CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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quinta-feira, 1 de junho de 2017

JUNHO O MÊS DA FAMÍLIA DE XANGÔ NA CASA DE YEMANJÁ: Império de Oyo

Cabeça em bronze do rei de Ifé no Museu Britânico


O Império de Oyo (c. 1400 - 1835) - em português também grafado Oió - foi um império da África Ocidental localizado no que é hoje o sudoeste da Nigéria e o sudeste do Benim. 

O império foi fundado por iorubás no século XV e cresceu ao ponto de se tornar um dos maiores estados do Oeste africano. Este crescimento deve-se ao comércio (sobretudo de escravos) e superioridade da sua cavalaria. 

Foi o estado mais importante na região de meados do século XVII ao fim do XVIII, dominando não só outros estados iorubás mas também de povos vizinhos, sendo o mais notável os Fons do Reino do Daomé, localizado no que é hoje o Benim.

Ilú-ọba Ọ̀yọ́
1400 – 1896


Império Oyo na sua mais longa extensão


Continente África
                      Região África Ocidental
           País Nigéria
     Capital Oyo-Ile
Língua oficial iorubá
            Religião religião iorubá
           Governo    Monarquia
Alaafin
     • circa 1400 Oranyan
                    • 1888-1905 Adeyemi I Alowolodu
                Legislatura Oyo Mesi e Ogboni
      Período histórico Idade Média
         Idade Moderna
         Idade Contemporânea
 • 1400 Fundação
 • 1896 Dissolução
Área
 • 1680 150 000 km2


A tropa de Oranyan não era suficiente para fazer um ataque com êxito, então vagaram pela costa sul até chegar a Bussa. Foi lá que o chefe local o recebeu e ofereceu-lhe uma grande serpente com um encanto mágico amarrado à sua garganta.


Origem Mítica

O segundo príncipe do reino iorubá de Ifé, Oranyan, fez um acordo com o irmão para lançar uma incursão punitiva contra os seus vizinhos do norte por estes terem insultado seu pai, oba Oduduwa, o primeiro Ooni de Ifé. A caminho, os irmãos desentenderam-se e o exército foi dividido.
O chefe orientou Oranyan a acompanhar a cobra até que esta parasse em algum lugar por sete dias e desaparecesse no solo. Oranyan seguiu os conselhos e fundou Oyo onde a serpente desapareceu. Oranyan fez de Oyo seu novo reino e tornou-se o primeiro oba com o título de Alaafin de Oyo (Alaafin significa "dono do palácio" em iorubá), deixando todos os seus tesouros em Ife e permitindo que Adimu tomasse o seu lugar como rei.

Oranyan, o primeiro oba (rei) de Oyo, foi sucedido pelo oba Dadá Ajaká, alaafin de Oyo. Este oba foi deposto porque era desprovido de força militar e porque permitiu demasiada independência a seus subchefes. A liderança foi, então, conferida ao irmão de Ajaka, Sango (também conhecido como Shango, Xangô, Chango, Nago Shango e Jakuta), que, mais tarde, foi divinizado como a deidade dos trovões e relâmpagos. Ajaka foi reabilitado após a morte de Sango. Ajaka retornou ao trono pronto para a luta e profundamente tirano. Seu sucessor, Kori, conseguiu conquistar o resto do que, mais tarde, os historiadores chamaram de "Oyo metropolitana"


Oyo-Ile

O coração da Oyo metropolitana foi a sua capital Oyo-Ile, também conhecida como Katunga, Velha Oyo e Oyo-oro.



Uma análise da velha área delimitada do Palácio de Oyo



 As duas estruturas mais importantes em Oyo-Ile eram o afin (palácio do oba) e o seu mercado. O palácio ficava no centro da cidade, perto do mercado do oba (Oja-oba). Ao redor da capital, havia uma alta muralha de terra com 17 portas. A grandeza das duas estruturas (o palácio e o Oja Oba) simbolizavam a importância do rei em Oyo.

Ocupação Nupe

Oyo cresceu com uma força interior formidável até o final do século XV. Durante mais de um século, o estado iorubá expandi-se à custa dos seus vizinhos. Depois, durante o reinado de Onigbogi, Oyo sofreu derrotas militares nas mãos dos Nupes conduzidos por Tsoede.

Por volta de 1535, os Nupes ocuparam Oyo e forçaram os seus governantes a refugiar-se no reino de Borgu.

 Os Nupes continuaram saqueando a capital, o que destruiu Oyo como potência regional até o início do século XVII.

Período Imperial
Oyo atravessou um interregno de 80 anos com sua nobreza exilada depois da sua derrota pelos Nupes. Oyo reemergiu então, mais centralizado e expansivo do que nunca. Não estavam mais satisfeitos simplesmente com a retomada de Oyo, mas com o estabelecimento do seu poder ao longo de um vasto império.
 Durante o século XVII, Oyo começou um longo intervalo de crescimento, tornando-se um grande império.Oyo nunca abrangeu todos os povos de língua iorubá, mas foi, de longe, o mais populoso reino na História iorubá.


