CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

terça-feira, 19 de novembro de 2013

E o mundo não se acabou


Mãe Stella faz reflexão sobre o comportamento das pessoas diante do mundo que nos cerca. 

Foto: Gildo Lima/Ag. 

A TARDE/ 18.03;2011
Maria Stella de Azevedo Santos



A ciência, entretanto, pesquisa e já chega até a afirmar que nosso planeta pode, sim, findar-se um dia. 

O planeta Terra é um ser vivo, e como todo ser vivo está sujeito a vários tipos de transformações. 

Esse é um assunto tão sério e profundo que me parece ser específico dos cientistas. A nós, “pobres mortais”, resta-nos viver. Se algo temos que pensar é o que fazer com a vida que nos resta e que tipo de pessoa queremos ser nesta vida.
São muitas as opções. 

O ser queixoso, que faz de um pequeno incidente uma tragédia; o eterno insatisfeito, que por mais que receba sente-se como um saco vazio incapaz de ser preenchido; o “palpiteiro”, que parece entender de tudo, mas pouco sabe e o que sabe é superficial; o carente, o adulto infantil que insiste em não crescer para poder estar sempre pedindo colo, esquecendo-se que já está na idade de oferecer o seu; o misterioso, que faz de seu simples dia a dia uma arca de segredos profundos, facilmente decifráveis.


Outros tipos de opções também existem: o ser disponível, cuja presença é traduzida como atuação positiva; o grato, que ao valorizar os favores recebidos ajuda a não desestimular as pessoas doadoras; o flexível, que absorvendo a diversidade permite que o colorido possa ser apreciado; o alegre, que torna os fardos leves como plumas; os guerreiros, que mesmo perdendo as batalhas entendem que têm guerras a serem vencidas.
Será uma atitude esperada que o leitor se veja em uma dessas opções, e ainda procure encaixar nelas seus conhecidos. 

Creio ser essa uma atitude saudável, caso o leitor consiga fugir da tendência de se ver como um tipo considerado positivo, enquanto seus pares são colocados no lado oposto. 

É uma grande tentação, da qual se deve procurar sempre escapar. Não é só a culpa que colocamos nos outros, os defeitos também. 

Quando não temos como culpar ninguém, o sistema, os governos e até os deuses passam a ser os vilões.


Hoje, ao assistirmos e lermos os jornais, gostamos de comentar sobre a violência que assola o mundo. 

Entretanto, esses mesmos meios de comunicação já noticiaram pesquisas científicas comprovando que o período que vivemos é o menos violento pelo qual passa a humanidade. 

Parece incrível, mas é verdade, basta dar um passeio pelos livros de História Universal que encontraremos barbaridades.


A diferença parece estar clara, é que hoje tomamos conhecimento diariamente do que acontece no mundo. Não comento esse fato para nos conformarmos com a violência, mas sim para que ao entendermos que ela já foi muito pior, possamos ter a esperança que ela continuará diminuindo, caso cada parcela da sociedade e cada indivíduo faça a parte que lhe é devida.


Os seres vivos, todos, carregam em si o instinto da agressividade. 

Podemos ver isso em nós mesmos, nos animais, nas plantas e na natureza como um todo. Raios, tufões, vulcões não podem ficar invisíveis aos nossos olhos. 

A agressividade sempre existiu e sempre existirá na natureza, e é claro no homem. 

Afinal, não existe a natureza e o homem, e sim “a natureza” da qual o homem faz parte.
É interessante observarmos que essa “agressividade” varia de intensidade não só de pessoa para pessoa, como até mesmo entre os vulcões, por exemplo. 

Quando o instinto já é forte e o meio ainda o estimula, a situação fica pior. 

Aos cientistas cabe a tarefa de criar mecanismos para prever as tragédias naturais, a fim de que a destruição causada por elas sejam minimizadas, além de ampliar os estudos sobre cérebro e comportamento humanos; os governos precisam concentrar esforços para aprender a não apenas coibir, mas fornecer condições favoráveis para que a agressividade não domine o homem.


Digo e repito, todos os instintos com os quais nascemos devem ser usados para nossa sobrevivência. 

Devemos ter controle sobre eles, e não o contrário. 

Não podemos nem devemos permitir que nada nem ninguém nos domine, nem mesmo nossos instintos. 

O inverso também é uma verdade: não podemos, nem devemos desejar dominar nada nem ninguém, nem mesmo nossos instintos. 

A permanente busca pela convivência harmônica é a chave.

Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonja. 

Quinzenalmente, ela escreve em A TARDE, sempre às quartas-feiras

FONTE: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?cat=26


Povo de santo faz a Câmara lhe ouvir



Ebomi Nice da Casa Branca 
exige do vereador Marcell Moraes retirada de projeto polêmico.

 Foto: Fernando Amorim - 

Essa é uma imagem que mostra como elas realmente podem substituir um texto longo. 

O registro é do  repórter fotográfico de A TARDE, Fernando Amorim, sobre a batalha do povo de santo contra a tentativa do vereador Marcell Moraes (PV) de legislar sobre seus ritos religiosos.

O vereador apresentou um projeto de lei  querendo proibir oferenda de animais em cultos religiosos.  

O projeto foi construído sem referência, discussão ou qualquer outro tipo de cuidado.


Espanta que, 37 anos após o governador Roberto Santos ter assinado um decreto reconhecendo que o Estado não podia tratar o Candomblé como caso de polícia, um vereador que diz defender a vanguarda, ou seja, a defesa dos direitos animais, não entenda conceitos constitucionais básicos como liberdade de crença, laicidade do Estado e respeito a quem pensa diferente.
Mas espantoso ainda é um membro da casa legislativa da capital do Estado imaginar que pode resolver com uma caneta princípios litúrgicos de uma religião milenar e que se confunde com a própria história e cultura da Bahia.
Hoje o projeto foi devidamente derrotado pelo voto de 29 vereadores. 

Amanhã posto aqui matéria de Meire Oliveira com os detalhes do último round da batalha.

FONTE: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?cat=26


CAMINHADA


Pelo nono ano consecutivo cerca de 30 comunidades religiosas de matrizes africanas, sediadas no Engenho Velho da Federação,  vão realizar a marcha pelo fim da violência e da intolerância religiosa e pedirem paz. 

A caminhada será na próxima sexta-feira, dia 15 de novembro, a partir das 14 horas.

O ponto de encontro para a saída da caminhada é o fim de linha do bairro, onde fica o busto em homenagem a Doné Ruinhó, uma das sacerdotisas que lideraram o Terreiro Bogum, situado no bairro.

O Engenho Velho da Federação tem como marca característica a valorização de sua identidade negra. 

O bairro reúne terreiros das mais variadas tradições das religiões afro-brasileiras, como candomblé, umbanda e culto aos caboclos. 

Além disso, no bairro estão sediados grupos de samba junino, capoeira  e outras manifestações que formam a herança de vários povos de origem africana.

A caminhada começou em 2004 como repúdio a ataques promovidos contra os terreiros por grupos representantes de confissões evangélicas. 

A partir da mobilização das comunidades religiosas de matrizes africanas os registros de desrespeito praticamente desapareceram, mas suas lideranças decidiram manter a luta como lição e alerta para que atos desrespeitosos não voltem a acontecer.

Além de lideranças das religiões afro-brasileiras, a caminhada reúne representantes de organizações da sociedade civil e do poder público que atuam no combate às desigualdades sociais e simpatizantes da causa.

- See more at: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/#sthash.ksi4rh5F.dpuf


A Opinião de Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi: Ritual e sacrifício

  


                             Ritual e sacrifício

Maria Stella de Azevedo Santos

 “Este é o último artigo que comenta sobre o “corpo religioso” do candomblé, da maneira como ele é professado no terreiro/templo Ilê Axé Opô Afonjá, onde fui iniciada e me tornei Iyalorixá. 

Já foram feitas observações sobre cosmogonia – origem do mundo segundo o povo yorubá; liturgia – cerimônias abertas ao público; dogmas – verdades reveladas pelos orixás, que são aceitas usando-se o critério da fé. 

Hoje o tema é ritual: cerimônias que se baseiam em mitos que foram sendo transmitidos pelos ancestrais. 

Nos rituais revivemos passagens importantes dos orixás aqui na Terra e, assim, conectamo-nos com o comportamento deles. 

Os rituais, através dos mitos, ensinam para nós os comportamentos que devem ser seguidos e os que devem ser evitados. 

Muitos desses rituais são repetidos em épocas específicas, pois têm que estar em conexão com os ciclos da natureza. 

É de fundamental importância que os sacerdotes busquem e adquiram esse conhecimento, pois só assim os rituais alcançam todo seu potencial.

A grande polêmica que fazem com a religião dos orixás é o fato de em alguns de seus rituais animais serem sacrificados. 

