medo da guerra, os filhos de Obalufon Nao poderam com ela.

Feiticeira que escondeu suas cabaças de Ossun e Índigo no fundo do rio, e as águas se turvaram.

Iponda convida Osayn para seu meio, e ele responde em afetividade. 

Oya é a inimiga, que na batalha queimou os pés da rainha, mas foi desnorteada com o brilho do abebe espelhado. 


Ela não precisa procurar o Babalawô, ela abre os dezesseis Odús em suas próprias mãos e neles sabe de todas as coisas. 

Guerreira dourada que se veste de muitas cores, ela esperou os inimigos no caminho das águas e eles nao passaram com medo da lâmina de cobre dourado.
Epa Iponda! Filha do Rei da Montanha!


Negra ornada com tantas jóias que Warí lhe deu. Ao caminhar se houve o tilintar do metal de tantas joias que carrega.

Oduduwa viu a face da guerreira, Obatala a teve em sua casa e Yemowo lhe dedicou gratidão.

Yemoja a conhece como sua parente e com ela se senta nas fontes de água.
Iponda como não lhe adorar?

Não ha mulher como esta, pequena como uma donzela mas em força é gigante!

Ore Yeye Ipondá!

A maior das Rainhas!



Abril o mês de Òsóci na Casa de Yemanjá: Logun Edé



Ologunede Reencontra Osun

Osun havia deixado Ologun para poder se casar com Sango, e muito tempo se passou. 

Ologun se tornou o Rei de Ilesa e Edé.
Um dia Ologun saiu para caçar e quando estava no topo de uma cachoeira, olhou para baixo e viu uma linda Ayaba sentada nas pedras, tomando banho e se penteando. 

Ele ficou fascinado pela beleza desta mulher, desceu e ficou olhando-a escondido. 

Ayaba era que Osun com seu abebe espelhado viu que havia um homem a observando. 

Osun virou o abebe para em direção a Logun e Neste momento ele foi enfeitiçado caindo nas águas em forma de cavalo marinho. 


Oyá quando soube, correu atrás de Osun e disse a ela que aquele homem que ela havia encantado era seu filho Ologunedé , que um dia ela havia abandonado. 

Osun ficou surpresa pois se lembrava de Ologun como uma criança e nao como o homem belo que ele havia se tornado. Ela desfez o seu feitiço e então nunca mais se separou de Ologunedé.

"Timá lëhin yèyé rë, okanñoso gudugu Oda dohùn, ajongolo ökurin A ti bitibi ilebë, Ödara dëyin oju, ökunrin sëmbëluju Ñakota a bi ará fini."

(Apoiado as costas de sua mãe, ele é solitário e muito belo, belo até na voz, homem esbelto, ele usa roupas finas, Ele é belo até os olhos, homem muito belo, orgulhoso que tem o corpo muito belo.)


sábado, 13 de abril de 2019

Abril o mês de Òsóci na Casa de Yemanjá:Èrínlé




Erinle é um orixá que representa a pesca ea colheita de pré-horticultura. Protege os médicos e pescadores. 

É o médico Osha, bem como adivinho. É guerreiro, caçador e pescador. É representada na natureza pelos peixes. Ele simboliza a saúde é recebido para evitar doenças. É fornecedora de subsistência humana. É caminhantes guia. 

Ele vive no solo e na água. Orixá da economia extrativista. Seu culto vem da aldeia de Ilobu, através do qual um pequeno rio que leva seu nome, é dito ter protegido os iorubas da invasão do Fulani. 

É andrógino e é dito ser muito bonito. filhos de Oshosi deve ir para Inle. Abata é recebido com Inle ou depois de ter Inle. Seu nome vem de Yorùbá Erinle que significa "O alimento que dá a terra." Não é liquidada como orixá tutelar, em tal caso é Yemaya. Os seus números são 3, 5 ou 7 e seus múltiplos. Suas cores são tons de verde e azul.

Erinlé (Erínlè) é uma divindade Yorubá cujo culto se localiza junto do rio com o seu nome, um afluente do rio Osùn (Oxum) que atravessa Ìlobùú, uma cidade do sul da Nigéria Ocidental, Ogbomoxo e Oxogbo, centro de comércio de produtos agrícolas como inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão e quiabo. Caçador, pescador e médico-botânico, neste aspecto muito similar a Osanyin (Ossain), pelo que o cajado dos sacerdotes de Erinlé (òsù-erínlè) assemelha-se ao cajado dos sacerdotes de Ossain.

