Paradigmas para um novo Candomblé
versão 2
revista e ampliada
NÃO
Gostaria que minha resposta pudesse ser assim tão simples, mas, vou ter que escrever dezenas de linhas para explicar.
Quero esclarecer que o texto não foi feito para neófitos.
Foi feito para pessoas que conhecem e que não conhecem o Candomblé.
Este é um assunto que deve ser discutido pelas pessoas.
O Candomblé esta se tornando uma religião mais conhecida e aceita. Não completamente popular, mas, sem duvida nenhuma, infinitamente mais difundida do que a a antiga prática localizada em guetos étnicos.
Minha posição é que ele já deixou de ser identificado com uma etnia, apesar de ainda ter pessoas que usam a religião junto com sua causa étnica.
Quando saiu do escopo da polícia civil e virou religião aceita pelo estado, a população em geral começou a ter acesso a rica teogonia e teologia que esta religião possui. A religião Yoruba é muito rica se comparada com o padrão de religiões africanas, mas, se destaca mesmo se comparada com outras religiões do mundo ocidental e oriental. Ela esta no primeiro pelotão, com louvores.
Assim as pessoas se impressionam bastante com o que passam a conhecer. Infelizmente conhecer mal. Mas isso não é nada inédito. O Candomblé sofre hoje o mesmo que sofreu catolicismo antes da compilação, e depois popularização, da bíblia. É uma teologia pouco conhecida e entendida. Sim, o Candomblé precisa de uma Bíblia, um corão, uma torá ou um mahabarata, porque senão fica sendo representado pela imaginação criativa de um monte de gente e não pelo que ele é de fato. Pior, muitas vezes pelo comportamento inadequado de pessoas que dizem representar seus valores.
O que existe mesmo é gente desinformada falando bobagem, fingindo saber, insinuando conhecimento. É gente que não consegue explicar nada. Entendam, não estou falando em erudição, não, estou falando de saber a religião que dizem professar.
É muito fácil você responder a primeira pergunta sobre uma coisa. Mais difícil é você responder a segunda pergunta (mais profunda) sobre o mesmo assunto, muito mais difícil ainda é seguir assim perguntado e respondendo. Quantos passam da segunda pergunta?
A maioria dos Babalorixás e Iyalorixás, como se auto-denominam por ai, só conseguem enrolar a primeira resposta. Vide aquele livro chamado, O Candomblé bem explicado, que é um manual para se responder, enrolando, a primeira pergunta, somente....
Olha não gosto de fazer críticas genéricas, por isso não faço fofocas, escrevo textos. Mas é importante lembrar a todos esta situação. O que eu mais vejo é pessoa se dizendo sacerdote e que não consegue sustentar uma conversa com ninguém. Que não sabe explicar o que faz. Que mistura catolicismo, espiritismo, umbanda e sei lá mais o que para falar de dogmas da sua religião e de Orixá.
É muito complicado a gente falar o que é de fato parte desta religião aqui com tanta gente fazendo o contrário. Eu ouço de vez em quando uns programas de rádio supostamente sobre Candomblé, aqui no Rio, nas rádios Metropolitana e Solimões. Lixo. Estelionatários declarados. Pessoas que se passam de Babalorixá e fazem um programa para vender amarração, feitiço, favores. Além de encherem o ouvido das pessoas com abobrinhas. A cada 1 coisa certa que eles falam tem 10 besteiras. Não é religião é apenas comércio de feitiços.
Claro que eles não são diferentes dos programas de evangélicos que disputam as mesmas rádios e horários. Assim todos os 2 grupos são farinhas do mesmo saco.
A qualificação de sacerdotes é o primeiro ponto de revisão de uma religião de verdade. O grupo que ai esta é muito mal formado ou não tem formação nenhuma. As pessoas NÃO podem acreditar mais que por uma pessoa se dizer babalorixá e ter casa aberta ela é uma conhecedora da religião e vai poder orientá-la. Se o que a pessoa esta procurando é aprender uma religião ela vai ter que ter muito cuidado.
Eu já falei somente sobre esse assunto em outro texto, mas resumidamente muitos desses tais Babalorixás inventaram cargos, não cumpriram suas obrigações, não pagaram o seu tempo de obrigações, ficaram pulando de casa em casa tomando obrigação com pessoas diferentes e não receberam o Oye de Babalorixá (isso vale para as Iyalorixás também, só não vou ficar escrevendo toda a vez as 2 palavras).
Em função disso ai não aprenderam o Camdomblé. Vou repetir não estou me referindo a erudição, estou me referindo ao básico, aquilo que a gente aprende em gotas homeopáticas frequentando a mesma casa e tendo oportunidade para conversar com pessoas mais velhas, aprendendo delas. Isso significa entender a filosofia e os valores.
