CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

O tema que vou abordar hoje é uma folha, o mariwô.




KÍNI L’O FÒNŞE MÀRÌWÒ
O que estão fazendo?
É Marìwò


Kó si ewé kó sí òrìsà – sem folha não há òrìsà


O tema que vou abordar hoje é uma folha, o mariwô. 


É uma folha muito usada nos Candomblés em várias funções.


O primeiro registro visual do mariwô dentro das casas é a pequena “cortina” de sua folha usada nas portas e janelas das casas de santo. 


Este mariwô é um indicativo de que você está entrando em um espaço sagrado, é uma forma de mostrar a proteção do lugar e uma forma de afastar o mal.


O dendezeiro é uma árvore exemplo para os adeptos do Candomblé. 




Em sua formação ela nos oferece tudo, nada em sua essência é desprezada ou desperdiçada. 


De seu tronco se extrai o vinho de palma, bebida de Ogun, mas este mesmo tronco é o símbolo da matéria individualizada dos Orixás Funfun. 


De suas folha temos o mariwô, que alem de nos fornecer a proteção citada, veste Ogun e alguns outros orixás, como Oyá e até mesmo Oxalá, dono de boa parte do dendezeiro. 


Essa vestimento de Ogun é bem interessante, mas vejo em muitas casas o uso das folhas já “maduras”, bem verdes, quando o mais apropriado seria usar a folha dita espada, ou lança, de Ogum: a folha que ainda está por nascer, uma lança que está brotando no centro do tronco. 


Esta é a verdadeira folha que veste Ogun, pois é bem clara. 


Por fim, de suas nozes tira-se o óleo ou azeite do dendê e também se faz o opelê ifá, corrente divina com 16 nozes e que se usa pra consultar o oráculo.


Existe muito mais coisas que se faz com essa árvore e com suas folhas e frutos, mas isso é assunto pra ser dito dentro de cada casa.




Segue alguns relatos e lendas a respeito.


BIRIBIRI BÍ TI MÀRÌWÒ
JÉ ÒSÁNYÌN WÁLÈ MÀRÌWÒ
BIRIBIRI BÍ TI MÀRÌWÒ
BA WÁ T’ÓRÒ WA ŞE MÀRÌWÒ


Na escuridão. 


Màrìwò traz luz
Màrìwò deixe ÓSÁNYÌN ir para casa
Na escuridão. 


Màrìwò traz luz
Màrìwò ajude-nos com nossos projetos


“Ogun está ligado ao mistério das árvores, conseqüentemente à Oxalá. 


Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, de um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. 


Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé (dendezeiro), cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún.“


“Uma vez ao voltar de uma caçada Ogun estava com muita sede e não encontrou vinho de palma, zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. 


Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). 


Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. 


Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.”


Akóro Ko l'axo 
Màrìwò l'axo Ogún o! 
Màrìwò
Akóro não tem roupas 
Màrìwò veste Ogún 
Màrìwò 


Ogún á Jô e màrìwò
Ogún Akòró e màrìwò 
Iwó a gba 'lé bg'ònà 
Ogun á jó e màrìwò màá tú yeye


Ogún dançará com a fronde da palmeira, usada como sua roupa
Ogún Akòró, ele ocupará a casa e o caminho
Ogún dançará com a fronde da palmeira, fronde da palmeira cresça.




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