CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sábado, 30 de abril de 2011

* O Jeje na África

O Jeje na África



A história do desenvolvimento do império crescente do Dahomey é indispensável para compreendermos os Voduns, precisamente a quebra e a migração do Ewe/Fon.

Alguns estudiosos da cultura africana achavam que todos os Voduns cultuados em Dahomey eram deuses originários dos yorubanos.

Um equívoco! Trata-se simplesmente de uma troca de atributos culturais de cada região.

Em todas as regiões, os deuses africanos são louvados, sejam ancestrais ou vindos de outras regiões, mas preferencialmente cada região cultua seus próprios deuses, os ancestrais.

Os deuses estrangeiros podem ser aceitos inteiramente nos santuários dos Voduns locais, embora permaneçam sempre como estrangeiros.

O mesmo tratamento é dado em terras yorubanas aos Voduns originários de outras regiões. Dahomey, cuja capital era Abomey, foi o principal reino da história do atual Benin.

Seu poderio militar formado por bravos guerreiros e amazonas eram temidos por todos os reinos vizinhos que foram sendo conquistados.

O exército do rei era dividido em duas partes: o regimento permanente e o regimento das coletas tribais (prisioneiro).

Esses prisioneiros eram treinados para serem guerreiros do rei e as mulheres, em especial, eram enviadas ao regimento das amazonas onde aprendiam a lutar.

Os prisioneiros que se negavam a aderir as causas do rei eram sumariamente executados ou vendidos como escravos.

Os chefes das tribos conquistadas ficavam reservados para serem executados durante o festival anual de ancestrais, em memória dos reis mortos.

Suas cabeças eram decapitadas e seu sangue oferecido aos falecidos reis. Essa pratica aconteceu do séc. XVI até o séc. XVII.

O reino de Dahomey foi o maior exportador de escravos para o nome mundo. Adja-Tado foi quem começou esse grande império de Dahomey.

Primeiro conquistou a cidade de Adja onde se tornou rei, casou e teve 3 filhos. Quando seus filhos já eram guerreiros, Adja-Tado foi a Allada junto com eles e estabeleceu o reino de Allada.

Seus filhos se dividiram e estabeleceram reinos separados e tornaram-se reis. O primogênito Zozergbe foi rei de Porto Novo, o segundo filho foi sucessor de Adja-Tado no trono de Allada e o terceiro filho, Aklim fundou o que mais tarde seria o principal reino da região. Aklin foi para Ghana e Bahicon (agora Benin, sul-central), com seu exército, e estabeleceu uma outra dinastia, a cidade de Abomey, que foi a capital do império militar, conhecida como Dahomey.


Dahomey foi governada por um total de treze reis divinizados, por quase dois séculos.

Agassu, que era um dos líderes do império, dizia ser filho de um leopardo com a princesa de Tado, Aligbonon.

Ela teria sido encantada por esse leopardo originando o nascimento de Agassou. Agassou teve três filhos e deu início a uma linhagem de homens leopardo.


fonte : Kwe Ceja Neji - site


http://kwe.ceja.neji.vilabol.uol.com.br/index.html
 

* Vodu - Mitos e Falsas concepções

 Vodu
                     Mitos e Falsas concepções



O Vodu veio ser associado na mente popular com os fenômenos como "zombies" e "bonecas do vodu".

Enquanto há uma evidência etnobotânica que se relaciona à criação do "zumbi", é um fenômeno menor dentro da cultura rural do Haiti e não uma parte da religião de Vodu em si.

Tais coisas caem sob os auspícios do "bokor" ou do feiticeiro antes que do sacerdote do Lwa Gine.

A prática de furar com agulhas "em bonecas vodu" foi usada como um método de amaldiçoar um indivíduo por alguns seguidores do que veio a ser chamado "Nova Orleans Voodoo", que é um variante local do hoodoo.


Esta prática não é original ao "vodu" de Nova Orleans entretanto e tem tanta base em dispositivos mágicos Europeu-baseados tais como a "poppet" quanto o nkisi ou o bocio de África ocidental e central.


As bonecas de "vodu" não são uma característica da religião haitiana, embora as bonecas feitas para turistas possam ser encontradas no Iron Market em Port au Prince.
 
A prática tornou-se associada ao Vodu na mente popular através dos filmes de horror.
 

* Vodu - Ortodoxia e diversidade


Vodu - Ortodoxia e diversidade



Existe uma diversidade da prática em Vodu através do Haiti e da diáspora Haitiana.

Por exemplo, no norte de Haiti o sèvis tèt ("lavagem de cabeça") ou o kanzwe pode ser a única iniciação, como na República Dominicana e em Cuba, enquanto que em Porto Príncipe e no sul praticam os ritos kanzo com três classes da iniciação â kanzo senp, si pwen, e asogwe â e o último é a modalidade mais familiar da prática fora de Haiti.

Algumas linhagens combinam ambos, como relata a Manbo Katherine Dunham de sua experiência pessoal em seu livro Island Possessed.


Ainda que a tendência geral de Vodu seja muito conservadora, de acordo com suas raizes africanas, não há nenhuma forma definitiva, só o que é certo em uma casa ou em uma linhagem particular.

Os pequenos detalhes do serviço e dos espíritos servidos variarão da casa a casa, e a informação nos livros ou na Internet pode conseqüentemente parecer contraditória.


Não há nenhuma autoridade central ou "papa" no Vodu Haitiano já que "cada manbo e houngan são a cabeça de sua própria casa", como diz um provérbio popular em Haiti.
 
Uma outra consideração nos termos da diversidade de Haiti é muitos seitas além do Sevi Gine em Haiti tal como o Makaya, Rara, e outras sociedades secretas, cada uma com seu próprio panteão distinto de espíritos.
 

