CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Quem realmente é Iyami Òsòròngà, será a mãe dos Orisas? ( parte 1)



Quem realmente é Iyami Òsòròngà, será a mãe dos Orisas?

"Eleye com uma boca redonda.


Pássaro àtíòro que desce docemente.


(Eles se reúnem para beber o sangue) voa sobre o teto da casa).


(Passando da rua) colocou no mundo)


(Come desde a cabeça, eles estão contentes).


(Come desde a cabeça, eles estão contentes)


colocou no mundo (Chora como uma criança mimada).


(Chora como uma criança mimada) colocou no mundo ajé).


Quando ajé veio ao mundo ela colocou no mundo três filhos.


Ela colocou no mundo "Vertigem"


Ela colocou no mundo "Troca e sorte"


Ela colocou no mundo "Esticou-se fortemente morrendo".


Ela colocou no mundo estes três filhos.


Assim eles não têm plumas.


O pássaro akó lhes deu as plumas.


Nos tempos antigos, elas dizem que elas não gratificam o mal.


No filho que tem o bem.


Eu sou vosso filho tendo o bem, não me gratificai o mal.


Vento secreto da Terra.


Vento secreto do além.


Sombra longa, grande pássaro que voa em todos os lugares.


Noz de coco de quatro olhos, proprietária de vinte ramos.


Obscuridade quarenta flechas (É difícil que o dia se torne noite).


Ela se torna pássaro olongo (que) sacode a cabeça.


Ela se torna pássaro untado de osùn muito vermelho.


Ela se torna pássaro, se torna irmã caçula da árvore akòko.


(A coroa sobe na cabeça) segredo de Ìdo.


A rã se esconde em um lugar fresco.


Mata sem dividir, fama da noite.


Ela voa abertamente para entrar na cidade.


Vai à vontade, anda à vontade, anda suavemente para entrar no mercado.


(Faz as coisas de acordo com sua própria vontade).


Elegante pássaro que voa no sentido invertido de barriga para cima.


Ele tem o bico pontudo como a conta esuwu.


Ele tem as pernas como as contas sègi.


Ele come a carne das pessoas começando pela cabeça.


Ele come desde o fígado até o coração.


O grande caçador.


Ele come desde o estômago até a vesícula biliar.


Ele não dá o frango para ninguém criar, mas ele toma o carneiro para junto desta aqui."


(Verger; 1992:90)


O texto de Verger é hermético, simbólico, truncado e reticente impelindo-nos a adentrar na complexidade do universo afro-descendente brasileiro.




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