Embora possa ser descrito como uma divindade hermafrodita, nas terras Yorubás é cultuado como uma divindade masculina. No candomblé Ketu, no Novo Mundo, Erinlé é apresentado muitas vezes como Òsóòsì (Oxóssi) Ibualama, um velho caçador, ou como Inlé, um jovem delicado. Certo é que Erinlé mora na floresta como Ossain e Oxóssi, possuindo ainda ligação com Okô, o Orixá da agricultura, e ao mesmo tempo nas águas como Yemanjá, Oxum e Otin. Dessa ligação com as águas se diz que Erinlé mora onde a água doce se encontra com a água salgada. Erinlé seria acompanhado por Abatan, sua contrapartida feminina, metade do equilíbrio masculino-feminino. Na Nigéria Erinlé tem vários caminhos (ibú): ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú.

Lenda de Erinlé

Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.
Os adivinhos lhe disseram:
“Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.
Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz.”
Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa.

Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlé.

Erinlé é um caçador.
Erinlé é também um guerreiro.

Erinlé é, além de tudo, um orixá.
Esta amizade foi grande.

Erinlé tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios.

Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlé teria de reembolsar o empréstimo.

Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá.
“Onde poderei encontrar este dinheiro?”
Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa.
Erinlé exclamou:
“Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?”
Erinlé tinha um talismã nas mãos. 

A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse.
Erinlé foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água.

Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse:
“Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele.”

Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa.

Os filhos de Erinlé fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram.
Percorreram todos os lugares onde Erinlé costumava ir. 

Quando chegaram ao local onde Erinlé entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água.
Esta água começou a escorrer.

Esta água era abundante.
Os filhos saudaram o pai assim:
“Oh! Erinlé, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!”

E chamaram Erinlé, sem descanso.

Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlé lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram.
Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlé cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. 

Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. 

Desde que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô!

No mesmo momento em que Erinlé, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. 

Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.



quarta-feira, 10 de abril de 2019

Abril o mês de Òsóci na Casa de Yemanjá: IBUALAMA


Primeiro de tudo, vamos esclarecer que não existe nenhum Orisá chamado "Oxóssi Ibualamo", o nome correto é ERINLÉ IBÚ ALÂMA, e como diz o nome se trata de Erinlé e não de Oxóssi.

Erinlé tem muitas qualidades. 

A palavra IBÚ Significa "submerso" e se refere a Erinlé ser um orisá patrono de um rio, ODÔ ERINLÉ. Veja as qualidades desse Orisá:

*IBÚ ALÂMA
*IBÚ OJOTÚ 
*IBÚ OWALÁ
*IBÚ ABATAN
*IBÚ MOKÍN
*IBÚ ONDÚN
*IBÚ ANÚ 
*IBÚ ASÚN NÀRA
*IBÚ ABADI
*IBÚ IJESÁ 
*IBÚ PAKOLO
*IBÚ IBUSAYN
*IBÚ AGBANDADÁ 
*IBÚ ELEYÉ 
*IBÚ APANLÁ 
*IBÚ OTIN

Inle não é qualidade e sim uma corruptela do nome Erinlé.

IBUALAMA é a fase onde Erinlé ja não caça mais, ele ja esta velho e vive a se alto flagelar com seu chicote Bilála. Ibualama ostenta o orgulho de seus dois filhos ja serem adultos e bravos guerreiros e caçadores, são OLOGUNEDÉ e YABÁ OTIN.

Ibualama não usa ofá, mas carrega uma lança afiada.

Ibualama se veste unica e exclusivamente de Branco, assim como o seu pai Orisá Okô.
É ligado a Osun Ipondá ,Yabá Abatan, Yemonja Assesun e a muitos Orisás.

Se conta que Erinlé sofreu uma injustiça em vida e então por sofrer uma grande desilusão, ele se transforma em rio, no fundo do rio volta a ser humano e então se flagela com seu chicote para afastar a amargura de ter sido injustiçado. 
Ibualama vive na parte funda e escura do rio, onde os homens não mergulham, pois sabem que Ibualama puxa e afoga quem invade suas águas.

A árvore jaqueira é tão importante em seu culto quanto no culto de Oxóssi, pois ambos seriam filhos de Ya Bambá.

Ibualama é Orisá da nação Efon e no candomblé Ketu foi tão descaracterizado que se tornou apenas um caminho de Oxóssi, mas ele no Efon ainda é o grande Odé da cidade de Ilobú, que é subordinado e amigo do grande Orisá Oloroke e de Sango.

A saudação de Ibualama: ARÁ UNSÊ IBU ALAMA!
Suas cantigas são em Batá e Ijesá.

Asé!