Uma prática que existe desde quando o homem precisa alimentar-se. 

Sempre foram realizados por muitas religiões, mas que aos poucos foram deixando de existir em algumas. 

A pergunta é, então, por que o candomblé ainda faz o que, para muitos, é considerado uma barbaridade?

A resposta é simples: essa religião tem uma profunda relação com o planeta Terra, tanto que suas danças são feitas com os pés totalmente plantados no chão, diferente do balé, que parece demonstrar que os bailarinos, dançando nas pontas dos pés, desejam alcançar o céu. 

Essa ligação com a terra não poderia excluir a necessidade que o homem tem de se alimentar para sobreviver. 

Oferecemos aos deuses tudo aquilo que nos mantém vivos e alegres: alimentos, flores, perfumes, água limpa e fresca. 

Tranquilizo os leitores dizendo que no dia em que os homens deixarem de ter na mesa galinha, galo, carneiro, porco, boi… naturalmente esses animais deixarão de ser ofertados aos deuses. 

Se um dia o sacrifício humano existiu foi porque as tribos se alimentavam de seus semelhantes. 

Se a desculpa para crítica de sacrifício de animais se deve ao fato de eles serem seres vivos, gostaria de lembrar que laranja, alface, couve também são seres vivos.

Afinal, quando arrancamos uma raiz de inhame para que ela faça parte da nossa farta mesa de café da manhã, nem lembramos que sacrificamos um ser vivo. 

Neste caso é para nos servir de alimento, e quando arrancamos uma flor pelo simples prazer de curtir sua beleza? 

Gostaria, apenas, que as pessoas que criticam os nossos rituais refletissem sobre o que foi dito anteriormente, com o coração e a mente aber ta, e chegassem às suas próprias conclusões. 

Não é nosso interesse forçar alguém a crer em nossas verdades, mas é nossa obrigação fornecer subsídios para ajudar as pessoas a ampliarem o conhecimento de suas mentes, a fim de que seus corações possam ficar cada vez mais livres de preconceitos, o que faz com que eles se tornem mais purificados.

Caso tudo o que falei ainda não tenha servido para que o sacrifício de animais no candomblé possa ser compreendido, quero lembrar que os animais de que o povo se alimenta no seu dia a dia são mortos em série, de maneira cruel, nos abatedouros. 

Os nossos animais são reverenciados desde que são escolhidos nas feiras livres, até o momento em que são oferecidos aos orixás, quando cobrimos seus olhos com folhas específicas de calma e cantamos a fim de diminuir o estresse que eles possam estar sentindo. 

Além disso, eles não são animais quaisquer, são escolhidos aqueles que o sacerdote consagrado para esta função percebe que já estão no momento de passar para outro estágio evolutivo. 

Não matamos o animal, damos a ele um novo nascimento, por isso cantamos: Bi ewe yeje para lala ie, Ògún pere pa = Demos-lhes um novo nascimento, você resistiu à prova, ultrapassou seguramente privações e sofrimentos, você não está morto, está vivo. 

Somente Ogun mata.”

Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá.

FONTE: http://www.jornalgrandebahia.com.br/2012/12/a-opiniao-de-maria-stella-de-azevedo-santos-mae-stella-de-oxossi.html


A Opinião de Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi


Amigos

tive a felicidade e o privilégio de ser presenteado com um primoroso livro-álbum denominado “Opinião. Maria Stella de Azevedo Santos, Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá”, com o subtítulo “Um presente de A TARDE para a História”.

É uma coletânea, graficamente muito bem cuidada, dos artigos que esta célebre sacerdotisa brinda a nós baianos, quinzenalmente, em coluna daquele respeitável jornal.

Em tom coloquial, como se estivesse conversando com a gente na varanda de sua casa, Mãe Stella compartilha um pouco da sua imensa sabedoria, aprendida diretamente dos deuses, vindos lá dos reinos encantados de Olorum.

Sobre a sua proclamada sabedoria — apregoada por seus leitores e admiradores, é bom registrar — ela afirma: “… falam sobre minha ‘sabedoria’. Se é que existe alguma, ela está no fato de que eu nunca me canso de buscar o conhecimento em todas as áreas da vida, mas principalmente sobre a religião que pratico, pois temos obrigação de conhecermos, o mais profundamente possível, as bases que sustentam a crença que praticamos”.

