Eu vou fazer uma abordagem tradicional e minha referência é o texto do Odù oxetuwa.
Para não se ter dúvida eu carreguei o texto desse odù existe um texto neste Blog com o mesmo.
Eu recomendo que seja lido ele contêm inúmeros conceitos e fundamentos importantes.
Este texto foi extraído originalmente do livro Os Nago e a Morte, mas existe em outras obras, contudo essa é um versão completa com inserções de outras versões que eu li.
Neste odù fica claro que Olódùmarè criou o mundo, populou-o com os homens e enviou os òrìṣà (orixá) para poderem ajudar os homens na sua vida, na superação das dificuldades.
Eram 16 e havia somente uma mulher entre eles Ọ̀ṣun (Oxun), que representa assim o poder feminino original.
Desta forma se os òrìṣà (orixá) foram enviados para suportar os homens inclusive de calamidades naturais não poderiam eles serem os próprios elementos da natureza, conforme a visão das religiões pagãs Europeus.
Este odù estebelece uma distinção entre as divindades de Olódùmarè, suas funções e a natureza.
Tomemos por exemplo as divindades femininas que tiveram uma origem comum em Ọ̀ṣun (Oxun).
Como eu já disse antes, Oya que muitos consideram o vento não poderia o sê-lo porque ela foi claramente um ancestre divinizado, e o vento já existia antes dela.
Ọya bem como todas as divindades femininas são cultuadas e associadas com o elemento água.
Assim Oya esta ligada a Rio Níger, Oxun ao rio com seu nome, Yemanja a rio e lagos e inclusive mar, Olokun ao mar, as ajé são as que possuíam os 7 rios da terra na sua criação, Iyewa e até Nanã que nem é yoruba.
O elemento agua que é de Ọ̀ṣun (Oxun), mas que também é o único elemento que sozinho pode gerar e sustentar a vida e esta associado sempre a existência de vida. Tudo isso tem origem em Ọ̀ṣun (Oxun).
Ṣàngó (Xango) é dito ser o fogo, mas a real ligação dele com o fogo foi a capacidade que adquiriu de manipulá-lo, o que também foi feito por Ọya segundo o mito.
Ṣàngó (Xango) esta associado com trovões e raios, sim mas por manipulá-los porque ele é considerado a justiça de Olódùmarè ou a sua ira e joga os raios contra pessoas que de tão ruim que foram não merecem mais viver.
Igualmente após a sua morte o mito diz que ele jogou raios contra as pessoas que diziam que ele tinha se enforcado.
No mito da criação que todos conhecem a terra foi criada por Olódùmarè e só havia a agua.
Ele deu a bolsa da existência contendo os elementos que seria plantados e depois espalhado para formar a terra.
Depois de tudo criado, conforme o odù oxetuwa os òrìṣà (orixá) foram enviados para suportar a vida ensinando os homens a se relacionar com o divino.
Assim sendo o que ocorre é que os òrìṣà (orixá) como representantes ou intermediários de Olódùmarè e os homens possuem poderes sobre determinados elementos da natureza que vão desde a água a doenças, mas, isso na sua forma controlada e organizada e não na sua forma violenta.
Uma coisa é ter controle sobre ou é ser ou ter controle total.
Assim por mais que se faça uma oferenda um furacão, um tsunami, um terremoto e uma seca não poderão ser evitados.
Essa é uma manifestação descontrolada da força da natureza, os òrìṣà (orixá) ajudará os homens a se prevenir ou superar as consequências disso.
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