* Vodu -Sobrevivências no sul dos E. U. A.


Vodu -Sobrevivências no sul dos E. U. A.



Um provérbio comum é que o Haiti é 80% católico romano e de 100% Vodu.

No sul dos Estados Unidos influenciou também o sistema de mágica popular e religião popular conhecido como hoodoo, que deriva primeiramente de práticas mágicas de Congo e de Angola da África central.

As melhores sobrevivências da religião possivelmente influenciada pelo Haiti no sul dos E. U., entretanto, são mais prováveis de ser encontradas dentro das igrejas espirituais Africano-Americanas de Nova Orleans, uma seita cristã fundada por Mãe Leafy Anderson em meados do século XX que incorpora a iconografica católica, adoração extática derivada de formas pentecostais e espiritualismo.

Uma característica das igrejas espirituais de Nova Orleans é honrar o espírito americano nativo chamado falcão preto.

Um provérbio comum é que o Haiti é 80% católico romano e de 100% Vodu. No sul dos Estados Unidos influenciou também o sistema de mágica popular e religião popular conhecido como hoodoo, que deriva primeiramente de práticas mágicas de Congo e de Angola da África central.

As melhores sobrevivências da religião possivelmente influenciada pelo Haiti no sul dos E. U., entretanto, são mais prováveis de ser encontradas dentro das igrejas espirituais Africano-Americanas de Nova Orleans, uma seita cristã fundada por Mãe Leafy Anderson em meados do século XX que incorpora a iconografica católica, adoração extática derivada de formas pentecostais e espiritualismo.

Uma característica das igrejas espirituais de Nova Orleans é honrar o espírito americano nativo chamado falcão preto.

* Vodu haitiano - Caribe


O termo Vodun (ortografia Beninense; também Vodou ou outras ortografias foneticamente equivalentes no Haiti; Vodu ou vudu em português) aplica-se aos ramos de uma tradição religiosa teísta-animista baseada nos ancestrais, que tem as suas raízes primárias entre os povos Fon-Ewe da África Ocidental, no país hoje chamado Benin, anteriormente Reino do Daomé, onde o vodu é hoje em dia a religião nacional de mais de 7 milhões de pessoas.



Além da tradição fon, ou do Daomé, que permaneceu em África, existem tradições relacionadas que lançaram raízes no Novo Mundo durante a época do tráfico transatlântico de escravos africanos.


Para além do Benin, o vodu africano e as práticas que dele descendem podem ser encontrados na República Dominicana, Porto Rico, Cuba, Brasil, Gana, Haiti e Togo. A palavra vodun é a palavra Fon-Ewe para espírito.


A tradição Fon mais ou menos "pura" de Cuba é conhecida como La Regla Arara.


No Brasil, a tradição Fon dos antigos escravos deu origem à tradição conhecida como vodun jeje.


Chamado Sèvis Gine ou "serviço africano" no Haiti, o Vodu Haitiano tem também fortes elementos dos povos Ibo, Congo da África Central, e o Yoruba da Nigéria, embora muitos povos diferentes ou "nações" da África têm representação na liturgia do Sèvis Gine, assim como os índios Taíno, os povos originais das ilhas agora conhecidas como Hispaniola.


Formas crioulas de Haiti de Vodu existem no Haiti (onde é nativo), na República Dominicana, em partes de Cuba, e nos Estados Unidos, e em outros lugares em que os imigrantes de Haiti dispersaram durante os anos.

É similar a outras religiões da diáspora africana, tais como Lukumi ou Regla de Ocha (conhecida também como Santería) em Cuba, Candomblé e Umbanda no Brasil, todas essas religiões que evoluíram entre descendentes de africanos transplantados nas Américas.

* Vodu Haitiano - História


A maioria dos africanos que foram trazidos como escravos para o Haiti eram da costa da Guiné da África ocidental, e seus descendentes são os primeiros praticantes de Vodu (aqueles africanos trazidos ao sul dos E. U. eram primeiramente do reino de Congo).



A sobrevivência do sistema da crenças no novo mundo é notável, embora as tradições mudem com o tempo. Uma das maiores diferenças, entretanto, entre o Vodu africano e o Haitiano é que os africanos transplantados do Haiti foram obrigados a disfarçar o seu lwa, ou espíritos, como santos católicos romanos, um processo chamado sincretismo.


Além do mais, para combinar os espíritos de muitas e diferentes nações africanas e indígenas, as partes da liturgia católica romana foram incorporadas para substituir rezas ou elementos perdidos; além disso, as imagens de santos católicos são usadas para representar os vários espíritos ou "misteh" ("mistérios ", o termo preferido em Haiti), e muitos santos mesmos são honrados no Vodu em seu próprio direito.

Este sincretismo permite que o Vodu abranja o africano, Indígena, e os antepassados europeus em uma maneira inteira e completa.

É verdadeiramente "Religião de Kreyòl".


A cerimônia mais importante historicamente do Vodu na história do Haiti era a cerimônia Bwa Kayiman ou Bois Caïman de agosto 1791, que começou a Revolução Haitiana, em que o espírito de Ezili Dantor possuía um clérigo e recebia um porco preto como oferenda, e todos as pessoas presentes comprometeram-se com a luta pela liberdade.

Esta cerimônia resultou finalmente na libertação dos povos do Haiti da dominação colonial francesa em 1804, e o estabelecimento da primeira república de povos negros na história do mundo.