Como cidadã consciente e bem informada, Mãe Stella escreve sobre todos os assuntos que interessam a um individuo comum: comportamento, cotidiano, filosofia, arte… Porém, o melhor dos seus ensinos é quando ela escreve sobre o seu misterioso culto — Candomblé.

Didaticamente, como boa professora, ela transmite a nós, leigos da rica religiosidade ioruba, coisas sobre o surgimento do cosmo (cosmogonia), como realizam sua liturgia (rituais públicos), seus dogmas (verdades inquestionáveis de um grupo) e praticam seus rituais (cerimônias realizadas em momentos específicos).

Mãe Stella assim se revela para diminuir preconceitos e discriminações que o povo de santo ainda venha a sofrer. Religião de oprimidos, durante séculos foi duramente perseguida, e ainda hoje sofre discriminações.

Entretanto, muitas conquistas sociais, institucionais e jurídicas foram alcançadas pelos cultos afro-brasileiros, como o respeito e a salvaguarda pelo Estado brasileiro. 

Respeito e salvaguarda que almejam alcançar um dia os cultos ayahuasqueiros, ao qual o candomblé cedeu o lugar de religião mais perseguida e discriminada no território nacional.

Pois os cultos ayahuasqueiros, que fazem uso de uma milenar bebida sacramental de origem indígena, estão a todo instante ameaçados pelo aparato institucional do Estado, que promovem duas políticas: salvaguardas de um lado e, do outro, incertezas.

Voltando ao povo de santo e o público em geral: aqueles que não tiverem a felicidade e o privilégio de terem em mãos um exemplar de tão primoroso livro-álbum, poderá aprender com a sábia sacerdotisa Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, lendo os mesmos artigos, disponíveis no site http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?p=5065 .

FONTE: http://www.jornalgrandebahia.com.br/2012/12/a-opiniao-de-maria-stella-de-azevedo-santos-mae-stella-de-oxossi.html


EQUÍVOCOS RADICAIS NO CULTO DE MATRIZES AFRICANAS.


OBS: Nas casas de Candomblé que respeitam o curram ( conjunto de rezas, ensinamentos e preceitos de uma nação), passado tradicionalmente de pai para filho, são ensinados, na prática e na teoria, que os Ibás dos orixás servem para receberem todo o tipo de oferenda, inclusive os sacrifícios animais, pois tudo que provém destes animais são imediatamente aproveitados e suas carnes sagrada, são preparadas, e servem de alimentos para toda a comunidade, perpetuando assim a tradição africana de sustento desta.
Esse tipo de comportamento dentro do culto tradicional do candomblé não existe, quando uma casa de Candomblé tem origem, e seu Axé é fundado pelo casa matriz, a tradição é totalmente e fielmente reproduzida para a perpetuação das tradições ancestrais.

Att.:Alexandre de Odara, herdeiro da tradicional Casa de Yemanjá em Francisco Morato,São Paulo.  


Ritual macabro as margens da BA 263,impressionam e assustam moradores de Itapetinga

Um ritual de candomblé chamou a atenção e assustou as pessoas que passavam pela BA 263, em Itapetinga no domingo (26).

Precisamente, nas proximidades da estrada da peróba, entrada de Itapetinga, animais se encontravam mortos, dois carneiros e duas ovelhas, de forma ritualística, com o sangue oferecido para entidades do candomblé.

Os animais foram degolados, o sangue foi escoado em um prato de barro e, após um ritual, ambos, em duplas, foram oferecidos para as entidades ou Orixás.

Pessoas que transitavam em seus veículos pela localidade se assustaram e se impressionaram com o que viram.
Para muitos o ritual que ali se apresentava era um crime, configurava maus tratos, para outros era apenas uma manifestação religiosa.

Para o Candomblé o sangue é a fonte da vida e através dela o Orixá retira suas energias para poder operar. 


Esta é a única maneira de o Orixá conseguir energia? 

Não. 

Existem diversos tipos de oferendas onde o Orixá irá retirar a energia para trabalhar em benefício do seu seguidor, no entanto, a energia extraída através do sangue é tão grande que, para o candomblé, o Orixá poderá atender o pedido rapidamente.

Não se sabe para qual finalidade foi realizado o sacrifício do Domingo, porém pela quantidade de animais sacrificados o pedido deve ser algo de grande importância, seja ela para a vida ou mesmo a morte.