ABRIL O MÊS DOS ORIXÁS DA FAUNA E FLORA NA CASA DE YEMANJÁ: Òsóssí.


Oxóssi é o único Òrixá que entra na mata da morte, joga sobre si uns pós-sagrados, avermelhados, chamados Arolé, que passou a ser um de seus dotes.

 Este pó o torna imune à morte e aos Eguns.


Sendo ele um rei, carrega o iruquere (espanta moscas) que só era usado pelos reis africanos, pendurado no saiote, é o deus da caça e vive nas florestas, onde moram os espíritos dos antepassados. Tem a virtude de dominar os espíritos da floresta.

Agbo de Òsóòsì Oru Gboru Òdé do qual representa a "floresta africana" de fundamental importância, pois a mesma não se encontra dissociada da vivência cotidiana dos africanos em geral.



quinta-feira, 4 de abril de 2019

YAMI OTÍN





Otim esconde que nasceu com 4 seios" Oquê, rei da cidade de Otã, tinha uma filha.

Ela nascera com 4 seios e era chamada de Otim.

O rei Oquê adorava sua filha e não permitia que ninguém soubesse de sua deformação.

Este era o segredo de Oquê, este era o segredo de Otim.Quando Otim cresceu, o rei aconselho-a a nunca se casar, pois um marido, por mais que a amasse, um dia se aborreceria com ela e revelaria ao mundo seu vergonhoso segredo.Otim ficou muito triste, mas acatou o conselho do pai.Por muitos anos, Otim viveu em Igbajô, uma cidade vizinha, onde trabalhava no mercado.Um dia, um caçador chegou ao mercado, e ficou tão impressionado com a beleza de Otim, que insistiu em casar-se com ela.

Otim recusou seu pedido por diversas vezes, mas, diante da insistência do caçador, concordou, impondo uma condição: o caçador nunca deveria mencionar seus quatro seios a ninguém.O caçador concordou, e impos também sua condição: Otim jamais deveria por mel de abalhas na comida dele, porque isso era seu tabu, seu euó.

...
Por muitos anos, Otim viveu feliz com o marido. Mas como era a esposa favorita, as outras esposas sentiram-se muito enciumadas.Um dia, reuniram-se e tramaram contra Otim.Era o dia de Otim cozinhar para o marido; ela preparava um prato de milho amarelo cozido, enfeitado com fatias de coco, o predileto do caçador.Quando Otim deixou a cozinha por alguns instantes, as outras sorrateiramente puseram mel na comida.Quando o caçador chegou em casa e sentou-se para comer, percebeu imediatamente o sabor do ingrediente proibido.

Furioso, bateu em Otim e lhe disse as coisas mais cruéis, revelando seu segredo: "Tu, com teus quatro seios, sua filha de uma vaca, como ousaste a quebrar meu tabu?"A novidade espalhou-se pela cidade como fogo.Otim, a mulher de quatro seios, era ridicularizada por todos.Otim, fugiu de casa e deixou a cidade do marido voltou para sua cidade, Otã, e refugiou-se no palácio do pai.

O velho rei a confortou, mas ele sabia que a noticia chegaria também a sua cidade.Em desespero, Otim fugiu para a floresta.

Ao correr, tropeçou e caiu. Nesse momento, Otim transformu-se num rio, e o rio correu para o mar.Seu pai, que a seguia, viu que havia perdido a filha. Lá ia o rio fugindo para o mar.Querendo impedir o Rio de continuar sua fuga, desesperado, atirou-se ao chão, e, ali onde caiu, transformou-se em uma montanha, impedindo o caminho do rio Otim para o mar.

Mas Otim contornou a montanha e seguiu seu curso.Oquê, a montanha, e Otim, o rio, são cultuados até hoje em Otã.Odé, o caçador, nunca se esqueceu de sua mulher.Fonte: "mitologia dos Orixás" - Reginaldo Prandi — em Francisco Morato.


terça-feira, 2 de abril de 2019

ABRIL O MÊS DOS ORIXÁS DA FAUNA E FLORA NA CASA DE YEMANJÁ !


YÁ APAOKÁ

Mo Juba irmãos, gbogbo Egbon ati Aburo mi

Do Tradicionalismo à Diaspora, tem se perdido o culto à muitas divindades, deidades, entidades e algumas já estão a beira do desconhecido. 

Existe um numero infinito de divindade que desconhecemos. Raros são os Terreiros de Candomblé, que cultuam uma magnifica divindade de nome Iya ApaOka, tambem conhecida como Iya Pakoka, Iya Nbanba, Iya Mó, entre tantos outros epítetos. Divindade esta de grande importância dentro do Candomblé de Nação Ketu, já que a mesma teve uma forte influência durante a fundação da cidade de Ketu.