No vodu haitiano acredita-se, de acordo com tradição africana difundida, que há um Deus que é o criador de tudo, chamado de "Bondje" (do francês "bon Dieu" ou "bom deus", distinguido do deus dos brancos em um discurso dramático pelo houngan Boukman em Bwa Kayiman, mas é considerado frequentemente o mesmo Deus da Igreja Católica de maneira informal. Bondje é distante de sua criação, e assim é que são os espíritos ou os "mistérios", "santos", ou "anjos" que o voduísta invoca para a ajudá-lo, assim como os antepassados.


O voduísta adora o deus, e serve aos espíritos, que são tratados com honra e respeito como se fossem membros mais velhos de uma casa. Diz-se que são vinte e uma nações ou "nanchons" dos espíritos, também chamadas às vezes "lwa-yo". Algumas das nações mais importantes do lwa são o Rada, o Nago, e o Kongo.


Os espíritos vêm também nas "famílias" que compartilham de um sobrenome, como Ogou, ou Ezili, ou Azaka ou Ghede. Por exemplo, "Ezili" é uma família, Ezili Dantor e Ezili Freda são dois espíritos individuais nessa família. A família de Ogou é de soldados, o Ezili governa as esferas femininas da vida, o Azaka governa a agricultura, o Ghede governa a esfera da morte e da fertilidade.

No Vodu dominicano, há também uma família de Água Doce ou "das águas doces", que abrange todos os espíritos dos índios.

Há literalmente centenas de lwas. Os lwas mais conhecidos são Danbala Wedo, Papa Legba Atibon, e Agwe Tawoyo.


No Vodu haitiano os espíritos são divididos de acordo com sua natureza em basicamente duas categorias, se são quentes ou frios. Os espíritos frios entram sob a categoria Rada, e os espíritos quentes entram sob a categoria Petro.

Os espíritos de Rada são familiares e vêm na maior parte da África, e os espíritos de Petro são na maior parte nativos do Haiti e requerem mais atenção ao detalhe do que o Rada, mas ambos podem ser perigosos se irritados ou contrariados.


Nenhum é "bom" ou "mau" com relação ao outro. Diz-se que todos possuem espíritos, e cada pessoa é considerada como tendo um relacionamento especial com um espírito particular, que é dito "possuir sua cabeça", porém uma pessoa pode ter um lwa, que possui sua cabeça, ou "met tet", que pode ou não ser o espírito mais ativo na vida de alguém de acordo com os haitianos.


Ao servir os espíritos, o voduísta busca conseguir a harmonia com sua própria natureza individual e o mundo em torno dele, manifestado como fonte de poder pessoal relacionado à vida. Parte desta harmonia é preservar o relacionamento social dentro do contexto da família e da comunidade.

Uma casa ou uma sociedade de Vodu é organizada pela metáfora de uma família extensa, e os noviços são os "filhos" de seus iniciadores, com o sentido da hierarquia e da obrigação mútua que implica.


A maioria de voduístas não-iniciada, é vista como "bosal"; não é uma exigência ser um iniciado a fim de servir aos espíritos.

Há um clero no Vodu haitiano, cuja responsabilidade é preservar os rituais e as canções e manter o relacionamento entre os espíritos e a comunidade como um todo (embora isto seja responsabilidade de toda a comunidade também).

Encarregados de conduzir o culto a todos os espíritos de sua linhagem, os sacerdotes são conhecidos como "Houngans" e sacerdotisas como "Mambos". Abaixo dos houngans e das manbos estão os hounsis, que são os noviços que atuam como assistentes durante cerimônias e que são dedicados a seus próprios mistérios pessoais. Ninguém serve a qualquer lwa somente ao que se "têm" de acordo com o próprio destino ou natureza.

Os espíritos que uma pessoa "tem" pode ser revelado em uma cerimônia, em uma leitura, ou nos sonhos.

Entretanto, todo voduista serve também aos espíritos de seus próprios antepassados de sangue, e este aspecto importante da prática do Vodu é frequentemente subestimado pelos comentadores que não compreendem seu significado.

O culto do antepassado é de fato a base da religião Vodu, e muitos lwas como Agassou (um antigo rei do Daomé) por exemplo, são de fato, ancestrais que foram elevados à divindade.


* Vodu Haitiano x Vodu Africano



Vodu Haitiano x Vodu Africano



Vodu beninense ou africano-ocidental é similar ao Vodu Haitiano em sua ênfase nos antepassados, porém cada família dos espíritos tem seu próprio clero especializado que é frequentemente hereditário.
 
Os espíritos incluem Mami Wata, que são divindades das águas; Legba, que é viril e os jovens em contraste com a forma de homem velho em Haiti; Gu, governa o ferro e ferraria; Sakpata, que governa doenças; e muitos outros espíritos distintos em sua própria maneira da África ocidental.

* Vodu- Liturgia e Pratica

Bandeira de Vodu

Após um dia ou dois de preparação de altares, preparando ritualmente e cozinhando galinha e os outros alimentos, etc., um ritual de Vodu haitiano começa com uma série de preces e de cantigas católicas em francês, e então uma litania em Kreyol e no "langaj africano" que abrange todos os santos e lwas europeus e africanos honrados pela casa, e depois em uma série dos invocações para todos os espíritos principais da casa.

Isto é chamado o "Priyè Gine" ou o prece africana.

Após mais canções introdutórias, começando com saudar o espírito dos tambores nomeado Hounto, as cantigas para todos os espíritos individuais são entoadas, começando com a família de Legba com todos os espíritos de Rada, a seguir há uma ruptura e a parte Petro do ritual começa, terminando com as cantigas para a família de Ghede.

Ao serem entoadas as cantigas os espíritos virão visitar os presentes através da possessão dos indivíduos, falando e agindo com eles.

Cada espírito é saudado e cumprimentado pelos noviços presentes e dará consultas, conselhos e curas àqueles que solicitarem por sua ajuda.