Postado por Carlos Dantas às 11:51:00 

Um comentário:

Alagbe Djá

16 de dezembro de 2012 17:00

realmente é horrivel se deparar com uma cena dessas, mas a afirmação de quem postou essa noticia esta errada, ja que o candomblé não trabalha com rituais de magia, quem realmente conhece e participa sabe do que eu estou falando, essa generalização, de certos rituais pagãnistas, com o candomblé é erronia, não são rituais a nossas divindades e a Olorun (Deus)

FONTE: http://guardanoturnocdd.blogspot.com.br/2012/02/ritual-macabro-as-margens-da-ba.html


Religiões e crenças baseadas no animismo: Candomblé



O Candomblé é uma religião derivada do animismo africano1 onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. 

Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina2 , Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha3 , Itália, Portugal e Espanha4 5.
Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. 

A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.

A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica. 

Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando suas religiões em terras brasileiras, portanto foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para sobrevivência das mesmas. 

Portanto, não é invenção de brasileiros.

Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo «A Iconologia Africana no Brasil», na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o «surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII». 

O autor considera difícil para «qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou sub-reptícia, de rituais africanos». 

O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de D. Frei Antônio de Guadalupe, Bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos «Mandamentos ou Capítulos da visita».

Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. 

Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. 

Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.

7 Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.

Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.8 Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba, e/ou Omoloko, e outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba9 10 africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yoruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.


FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9


Animismo na cultura africana



Publicado em 11/23/2001

Pr. André Nguina Quiala 

Pastor da Missão Vem Para Cristo (Angolano)

"ENTRE OS BAKONGOS"

Tenho lido muitos artigos de estudos missiológicos e de religiões sobre animismo. Falando mais no campo missiológico, o animismo é classificado como a sexta religião presente e crescente (2,88% da população), o que leva os missiólogos a classificá-la como religião menor.

Os mesmos estudos indicam que essa religião, aparentemente menor no contexto mundial, acaba sendo a terceira religião da África, praticada por 20% da população do continente.

Não quero afirmar categoricamente que estas estatísticas estão corretas, devido até às dificuldades de se fazer um senso exato das religiões hoje, em razão do crescimento e dificuldades geopolíticas mundiais, em particular, da África.

Meu artigo não visa a abranger a África toda. Se esta fosse a idéia, faria mais no contexto da cultura bauto, que eu conheço e estudo.

Vou limitar-me a falar do animismo na cultura dos bakongos, isto é, os povos do norte de Angola, Brazavile, e República do Congo (ex-Zaire) Apesar de ser angolano de naturalidade e nacionalidade, sou Kikongo, no contexto de tribo e língua.

Tenho considerado grosseria missionários que ficam 3, 4, 5, ou até 15 anos em uma região da África, escreverem uma matéria baseada naquele contexto e a reputa como realidade africana. Peço perdão a esses missionários e que respeitem mais a África. A África é um continente de 47 países e milênios de história.

Vamos ao assunto e deixemos estas polêmicas para outro momento. 

I - O animismo entre os Bakongos se confunde com a pessoa de Deus

Existe uma característica comum entre os Bakongos, que os leva a uma prática animista. É o conflito da alma e do divino. Acredita-se que a alma é pecadora até a morte. Depois da morte toda alma é pura e se torna intercessora dos parentes em vida, ganhando então o conceito divino.

Há crença tradicional que tenta apontar para o seguinte: que a alma de quem morre se ajunta aos ancestrais no céu, atuando ao mesmo tempo na região da origem da tribo. Ao mesmo tempo, tais ancestrais se tornam objetos de preces e invocações para ajudarem na saúde, economia, governo. São-lhes atribuídos poderes de promover a vida ou a morte.

A partir daí surge o conceito religioso que me leva a acreditar na existência do animismo e fazer a afirmação do primeiro subtítulo.

II - As fontes da divulgação do animismo entre os bakongos

1 - A fonte oral e religiosa

São contos orais recheados de testemunhos passados de geração a geração, sobre acontecimentos bons ou ruins, que se deram na tribo, clã, ou certa região, com a intervenção de espíritos. Tal conto vira crença religiosa, ganha símbolos, gestos e ocupa espaço no tempo para sacríficio.

2 - A fonte mística

Sabemos que em toda a cultura semítica, até mesmo no Ocidente, os sonhos têm um peso psicológico e religioso muito forte.

Entre os bakongos, sonhos de idoso ou "ancião" e de juvenis têm uma consideração profética, como meio pelo qual Deus e os Espíritos se comunicam com os vivos. O ancião não é só respeitado, mas também em certas situações, reverenciado, principalmente quando é chefe de clã ou um orador pacifista. Juvenis são considerados puros, sem malícia.

