CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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domingo, 10 de abril de 2011

A DIFERENÇA DO CANDOMBLE AFRICANO E O BRASILEIRO


A DIFERENÇA DO CANDOMBLE AFRICANO E O BRASILEIRO -



Desde o tempo de criança, eu ficava cortando e encaixando os mapas do Brasil e da África. Não é que em um belo dia, numa aula de Geografia, uma fessora contou a toda turma que numa era muito distante a África e o Brasil faziam parte de um só continente, e que um grande terremoto ou algo assim havia separado os dois!


Nesse momento eu pensei comigo mesmo - NOSSA! FOI COISA DE DEUS !


Naquele instante entendi toda a história. Ora Deus, Olodumare sabia que os Europeus e outros continentes iriam, futuramente, dizimar aquela cultura, a do candomblé, e que precisava de uma terra onde poderia guardar, com sete chaves, sua história. E assim se sucedeu, na verdade o Brasil que temos hoje guarda todos os segredos de uma África de 500 ou 5.000 anos atrás.


É examente o que faz os cientista quando vão a Lua sem saber nada sobre o mar.


Hoje em dia vemos irmãos da religião tentando resgatar culturas perdidas indo a África, como fez grandes pesquisadores como Pierre Fantumbi Verger.


O nosso grande Gilberto Gil, atual Ministro da Cultura, patrocinado pela CNN, fez uma tragetória de Verger, mostrando, através de um documentário, lugares onde ele esteve para concluir um dos grandes livros " Os Orixas". Nessa tragetória, pra quem assistiu, pode conferir que, por exemplo o OJUBO, assentamento coletivo, do grande Orixá Xango, hoje não passa de uma carroça cheia de restos de tecidos velhos, badames (pinicos), pedaços de madeira e assim por diante. Para quem não viu, pode reconhecer que aqueles são países que perderam totalmente suas identidades, suas economias, sua dignidade.


Em resumo, o que sabemos hoje é que, Olodumare nos reservou todo o segredo de outrora para que pudessemos levar mais adiante a herança que ainda temos a chance de salvar, a do candomblé, para isso temos que nos purificar de qualquer outra forma de mistura cultural, a não ser aquelas já estão impregnadas e que, acredito, não sai mais, como uso de baianas, que foi copiada pelas mukamas no período colonial das suas sinhas, do uso de sopeiras como igbas, pois em outrora todos os Orixás eram assentados no barro, mas suas devotas ao verem as preciosidades (as sopeiras de porcelanas) roubavam-as e davam pra seus Voduns, Inquices e Orixás, e com isso, hoje vemos no Brasil, Orixás que só aceitam louças e outros que permaneceram em sua origem, os assentados em vasilhames de barro, e ai vai, como a feijoada, comida que não existia, criada no Brasil para favorecer um meio de sobrevivência aos negros, pois naquela época, os senhores e toda sua família rejeitavam, em suas mesas, os órgãos dos animais. Os negros, já tendo a técnica de salgar , fazia-no e ao cozer feijão, misturavam os miúdos, criando assim uma refeição que iria torná-los mais fortes no seu dia-a-dia para as suas duras jornadas.


Bem, assim também nasceu a comida preferida de Ogun, que eu paticularmente não ofereço lá dentro a este Orixá, sirvo apenas para o povo cá fora.


Vimos hoje na minha coluna que:


• Apesar de termos a mama África como ponto de referência no Candomblé, temos que sempre levar em conta, que o que sabemos hoje é tudo que a nossa religião possuia em séculos passados.


• Que ao escrever o livro Os Orixás , Verger e grandes outros grandes autores traçam um linha do candomblé africano e o do Brasil, nunca interferindo em interpretações no tocante a que linha devemos seguir.


• Que ao oferecer uma comida, devemos entender se esta era ou não a oferecida pelos nossos ancestrais, mais um exemplo esta na cerveja oferecida também ao Orixá Ogun, na África sua bebida era o ADALAJU , bebida feita com água de canjica misturada com mel.


• E por último, tentei explicar o por quê venho atacando, nesta mesma coluna, a influências de outras culturas ou religião na nossa.


Veja o artigo O Candomblé e o Sincretismo, onde contém uma tentativa das Yas, na época, de içarmos uma nova bandeira.


Aos meus irmãos mais velhos e aos meus aburos o meu Mutubá, o meu kalofé.



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