Muitas horas mais tarde nas primeiras horas da manhã, a última canção é entoada, despede-se os convidados, e todos os hounsis, houngans e manbos esgotados podem ir dormir.


A nível individual, um voduista ou um "sevité"/"serviteur" pode ter um ou mais altar preparado para seus antepassados e o espírito ou os espíritos a que serve com retratos ou estátuas dos espíritos, de perfumes, de alimentos, e de outras coisas preferidas por seus espíritos.
 
O altar mais básico é apenas uma vela branca e um copo de água e talvez flores.
 
No dia de um espírito particular, acende-se uma vela e reza-se o Pai Nosso e Ave Maria, sauda Papa Legba e pede-lhe para abrir a porta, e então sauda-se e fala ao espírito particular como um membro mais velho da família.
 
Os antepassados são chamados diretamente, sem mediação de Papa Legba, já que são "do sangue".
 

* Criacionismo


É o termo que resume a noção genérica de uma entidade ou entidades inteligentes por trás de eventos como a origem do universo, da vida na Terra ou das próprias espécies.



Na mitologia de Yorubá, o processo de criação envolve várias divindades.
 
Uma das versões dessa mitologia diz que Olorum – Senhor Deus Universal – criou primeiramente todos os Orixás (divindades) para habitar Orun (o Céu, mundo espiritual), com o objetivo de usá-los como auxiliares para executar todas as tarefas que estariam relacionadas com a própria criação e o posterior governo do mundo.
 
Então, Olorum encarregou Obatalá de criar o mundo; mas este, com pressa, não rendeu a Bará os tributos devidos e, durante sua caminhada parou para beber vinho de palmeira e, embriagando-se, adormece.
 
Oduduá, a divina Senhora, foi ao encontro de Obatalá e ao vê-lo adormecido, pegou os elementos da criação e começou a formação física da terra.
 
Ela mandou que cinco galinhas d’angola começassem a ciscar a terra, espalhando-a, dando assim origem aos continentes.
 
Oduduá soltou então os pombos brancos - símbolo de Oxalá – e assim nasceram os céus.
 
De um camaleão fez surgir o fogo e com caracóis, Ela criou o mar.
 
Na mitologia chinesa, P’an Ku, o Deus-Absoluto, nasce a partir de um Ovo Primordial e o processo de criação se concretiza com um sacrifício divino.
 
P’an Ku morre dando então origem à vida: de seu crânio surgiu a abóboda do firmamento, e de sua pele a terra que cobre os campos; de seus ossos vieram as pedras, de seu sangue, os rios e os oceanos; de seu cabelo veio toda a vegetação.
 
Sua respiração se transformou em vento, sua voz em trovão; seu olho direito se transformou na lua, seu olho esquerdo, no sol.
 
De sua saliva e suor veio a chuva.
 
E dos vermes que cobriam seu corpo surgiu a humanidade.
 
 

* Na Agontimé

Na Agontimé



O relatório final do Colóquio da Unesco sobre as Sobrevivências das Tradições Africanas no Caribe e na América Latina, realizado em julho de 1985, em São Luís do Maranhão declara:


A Casa das Minas foi fundada em São Luís do Maranhão, no Brasil, pela rainha Na Agontimé, mãe do rei Guezo do Daomé (atual Benin), condenada à deportação num acerto de contas no seio da família real antes que seu filho ascendesse ao trono em 1819â.


A confirmação destes fatos foi feita por Pierre Verger, pesquisador da tradição religiosa africana no Brasil, que em 1948, teve acesso aos nomes de certos vodus do culto daomeano, através da Mãe Andresa, da Casa das Minas, em São Luís do Maranhão.


Ainda no mesmo ano, realizando pesquisa na Costa da África, Verger descobriu que os nomes dos vodus da Casa das Minas eram conhecidos como sendo da família real do Daomé


Alguns dos nomes são conhecidos apenas pelos sacerdotes de Abomé (capital do Daomé/Benin).

O fato de Verger ter encontrado esses nomes no Brasil, foi para os sacerdotes a prova de que existiam no Brasil descendentes de membros da família real.


A história começa com a luta pela sucessão ao trono de Daomé: O rei Agonglo do Daomé tinha como sucessor legítimo um dos seus filhos, o príncipe Adanzan (ou Adandozan), mas o caráter sanguinário deste fazia temer sua chegada ao trono, levando o pai (rei Agonglo) a consultar o oráculo (Fa) para saber se haveria uma escolha melhor.


O oráculo designou Guezo, um dos filhos mais jovens de Agonglo. Guezo foi então apresentado como sucessor, ficando Adanzan, como regente durante a menoridade do irmão.

Ele governou 22 anos anos e Guezo teve que lutar para assumir o trono. Adanzan, que era filho de outra mulher do rei Agonglo, havia vendido aos mercadores de escravos da Costa, Na Agontimé, mãe de Guezo e uma parte de sua família.


Quando o rei Guezo quis encontrar sua mãe, encarregou Francisco de Souza (o Xaxá do forte Ajudá), o maior traficante de escravos, de intermediar essa busca. Dois enviados do rei levavam cartas de recomendação para os grandes plantadores dos países para onde eram levados os escravos comprados do Daomé.


Os enviados fizeram diversas viagens para as Antilhas e para o Brasil.


Uma outra pesquisadora, Judith Gleason, escreve que quando os emissários chegaram à Casa das Minas, à procura da rainha Na Agontimé para levá-la de volta a Abomé, explicaram-lhe que o seu filho, Guezo, havia apagado a memória de Adanzan da memória do reino.

