No candomblé,
uma oferenda é necessariamente um sacrifício de origem animal, mas o abate-ritual dos animais como é feito na maioria das religiões.
Também serve para alimentar uma comunidade inteira, pois, nas casas de candomblé não é permitido a compra em supermercados, de frangos empanados para oferecer aos Orixás.
Para o Candomblé tudo que a natureza produz é sangue, e um sacrifício, requer a utilização de vários tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida.
Na Umbanda, uma "oferenda" não pode conter um sacrifício animal.
Sangue de Origem vegetal, obtido nas casca das árvores, folhas, frutos, sementes e flores.
Sangue de origem mineral, Água, sal, carvão.
Sangue de origem animal, são abatidos, bois, bodes, galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimentos à comunidade.
O animal abatido vai das mãos do axogun para as mãos da cozinheira (Iyabassê), que vai preparar o alimento tanto para o Orixá como para todos os presentes.
Todas as partes do animal são separadas.
A parte genital do animal e o sangue pertencem ao Orixá.
Mas o resto do animal é cozido e preparado para serem servidos no final da festa, aos visitantes e filhos da casa.
Sacrifício não é sinônimo de assassinato para a comunidade do Candomblé, pois toda a comunidade come daquela carne.
Dentro do Candomblé todos os seres vivos abatidos serão obrigatóriamente consumidos para não perpetuar um ato criminal a um ser vivo.
Todo homem sacrifica necessariamente num sentido religioso, e mata para sobreviver.
O sentido expiatório, não é aplicando ao Candomblé por um motivo aparentemente simples: no Candomblé, não existe pecado, portanto não há o que expiar, porém, somos totalmente autor de nossos atos e consequentemente seremos o único responsável por todas as nossas ações arcando com todas as Leis da Natureza.
Além dos animais, outras comidas são preparadas dependendo do Orixá que está sendo homenageado, o amalá para Xangô, o Ipeté para Oxum, o acarajé para Iansã, tudo será colocado diante do assentamento do Orixá como oferenda.
Toda essa comida serve para alimentar uma comunidade inteira de filhos de santo e suas famílias que geralmente moram nas proximidades do terreiro.
"Comidas de Santo e Oferendas", de Jose Ribeiro. Editora ECO, 5a. edição, 1973, brochura, 123 págs.
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