Além disso a pessoa tem a oportunidade, hoje, de buscar uma compreensão maior da religião, uma coisa que nossos antecedentes não tinham. Essa busca de melhor conhecimento não é algo errado. É algo que eles não tiveram acesso e duvido que deixariam de ter se esforçado para obter esse conhecimento.
Quando uma pessoa sai pulando de casa em casa para tomar suas obrigações e também apagar o seu passado ela também perde a referência de hierarquia. Ela passa a mandar no que faz sem nenhum controle. Assim o primeiro sinal para se avaliar uma casa e entender qual e como é o vínculo da casa e da pessoa com que o fez. Para ter certeza vá na pessoa que o fez e peça referência dele. Pergunte a cronologia de obrigações. Se a pessoa não quiser responder, vire as costas e vá embora, vai ser melhor para você, acredite.
Gente a pessoa que entra em uma religião quer saber como ela é. Quer saber o que é um orixá e o que ele representa. Quer saber como a sua vida se integra no cosmo. Não adianta dizer para alguém que perguntar sobre o que é um Orixá, com aquele sorriso amarelo e os olhos no vazio, que você ama o seu Orixá. Isso é patético.
Voltando ao Candomblé universal, se o Candomblé pretende se posicionar como uma alternativa religiosa viável para as pessoas, algumas coisa devem se modificar. A primeira é acabar com esse viés caça-níqueis e se se ocupar de fato em ser uma religião.
Viés caça níquel é esta exploração monetária de jogos, ebós e obrigação. O comércio de liturgias. Isso é ridículo e nivela essa religião com o que existe de pior na sociedade.
Muitas coisas devem ser feitas. Mas, entre elas, com importância, está a questão da feitura de Orixá.
Não é verdade que as pessoas para serem desta religião tem que fazer feitura do seu Orixá. Isso acima de tudo é uma preferência do Babalorixá para pode ganhar dinheiro. Porque nada que ele coloca a mão é de graça e quanto mais pessoas amarradas á sua casa através de feituras, mais dinheiro ela vai garantir com obrigações, ebós e jogos.
O corpo das pessoas que fazem parte da casa é assim aumentado como um rebanho leiteiro que sempre vai garantir o dinheiro dele. Os clientes se somam a isso aumentando esta receita de forma variável, mas, a receita do "rebanho" será sempre garantida.
O que eu disse parece grosseiro, mas, é isso mesmo.
Este é o formato adotado na maior parte das casas de Candomblé, nos Ilê Axé. Não fiquem assustados e nem finjam espanto. Esta prática não é original do Candomblé, acontece na sociedade como um todo. Também acontece no Candomblé.
Para o Candomblé ser uma religião ela tem que começar acabando com isso. Quem sustenta um Ilê Axé tem que ser as pessoas que participam do Ilê Axé. Não podem ser transações comerciais associadas a venda de liturgias pelo babalorixá. Esta é uma prática muito pior do que instituir uma mensalidade, um dízimo (como na igreja, não como nos templos evangélicos que são apenas assaltantes) ou um rateio de despesas, como um condomínio.
Qualquer método que conte com a participação de todos será muito superior ao do Babalorixá cobrando por trabalho, porque essa não é uma pratica adequada para uma organização religiosa.
Também não podem os membros das casas serem tratados como clientes, pagando por obrigações, ebós e jogos. Essa palhaçada de dizer que é obrigado a cobrar "chão" ou "salva" ou "cobertura de anjo da guarda" são eufemismos para esconder o simples comércio.
Uma casa precisa se manter. O dirigente tem que ter obter recursos para fazer suas próprias obrigações que são consequência da sua atividade. Ele precisa também se manter. Isso tudo a religião não oferece restrição, pelo contrário.
Mas, como estamos tratando de uma casa de religião, é necessária uma distinção entre o que custa aos membros da casa manter a sua casa funcionando, e isso pode até incluir a decisão da comunidade em manter ou subsidiar o sacerdote e, dentro disso também, o subsídio que esta comunidade define que vai receber ao atender pessoas que não fazem parte da casa.
O atendimento de pessoas que não são permanentes da casa sempre foi parte das estratégias que antigas casas de Candomblé usavam para se sustentar e ao seu Egbe. O problema é a proporção que isso tomou porque estelionatários que vendiam feitiços, favores, mentiras, amarrações usando uma fachada esotérica descobriram que poderiam melhorar o seu produto podre se passando de Candomblecista.
Essa invasão maculou o modelo honesto do Candomblé.
Outro problema foram pessoas que entravam no Candomblé já contando tempo para se proclamarem Pais-de-santo e viverem desta atividade. Não eram pessoa que procuravam seguir uma vocação, elas procuravam uma profissão. Gente que não servia para nada. Não queria estudar e não queria trabalhar.
