O momento do “chamado” é diferente para cada pessoa.
Para alguns, uma doença difícil de ser curada, para outros, as dificuldades do próprio caminho; outros ainda, buscam fugir às religiões tradicionais por concluírem que muitas delas estão tão voltadas para o dia a dia dos homens e para os seus interesses imediatos que acabam por fugir à sua real finalidade: promover o encontro do ser com a Divindade, ampará-lo em suas dificuldades espirituais e consequentemente, também as materiais.
Alguns ainda são provenientes de outras religiões ou filosofias espiritualistas; finalmente, existem aqueles que simplesmente são tocados pelo Orixá, fundo na própria alma.
A iniciação (feitura) propriamente dita acontece num período de reclusão que varia entre sete a dezassete dias (embora alguns lugares adoptem 21).
Essa reclusão (recolhimento) ocorre nos Templos Religiosos conhecidos como Casas de Candomblé, em aposentos próprios para tal finalidade.
Esse período é comparável à gestação na barriga da mãe; nesse aspecto, o aposento sagrado representa o ventre da própria mãe natureza.
O neófito aprende os mistérios básicos das divindades e da Criação; os costumes da comunidade e os princípios que regulam as relações da família religiosa (hierarquia sacerdotal); as formas adequadas de comportamento nas cerimónias públicas e restritas.
Conhecimentos acerca de seu próprio Orixá são-lhe ministrados: a maneira adequada de cultuá-lo, as suas proibições (ewò), as virtudes que deverão ser cultivadas e os vícios que deverão ser evitados para atrair influências benéficas e uma relação harmoniosa com a divindade pessoal.
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