Para além dos sonhos, são considerados também fenômenos de aparições espirituais, que na maioria se dão com mulheres e lavradores.

3 - A fonte psicológica "medo"

Por nascer numa família cristã, ofereceu-me o conhecimento da cultura e a base do argumento de atribuir ao medo outra fonte de difusão do ANIMISMO na cultura Africana "BAKONGOS". É o medo que leva a apontar lugares com assombrações ou com manifestações de fantasmas. 

Quando isso acontece, os animistas vão oferecer sacrifícios orientados por seus líderes, ou invocam tal espírito para se manifestar através de médium, para informação do que querem Assim surgem preceitos animistas que suscitam grandes oposições entre cristãos, animistas e muitas vezes intelectuais que não acreditam nestas coisas, e essa situação gera confrontos espirituais terríveis.

III - Lugares e objetos venerados

Esta fonte tem três vertentes na cultura dos KIKONGOS, por ser uma cultura oral e conseqüentemente cheia de segredos. 


PRIMEIRO: Existem (lugares como) árvores, por exemplo: os anciãos não deixam contar, não por crença espiritual Às vezes são lugares onde eles se encontram para conversar assim como as praças e clubes do Ocidente. 

SEGUNDO: Pode ser aquela árvore uma divisão territorial de fazenda, ou aldeias de clãs, que fizeram aliança e começaram morar juntos. Tem mais uma conotação de "documento".

TERCEIRO: Pode representar um túmulo de um personagem, ou ali se esconderam coisas de um partido político, armamento, farda, bijuterias, por falta de Banco em determinados lugares.


Acontece que o jovem, africano para ter acesso a essas informações, precisa idade; a posição da tribo etc. 

Logo, o que é difundido para a juventude ou o estrangeiro é : aquele lugar ou tal objeto é sagrado. 

Com o passar de alguns anos, cria-se aquele enigma que ninguém desvenda, e aquilo vira santuário.

Posso concluir parcialmente este artigo afirmando que ética e o catecismo animista consistem na força do obscurantismo espiritual que forma um sistema de terror psicológico espiritual, que abre portas para uma atuação de Satanás na vida dos homens em todas as esferas. 

Tenho-me apercebido de muitas crenças brasileiras no espiritismo ou baixo- espiritismo. Para mim tudo é do diabo. 

No Brasil nada mais é senão fruto de lendas animistas já desvendadas na África, que deixaram de ser objetos de holocausto e adoração. 

Com isso concluímos: O medo é a fé do diabo; o obscurantismo é o seu catecismo, e a mentira é a sua cruz. 

A saída é: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8,32).

Pr. André Nguina Quiala - Pastor da Missão Vem Para Cristo (Angolano)

FONTE: http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=96


Religiões e crenças baseadas no animismo



1- Candomblé

2- Xintoísmo

3- Panteísmo



ANIMISMO: Uso do termo no Espiritismo



Na literatura espírita, 
                              o termo animismo é usado para designar um tipo de fenômeno produzido pelo próprio espírito encarnado, sem que este seja um instrumento mediúnico da ação espiritual e sim o artífice dos fenômenos em questão. 

De forma mais específica, outros autores, a citar Therezinha Oliveira, costumam utilizar-se desta nomeação para designar o fenômeno em que o médium revive suas próprias recordações do pretérito, expressando-as muitas vezes nas próprias reuniões mediúnicas. 

Por ser ele o autor das palavras ditas, este fenômeno anímico muitas vezes é mal visto devido à possibilidade de mistificação e pela ausência do espírito comunicante, não sendo, desta forma, um fenômeno mediúnico.


Para melhor entendimento desse fenômeno, podem-se usar as denominações utilizadas pelo pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, quais sejam, a de chamarmos o espírito, que, segundo o Espiritismo, em sua existência infinita, tem um número incontável de experiências na matéria, de individualidade, enquanto cada uma das existências do mesmo é uma personalidade.


Dessa forma, admitida a pluralidade das existências, conclui-se que a individualidade deve possuir um conhecimento imensamente superior ao de cada uma de suas personalidades, pois soma ao conhecimento da atual personalidade tudo o que aproveitou das que representou nas existências pregressas. 

Todavia, estas palavras não devem ser interpretadas como sendo uma personalidade isolada, diversa em cada existência física. 

O espírito é artífice de si mesmo, e progride continuamente, a partir das experiências encarnatórias, apresentando uma ascensão moral e intelectual contínua que soma-se a cada encarnação.