Um pouco do que aprendi sobre esta magnifica divindade...

Os mitos Yorùbá, nos revela que esta Ìyágba, também conhecida como Ìyá Nbanba, Ìyá Mo, Ìyá Òdé ,entre tantos outros epítetos, viviajuntamente com outras duas irmãs, ÌWander Matta Yá Obacyepere e Ìyá Bokolo, muito antes da fundação da cidade de Ketu, em uma cova situada abaixo do Òpó méta, três robustos troncos de mogno-da-guiné, conhecido em Yorùbá com o nome de Ògànwó.

As três irmãs selaram um pacto de nunca dar o nascimento a uma criança neste mundo, porém, Ìyá Apáòka não cumpre o prometido e juntamente com Òrìsà Oko dá a luz a um menino que mais tarde recebe o nome de Erinlè. 

Inlè como também é conhecido, funda a Cidade de Ìlobùú, entre outras obras na Terra, retorna ao orun e regressa novamente ao àiyé no mesmo seio familiar, onde desta vez recebe o nome de Òdé . Este é um dos grandes segredos da ligação entre Inle e Òdé. Aquele que possui Inlè, deverá ter como complemento Òdé, mas não necessáriamente o inverso.

Aqui no Brasil, por diversas razões, houve a necessidade de uma redifinição e, consequentemente, foi feita a substituição do mogno-da-guiné pela jaqueira, denominada em Yorùbá de Tapónurin onde também foi designada o nome de apáòka em razão de ser a morada da divindade do mesmo nome. De suma importância, devo ressaltar que a jaqueira é uma árvore originária da Índia e introduzida na Bahia por volta do século XVIII. Suponho que o tamanho e o porte da jaqueira, foram de fundamental importância para a efetiva substituição. 

Todas as árvores são sagradas por natureza, embora para que se possa prestar culto a esta divindade a mesma deverá receber os ritos liturgicos onde consiste em plantar o àse ou acomodar os segredos de Ìyá Apáòka; depois de ser sacralizada, o tronco desta é adornado com um laço de tira branca e uma talha de três alças da qual sustenta um arco e flexa em ferro forjado. 

Nos Terreiros de Candomblé, esta árvore divide o espaço com espécies variadas, como também “assentamentos” e emblemas de certos Òrìsà, num local denominado Ãbo de Òsóòsì Oru Gboru Òdé do qual representa a “floresta africana”, de fundamental importância, pois a mesma não se encontra dissociada da vivência cotidiana dos africanos em geral. 

Anualmente, esta árvore recebe o sacrifício de animais com a finalidade de revitalização de seu àse, ocasião esta que a torna objeto de um culto especial.
Quanto ao culto à Ìyá Mepere e Ìyá Bokolo, não se encontram vestigios, esta perdido na diáspora, assim como inúmeras outras divindades.

Notas:
1. Khaya grandifoliola, Khaya ivorensis, Khaya senegalensis, Família Meliaceae, árvore típica da Costa do Marfim, Camarões e Nova Guiné, também conhecida pelo nome de Mógno Africano)
2. Cidade do estado de Osun, sudoeste da Nigéria, encontra-se ao longo de um tributário do rio Oshun e na estrada de Ogbomosho e Oshogbo. Ilobu é um centro comercial e seus principais produtos são o inhame-da-costa, milho, mandioca, abóboras, feijões, óleo-de-plama e Okra - um tipo de grão típico das savanas.
3. Artocarpus intergrifolia L.f.
4. Refúgio, amparo, resguardo, asilo, proteção, segurança, defesa, salva-guarda, escudo. Muitos na diáspora usam o termo Igbó do qual significa floresta, bosque, grota.
5. Termo que designa e saúda o clã dos caçadores. — em Francisco Morato.



segunda-feira, 1 de abril de 2019

Oya Orisa de super poderes




Oya – Orisa de super poderes

Eu vou começar uma série de textos, mostrando para vocês, uma história real da onde cada um desses orisa foram percorrendo suas caminhadas do céu para terra. Essa série de histórias eu vou nomear de desmistificando o místico

Eu quero começar desmistificar, começando por esse Orisá, porque uma parte das pessoas que cultuam Orisa, sempre colocam ela como Orisa que se transforma em um búfalo. Uma das coisas que eu mais peço para as pessoas que praticam a cultura yoruba, é dentro da cultura, você precisa ir procurar na fonte o que significa cada história daquele Orisá e para você poder aprender as histórias deles, você precisa começar aprendendo a observar os oriki. Todos esses oriki eles explicam quem são eles e o que eles fizeram, para que pudessem se tornar essas divindades que estão famosas e reconhecidas por seus super poderes.
Para saber mais os tipos de rezas, aconselho as pessoas a começar a estudar na escola de Ifa, aqui dentro desse canal eu explico o porquê da escola de Ifa.

