SOCIEDADE OGBONI.
Maio 25, 2011 por Da Ilha
Por: Oluwo Ifarunaola Efunlase.
http://www.efunlase.com
Na Nigéria existe uma tendência muito forte de formar associações e corporações devido a sua grande extensão de terras e também uma forte expressão política, estas associações são formadas com o interesse comum de proteger a população em economia, política, recriação e religião. A sociedade secreta Ògbóni é encontrada em terras Yorubá, e sustentada pela tradição de ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. Venera a terra como fonte da vida, simbolizada pelo orixá Edan…” Segundo um itan do Odu Irosun-Iwori, num antigo período da história da humanidade, esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos incidentes de roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso aos códigos éticos ditados pelos ancestrais. Alguns habitantes pediram a interferência de Orunmilá, para que colocasse um paradeiro naquela situação alarmante. Orunmilá ordenou que se realizassem sacrifícios e aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em segurança. Depois disso, Orunmilá retirou-se aos céus, entregando a Edan a responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um pacto e aqueles que juraram mantê-lo, puderam viver em paz, harmonia, justiça e prosperidade.
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus, delegando a um grupo de pessoas responsáveis a tarefa de supervisionar e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ogboni.
Ainda hoje, Ogboni mantém ritual iniciático baseado num pacto que estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pela justiça, verdade, lealdade e proteção.
A justiça de Ogboni é firmada com a própria Terra – Onilé, que detém a prioridade em todos os ritos. Dela sai o sustento de todos os seres que nela habitam, dela saiu o barro primordial com que Obatalá modelou o ser humano. Dela viemos, nela nascemos e recebemos a oportunidade da vida, dela somos alimentados e a ela alimentaremos, por ocasião da morte.
Conta o itan que Olodunmare concedeu cada reino da natureza a um òrisá, assim, sempre que um ser humano expressasse alguma necessidade relacionada a um dos reinos, deveria pagar uma prenda em forma de sacrifício ao òrisá correspondente. Restou de todos os reinos, o próprio planeta Terra, que foi concedido a Onilé. O seu tributo seria a própria vida, pois nela repousam os corpos e restos de tudo o que já não vive. Onilé deveria ser propiciada sempre, para que o mundo continuasse a existir, gerando continuamente, nova vida e assegurando a continuidade do planeta.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ogboni venera Onilé – os senhores da Terra – como fonte da Vida, simbolizada pelo òrisá Edan. Daí resulta que todo aquele que transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ogboni, deverá, – incondicionalmente, prestar contas à Edan – a própria Terra.
Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos Orixás, para logo penalizar rigorosamente os culpados. A cerimônia feita por essa sociedade mística se realiza em um lugar sagrado e nesse lugar são depositadas inúmeras oferendas.
Graças a seu poder espiritual os Ògbóni podem alcançar posições em nível social e políticos. Eles são facilmente reconhecidos porque usam um Opa-Edan, feito de ferro nas extremidades, ressaltam as figuras de uma mulher e outra de um Homem. O chefe do culto de Ogboni é um iniciado que atinge o grau de Oluwo ( pai do segredo) e é portador do shaki – uma estola que o distingue como detentor de honra e respeito.
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