O próprio trono de Adanzan havia sido expedido para o Brasil, oferecido como presente do rei Guezo para a coroação do imperador Dom Pedro I. Pode ser esse o trono exposto atualmente no Museu Nacional do Rio de Janeiro.


Fonte: Anais do Colóquio da Unesco sobre as Sobrevivências das Tradições Africanas no Caribe e na América Latina; Verger, Pierre em âOs libertos - Sete caminhos na liberdade de escravos da Bahia no século XIX Ed. Corrupio; Sérgio Ferretti âQuerebentan de Zomadonu:Etnografia da Casa das Minas.

* Povo Iorubá na África de hoje


A Iorubalândia é uma região africana que compreende parte da Nigéria e do Benin, antigo Daomé, habitada pelo povo iorubá.



Os nagôs ou iorubás - cujo território, a chamada Iorubalândia, apresentava notável grau de urbanização e apresentou ao mundo uma das mais belas e profundas tradições esculturais do planeta, com a estatuária de Ifé - não ficavam atrás.

Conheciam o comércio, a moeda, a escravidão. Possuíam vasta escravaria, na verdade. E o escravo requerido em sacrifício pelos orixás era degolado, enterrado vivo ou tinha os membros amputados.


fonte : Revista Nossa HistóriaAno 1 - n 4 - Fev 04
artigo : Escravos de escravos
por : Antonio Risério escritor e assessor especial do Ministério da Cultura do Brasil."


É difícil não admitir que a partilha colonial da África Ocidental constitui o fator isolado mais significativo dessa diferença gritante, observada ainda hoje, em vários níveis, entre a Iorubalândia daomeana e a nigeriana.

No seu estudo comparativo, Asiwaju assinalou que, antes da partilha, “a Iorubalândia Ocidental constituía uma entidade geográfica, cultural e histórica.

Os diversos grupos iorubas ocupavam áreas contíguas.”Mesmo que essa unidade cultural não se traduzisse numa unidade política, o sentimento de pertença a uma mesma família era profundo entre os povos iorubas ocidentais.

A atual dispersão dos grupos iorubas ocidentais, nos dois lados da fronteira Nigéria-Daomé é, portanto, o resultado da partilha colonial de 1889, que fragmentou antigos reinos e repartiu-os entre a França e a Grã-Bretanha, criando uma fronteira ou uma barreira que antes nunca havia existido.

Assim, o pouco interesse demonstrado, até recentemente, pelos especialistas iorubas, em relação a Iorubalândia daomeana, deve-se principalmente à fronteira colonial, que a elite culta, ao contrário dos camponeses, tende a equiparar a uma fronteira cultural.

Uma vez que a maioria dos falantes do ioruba se encontra na Nigéria, esse tipo de atitude e situação levanta a questão de se perguntar se o termo ioruba pode se aplicar aos grupos chamados de anagôs, no Daomé, e ana, no Togo. É por isto que – embora os primeiros textos e estudos tenham enfatizado as afinidades entre os falantes do ioruba – a questão foi retomada por Igue e Yai, particularmente, no que tange à historiografia da Iorubalândia daomeana.

O “conceito” de ioruba, observaram eles, é ambíguo.

No Daomé, assim como na Nigéria, os diferentes grupos de falantes do ioruba não se auto identificam como iorubas. Referem-se a si próprios como sabe, idaisa, ketu, ohori, etc., embora fixem sua origem em Ifé e Oduduwa.

Esse “conceito tradicional” de ioruba é dominante no Daomé, onde os diferentes grupos iorubas preservam ciosamente seus nomes tradicionais.

* Território iorubá -Yorubaland


Yorubaland



A divisão arbitrária da África teve o seu marco com a Conferência de Berlim iniciada em 1884 e só terminou no ano seguinte.


Dela participaram os 15 países, 13 da Europa mais Estados Unidos e Turquia.


Os Estados Unidos não possuíam colônias na África, mas era uma potência em ascensão.


A Turquia, nesta época, ainda era o centro do extenso Império Otomano.


Diversos assuntos foram tratados, mas o principal objetivo foi o de regulamentar a expansão das potências coloniais na África a partir dos pontos que ocupavam no litoral.


A Grã-Bretanha e a França foram as que obtiveram mais territórios, seguidas de Portugal, Bélgica e Espanha.


Territórios mais reduzidos foram ocupados pela Alemanha e pela Itália.


Estes haviam entrado recentemente na corrida colonial devido aos seus tardios processos de unificação nacional.


A Alemanha perderia o domínio de suas colônias africanas após a Primeira Guerra Mundial, acontecendo a mesma coisa com a Itália no final da Segunda GuerraApesar de a Conferência de Berlim, realizada entre 25 de novembro de 1884 e 16 de fevereiro de 1885, ter dividido de modo arbitrário a África em países, desconsiderando sua composição étnica.




fonte : site na internet


A divisão arbitrária efetivada pelos colonizadores agiu sobre essas identidades: um mesmo grupo étnico ficou espalhado por várias nações, gerando alterações na consciência étnica e nacional.


A chamada Yorubaland, por exemplo, espalhou-se pela Nigéria, Togo e República do Benin.




fonte : Resenha de Livro. Momento do Professor : revista de educação continuada, São Paulo, ano 3, n. 1, p. 77-79, verão 2006.


RIBEIRO, Ronilda Iyakemi. Alma Africana no Brasil: os iorubás. São Paulo: Oduduwa, 1996.
 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

* * * Amazonas do Benin



Amazonas do Benin



Após consultar o parecer da multidão, o mingan (algoz e mais alto dignatário da corte), retirou-se; uma amazona, com cerca de 20 anos, dirigiu-se decididamente aos dois homens que seguravam o condenado.


