CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Afro-brasileiro, negro ou preto são os termos oficiais no Brasil

Mãe Ana de Ogum e Baba Pece.


Afro-brasileiro, negro ou preto são os termos oficiais no Brasil que designam racialmente e de acordo com a cor as pessoas que se definem como pertencentes a esse grupo.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usa o nome preto como nome oficial para essa cor/raça, sendo ela uma das cinco definições oficiais usadas pelo povo brasileiro para se definir, junto com branco, pardo, amarelo e indígena.

De acordo com o IBGE, os brasileiros que se definiam como pertencentes a esse grupo em 2009 somavam 13.252.000 pessoas, 6,9% da população.

De acordo com uma pesquisa do IBGE realizada em 2008 nos estados do Amazonas, da Paraíba, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso e no Distrito Federal, apenas 11,8% dos entrevistados reconheceram ter ascendência africana, enquanto que 43,5% disseram ter ancestralidade europeia, 21,4% indígena e 31,3% disseram não saber a sua própria ancestralidade.

Quando indagados a dizer de forma espontânea a sua cor ou raça, 49% dos entrevistados se disseram brancos, 21,7% morenos, 13,6% pardos, 7,8% negros, 1,5% amarelos, 1,4% pretos, 0,4% indígenas e 4,6% deram outras respostas.

Porém, quando a opção "afrodescendente" foi apresentada, 21,5% dos entrevistados se identificaram como tal.

Quando a opção "negro" também foi apresentada, 27,8% dos entrevistados se identificaram com ela.


O Brasil recebeu cerca de 38% de todos os escravos africanos que foram trazidos para a América.

A quantidade total de africanos subsaarianos que chegaram ao Brasil tem estimativas muito variadas: alguns citam mais de três milhões de pessoas, outros quatro milhões.[5]

Segundo uma estimativa, de 1501 a 1866, foram embarcados na África com destino ao Brasil 5.532.118 africanos, dos quais 4.864.374 chegaram vivos (667.696 pessoas morreram nos navios negreiros durante o trajeto África-Brasil).

O Brasil foi, de longe, o país que mais recebeu escravos no mundo.

Em comparação, no mesmo período, com destino à América do Norte foram embarcados 472.381 africanos, dos quais 388.747 chegaram vivos (83.634 não sobreviveram).


De acordo com a estimativa do IBGE, o número total de africanos que chegou ao Brasil foi de 4009400.

Os portugueses lideraram o tráfico de escravos por séculos.

Herdaram da tradição islâmica sua cultura técnica, fundamentalmente para a navegação, produção de açúcar e incorporação de negros escravos para a força de trabalho.

A mão-de-obra escrava de africanos na produção de açúcar já estava sendo utilizada nas ilhas atlânticas da Madeira e dos Açores à época do descobrimento do Brasil, seguindo uma nova forma de organização de produção: a fazenda.

No início do século XVI, cerca de 10% da população de Lisboa era composta por escravos africanos, número surpreendentemente alto para um contexto europeu.

Os portugueses, mais do que qualquer outro povo europeu, estavam culturalmente condiciados a lidar com povos de pele mais escura e preparados para contingenciar indígenas ao trabalho forçado e a aliciar multidões de africanos com o intuito de viabilizar seus interesses econômicos.

O Brasil se configurou como uma formação colonial-escravista de caráter agromercantil. Primeiramente, o português usou do trabalho forçado do indígena.

Porém, com a deterioração dessa população aborígene, o tráfico de pessoas oriundas da África se intensificou gradativamente, passando a compor a massa de trabalhadores no Brasil.

A escravidão fincou raízes profundas na sociedade brasileira.

Os africanos e seus descendentes resistiram durante todos os séculos contra a escravatura, por meio de rebeliões ou fugas, formando quilombos.

Porém, possuir escravos era uma prática tão disseminada e aceita pela sociedade que muitos ex-escravos, após conseguirem a liberdade, também tratavam de adquirir um cativo para si.

Ter escravos significava status e afastava as pessoas do mundo do trabalho pesado, que na mentalidade brasileira apenas os escravos podiam exercer.

Portanto, no Brasil escravagista, ninguém se espantava ao ver um negro ou um mulato comprando um escravo, mas essa cena seria chocante nos Estados Unidos à época e difícil de ser imaginada pelos brasileiros atualmente.

Toda a vida econômica do império ultramarino português na África e na América se organizava com base no trabalho escravo, e o sentimento abolicionista sempre foi muito débil no mundo luso-brasileiro.

Em decorrência, o Brasil só extinguiu o tráfico de escravos em 1850, sob pressão da Inglaterra e após desrespeitar acordos nos quais se comprometia a abolir o tráfico.

A escravatura só foi abolida em território brasileiro em 1888, sendo o Brasil o último país das Américas a abolir a escravidão.

A escravatura era um dos pilares do Império do Brasil e, com a abolição, o Imperador Pedro II perdeu o apoio dos fazendeiros escravistas insatisfeitos por não terem recebido indenização, sendo uma das causas da queda da Monarquia no Brasil.







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