Iroco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Ajé, a feiticeira e Ogboí, uma mulher normal.
Iroco e suas irmãs vieram juntos do Orun para habitar no Ayê.
Iroco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns.
Ogboí teve dez filhos e Ajé um só, um passarinho.
Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé.
Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã.
Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o filho pássaro com Ogboí.
Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer um passarinho.
Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que ser um pássaro.
A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, que seus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e comeram o filho de Ajé.
Quando Ajé voltou e se deu por conta da tragédia, partiu desesperada a procura de Iroco. Iroco a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje.
E de lá, Iroco vingou Ajé, lançando golpes sobre os filhos de Ogboí.
Desesperada com a perda de metade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogoí ofereceu sacrifícios para o irmão Iroco. Deu-lhe um cabrito e outras coisas e mais um cabrito para Exu.
Iroco aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos. Ogboí é a mãe de todas as mulheres comuns, mulheres que não são feiticeiras, mulheres que perdem filhos para aplacar a cólera de Ajé e de suas filhas feiticeiras.
Iroco mora na gameleira branca e oferece sua justiça na disputa entre as feiticeiras e as mulheres comuns.
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