Desse modo, na manifestação anímica, o médium pode expressar muitos conhecimentos que ele, enquanto encarnado, não possui. 

Daí decorre, muitas vezes, que não há como se saber se uma manifestação é anímica ou realmente mediúnica, ocorrendo esta última tão somente quando o espírito que se comunica não é o que está encarnado, ou seja, não é o médium, e sim uma individualidade desencarnada, um espírito. 

Os fenômenos espíritas (produzidos por um espírito) podem ser divididos em dois grupos: os fenômenos anímicos (quando é produzido pelo encarnado, com suas próprias faculdades espirituais, sem o uso dos sentidos físicos, graças à expansão de seu perispírito; os fenômenos mediúnicos, produzidos por um espírito por intermédio do médium. 

Ainda segundo Therezinha de Oliveira, quanto maior o grau de expansão do perispírito, mais expressivo poderá ser o fenômeno anímico, pois o encarnado poderá desfrutar mais de maior liberdade em relação ao corpo, passando a atuar mais como um espírito liberto.


Entretanto, mostra-se difícil separar o fenômeno anímico do mediúnico, pois:

 1 - São as próprias capacidades anímicas dos médiuns que os fazem instrumentos para a atuação dos espíritos; 

2 - Nem sempre podemos definir, com precisão, se o fenômeno está ou não sendo provocado ou coadjuvado por espíritos. 

Na grande maioria das vezes, o que ocorre é um estado intermediário com maior ou menor participação do espírito encarnado no médium em relação ao espírito desencarnado que por ele se expressa.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Animismo_africano


ANIMISMO, O QUE É ?



O termo "animismo" aparenta ter sido desenvolvido inicialmente pelo cientista alemão Georg Ernst Stahl, por volta de 1720, para se referir ao "conceito de que a vida animal é produzida por uma alma imaterial"1 . 

Uma das redefinições mais famosas do termo foi feita pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor, em 1871, na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva)2 .

Pelo termo Animismo, Tylor designou a manifestação religiosa imanente a todos os elementos do Cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital e pessoal, chamado de ânima, o qual apresenta significados variados:

cosmocêntrica significa energia;

antropocêntrica significa espírito;

teocêntrica significa alma;

Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos e até mesmo inteligência.

 Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são vivas", "Todas as coisas são conscientes", ou "Todas as coisas têm ânima".


O Animismo possui três simples regras:

Tudo no Cosmo tem ânima;

Todo o ânima é transferível;

Tudo ou todo que transfere ânima não perde a totalidade de seu ânima, mas quem ou que o recebe perde parte ou a totalidade de seu ânima, o qual será tomado pelo ânima doador.

A partir da década de 1950, o termo deixa de ser utilizado pela Antropologia por ser considerado muito genérico, uma vez que se aceita que elementos animistas estão presentes em quase todas as religiões.

Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. 

Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.



FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Animismo_africano


Lei Caó



LEI 7.716/1989 (LEI ORDINÁRIA) 05/01/1989
Ementa:DEFINE OS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR.
Situação:NÃO CONSTA REVOGAÇÃO EXPRESSA
Chefe de Governo:JOSÉ SARNEY
Origem:
Fonte:DOFC 06 01 1989 000369 1
Link:texto integral
Referenda:MINISTERIO DA JUSTICA.
Alteração:LEI 8.081, DE 21/09/1990: ALTERA (INCLUI NOVO ART. 20; E RENUMERA OS ARTS. 20 E 21

LEI 8.882, DE 03/06/1994: ACRESCE PAR. 1º AO ART. 20 (REVOGADA)

LEI 9.459, DE 13/05/1997: ALTERA ARTS. 1º E 20

LEI 12.288, DE 20/07/2010: ALTERA OS ARTS. 3º E 4º; ACRESCE INCISO III AO PAR. 3º DO ART. 20.
LEI 12.735, DE 30/11/2012: ALTERA O INCISO II DO § 3º DO ART 20. Vigência
Correlação:
Interpretação:
Veto:
Assunto:
Classificação de Direito:
Observação:

Dia da Consciência Negra – O criador da lei anti-racista

Carlos Alberto de Oliveira dos Santos, Caó.


Carlos Alberto Oliveira dos Santos nasceu em 1941. 

É de Salvador e foi Deputado Constituinte pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). 

É também jornalista e advogado. 

Em 1989, elaborou a lei que leva as suas iniciais: Caó.