Estavam querendo pôr à prova a jovem que ainda não havia matado ninguém!


Armada com um sabre do país bem afiado, ela feriu uma primeira vez, depois uma segunda e uma terceira, cortando, depois, tranqüilamente, os últimos pedaços de carne que ligavam a cabeça ao pescoço.


O algoz ordenou que recolhessem a cabeça que um homem levou ao palácio do rei. Após a execução, a amazona enxugou com a mão o sangue que ficou em seu sabre e o tomou".


O relato, que mais parece saído de páginas de um moderno livro de terror, é a descrição de uma cena verdadeira, presenciada por europeus, no século passado, no reino de Daomé, África ocidental.

Naquela época, existia um grupo do exército real com características muito particulares: as minos, mulheres do rei, ou amazonas, nome dado pelos viajantes estrangeiros, certamente, lembrando as personagens da mitologia grega. Se o fato de também se dedicarem à caça as aproximava do mito, a violência e a ferocidade faziam bem o contrário.


Um regimento de cruéis mulheres


A criação desse perigoso exército é descrita no trabalho do estudioso, Pierre Dufour, a respeito da ação francesa para acabar com o rei Behanzin, em 1892, em Daomé, atual Benim, nome adquirido em 1975, quinze anos após se tornar uma república.

Acontecia que o rei de Dan-Homé invadia, constantemente, o pequeno reino de Porto-Novo, sob protetorado francês.

Durante vários anos, repetiram-se os acordos assinados e violados e o rei de Dan-Homé afirmava-se cada vez mais como tirano.

Foi, então, na condição de tirano, preocupado com a manutenção do poder dentro de sua própria corte, que o rei Guezo, no século passado, passou a investir mais na seleção de meninas, primeiro entre as filhas dos escravos vendidos, depois, também entre as filhas dos "seus homens", aquelas que fariam parte de sua guarda pessoal e de seu harém.

Destacavam-se, antes de tudo, pelo fanatismo: "Somos homens, não mulheres.

Aquelas que voltarem de uma guerra sem terem conquistado algo devem morrer.

Qualquer cidade que vamos atacar devemos conquistá-la ou nos enterraremos sob suas ruínas.

Guezo é o rei dos reis. Enquanto ele viver, não temeremos nada. Guezo deu-nos um novo dia. Somos suas mulheres, suas filhas, ele nos alimenta".


Apesar disso, Guezo passou para a história como um soberano que reduziu os sacrifícios humanos, ao ordenar, por exemplo, que as mulheres do palácio não fossem sacrificadas após sua morte.


Tirania cega


Treinadas como soldados, elas eram obrigadas ao celibato, a não ser aquelas que o rei escolhia para serem suas esposas ou para dar a seus melhores guerreiros.

O corpo das amazonas contava com cinco mil mulheres, repartidas em três brigadas e vários regimentos, sob o comando único de uma guerreira que tivesse se destacado em combate. Sua missão era estar perto do rei e só atacar segundo sua ordem; como disciplina: acostumar-se ao sofrimento e matar, sem cuidar da própria vida.

Foi também com esse regimento de elite, verdadeira tropa de choque, que o neto de Guezo, Behanzin, que exerceu um governo de terror, mascarado por uma leve camada de civilização européia, decidiu enfrentar 3600 homens enviados pela França.


Durante quatro meses, os combates foram sangrentos e cruéis, sobretudo porque o rei contava com a obediência cega de suas amazonas que lutavam sem tréguas e com ferocidade incomum.

Há testemunhos que afirmam ter encontrado os restos de um grupo de soldados senegaleses que tiveram o coração comido pelas amazonas; ademais, sabia-se que as guerreiras bebiam gin inglês, antes de entrar em batalha, o que as colocava num "indescritível estado de excitação". No final, a expedição francesa, apesar de contar apenas com 1.700 homens, saiu vitoriosa. O rei Behanzin, com pouco mais de mil homens e apenas 100 amazonas, incendiou a capital, fugindo para o Togo com alguns súditos fiéis.


Um século depois


Das fantásticas e inacreditáveis histórias das amazonas reais quase nada restou: ruínas, lembranças. A vida da mulher beninense da atualidade não evoca conquistas, glórias e lutas, mas equaciona-se no binômio família-tradição.


Em primeiro lugar, talvez fosse bom lembrar que a colonização francesa contribuiu muito para desestruturar as bases sociais, evidenciando as diferenças étnicas e atribuindo novos encargos aos chefes locais.


Hoje, o que predomina na sociedade beninense em relação à mulher ainda é a tradição. Se, atualmente, por exemplo, não existem mais as proibições matrimoniais, os costumes são os mesmos do passado.

Quando dois jovens querem se casar, os pais do rapaz vão à casa da moça e dizem a seus pais: "Roubamos sua filha". Se a moça e sua família aceitam, começa para o noivo um período de trabalho nos campos do futuro sogro.

Em nossos dias, o "preço" da noiva pode ser acertado também em dinheiro, todavia, permanece a colaboração do trabalho oferecida ao sogro.


Como em outras sociedades tradicionais, quando se casa, a noiva vai morar na casa dos pais do marido e se ocupará dos afazeres domésticos. Entretanto, quando está para dar à luz, a esposa volta para a casa de seus pais, a fim de ser ajudada pela mãe, visto que seria um a vergonha mostrar-se inexperiente diante da sogra.


De outro lado, não se pode negar a força do trabalho feminino: os homens pescam e as mulheres encarregam-se de vender os peixes. Elas também se organizam em cooperativas, cujo capital provém da cotização de seus membros e de subvenções oferecidas por organismos da Igreja católica.

