LENDA DE OBARÁ
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do Oluwo, afim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo Oluwo.
Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô, pois os 15 odus nunca convidavam Obara, por ser ele muito pobre.
Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. É que os demais odús não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza).
Como era de costume, os 15 odús de cinco em cinco dias iam à casa de Olofin. Pois, então, foram a casa de Olofim, jogaram até altas horas do dia, mas não tiveram respostas para as perguntas que fizeram para Olofin e todos eles se retiraram sem ter sido satisfeitas suas curiosidades.
Olofin, aborrecido com desprezo que os 15 odus tinham por obara, deu de presente uma abóbora a cada um deles, e eles, desdenhando o presente, mas para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.
No caminho, já cansados e com fome, reslveram parar na casa de obara, apesar de achar que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples e pobre.
Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar Obara-meji com estas palavras: -Obará, bom dia !
Como vais de saúde?
Será que tens comida para dar para nos?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem.
Obara, imediatamente os fez entrar em sua humilde casa e mandou sua mulher fazer comida para todos .
Eles vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de Olofim.
A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a pouca comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade.
Mais tarde, sem saber o que fazer com as aboboras que haviam ganhado, resolveram, com ironia, joga-las no quintal de obara , que as recebeu alegremente.
E foram embora
Sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido, agradado a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.
Obara respondeu que tinha dado a eles o que comer e beber e que certamente não haveria de lhe faltar.
No dia seguinte, quando Obara procurou por comida viu que não havia o que comer. so restavam as aboboras.
Obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela.
Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.
Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.
No dia para todos os odús irem novamente à conferência no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a Olofim.
Surpresos, viram chegar obará vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga.
Enfim, todos numa alegria sem par.
De vez em quando, Obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.
Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que estava acontecendo.
Foi então que lhe informaram que era Obará.
Então perguntou Olofim aos demais odús, o que tinham feito com as abóboras que ele presenteara a eles.
Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará.
Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará.
O mais rico de todos os odús
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