A Lei Caó, que criminaliza a prática do racismo, já tem mais de vinte anos. 

De acordo com ela, “serão punidos os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. 

A pena pode variar de um até cinco anos, é inafiançável e ainda pode exigir o pagamento de multa.

De acordo com uma pesquisa do IBGE, apenas 3% da população da Região Metropolitana de Fortaleza considerava sua cor preta, em 2009. 

No Brasil, a porcentagem de negros era de 6,9%, contra os 48,2% que se achavam brancos.

O registro de uma queixa de discriminação racial pode ser feita em qualquer delegacia.

Texto de Ariel Sudário

FONTE: http://blogdolabjor.wordpress.com/2010/11/19/dia-da-consciencia-negra-%E2%80%93-o-criador-da-lei-anti-racista/


Carlos Alberto de Oliveira dos Santos, Caó.

USP rejeita negros e pobres; Uerj e Unicamp defendem inclusão



Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes. 

Tradicionalmente a USP descarta a adoção de qualquer tipo de cota, sempre indicando valorizar exclusivamente o mérito. 

A USP entende que o sistema de bônus do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), voltado a alunos de escola pública, independentemente da cor da pele, já atende às demandas por inclusão. 

O Inclusp foi adotado a partir de 2007 e dá bônus na nota do vestibular a esses alunos, independentemente da cor da pele. 

O Núcleo de Consciência Negra da USP luta há anos para mudar esta realidade. 

Em resposta, a reitoria tem ameaçado fechar o espaço onde o Núcleo de Consciência Negra desenvolve cursinhos populares para o vestibular. A inciativa envolve professores voluntários que sonham em ver a reserva de vagas com cota racial uma realidade na maior universidade do país. 

“Além de dar acesso à população, a universidade tem que criar as condições para que estas pessoas permaneçam na universidade para que não haja evasão”, defendeu Leandro Salvático, coordenador do Núcleo de Consciência Negra. Apesar da pressão e com amplo apoio e reconhecimento da comunidade acadêmica, o Núcleo tem se mantido dentro da universidade com o “famigerado” espaço onde continua a realizar seu cursinho popular. 

Segundo a Fuvest, fundação que realiza o vestibular, a participação de alunos de escola pública na USP chegou a 28% em 2012, ante 26% no ano passado. Se calculados os ingressantes negros e pardos, eles representaram 13,8 % dos aprovados no vestibular deste ano. No ano anterior, esse porcentual era de 13,4%. Os pardos registraram pequeno aumento, de 10,6% para 11,2%. 

Os candidatos que se declararam negros representaram 2,6%, ante 2,8% em 2011. Neste ano, foram aprovados 283 estudantes negros, de um total de 10.766. 

Levantamento feito em junho pelo Estado de S. Paulo, com dados do vestibular de 2011, mostrou que, em cinco anos, apenas 0,9% – o equivalente a 77 alunos – dos matriculados em Medicina, Direito e na Escola Politécnica eram negros. 

Em Medicina, por exemplo, nenhum negro havia passado nos vestibulares de 2011 e 2010. Esse recorte do vestibular de 2012 ainda não está disponível. 

A USP sempre sofreu críticas em relação ao perfil dos estudantes que ocupam suas vagas – a maioria absoluta vem de escolas particulares. 

Além do Inclusp, a universidade inaugurou a partir deste ano um novo modelo de bonificação para alunos de escola pública. Para quem sempre estudou em escola pública – do ensino fundamental ao médio –, a universidade criou o Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp). 

Neste ano, o primeiro após a mudança nos critérios, o bônus chegou a até 15%, de acordo com o desempenho do estudante na Fuvest. Para participar, o aluno precisa estar cursando o ensino médio e realizar as provas no 2º e no 3º anos. 

O desempenho dos cotistas 

O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular. 

No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas. 

A Unicamp, ao avaliar o desempenho dos alunos no ano de 2005, constatou que a média dos cotistas foi melhor que a dos demais colegas em 31 dos 56 cursos. 

Entre os cursos que os cotistas se destacaram estava o de Medicina, um dos mais concorridos – a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6. 

A mesma comparação, feita um ano depois, aumentou a vantagem: os egressos de escolas públicas tiveram média melhor em 34 cursos. A principal dificuldade do grupo estava em disciplinas que envolvem matemática. 

do blog Pragmatismo Politico 

FONTE: http://wwwcutucandodeleve.blogspot.com.br/2012_08_12_archive.html