Essa cooperativa permite que as mulheres peçam empréstimo para comprar produtos da pesca, podendo devolver o dinheiro em prestações, com o lucro obtido.


Mentalidade mágica?


Ainda hoje, apesar do contato com o mundo europeu e, sobretudo, com o cristianismo de diversas denominações, há costumes que não se perdem, por conta daquilo que o nosso mundo chama de "mentalidade mágica". Exemplo disso é a grande quantidade de bebês abandonados: existe um costume que priva do direito de viver o recém-nascido que, na hora do parto, cai sobre o ventre ou que nasce no oitavo mês e também as crianças que tiveram o primeiro dente no maxilar superior, entre outros motivos.


Na questão da saúde, as dificuldades não são menores e atingem sobretudo as mulheres. Quando aparecem os primeiros sintomas de qualquer doença, é costume recorrer à farmacopéia familiar, aconselhar-se com um parente, amigo ou vizinho que "entenda" do assunto. Isso também acontece nos mercados, onde vendedoras indicam remédios, injeções e pílulas, quase sempre falsos, provenientes da Nigéria.


Quando chega aos centros de saúde, o doente já passou por curandeiros. Há dois tipos deles no Benim: os que tratam com produtos vegetais, minerais ou animais e os que consultam o "fa", arte advinhatória local. Não se trata, todavia, de feitiçaria, visto que essa é secreta e maléfica.


Como a doença, então, pode ter origens diversas, segundo o curandeiro-adivinho, muita gente corre o risco de chegar ao médico, quando já não há mais nada para fazer. Foi o caso de uma jovem mulher, lembrado por uma médica do Centro São José de Cotonou: vítima de um linfoma, ela morreu porque foi atendida nas últimas. Sua família e mesmo a comunidade metodista a que pertencia acreditavam que a doença fora "enviada" pelo marido que a abandonara. Acreditar em Deus nem sempre significa aceitá-lo como libertador de maus espíritos.


E as guerreiras?
Entender o desaparecimento do regimento das amazonas não é tão difícil. Com a derrota do rei tirano, a existência das guerreiras não teria mais sentido, visto que naufragava a fonte geradora que as impulsionava a lutar.
 
O que impressiona é que o rei não conseguira tamanha ferocidade, lealdade e fanatismo dos soldados. Talvez o motivo que explique seja a antiga estrutura social do reino de Daomé em que o soberano detinha todo o poder, inclusive o de vida e morte de seus súditos, em que ser mulher era contar muito pouco, era ser um número a mais.
 
Nessa concepção, pertencer ao regimento do rei significava estar, de certo modo, próximo ao poder, agindo como homem, em situação de domínio (inclusive sexual), inspirando medo e respeito, decidindo sobre a vida. Todavia, sendo as amazonas uma exceção na tradicional sociedade africana, seu destino seria fugaz como seu aparente poder.
 
 Com a morte do rei, morreria o quase mito das guerreiras.
 
Voltaria a mulher a ser lugar submisso e passivo.
 

* Ya Efun, É um cargo feminino.

A Nossa Yáefun, Juliana de Oxaguian

Ya Efun,



Cabe à Iá-Efun o preparo do atim, ou seja, dos pós que irão dar o desenho da família.

É aquela que irá pintar a/o Yawô nas saídas de Santo, aquela que vai “marcar” com o atim, a pemba ralada, a/o Yawô com as cores e formas daquela determinada tribo.
Não somente pintar o noviço e sim ser responsável pela mesa de iniciação deste, tornando possível a concentração do Sacerdote ao ato iniciático, essa Sacerdotisa tem a função de uma dirigente direta do Orixá em questão, no ritual, ela preside, acompanha e protege o devoto do início do ritual sagrado até o final é responsável por muitos atos segretos e delicados, é na verdade dentro do corpo iniciático do ritual uma pessoa indispensável e necessária, pois é ela quem sagraliza o corpo do devoto e todos os seus objetos sagrados, dando vida a tudo e condições de purificações ao Orixá (Divindade). 

Ela também compõe o conjunto de Altas Sacerdotisas dentro do panteão africano, sua pessoa é a pura personificação do acordo do devoto com a vida nova, ou melhor um novo nascimento, uma nova vida.

Em nosso Axé a Sacerdotisa da purificação, consagração e perpetuação do elemental da vida divina ( Ya Efum ),  logo que iniciada é  indicada pelo oráculo de Yemanjá, preparada, ensinada e com o passar das comemorações de datas iniciáticas até chegar aos sete anos,  dentro do culto é diplomada,  com o posto o qual pertence a Casa de Oxalá e toda a comunidade ritualística de matrizes africanas pois seu posto é Universal dentro do culto !

Para assumir este cargo é preciso ser iniciada no Santo e ter, no mínimo, sete anos de feitura.

Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

É um cargo feminino.

SABÃO DA COSTA





Por volta do início do século XVI (1501), navegadores ibéros, senhores dos 7 mares, passaram a designar toda a Costa Atlântica AFRICANA e seu interior imediato como COSTA e o que dali procedesse como DA COSTA.






Segundo relatos da época, de Cronistas e Viajantes portugueses, o SABÃO DA COSTA


era importado pelo Brasil desde pouco depois de 1620.






Era o preferido dos escravos e libertos. Ele era oriundo de uma área entre GANA e CAMARÕES, e principalmente da NIGÉRIA, da República do BENIM e do TOGO.






Há praticamente 400 anos, garantem relatos de Cronistas e Viajantes da época, o Brasil importava um SABÃO DA COSTA da África que era usado por escravos e libertos.






Por que SABÃO DA COSTA ?






Porque é antigo. A palavra SABONETE é incorporada ao português somente na virada para o século 19 quando no Brasil “tudo” era "francês" e o "SAVONETE" dos franceses é aportuguesado. Antes disso era SABÃO mesmo.






