CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Otim a Diana Caçadora Africana





OTIM, usa capanga e lança. 


Sempre representada com o jarro de água na cabeça, pois alem de ser guerreira também cuida das plantações.
Orixá da caça, companheira de ODÉ.


ORIXÁ feminino que se alimenta de todo tipo de caça, porém seu alimento preferido é a carne de porco.


As filhas e filhos de OTIM são aqueles cujo metabolismo básico e características de personalidade herdadas geneticamente mais se identificam com uma matriz, a própria OTIM, que se manifesta em ambientes como florestas cerradas, parques onde animais são preservados, do contato do homem.


Dois Orixás iorubas que não apreciam contato com muita gente é: o mago OSSAIM, o solitário senhor das folhas, e OTIM a caçadora. 


Possui em comum o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam; a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas.


A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. 


Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo.


OTIM é o ORIXÁ feminino responsável pela fundamental atividade da caça. 


É tradicionalmente associado à lua e, por conseguinte, à noite, as Iyá mi Ajés e os pássaros da noite, pois a noite é o melhor momento para a caça.


ODÉ , OTIN e OSSAIM têm na floresta o próprio fim, nela se escondem. 


O primeiro para capturar os animais, o segundo para poder estudar sozinho e recolher as folhas sagradas.


OTIM mora nas águas com IEMANJÁ, ERINLE e OXUM e na floresta com os irmãos OSSAIM, OGUM e ODÉ, no cultivo com ORIXÁ OKO.


OTIM e OSSAIM representam as formas mais arcaicas de sobrevivência, a apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo em detrimento da ciência.


No Candomblé, a cor verde é consagrada a OSSAIM por sua proximidade com as folhas, ficando o azul para OTIM, um azul pouco mais vivo e claro.


Outro dado que identifica e aproxima OTIM de OGUM, é o fato de ambos representarem atividades e possuírem temperamentos próprios de uma mesma faixa etária, a juventude (mas não a adolescência, pois são mitos adultos, viris), onde a energia se expressa fisicamente.


OTIM é um ORIXÁ que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. 


Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência.


Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. 


Protege o caçador e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta.




Por isso OTIM nunca aprova a matança pura e simples, para ela a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória.


O conceito de liberdade e independência para OTIM é muito claro. 


Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados.


Em alguns cultos, também se atribui à ela o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.


ORIXÁ tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos, embora muitos dados a ODÉ.


Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de búfalo dependurados na cintura. 


Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios, um ofá arco e flecha, uma lança.


O mito da caçadora identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados, num sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros.


Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de OTIN o identifiquem não com uma negra, como manda a tradição, mas com uma Índia. 


Seu objeto básico é o arco e a flecha, o ofá. e o odématá.




CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OTÍN


Os filhos de OTIM são quase inexistentes, pois na Mitologia, OTIM não teve filhos na terra, dando assim as cabeças dos filhos para ODÉ.


O filho de OTIM apresenta arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. 


Representa a marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.


OTIM desconhece a agricultura, não muda o solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.


No tipo psicológico a ela identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar. 


Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços.


 Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade da caçadora.

Assim os filhos de OTIM trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver as observações tão importantes para seu ORIXÁ.


Geralmente é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. 


Tem, portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. 


Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista.


Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. 


Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. 


É basicamente reservada, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreta quanto ao seu próprio humor e disposição.


Os filhos de OTIM, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. 


Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. 


Ao mesmo tempo, é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade.


São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viverem sozinhos, preferindo receber grupos limitados de amigos. 


É, portanto, os tipos coerentes com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham poucos, têm os pés ligados a terra.


LENDA DE OTIM


QUATRO SEIOS


OKE, rei da cidade de Otã, tinha uma filha. 


Ela nascera com 4 seios e era chamada de OTIM. 


O rei OKE adorava sua filha e não permitia que ninguém soubesse de sua deformação. Este era o segredo de OKE, este era o segredo de OTIM. 


Quando OTIM cresceu, o rei aconselha-a a nunca se casar, pois um marido, por mais que há amasse um dia se aborreceria com ela e revelaria ao mundo seu vergonhoso segredo. 


OTIM ficou muito triste, mas acatou o conselho do pai. 


Por muitos anos, OTIM viveu em Igbajô, uma cidade vizinha, onde trabalhava no mercado. 


