Iroco engole a devota que não cumpre a interdição sexual...
Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro.
Ela foi consultar o babalawo e o babalawo lhe disse como proceder.
Ela deveria ir à árvore de Iroco e a Iroco oferecer um sacrifício.
Comidas e bebidas que ele prescreveu a mulher concordou em oferecer.
Com panos vistosos ela fez laços e com os laços ela enfeitou o pé de Iroco.
Aos seus pés depositou o seu ebó, tudo como mandara o adivinho.
Mas de importante preceito ela se esqueceu.
A mulher que queria ter um filho deu tudo a Iroco, quase tudo.
O babalawo mandara que nós três dias antes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais.
Só então, assim, com o corpo limpo, deveria entregar o ebó aos pés da árvore sagrada.
A mulher disso se esqueceu e não negou deitar-se com o marido nos três que precediam o ebó.
Iroco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quase totalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça.
A mulher gritava feito louca por ajuda e toda a aldeia correu para o velho Iroco. Todos assistiam o desespero da mulher.
O babalawo foi também até a árvore e fez seu jogo e o jogo que o babalawo fez para a mulher revelou sua ofensa,sua oferta com o corpo sujo, porque para fazer oferenda para Iroco é preciso ter o corpo limpo e isso ela não tinha.
Mas a mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada.
Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher.
Todos cantaram e dançaram de alegria.
Todos deram vivas a Iroco.
Tempos depois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitou agradecida a planta imensa.
Tudo ofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo limpo.
Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalawo e ele leu o futuro da criança: deveria ser iniciada para Iroco.
Assim foi feito e Iroco teve muitos devotos.
E seu tronco está sempre enfeitado e aos seus pés não lhe faltam oferendas.
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