Não existe problema no sacerdote profissional. Padres são sacerdotes profissionais, remunerados pela Igreja que é mantida pelos seus fiéis. Mas este sacerdócio sofre controle e um monte restrições fazendo que, acima de tudo, tenha que existir a vocação.
Já o Pai-de-santo de beco não tem nada disso. Ninguém controla, ele faz o que quer e ainda inventa controle para outros.
O que era para ser um exemplo de humildade, ver pessoas mais velhas ou até mais bem posicionadas na sociedade, por seu valor próprio se hierarquizarem em uma casa de orixá virou um escárnio, porque pessoas despreparadas, decadentes, incapazes e mentirosas assumem um posição que não pertence a elas. Comumente são mentes psicopatas e estelionatários, desprovidos de propósito e moral abusando da fé de outros.
Por esse caso extremo, claro, porque nem todo lugar é assim e nem toda pessoa é assim, é que o Candomblé tem que reagir de forma radical a esta questão mercantil. Uma reação radical e vigorosa vai deixar de uma lado as casas séria e do outro essas pessoas.
Assim não se trata de romper com o modelo da religião que não vê problema em dinheiro, através da pratica da ajuda a simpatizantes, sustentar uma casa e sim de ser obrigado a adotar uma posição distinta em função da forma como a religião legítima foi usada por pessoas não legítimas.
O outro aspecto é o que eu iniciei este texto, o Candomblé precisa se adaptar ao processo de universalização na sociedade, preservando o que é bom e melhorando aquilo que é inadequado a este novo status. Sim o Candomblé e as pessoas do Candomblé aspiram a um status pleno de religião.
É necessário então encontrar um modelo de financiamento do Ilê Axé que seja distinto do empregado por esse grupo de estelionatários travestidos de Babalorixá, que falam de orixá, falam de nação, falam de Umbanda, falam de cigano, falam de ajé, falam de egungun, falam de amarração, falam de ebó e falam de qualquer coisa que a pessoa queira ouvir, porque elas sabem que tem muita gente tola, gente que você fala 9 coisas que ela não quer ouvir, mas se você falar 1 só que ela queria ouvir já basta.
Um outro capítulo nesse assunto é o assunto que eu comecei, antes de ter caído nesse "galho" do financiamento da atividade religiosa, que é a questão da feitura de Orixá. É claro que a feitura de Orixá se insere no financiamento da atividade dos estelionatários.
Uma pessoa que entra para o Candomblé deve se preocupar em entender a religião e como ela pode ajuda-lo a ter uma vida melhor sendo uma pessoa melhor a mais feliz.
É isso o que as pessoas procuram em uma religião. Procuram viver melhor. Ser pessoas melhores. Viverem em harmonia consigo mesmo e com sua família.
Mas o Candomblé sendo uma religião iniciática, ela oferece muitos status e a vaidades e como diria Al Pacino, a vaidade é o pecado preferido do diabo.
Quando a pessoa entra para uma casa de orixá, um Ilê Axé, ela inicia como um Abian, um simpatizante ou um crente da religião. Abian é o nome que se dá. A pessoa pode, e deve, ficar como um Abian por muito tempo, talvez toda a sua vida.
A fé não se mede se a pessoa é um abian ou um Iyawo. Fé é acreditar no divino, no Orixá e trazer isso para a sua vida de uma forma positiva, que permita a essa pessoa superar seus problemas pessoais através de aprender novos valores e uma nova forma de administrar a sua relação com a pessoas e com sua vida.
Um Iyawo é uma pessoa que passa por um complicado, sofrido e longo processo de feitura. Esse processo prepara a pessoa para poder ser um elegun do seu Orixá na terra. É através dos Elegun que o Orixá incorpora e se manifesta em uma casa para ajudar a sua comunidade, distribuindo axé para as pessoas.
Sem elegun não existe Orixá na casa e na nossa vida. Orixá não é apenas uma coisa que fica no ar e que sempre esta por ai. Não é verdade. A função do Elegun é justamente estabelecer a ponte para que o Orixá possa vir do Órun (mundo espiritual) ao Aiye (terra) e distribua o axé para as pessoas.
É por isso que uma casa de Orixá tem que ter muitos elegun e tem que ter elegun de todos os Orixás. O Elegun é uma pessoa importante e o Babalorixá não consegue tocar a sua casa sem eles. Toda a casa tem a necessidade de ter Eleguns dos Orixás e de qualidades diferentes inclusive.
Por isso um Babalorixá precisa fazer feitura em Pessoas e precisa encontrar e atrair essas pessoas dos Orixás que ele precisa.
Para ser um Elegun é necessário fazer a feitura e ser um Iyawo por 7 anos, no mínimo, como já falei em outro texto.
Para uma pessoa trocar de status de Abian para Iyawo deve existir um propósito. A pessoa tem que entender o que isso vai significar para a sua vida. A pessoa tem que saber no que isso muda a relação dela com o divino, mas, saber de fato e não, ser enrolada com mentiras.