Um dia, um caçador chegou ao mercado, e ficou tão impressionado com a beleza de OTIM, que insistiu em casar-se com ela. 


OTIM recusou seu pedido por diversas vezes, mas, diante da insistência do caçador, concordou, impondo uma condição: o caçador nunca deveria mencionar seus quatro seios a ninguém. 


O caçador concordou, e impôs também sua condição: OTIM jamais deveria por mel de abelhas na comida dele, porque isso era seu tabu, seu ewó.


Por muitos anos, OTIM viveu feliz com o marido. 


Mas como era a esposa favorita, as outras esposas sentiram-se muito enciumadas. 


Um dia, reuniram-se e tramaram contra OTIM.


Era o dia de OTIM cozinhar para o marido; ela preparava um prato de milho amarelo cozido, enfeitado com fatias de coco, o predileto do caçador. 


Quando OTIM deixou a cozinha por alguns instantes, as outras sorrateiramente puseram mel na comida. 


Quando o caçador chegou a casa e sentou-se para comer, percebeu imediatamente o sabor do ingrediente proibido.


Furioso, bateu em OTIM e lhe disse as coisas mais cruéis, revelando seu segredo: "Tu, com teus quatro seios, sua filha de uma vaca, como ousaste a quebrar meu tabu?" A novidade espalhou-se pela cidade como fogo. 


OTIM, a mulher de quatro seios, era ridicularizada por todos.


OTIM, fugiu de casa e deixou a cidade do marido
Voltou para sua cidade, Otã, e refugiou-se no palácio do pai. 


O velho rei a confortou, mas ele sabia que a noticia chegaria também a sua cidade. 


Em desespero, OTIM fugiu para a floresta. 


Ao correr, tropeçou e caiu. 


Nesse momento, OTIM transformou-se num rio, e o rio correu para o mar. 


Seu pai, que a seguia, viu que havia perdido a filha. 


Lá ia o rio fugindo para o mar. 


Querendo impedir o Rio de continuar sua fuga, desesperado, atirou-se ao chão, e, ali onde caiu, transformou-se em uma montanha, impedindo o caminho do rio OTIM para o mar. 


Mas OTIM contornou a montanha e seguiu seu curso. OKE, a montanha, e OTIM, o rio, são cultuados até hoje em Otã. 


ODÉ, o caçador, nunca se esqueceu de sua mulher.




QUALIDADES:


OTIN MALÉ = esposa de Odé (lilás com azul claro)
OTIN BOLÁ = outra esposa de Odé (lilás com azul claro)
FERRAMENTAS: Arco e flecha, funda, bodoque, moedas e búzios.
AVE: aves malhadas varias cores
QUATRO PÉ: leitoa.




OTÌN BÒ RÒ ODE (OTIN VEM AJUDAR ODÉ)


BEBIDA; água de coco, aluá, garapa, vinho doce, mate, água de coco, água com mel, vinho moscatel.


COR; verde com amarelo, Azul e branco para ODÉ e Azul e rosa para OTIM.


COME; coco, abóbora moranga, angolista, frutas, pombos.


DIA DA SEMANA; Quinta-feira.


Dia da Lua: quinto dia da Lua Nova.


DOENÇAS; doenças mentais, úlcera gástrica


ELEMENTO; terra, matase água.


EMBLEMA; ofé, lança e irukerê.


ERVAS; arruda, alecrim, guiné, acácia, alfavaca do campo (quiôiô), eucalipto, guiné pipi, guiné caboclo, jaborandi, jurema, mangueira, peperegum verde, samambaia, goiabeira.


ESSÊNCIAS; sândalo.


FLORES; todas de pendão, palmas brancas, palmas vermelhas, girassol.


FRUTAS; coco, milho verde, abacate.


HABITAT; mata fechada alta.


METAL; zinco, mercúrio.


METAL;latão.


NATUREZA; floresta, selva, árvores.


NÚMERO; 07 e seus múltiplos


OFERENDA; Odé - Costela de Porco e feijão miúdo, Otim - Chuleta de Porco e feijão miúdo.


PEDRAS; esmeralda, quartzo verde, crisoprásio, aventurina, peridoto, jade.


SIMBOLO; arco e flecha, bodoque, espingarda.


SAUDAÇÃO; Oké!!!Saudação: Okebambo.


SAÚDE; aparelho respiratório.





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