CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

* Ancestralidade ( quarta parte ) Culto a Divindade Orô

Culto
a Divindade Orô




Orô é uma divindade masculina que representa a ancestralidade dos Homens, é um Deus similar à Iyámi, o Culto a Orô representa o culto indireto a Ikú, é um dos cultos aos mortos, Deus da Destruição é considerado como o portal para a ressurreição.

Segundo um de seus mitos, toda alma ancestral masculina para que pudesse renascer na Terra deveria ir ao seu encontro, a alma teria de ser devorada pelo Deus.




Orô é considerado como um Deus incontrolável, conta-se que quando Orô sai pelas ruas ninguém deve ficar em seu caminho ou será sacrificado.

Orô possui uma voz extremamente grossa e cavernosa, seu grito ecoa como um trovão na floresta da morte, ele absorve a vida de tudo.

A única divindade que trata com Orô é Xangô, pois foi o único a fazer os Ebós necessários para isso.

Apenas homens podem prestar culto a Orô.




Muitas sociedades alcançaram o título de “poderosas” na Religião Yorubá, mas nenhuma alcançou o prestígio da Sociedade Secreta Orô.

Na antiguidade esta sociedade, semeava o terror dentro do poder, já que seus emissários ocultos, por baixo de máscaras impediam o abuso de sacerdotes, monarcas inclusive de anciões, que formavam o conselho central do reino.

A missão desta sociedade, prevalecia em todas as exigências religiosas e era tão poderosa, que possuía o direito de vigiar se os governantes respeitavam os preceitos morais divinos.

Eles são os defensores e reguladores da ordem tradicionalista, do cuidado com o conhecimento, do folclore, da história e dos mitos.

Os membros desta sociedade, desempenhavam múltiplas funções sociais.

Os membros da Sociedade Orô, se preocupavam, com o adequado "respeito ao culto dos ancestrais", mantendo-o vivo, por tanto, os membros desta sociedade se encarregavam de conseguir que os mortos fossem enterrados conforme determinados rituais apropriado e sua almas chegassem com segurança ao reino dos mortos, inclusive aquelas pessoa, que por infelicidade fossem mortas em acidentes ou tivessem mortes trágicas.

Orô Aboluaje, é o título que se lhe dá e seu significado seria: “o que pode recolher da areia da vida o chefe dos feiticeiros”, é um espírito deificado dos homens.

Orô recebe o nome de Ita e tem um companheiro com o qual lhe chama ao vento, seu nome é Irelê, com o qual caminha e se alimenta.

Ele é representado por um filete, cuja confecção é um segredo e vive encima dele.

Orô é chamado de Deus do mistério.

Segundo o Odu Ogbe-Osa, onde disse que vagava pelo bosque e fundou o estado de Kwara, a deidade do segredo do retiro e do encanto.

Na antiguidade a Sociedade Orô, estava vinculada à Sociedade Ogboni(Osugbo), eram os executores dos criminosos; quando um criminoso era condenado pela Corte Ogboni, eram os membros do Culto de Orô, os que executavam a sentença.

Quando Orô, saía à rua durante a noite, os que não pertenciam a esta sociedade deveriam ficar recolhidos em suas casa ou corriam o risco de morrer.

Eles estabeleciam “o toque de recolher”.

Durante o ano havia de sete à nove dias dedicados as festividades de Orô, especialmente em lua nova, onde as mulheres teriam que permanecer trancadas dentro de suas casas, com exceção as poucas horas, em que era permitido saírem para diversos fins.

No sétimo dia nem sequer isto seria permitido, sob rigorosa pena de morte.

Deveriam permanacer trancadas, sem importar qual era seu status social ou título de nobreza.

Quem desobedecia as regras desta sociedade era executado.

Orô é uma das forças sobrenaturais que atuam durante a noite.


Esta divindade trás prosperidade, mas ao mesmo tempo a destruição.


Oró Aféfé Ikú! (Orô o vento da morte!)


A Sociedade Orô (Orùn ou Oró Lewé)


A Sociedade Orô é considerada entre os Iorubás a mais poderosa.

Entre os Oyo e os Egba (cuja capital é Abeokuta) seu poder político supera as exigências religiosas.

Orô possui o direito de vigiar se os governantes respeitam os preceitos morais divinos.

Orô está basicamente a serviço dos espíritos dos mortos e por isso só aparecem de noite.

Seu emblema é um pedaço plano de ferro ou madeira (sobre tudo de madeira de Óbó ou Kam, que as bruxas (Aje) não podem ver nem farejar, presa a um cabo com corda, o que a converte em uma madeira que zúmbi (emitindo um som todo particular ao ser manuseada).

Cada Sociedade dispõe normalmente de dois tipos destes utensílios. Um é pequeno e se conhece com o nome de Ise (moléstia) e o tom estridente que produz, se conhece como Ajá Orô / Aaja Orò ( Cachorro de Orò / Vento de Orò = Orò Afefe Ikú! ). O outro provem dos madeiros grandes chamados Agbe (espada) e emite um tom surdo que é considerado como a mesma voz de Orô, este som anuncia que a morte está ameaçando alguém.

Orò reproduz a voz dos mortos e por isso se diz que os mortos os chamam.

A adoração de Orô deve ser realizada de preferência sob a Lua Nova.

Os adeptos da sociedade, costumavam levar máscaras de madeira, porém estas não chegam a cobrir todo o rosto.


Oriki Orô


“Óró mà nì kó.


Óró mà jà kó.


Óró Tóhùn tíré síté.


Óró Óhùn Ótòhùn nì ímà wà kírì.


Ásè!”




Tradução


“Orô causa confronto.


Orô não me cause confronto.


Orô tem a voz do poder.


Orô tem uma voz que ressoa por todo o Universo.




Que assim seja.”

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