Mesmo os franceses continuam dizendo SAVON, os espanhóis dizem JABÓN (RABÓN) e os ingleses SOAP (SÔLP) e portanto não deveria haver esse tipo de 'distinção'.






O SABÃO DA COSTA mantém o nome SABÃO por uma questão de tradição.






O SABÃO DA COSTA é um sabão sólido, de cor parda-escura tendendo a preta,


feito com ervas medicinais ( nó de pinho, óleo de côco, benjoin, juá, etc) e além de ser usado prá descarrego promove uma profunda limpeza corporal sempre que usado normalmente durante o banho, combate a caspa, cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo além de controlar o mau cheiro produzido pelo suor.






Oxé dudu era o nome dado pelos africanos ao sabão da costa.






(mas é preciso muito cuidado ao adiquirir,pois muitos são feitos de maneira desconhecida,procure sempre um de confiança)

Ori ou limo da costa


Ori (manteiga)

 Ori ou limo da costa, também chamado de banha de Ori, é uma manteiga extraida do fruto de Karité, árvore encontrada exclusivamente na África, seu nome científico é Butyrospermum parkii (G. Don) Kotschy.

As africanas acreditam que este fruto guarda poderes místicos, que elas guardam em segredo.


No Brasil é bastante usado pelo povo do santo, principalmente nos rituais de iniciação ou feitura de santo e no preparo da comida de Orixá.


É também usado em conjunto com manteiga de cacau na indústria cosmética, geralmente como protetor labial.


BANHA-DE-ORI



ESPÉCIE DE GORDURA VEGETAL( EXTRAIDA AMENDOEIRA)


OU GORDURA DE ORIGEM ANIMAL (EXTRAÍDA DO CARNEIRO).


DIZ-SE TAMBÉM "BANHA-DE-OXALÁ" E "LIMO-DA-COSTA"ETC...,


ESSE NOME FOI DADO PARA QUE FOSSE INDENTIFICADO COMO UM SACRAMENTO AO ORI DA PESSOA E OUTROS FUNDAMENTOS LITURGICOS,COMO SE FOSSE UM CANAL DE COMUNICAÇÃO,QUE PODE ABRIR OU FECHAR O CAMPO VIBRATÓRIO DEPENDENDO DO RITUAL A SER FEITO.


ORI


- CABEÇA EM LÍNGUA IOURUBÁ (TERMO QUE DESIGNA A CABEÇA) NA VIDA LITÚRGICA.


É, ALÉM DISSO, UMA DIVINDADE DOMÉSTICA YORUBÁ GUARDIÃ DO DESTINO E CULTUADA POR ADEPTOS DE AMBOS OS SEXOS.


TAMBÉM SE DIZ QUE É A ALMA ORGÂNICA.PERECÍVEL, CUJA SEDE É A CABEÇA – INTELIGÊNCIA, SENSIBILIDADE, ETC.


TEM UMA LENDA QUE DIZ QUE PARA IEMANJÁ OLODUMARE DESTINOU OS CUIDADOS DA CASA DE OXALÁ, ASSIM COMO A CRIAÇÃO DOS FILHOS E DE TODOS OS AFAZERES DOMÉSTICOS,IEMANJÁ TRABALHAVA E RECLAMAVA DE SUA CONDIÇÃO DE MENOS FAVORECIDA, AFINAL, TODOS OS OUTROS DEUSES RECEBIAM OFERENDAS E HOMENAGENS E ELA, VIVIA COMO ESCRAVA,DURANTE MUITO TEMPO IEMANJÁ RECLAMOU DESSA CONDIÇÃO E TANTO FALOU, NOS OUVIDOS DE OXALÁ, QUE ESTE ENLOUQUECEU.




O ORI (CABEÇA) DE OXALÁ NÃO SUPORTOU OS RECLAMOS DE IEMANJÁ,OXALÁ ENFERMO, IEMANJÁ DEU-SE CONTA DO MAL QUE FIZERA AO MARIDO E, EM POUCOS DIAS, UTILIZANDO-SE DE ORI (BANHA VEGETAL), DE OMI-TUTU (ÁGUA FRESCA), DE OBI (FRUTA CONHECIDA COMO NÓZ-DE-COLA), EYELÉ-FUNFUN (POMBOS BRANCOS) E ESÒ (FRUTAS) DELICIOSAS E DOCES, CUROU OXALÁ,OXALÁ AGRADECIDO FOI A OLODUMARE PEDIR PARA QUE DEIXASSE A IEMANJÁ O PODER DE CUIDAR DE TODAS AS CABEÇAS, DESDE ENTÃO IEMANJÁ RECEBE OFERENDAS E É HOMENAGEADA QUANDO SE FAZ O BORI.


* * * * * * * Odu ejé !


Odu ejé



Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.


Importância

Esta obrigação é uma das mais significativas e impotantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou statos na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.


Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc.

Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.


Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente.

Daí a obrigação de Odu Ije como é chamada mais popularmente, Odu Èje (referente ao número 7 - Èje) é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.

Significado de ialaxé

Yalaxé,
Micheli de Yemanjá
e
Rodrigo de Ayrá !




Significado de ialaxé:


Substantivo Feminino

ialorixá ou 1ebome responsável pelos axés da casa de candomblé (ou de ritos afins), assim como de sua limpeza, e pela oferenda de comidas aos orixás etc.
 
2 Ialaxé – Ìyáláse (em iorubá) = É a mãe que tem o conhecimento e zela pelo àse.

Toda iyalorixá é um ialaxé, mas nem toda ialaxé é uma iyalorixá.