CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Orixá: Oxalá

Oxalá














Oxalá é o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.




Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguian, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile) e velho (chamado Oxalufan e identificado pelo odu ofun).


No candomblé, este é representado material e imaterialmente pelo assentamento sagrado denominado igba oxala.






Os símbolos do primeiro são uma idá (espada), "mão de pilão" e um escudo; o símbolo do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.






A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul; a de Oxalufam é somente branco.


O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.




Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano.


Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana.


É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações.


A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo.






Índice


1 Arquétipo dos filhos de Oxalá


2 Lenda: Oxalá e o saco da criação


3 Lenda: A viagem de Oxalufan








Arquétipo dos filhos de Oxalá


As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança.




Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas.


São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.




Lenda: Oxalá e o saco da criação


Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo.


Essa missão, porém, não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.






Oxalá pôs-se a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô.




No momento em que deveria ultrapassar a porta do Orun, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma sede intensa. Oxalá não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar sua sede.






Era o vinho de palma também conhecido como ("emu" e "oguro") o qual Oxalá bebeu intensamente. Bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido.


Apareceu então Olófin Odùduà, que vendo o grande Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e, em seguida, foi à procura de Olodumaré para mostrar o que achara e contar em que estado Oxalá se encontrava.






Olodumaré disse então que “se ele está neste estado vá você a Odùduà, vá você criar o mundo”. Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro. Era terra.
Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas.






Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras.


Ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água; onde ciscava, cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em yoruba se diz Ile`nfê, expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê-Ifê.






Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou-se, assim, rei da terra.






Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação.


Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê.


Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.




 Lenda: A viagem de Oxalufan


Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyo em visita a Xangô, seu outro filho.


Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal.






Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão.


O adivinho aconselhou-o, então, a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.






Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exú três vezes.


Três vezes Exú solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três vezes Oxalufam ajudou Exú, carregando seus fardos imundos.


 E, por três vezes, Exú fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão.


Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes.


Finalmente chegou a Oyó.


Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.






Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho.


Mas, neste momento, chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido.
Viram Oxalufam com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal.


Maltrataram-no e prenderam-no. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.






Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino.


Xangô, desesperado, procurou um babalaô, que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.






Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai Oxalufam. Xangô ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco, e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô vestiu-se também de branco e encarregou Airá de carregar o velho rei nas costas. Levou-o para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e Xangô.


Depois Oxalufam voltou para casa levado por Airá e, quando chegou seu filho, Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.




 África


Obatalá, Osala, Osalufon, Osagiyan e Osa-Popo, todos eles denominados Òrìsà funfun (branco), devido à cor que os simboliza, a branca. Obatalá e Odudua são associados de diversas maneiras nos mitos da criação.






Bàbá Epe


Orixa Oko


Lejúgbè


Ajàgúnán


Òsàfuru


Elémòsó


AkajaPriku


Òsàìgbò


Indako


Bàbá Àjàlé


Orixa-Nlá


Obatalá


Odudua


Oxalufan


Oxaguian


Orixá okô


Em língua árabe, "wa xa illah", com o significado de "queira Deus", interjeição que exprime o desejo de que certa coisa suceda; tomara, queira Deus (in: Dicionário da Língua Portuguesa - Larousse Cultural).






Brasil


Oxalá, Obatalá, Orixalá, Orixa-Nlá.






Oxalá é um nome genérico de vários Òrìxá funfun (branco), como são chamados diversos Orixás africanos no Brasil relacionados à cor branca e à criação do mundo.






Os filhos de Oxalá têm algumas restrições, Ewo, Quizila:






De acordo com as lendas, Oxalá embriagou-se várias vezes com vinho de palma, fato que tornou a bebida alcoólica uma das restrições.


Por causa de outra lenda, em que Exú suja suas roupas brancas por três vezes com sal, azeite de dendê e carvão, estes elementos também se tornaram restrição aos filhos de Oxalá. Nenhuma comida de Oxalá leva sal ou dendê.


 Um filho de Oxalá jamais deverá usar roupas pretas ou vermelhas, por serem essas as cores de Exú. Também em função das lendas, o dia de Oxalá é a sexta-feira.




No candomblé, tanto no Brasil quanto em outros países, todos os iniciados e frequentadores costumam vestir-se de branco em homenagem a Oxalá.


 Os filhos de Oxalá não comem comida de sal e muitos adotaram não comer carne na sexta-feira (somente peixe).


Contudo, também se acredita que esse costume tenha relação com a Igreja Católica e o sincretismo de Oxalá com o Senhor do Bonfim na Bahia, costume também adotado pelos restaurantes em que nas sextas-feiras servem a pescada branca com molho de camarão.


                                                          






                                                            CARACTERÍSTICAS




Cor Branca


Fio de Contas Contas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.


Ervas Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Colônia, Manjericão Branco, Rosa Branca, Folha de Algodoeiro, Sândalo, Malva, Patchouli, Alfazema, Folha do Cravo, Neve Branca, Folha de Laranjeira.


(Em algumas casas: poejo, camomila, chapéu de couro, coentro, gerânio branco, arruda, erva cidreira, alecrim do mato,hortelã, folhas de girassol, agapanto branco, aguapé (golfo de flor branca), alecrim da horta, alecrim de tabuleiro, baunilha, camélia, carnaubeira, cravo da índia), fava pichuri, fava de tonca, folha de parreira de uva branca, maracujá (flores), macela, palmas de jerusalém, umbuzeiro, salsa da praia)


Símbolo Estrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)


Pontos da Natureza Praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, etc...


Flores Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as rosas de preferência sem espinhos.


Essências Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.


Pedras Diamante, cristal de rocha, perolas brancas.


Metal Prata (Em algumas casas: platina, ouro branco).


Saúde Não tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e nosso espírito.


Planeta Sol.


Dia da Semana Todos, especialmente a Sexta-Feira.


Elemento Ar


Chakra Coronário


Saudação Exê Uêpe Babá


Bebida Água mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.


Animais Pomba Branca, Caramujo, coruja branca


Comidas Canjica, Acaçá, Mungunzá.


Numero 10 (Oxalufã), 8 (Oxaguiã).


Data Comemorativa 25 de Dezembro


Sincretismo Jesus. (Oxaguiã, Menino Jesus de Praga; Oxalufã, Senhor do Bonfim)


Incompatibilidades: Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor vermelha, cachaça, bichos escuros. Lâminas (Oxalufã)

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