Oya é um Orisa muito poderosa como sabemos. Sango quando a viu pela primeira vez ele ficou apaixonado. Porém, neste dia de festa que era de Ogun, Sango à observou muito e foi perguntar à Ogun “quem é aquela mulher que dança tão bem e é tão bonita?” Ogun respondeu que era sua esposa Oyá. Resumindo essa parte da história, Sango decidiu casar com Oya e os dois aceitaram o acordo feito de não brigarem mais. ogum foi até Oyá explicou a ela o quê Sangô queria com ela e ela perguntou logo em seguida se Sango cuidaria dela e daria tudo que ela precisasse. Ogun disse que sim e foi assim que Oya aceitou se casar com Sango.
Nesse tempo Sango já tinha 6 esposas, primeira é Asabo (Oba), segunda Osun, porém, a menos conhecida Ganbiolu era a mais querida dele. Quando Oya chegou na casa, deixou as 3 muito nervosas: “mais uma Sango? Você já tem 6! Não foi suficiente?!” Sango as deixou falando sozinha. Oya depois de um tempo ficou só com Sango. Sango foi seu amor, ela inspirou Sango e deu forças sobrenaturais com chamar os raios e soltar fogo pela boca. Sim, Oya descobriu isso primeiro que Sango. Ela o fez um homem forte e destemido. Em Oyo Sango não foi respeitado como é dito nas histórias, sendo que a realidade foi outra. Porém, vou deixar para falar de Sango quando for a vez de falar dele.

Oya tinha o respeito por muitos porque ela era calma e gentil. Era uma mulher que já tinha muitas seguidoras e tinha muito dinheiro (ela era rica mesmo), tanto é que ela fez questão de saber se Sango era bom no quesito monetário ou não, porque ela era livre e não gostaria de bancar um homem.

Oya era desconhecida. Ela escolheu Ira como sua residência e foi ali muito conhecida, daqui saiu o nome Onira (senhora de Ira). Porém ela viveu em na terra de Asun, Idun Sakere e foi vista em Tapa por um período. Seu templo em Irá foi esquecido por um tempo, atualmente as pessoas estão consertando o seu espaço.

Oya a to iwo efon gbé
Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo

Esta parte do oriki me faz pensar como as pessoas pensam sobre no que Oya se transformava. Mas como existem muitas saudações, interpretações e significados, às vezes as palavras são ditas por parábolas.
Nesta parte do oriki não diz que ela tem chifre de búfalo, sendo a transformação dela no mesmo. Assim como eu disse anteriormente, ela utilizava muitas magias e assim foi como as pessoas já a viram, bem grande forte e que usava os chifres que estavam ligados as magias.

Na verdade, Oya se despia e pegava uma pele mágica e se transformava em agbonrin como descreve em seu Oriki: “enikan soso to le diwo agbonrin”

Quando Sango conseguiu descobrir esse segredo, ele tentou roubar para ele. Foi isso que ele fez Oya se afastar um dia. Oya passou por um outro problema maior, de chegar a ser quase uma escrava por não dizer onde ela guardava seus poderes. Todos Orisa masculinos queriam descobrir. Um dia, Orunmila se apaixonou por ela e queria os poderes e ele mesmo esperou a hora certa de pega-la no flagra. No momento que ela fugia, Orunmila pôs suas mãos nela tentando segura-lá, mas ela estava se transformando, por isso, existem esses antílopes com manchas brancas. Foram as palmas das mãos de orunmilá que marcaram o corpo de Oya.

Cor de oya é vermelho
Oya usa edun ara como seu marido

Filhos de Oya não comem carneiro

Oya não aceita mentiras e humilhação
Oya não aceita filhos esnobes e usurpadores
As mulheres de Oya são guerreiras e precisam manter segredos delas. Homens que seguem Oya precisam respeitar as mulheres. Mulheres de Oya tendem à despreza os homens, ato que Oya abomina. Oya sempre acreditou na igualdade entre homens e mulheres, Oya não acreditava na superioridade feminina à ponto de machucar um homem. Homem de Oya deve seguir o mesmo caminho ao contrário.

Babalawo Ifadayo Orisatalabi Akinkanju Adetooyangan Elebuibon Ifatimilehin