CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

terça-feira, 8 de junho de 2010

Orixá: Iyami-Ajé


Iyami-Ajé






Iyami-Ajé
Iyami - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil
















Iyami-Ajé - (Iyá Mi Ajé = Minha Mãe Feiticeira) também conhecida por Iyami Oxorongá - é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação.






Identificada no jogo do merindilogun pelo odu Ôxê










Tudo que é redondo remete ao ventre e, por consequência, as Iyá Mi.




O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá Mi é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.






Iyami Ajé na forma de pássaro






(Coruja Rasga-Mortalha)










 ou coruja rasgadeira,  pousa nas árvores favoritas durante a noite principalmente na jaqueira








                                                           (Artocarpus heterophyllus).
















Contam os antigos africanos que quando a coruja rasgadeira sobrevoa fazendo seu ruído característico ou aproxima-se de uma casa é porque vai morrer alguém.














 Iyami Agbá






Mascaras de Guelede usadas nos rituais de Iyá Mi












Aulo Barretti Filho, escreve em O Culto dos Eguns no Candomblé: "Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente.










Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá NIa, a grande mãe.








Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Gëlèdé", compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder.






O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino."


Para Sergio Ferretti (1989:186) o culto a Naê no Maranhão pode ser comparado ao das Iyamí Oxorongá da Nigéria, Benin e outras regiões da África - mães ancestrais respeitadas e temidas, que não incorporam e que têm o poder de se transformar em pássaro.


É um orixá apenas assentado para ser cultuado pela comunidade, não é um orixá de iniciação, por ser uma energia ancestral aglutinada de forma coletiva.






Representa todas as mães mortas e ninguém pode incorporá-las ou manifestá-las.
 
 
                                                                              
 
 
                                                                       Gelede


Opo Gelede




máscara de Gel

Mascara Gelede do Benim no Brasil



Gelede é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de caráter religioso existente nas sociedades tradicionais yorubas.








Expressa o poder feminino sobre a fertilidade da terra, a procriação e o bem estar da comunidade.






Gelede é um festival anual homenageando "nossas mães" (awon iya wa), não tanto pela sua maternidade, mas como ancião feminino.








 Ela ocorre durante a época seca (março-maio) entre os Yorubas do sudoeste da Nigéria e o vizinho Benin.








A máscara (ou adorno de cabeça, uma vez que não cobrem o rosto) é um par de um conjunto usado pelos homens vestidos como mulheres mascaradas para divertir, e aplacar as mães que são consideradas muito poderosas, e podem usar os seus poderes para o bem ou como feitiçaria de efeitos destrutivos.
 Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade










Da Nigéria são dois os listados como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade: O Gelede, que também é praticado no Benin e Togo, e os Ifa Divination System, e em estudo na Nigéria um sistema de Tesouros Humanos Vivos e esforços para salvaguardar o suas línguas ameaçadas.














Gelede celebra a sabedoria das mães anciãs e mulheres entre os yorubas.






O festival inclui máscara (ou adorno de cabeça, uma vez que não cobrem o rosto) usado pelos homens que vestidos como mulheres mascaradas para acalmar as mulheres mais velha da tribo.








Dança e música são parte integrante da cerimônia, que utiliza elementos tradicionais da música Yoruba incluindo percussão complexa e músicas.




O Gelede é precedido por uma cerimônia chamada Efe, que tem lugar na noite anterior.






Gelede surgiu provavelmente no final do século XVIII ou no início do século XIX. Pode estar associada com a mudança de uma sociedade matriarcal para uma patriarcal, mas então se poderia esperar que tenha origens mais antigas.






A cerimônia Gelede pode também ter lugar nos funerais de membros do culto ou em períodos de seca ou de outras situações graves, que se pensa ter sido trazida por feitiço maléfico.








Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé
 (universo conhecido) três divindades: Ogun (senhor do fèrro), Obarixá (senhor da criação dos homens)


(2) e Odu, a única mulher entre eles.








Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê.




Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade (também chamada de Iyami Oxoronga, minha mãe Oxorongá). Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.












"Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orunmilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia.


















"Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava Egun.




Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egun.






"Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun.




Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade (o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas. quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível.










Ela reverenciou e prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota.






Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá. Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun."






O conjunto homem-mulher dá vida a Egun (a ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu.








Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto a Egun.






(2) Um dos Orixás funfun, isto é, Orixás que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas; em algumas regiões ; Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá.



3 comentários:

  1. muito enteresante isso muito mesmo agradeso continui assim dificil ver pessoas que sabem do culto assim como vc sabe certinho na risca parabens

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  2. Agradeço sua gentileza e atenção para com nosso conteúdo !
    peço que continue opinando para que possamos realizar um trabalho sério e preciso !

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  3. tem algum video no youtube de Yiami?

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