A verdade é que o Orixá não vai gostar mais da gente porque a gente fez o Orixá. Não vai gostar mais da gente porque a gente tem um igba. Não seremos mais felizes por causa disso. Não seremos mais protegidos por causa disso.
Existem motivos que podem levar uma pessoa a uma feitura. O Ilê Axé pode precisar, a pessoa pode precisar. O pior motivo é o babalorixá precisar para alimentar a conta bancária dele.
Abians e Iyawos precisam de Bori do mesmo jeito, de ebós de mesmo jeito e de jogo do mesmo jeito. Um abian pode ter inclusive um igba. Como fonte de receita um abian pode ser tão promissor como um um Iyawo....
Ser um Iyawo não ée uma evolução religiosa. É assumir uma nova postura diante da sua religião e se comprometer com obrigações religiosas da casa e do Babalorixá. Se você busca uma religião e não esse compromisso fique como Abian sua vida toda, ai você pode ir quando quer, mudar de casa, etc...
Mas o caso é que ser um Iyawo muitas vezes é apenas uma necessidade financeira do sacerdote e uma vaidade do abian. As pessoas devem se despir de vaidade e antes de dar qualquer passo mais profundo na religião devem primeiro aprender sobre ela.
Se o Candomblé quer ser uma religião de muitos tem que se ocupar mais em se transformar em uma opção real e palatável para as pessoas. Tem que se ocupar com os seus membros e não com clientes. A gente tem que separar os Ilê Axé de verdade dos mercadores de feitiços.
Claro que é uma religião iniciática, dogmática e altamente liturgica. Mas pode continuar a ser tudo isso sem se transformar em fazer pessoas infelizes.
Acima de tudo o Candomblé tem que se ocupar em se incorporar à vida das pessoas sem que as pessoas abandonem a sua vida normal. A Fé deve se adicionar a vida das pessoas e não substituir.
Muitas liturgias e iniciações podem ser feitas para Abians. Ser um Iyawo acabou matando essas opções.
O meu ponto aqui é o fato de que a feitura é um processo muito intrusivo na vida da pessoa. Gera muitas relações e ligações e muda o equilíbrio do axé da pessoa. As pessoas tem se preocupado em se aprofundar em liturgias sem se ocupar em saber se a pessoa esta feliz na religião que adotou, como religião.
O melhor para a vida de qualquer um é ser um Abian. Ser Iyawo é tão sério que essa opção tinha que ter registro em cartório com testemunhas.
SIM, você poder ser do Candomblé sem ter que fazer o seu Orixá. Inclusive é muito mais seguro. Entrar em uma feitura é abrir sua vida e se fragilizar. Se você fizer isso pelo motivo errado ou com a pessoa errada por ter problemas, novos, para o resto da sua vida.
O Candomblé tem que ter um modelo inspirativo. Tem que inspirar a fé, a dedicação e a transformação das pessoas para o seu melhor. Não pode ser um centro de confusões na vida da pessoa.
E mais importante. o Candomblé TEM que ser uma religião familiar. A família tem que estar junta na religião e na casa.
As pessoas falam do escando dos padres pedófilos na igreja católica. Olha na média isso é pinto visto o que se encontra nas casas por ai. Tome cuidado onde bota o seu pé limpo. Não existe controle das casas. O controle são seus olhos e ouvidos. Preste atenção e não se emburreça. Não faça nada, nem um ebó, sem saber muito bem como é aquela casa e pessoa.
Algumas recomendações simples: Não vá para casa onde o Candomblé é a própria casa da pessoa, onde ele toca no quintal ou na varanda, da obrigações em quartos, etc..
Não vá para esses candomblé urbanos todos acimentados, sem espaço para folhas e arvores. Candomblé exige um espaço especial, não é igual a Umbanda. Candomblé exige espaço dedicado, com muita preparação e assentamentos. Não se toca Candomblé em beco de vila. Não dá para Babalorixá misturar o seu espaço pessoal com o Sagrado. Se ele não tem recurso para ter uma casa de Candomblé, com terreno próprio, então não era nem para dizer que é Babalorixá.
Se a pessoa não quiser dizer a sua cronologia de obrigações ou a casa onde foi iniciado e se fez todas as obrigações lá e nome da pessoa que o iniciou, vá embora. Se a pessoa que o iniciou já morreu ou a casa já acabou e ele não tem nenhum irmão de orixá ou mais velho para dar referencia dele, então vire as costas e vá embora.
Se fosse um médico que quisesse te operar você ia fazer isso tudo.
Por fim, quero esclarecer que o objetivo desses textos sobre o Candomblé não é criticar o fácil, mas, trazer à reflexão das pessoas essas questões. Além disso, pessoas novas tem que acordar para a realidade.
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