É um Òrísà africano, deus da caça, fartura, pesca, prosperidade e alimentação humana.
Irmão de Ogún, filho de criação de Opaoká.
Sua importância, entre os Iyorubás, deve-se a diversos motivos.
O primeiro é de ordem material, pois é Osóssi, quem torna as caçadas frutuosas e, em consequência, garante a comida em abundância.
O segundo é de ordem média, pois os caçadores, estando frequentemente na floresta, estabelecem contato com Ossayin, divindade das folhas medicinais e litúrgicas.
Em Ketú Ossayin é o guardião de Osóssi.
O terceiro de ordem social, pois é quase sempre cultuador de Osóssi, e nem sempre caçador, mas sob a proteção de Osóssi, por ocasião de suas incursões à procura de caça, ou um lugar favorável para o estabelecimento de uma nova roça e até uma futura aldeia, onde vem instalar-se primeiro com sua família, torna-se ocupante do lugar e o dono da terra, à frente daqueles que virão instalar-se depois dele.
O lugar de origem de Osóssi é Ikija, perto de Ibeju Ode.
O objeto em que está plantado seu Asé é um arco e uma flecha de ferro forjado.
No Rio de Janeiro é sincretizado como São Sebastião, patrono da capital carioca e, na Bahia, como São Jorge. Seu habitat natural são as matas virgens, é simbolizado no Candomblé pela cor azul.
Seu instrumento de culto são o Ofá , lanças e os mais diversificados instrumentos de caça.
É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado como OSÓTOKANSÓSÓ, pois atinge seu alvo com a primeira flecha.
Conta seu itan que um pássaro maligno ameaçava a aldeia de Osóssi, ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar, como vários outros caçadores.
Osóssi não errou o alvo e, matou o pássaro, nascendo daí o nome de OSÓTOKANSÓSÓ.
Osóssi foi seduzido por Òsún, que o atraiu para o rio onde morava. Um dos emblemas de Osóssi é o Irukere feito de crina de cavalo, com o qual bate em si mesmo por ocasião de afastar os espíritos negativos viventes da mata.
Na Nigéria, esse Òrísà tem seu templo em Ilobu, onde é conhecido sob o nome de Èrínlé.
Segundo Pierre Fatumbi Verger, em seu livro Òrísàs, o culto de Osóssi foi praticamente extinto da região Ketú, aos Iyorubás, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foi escravizado, tendo sido enviado a à força para o Novo Mundo (Período de tráfico negreiro), ou eram mortos.
Aqueles que permaneceram em Ketú deixaram de cultua-lo por não saberem fazer seus ritos apropriados, daí então, passaram a cultuar outra divindade.
O arquétipo de seus filhos é de pessoas espertas, rápidas, desconfiadas, observadoras, sempre estavam em alerta e em movimento.
São pessoas cheias de iniciativas e sempre em vias de novas descobertas, pessoas de atitudes, fazem tudo o que vem na cabeça, sem se importar com o que possa acontecer depois.
Tem o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família, Osóssi é representado entre os seres humanos, pelos homens chefes de família que saem para trabalhar de madruga para trazer o sustento para mulher e filhos.
São pessoas de boa índole, generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, geralmente não gosta do dia, preferem atuar a noite, assim, como os caçadores, gostam de mudar de residência constantemente e achar novos meios de existência.
São pessoas curiosas, alegres ao extremo, faladores, falam o quem pensa, ageis, de raciocínio rápido, são inteligentes, bonitos, joviais, românticos, se apaixonam com facilidade e, ao mesmo tempo que estão apaixonados, já enjoam.
Osóssi é aquele que busca ultrapassar seus limites, para um filho de Odé não há limites, expandir seu campo de ação, enquanto caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida.
Ao atingir o conhecimento, seus filhos acertam o seu alvo.
Afinal, a busca pelo pão de cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.
Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.
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