CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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sábado, 2 de agosto de 2014

PREDESTINAÇÃO




Doutrina teológica que afirma que o Dourumo do mundo e, em especial, a salvação ou condenação humana, é determinada por Deus. Surge da hipótese da onisciência e da onipotência divinas: Deus tem presciência de todos os acontecimentos na eternidade e seu poder os realiza. 

Opõe-se ao DETERMINISMO, que interpreta os acontecimentos da vida como resultantes das leis universais e não da interferência divina. 

O conceito de Destino une estes dois conceitos: o destino dos homens faz parte da progressão natural do mundo, mas pré-ordenado por Deus. 

Na visão Yorubá o homem administra seu destino, que é flexível é auxiliado ou modificado pela troca de axé, através das oferendas e pela forte contribuição de um ORI RERÈ, ou cabeça próspera, otimista e cheia de axé. 

A maleabilidade do destino só é possível com a conivência de Orunmilá.



“Exceto o dia em que nasceu e o dia em que supostamente morrerás, não há um único evento em sua vida que não possa ser previsto e quando necessário, mudado.”

“O Orun (Céu) é o ‘lar’ e o Aiyê (Terra) a ‘praça do mercado’. Nós estamos em trânsito constante entre estes dois mundos.”

“Nunca prejudique o Universo, do qual você faz parte.”

“Você nunca deve prejudicar outro ser humano.”



Orunmila-Ifá o Òrìsà do Destino

Òrúnmìlà-Ifá, ocupa uma posição única no panteão africano, através dele podemos decifrar o código secreto espiritual de qualquer ser humano, comunidade ou Nação, pois nele está inciso o poder da criação.

Na ordem divina de Olódùnmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà-Ifá conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação com o Universo, e o destino que escolhemos para voltar a vida quando nascemos. 

Ele é o diagnóstico de nosso Elédà (mente superior), sabendo tudo o que aconteceu no passado, está acontecendo e qual será o nosso futuro. Òrúnmìlà- Ifá é a tradução da sabedoria infinita de nosso Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação entre o homem e o criador.

Na Cultura Yorùbá são os elementos da natureza que dão condição de vida no planeta, a água, o fogo, o ar, e a terra. Estes se apresentam de inúmeras formas que se multiplicam primeiro em dezesseis, sendo o número dos primeiros Òrìsà primordiais, que vieram para ajudar a construção do planeta sob todas as formas de vida, ou os dezesseis Odù, a tradução literária de todos os problemas do homem, e neles estão contidos toda a sabedoria da criação.

Ifá transmite sua palavra através dos dezesseis Odù, e estes são a expressão da natureza que é a fonte de energia que movimentará e determinará a personalidade da pessoa. Estes Odù, multiplicados por mais dezesseis perfazem 256 tipos de divindades diferentes entre si, com atributos próprios e cada um conterá uma complexidade de inúmeros caminhos ao qual servirão para auxílio da raça humana.

Em nosso princípio ancestral, todos nascemos da terra, veja a composição de seu organismo que é composto de água, minerais, ferro, e assim por diante, portanto é natural que para encontrar o equilíbrio de nossa vida também façamos uso dos elementos que saem da própria natureza. Toda a criação Divina tem uma função determinada para auxiliar a sobrevivência em equilíbrio entre as forças negativas e positivas.

Como nada será feito de importante sem antes consultá-lo, quando um bebê nasce, entre o terceiro e quinto dia após seu nascimento ele é levado ao Bàbáláwò para que se faça uma consulta a fim de saber qual será o destino desta criança, recebendo tratamento para que o rumo de sua vida seja o melhor possível.

Qualquer caso de saúde, casamentos, financeiro, amoroso, depressão é revelado através de divinação, que além do problema apresentará as possibilidades de melhorar a situação determinando o que poderá ser feito para atrair a sorte, a paz e a felicidade de cada um.

O Culto a Ifá envolve as oferendas, proteções que são feitas com as magias, e a cada novo ano ele será consultado para saber o futuro da comunidade. Sua importância é tanta que será através da consulta ao Òrìsà que um novo rei será eleito, uma vez que pode conhecer a pessoa ideal para ocupar qualquer cargo tanto como um líder, ou outro tipo de ocupação, estas são marcas que já trazemos de nosso espírito ancestral.

Se após a consulta for determinada a realização de algum sacrifício para um Òrìsà, não se pode esquecer a parte dedicada a Èsù, pois ele é a energia que transformará a sua necessidade, enquanto matéria, em energia sutil a fim de que seu pedido chegue a Olódùnmarè.

Ele é simbolizado por trinta e dois caroços de um tipo especial de palmeira de dendê, os quais apresentam quatro ou mais "olhos", ao invés de apenas dois, como nas palmeiras comuns. Antes de serem servidos ao Òrìsà, os caroços deverão ser preparados especialmente à Ifá, para só depois serem manipulados pelo Sacerdote de Ifá para fins de divinação, e só podem ser extraídos por homens.

Quando uma leitura não favorece o consulente, não é necessário ficar em desespero, pois Ifá poderá ser consultado novamente para informar qual o melhor procedimento para eliminar o obstáculo que lhe entravam a felicidade. O animal necessário para o sacrifício só será determinado através da divinação, e após ser efetuado, o consulente deverá apresentar-se mais uma vez perante o Òrìsà a fim de saber se ele se satisfez.
Entre os Yorùbá, os Sacerdotes dedicados a Ifá pedem sua benção todos os dias pela manhã, e uma vez por ano promovem uma festa em sua homenagem.

Os Iniciados no Culto a Ifá
Para aqueles que receberam em seu Ori, a primeira mão de Ifá, após passarem pelos rituais de iniciação, podem ser considerados portadores de um bem inestimável, com ele reencontrarão o caminho de seu destino primordial, puro, limpo de todas as mazelas que adquirimos durante a vida; é um reencontro com nossa transcendência. 

Mas, é necessário esclarecer que para fazer juz a este direito também será preciso uma altíssima reconsideração de suas atitudes perante a vida, pois este ser não fará mais parte daquilo que chamamos do inconsciente coletivo que prevalece na raça humana, a partir de então passará a ser ele um indivíduo único, diferenciado, o qual terá de cumprir suas obrigações em relação a Ifá com respeito e dignidade a fim de poder receber o verdadeiro Àse e como conseqüência assumindo perante a si próprio responsabilidades muito grande, que se não cumpridas poderão trazer graves conseqüências.



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