CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Majestoso Deus do Tempo Universal



O majestoso Iroko, poderosa árvore, em cujos galhos se abrigam divindades e ancestrais. 

Poderosa árvore aos pés da qual são depositadas as oferendas para as feiticeiras. 

Poderosa árvore cujas raízes alcançam o 
Orun ancestral e o tronco majestoso serve de apoio a Olorun. 

Iroko é o representante supremo do Culto dos Iguis, o culto aos espíritos das árvores que se assimila ao de Egungum. 

Grupo do qual fazem parte Apaóka, Odan e Akokô. 

No Brasil é considerado o protetor de todas as árvores, sendo associado particularmente à gameleira branca. 

Seu culto está intimamente associado ao de Ossain, a Divindade das Folhas litúrgicas e medicinais. 

É o Orixá da floresta, das árvores, do espaço aberto; por extensão governa o tempo em seus múltiplos aspectos, possue forte ligação com Xangô. 

Seja num caso ou noutro, o culto a Iroko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias. 

A árvore simboliza, o tronco ereto e viril, membro fecundante da terra e do céu, elo, cordão umbilical entre o Orun e o Aiê, na concepção restrita Iorubá.

 No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroko. 

Iroko foi a primeira de todas as árvores, mais antiga que o mogno, o pé de Obi e o algodoeiro. 

Na mais velha das árvores de Iroko, morava seu espírito. 

E o espírito de Iroko era capaz de muitas mágicas e magias. 

Iroko assombrava todo mundo, assim se divertia quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. 

Fazia mágicas, para o bem e para o mal. 

Todos temiam Iroko e seus poderes, quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte. 

No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. 

Na África, sua morada é a árvore Iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada. 

Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás.

 No entanto, originalmente, Iroko não é considerado um orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém. 

Para os yorubás, a árvore Iroko é a morada de espíritos infantis conhecidos ritualmente como "abiku" e tais espíritos são liderados por Oluwere.

Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Iroko, para afastar o perigo de que os espíritos abiku levem embora as crianças da aldeia. 

Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado. 

O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem. 

Iroko está ligado à longevidade. 

É referido como "Orixá do grande pano branco que envolve o mundo", numa alusão clara às nuvens do Céu. 

As árvores nas quais Iroko é cultuado normalmente são de grande porte; são enfeitadas com grandes laços de pano alvo (oja fúnfún) e ao pé dessas árvores são colocadas suas oferendas, notadamente nas casas de origem Ketu, onde recebe lugar de destaque. 



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