A formação religiosa da tradicional comunidade Afro-Brasileira discute muito sobre o que pode ou não ser feito em determinadas horas e ou como deve ser feito.
Acredita-se que aqui no Brasil algumas divindades gostam de ser tratadas com dendê ou com mel, até mesmo em determinados casos o uso da banha vegetal é mais apropriada, pois se acredita que algumas divindades dão preferência a tal elemento ao invés do mel e ou do dendê.
No entanto vemos o caso de Yemonjá, que somente aqui no Brasil ela é cultuada no mar, como a rainha das águas salgadas, mas para quem já teve acesso aos Itan africanos, pode constatar que o verdadeiro dono do mar é Olokun, o senhor dos mares, então de onde tiraram que Yemonjá é a rainha dos mares?
Bom eu não sei de onde tiraram, mas com certeza não veio da África este conceito...
Este equivoco deve ter ocorrido em determinado momento entre o sincretismo da igreja e ou da Umbanda que por sua vez pode cultuar Iemanjá no mar, afinal a umbanda possui um credo e fundamento diferente da matriz africana e deve ser respeitado.
Usando Yemonjá ainda como fonte, podemos notar que na África ela é tratada com dendê, ou melhor, a maioria das divindades adora dendê, com exceção da intervenção de Oxalá, que é proibido de receber qualquer oferenda com este óleo.
Agora fica pergunta é costume dos brasileiros tratarem Yemonjá apenas com mel ou azeite doce, e ou, será algum fundamento particular?
Qual a origem e ou a fonte que determinou que Yemonjá não devesse receber nada com dendê?
E não muito distante o povo Afrosul, costuma não despachar o Bará quando o tempo está chuvoso, mas por quê?
Se a base do Ekomi (preparado à base de agua, farinha e dendê) é a agua?
Além do que, sempre que vão despachar o Bará sai o Ekomi, a comida do Bará e a quartinha, que ao despachar ambos, a quartinha é descarregada ali em cima, mas neste caso não está molhando o chão?
Da mesma forma que fica a pergunta, quando o dia está chuvoso não se joga?
Afinal o orixá não fica preso no quarto de santo, logo devemos pensar que ele não percorreria qualquer espaço entre o local ao qual ele está até o quarto de santo em dia chuvosos, sendo que ainda não inventaram o tele transporte africano...
Conceitos e pensamentos contraditórios...
Por outro lado vemos que a maioria dos sacerdotes não costuma fazer seus despacho em pleno dia, mas por quê?
Será que o sol teria algum efeito danoso ao ebó?
Ou alguma divindade de desintegraria ao ver o sol ?
São tantas perguntas que prefiro acreditar que é apenas costume e não fundamento!
Sendo que eu despacho ebó, preparo osé (trato e manutenção dos assentamentos dos orixás) a qualquer hora do dia, pois meus orixás não temem o Sol, Chuva, Lua cheia e ou qualquer elemento da natureza, sendo que a maioria deles interagem com os próprios elementos da natureza, como Xangô que é o senhor do fogo e não teme o sol.
Conceitos e fundamentos misturados que geram um ritual errado na atual sociedade religiosa, que deve ser eliminado, quem sabe os religiosos possam estudar mais e acompanhar a evolução natural do mundo e perceber que muitos conceitos estão equivocados...
Espero realmente que possamos conviver harmoniosamente e prosperar, afinal as nações afro-brasileiras são lindas e devem ser respeitadas.
Abraços à todos.
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