CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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domingo, 10 de agosto de 2014

Babalorixá



O babalorixá, ou baba (pai), é um sacerdote que passou por todos os preceitos e obrigações exigidas para tal cargo. 

É o líder e chefe de um terreiro de Candomblé Ketu, e de algumas das religiões afro-brasileiras, onde o cargo de babalorixá é igual ao de iyalorixá. 

Nem toda pessoa iniciada será um sacerdote com casa aberta, uma vez que, isso será determinado por seu Orixá na obrigação de sete anos (Oduijé), quando receberá o titulo e direitos de independência do seu babalorixá. 

No caso do Orixá não querer uma casa aberta, na hora da entrega dos direitos ele coloca aos pés do seu babalorixá e a pessoa não precisará abrir uma casa, podendo permanecer na casa onde foi iniciado como Egbomi.

Na sua função sacerdotal, o babalorixá faz consultas aos orixás através do jogo de búzios, uma vez que, no Brasil, não há o hábito de se consultar o babalawo, chefe supremo do jogo de Ifá. Isso se deve à ausência da figura do mesmo na tradição afro-brasileira, desde a morte de Martiniano do Bonfim, segundo os mais antigos ocorrida por volta de 1943. 

Desde então, o professor Agenor Miranda era convocado para escolher a mãe-de-santo nos grandes terreiros baianos, mas agora, com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos para o Brasil, ouve-se falar de novos babalawos na tradição brasileira, donde a necessidade de diferenciar ifá de merindelogun e jogo de búzios.

Na sua função administrativa, é o responsável maior por tudo o que acontece na casa - a quantidade de filhos-de-santo, a de pessoas para serem atendidas - problemas a serem resolvidos -, e nela ninguém faz nada sem a sua prévia autorização. Conta com a ajuda de muitas pessoas para a administração da mesma, cada uma com uma função específica na hierarquia, embora todos os auxiliares conheçam de tudo para atender a qualquer eventualidade.

Nas casas menores de candomblé, o babalorixá, além da função sacerdotal acumula diversas outras funções, devendo ser conhecedor das folhas sagradas, seus segredos e aplicações litúrgicas; em caso de rituais ligados aos eguns, ou se especializa, ou consulta um ojé quando necessário. 

Quando a casa ainda não tem um axogun confirmado, ele mesmo faz os sacrifícios; quando a casa ainda não tem alagbê, normalmente o babalorixá convida alagbês das casas co-irmãs para tocar o candomblé; na ausência da iyabassê ou ekedi, ele mesmo faz as comidas dos orixás, costura as roupas das iaô, faz as compras e outras tarefas do dia-a-dia.

O candomblé pode ser considerado uma religião brasileira com origem em diversos sistemas mítico religiosos de origem africana. Nessa perspectiva corresponde simultaneamente a um sistema etnomédico ou medicina tradicional de matriz africana que vem sendo mantido (e recentemente reconstruído a partir das demandas pelo revival das medicinas tradicionais) a partir da sua origem nas diferentes culturas yorubá, bantu entre outras. 

A função do babalorixá nesse caso ganha destaque especial por sua relação com Obaluaiyê ou com a referida prática de colher as folhas sagradas atribuídas, segundo Bastide, ao babalosaim dedicado ao culto de Osanyin



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