Reconquista e expansão

A chave para a reconquista iorubá de Oyo foi um exército mais forte e um governo mais centralizado. Adotando o exemplo de seus inimigos tapas (o termo iorubá para "nupes"), os iorubas rearmaram-se não só com armaduras mas também com cavalaria. Oba Ofinran, Alaafin de Oyo, conseguiu recuperar a Oyo original do território dos Nupe. Uma nova capital, Oyo-Igboho, foi construída, e a original ficou conhecida como Velha Oyo. O próximo oba, Egonoju, conquistou quase totalmente a Iorubalândia. Depois disto, oba Orompoto conduziu ataques destrutivos ao reino Nupe para garantir que Oyo nunca fosse ameaçado por eles novamente.

Império Oyo e estados circundantes c. 1625


Durante o reinado de oba Ajiboyede, aconteceu o primeiro festival Bere, um evento que manteria muita significação entre os iorubás mesmo depois da queda de Oyo. E foi com o seu sucessor, Abipa, que os iorubás repovoaram Oyo-Ile.

 Apesar de uma tentativa falha de conquistar o Império do Benim entre 1578 e 1608,

 Oyo continuou a expandir-se. Os iorubás deram autonomia ao sudeste da Oyo metropolitana, onde as áreas não iorubás poderiam funcionar como um divisor entre Oyo e o império do Benim. Até o final do século XVI, os estados Ewe e Aja da moderna Benim foram pagadores de tributo a Oyo.


As Guerras Daomeanas
O revigorado Império de Oyo começou incursões em direção ao sul em meados de 1682.

 Até o final de sua expansão militar, as fronteiras de Oyo atingiriam aproximadamente 200 milhas para o litoral sudoeste da sua capital.

 Encontrou muito pouca oposição séria, depois do seu fracasso contra o Benim, até o início do século XVIII. Em 1728, o Império de Oyo invadiu o Reino do Daomé em uma grande e amarga campanha.

A força que invadiu Daomé foi inteiramente composta de cavalaria.

 O Daomé não possuía cavalaria, mas possuía muitas armas de fogo. Essas armas de fogo se revelaram eficazes, assustando os cavalos da cavalaria de Oyo e impedindo-lhes a carga.

 O exército do Daomé também construiu fortificações com trincheiras, que forçaram o exército de Oyo a lutar como infantaria. A batalha durou quatro dias, mas os iorubás foram finalmente vitoriosos depois que os seus reforços chegaram. O Daomé foi, então, obrigado a pagar tributo para Oyo. Este não seria o combate final, contudo, e os iorubás invadiriam o Daomé um total de sete vezes antes de que a pequena monarquia daomeana fosse totalmente subjugada em 1748.

Declínio
Muitos acreditam que o declínio do império começou em 1754 com as intrigas dinásticas e os golpes de estado patrocinados pelo primeiro-ministro Bashorun Gaha. Em 1796, uma revolta iniciada em Ilorin contra Awole (o Àláàfin, ou governante de Oyo) foi comandada por Afonjá (o Aare Ona Kakanfo, ou comandante supremo das forças armadas de Oyo). Esta revolta, que levou à separação de Ilorin, marcou o começo da desintegração do Império de Oyo, tão logo outros estados vassalos começaram a seguir o exemplo de Ilorin. Para assegurar apoio à sua causa, Afonjá recorreu à ajuda de um professor fula itinerante chamado Alim al-Sali, visando a garantir a adesão dos iorubas muçulmanos e voluntários hauçás e fulas do norte, levando eventualmente à destruição de Oyo Ilê pelos fulas em 1835 e consequentemente à extinção do Império de Oyo. Enquanto isso, em 1823, o reino do Daomé realizou incursões a territórios de Oyo visando a capturar escravos para serem vendidos. Oyo, então, exigiu um pesado tributo do rei Gezo do Daomé como reparação. O rei Gezo enviou seu agente brasileiro, Francisco Félix de Sousa, para negociar a paz. Na impossibilidade de se chegar a um acordo, Oyo atacou o Daomé e foi derrotado, o que encerrou a dominação de Oyo sobre o reino do Daomé. Este, por sua vez, continuou seus ataques sobre o território de Oyo.

Após a destruição da capital Oyo Ilê, a capital foi transferida para o sul, para a cidade de Ago d'Oyo. O oba Atiba tentou preservar o que restava de Oyo encarregando a cidade de Ibadan de proteger a capital dos ataques de Ilorin vindos do norte e do nordeste. Ele também tentou fazer com que a cidade de Ijaye protegesse a capital dos ataques dos daomeanos vindos do oeste. O centro iorubá de poder moveu-se então para o sul, para a cidade de Ibadan, que havia sido fundada pelos militares de Oyo em 1830. Porém os planos de Atiba fracassaram, e Oyo nunca mais readquiriu seu poder. Em 1888, se tornou um protetorado da Grã-Bretanha. A partir de 1896, perdeu qualquer forma de poder.

Cabeça em bronze do rei de Ifé no Museu Britânico

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