E, mas uma vez, vemos Ogum numa historia.
Viajante, conquistador, numa de suas viagens, ogum aproximou-se das terras de Nanã.
Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora.
Se quisesse, não seria difícil tomar as terras de Nanã pois, para Ogum, não havia exercito, nem força que o detivesse.
Mas Ogum estava ali apenas de passagem. Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de Nanã.
Isto ele não podia evitar e nem o importava, uma vez que nada o assustava e Ogum nada temia.
Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite do inicio das terras de Nanã.
Era por ali que teria que passar.
Seu caminho, em linha reta, era aquele – por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar.
O destino e objetivo de Ogum era o que realmente lhe importavam.
Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã: - Esta terra tem dono.
Peça licença para penetrar nela! No que Ogum respondeu em voz alta: - Ogum não pede, toma!
Ogum não pede, exige!
E não será uma mulher que impedira meu objetivo!
- Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá!, retrucou Nanã com a voz baixa e pausada. - Ogum não pede licença, avança e conquista!
Para trás, velha, ou vai conhecer o fio da minha espada e a ponta de minha lança!
Dito isto, Ogum avançou pela pântano, atirando lanças com pontas de metal contra Nanã.
Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro.
E assim aconteceu...
Aos poucos, Ogum foi sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás.
Ogum lutou muito, observado por Nanã, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava.
Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou: - Velha feiticeira!
Quase me matou!
Não atravessarei suas terras, mas vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne!
Nanã, impassível e calma, voltou a observar: - Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas.
Por minhas terras não passarás, garanto!
E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de Nanã.
Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras.
E, até hoje, nada por ser feito com laminas de metal para Nanã.
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