Orixá Iroko ou Yroko pouco cultuado no candomblé, mais um orixá muito respeitado pelos africanos, sendo um santo que representa a ancestralidade.
Iroko representa o tempo.
É a árvore primordial.
A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens.
Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu e resistira.
Mesmo assim é pouco cultuado no candomblé brasileiro.
Iroko é a essência da vida reprodutiva.
Do poder da terra.
Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Oduduwa, a terra, que através dele ensina os homens o sentido da vida.
É a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência.
O ciclo vital que não muda com o transcorrer da eternidade.
A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverenciá-la e louva-la.
É também conhecido nos candomblés como “Tempo”, embora seja uma designação própria do rito angola.
Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida foi Iroko.
Ele era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.
Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco.
Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami.
Então elas foram a Iroko e pediram a fertilidade.
Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber frutos.
As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes.
Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança.
Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filinho.
Iroko ficou muito zangado e aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou.
Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera, caso ela retirasse “sua” criança dali.
Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse o a criança pelo boneco.
E assim ela fez.
Até hoje se pode ver, nas gameleiras brancas o bebê de Iroko, repousando deitado em seus galhos.
Em suas copas vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.
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