CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Candomblé e a Natureza !


O Candomblé é uma das religiões afro-brasileiras que se desenvolveram em terras brasileiras. Seus seguidores cultuam os orixás – panteão de divindades africanas – e se consideram conectados a objetos, animais ou plantas ancestrais, conhecidos como totens. Esse culto também se estende pelo Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México e por alguns países europeus.







Esse culto primitivo nasceu aqui nas senzalas, fruto dos costumes e práticas dos negros trazidos como escravos para o Brasil. Ironicamente, pode-se dizer que o Candomblé é conhecido hoje em nosso país às custas de muitos afro-brasileiros mortos, torturados, perseguidos em nossas terras pelos escravocratas e pela Igreja. Da resistência cultural e religiosa deste povo brotou em terras brasileiras esta religião afro-brasileira, aqui modificada por uma questão de sobrevivência dos negros, que dissimularam seu culto sob a forma do famoso sincretismo religioso local.










O Candomblé foi construído com base no que se pode chamar de alma da Natureza, sendo assim considerada uma religião anímica. Assim como os negros em geral, os praticantes dessa cultura religiosa, proibida pelo Catolicismo, foram perseguidos e criminalizados. Mesmo assim ela cresceu consideravelmente ao longo de quatro séculos, desde a abolição da escravatura, em 1888, graças aos seus adeptos, provenientes das mais diversas classes sociais, que durante este período construíram dezenas de milhares de templos. Atualmente pelo menos três milhões de brasileiros revelam-se praticantes deste culto. Salvador é o grande centro desta prática, com aproximadamente 2230 terreiros oficialmente registrados pela Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros. Isso sem levar em conta o sincretismo brasileiro, que leva uma grande parte da população a praticar mais de uma religião ao mesmo tempo, incluindo o Candomblé.






Tradicionalmente os orixás, rituais e festas do Candomblé são hoje considerados patrimônios culturais brasileiros, e parte essencial do folclore brasileiro. Para melhor compreender esta religião, é preciso ter em mente que os negros trazidos para o Brasil não eram culturalmente padronizados, nem todos eram incultos ou semidesenvolvidos. Alguns povos tinham uma estrutura social de certa forma complexa, com hierarquias que incluíam reis, rainhas, sacerdotes, príncipes, generais, exércitos, e outros mais. Certas tribos tinham a religião e o comércio em estágios avançados, algumas sendo até herdeiras de culturas egípcias, gregas e persas. Muitas destas culturas foram infelizmente enfraquecidas, até mesmo destruídas, tanto pela escravidão quanto pela opressão cristã e até mesmo a muçulmana.






Os orixás eram entidades ligadas à Natureza e também à Humanidade. Os discípulos do Candomblé são adeptos do que se chama de mediunismo – seus médiuns não dão passividade a Espíritos ‘mortos’, conhecidos como ‘eguns’, mas somente a estas divindades chamadas de orixás. Os negros cultuam sete Orixás Maiores e vários Orixás Menores. Os primeiros orixás são os deuses voltados para o lado mais espiritual e sagrado da vida. Os outros são ligados aos interesses mais materiais.






Os homens atraem determinados orixás de acordo com a vibração que apresentam em sua natureza – podem assim sintonizar-se com os mais elevados ou com os de condição inferior, mais materializados. Cada um é então considerado como proveniente de uma ou outra freqüência psíquica, ou chamado de “filho de Santo”. Os orixás maiores são: Oxalá -representa a natureza mais espiritualizada, é o instrumento dos desígnios divinos, Jesus para os umbandistas; Iemanjá – simboliza o feminino e as águas do mar, é a imagem de Nossa Senhora; Xangô – a justiça terrena, com a efetivação da lei de causa e efeito; Ogum – simboliza o conceito de trabalho, de luta, na natureza representa os metais; Oxóssi – a natureza juvenil da humanidade e as matas; Iorimá – símbolo da maturidade e da humildade, está conectada ao movimento das águas; Iory – é o aspecto infantil, a inocência da criança, a alegria da Natureza.






Há, porém, outra face da espiritualidade, o lado do mal, do desequilíbrio, o reino de Elegbara, na Umbanda considerado como o universo de Exu e no Catolicismo como o espaço do Demônio. Ao contrário dos Espíritos aos quais se ligam, os orixás não estão submetidos ao processo evolutivo, são apenas executores da vontade do Grande Pai.





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