No território Yoruba o culto a Esu esta ligado a todos aos outros orisas ,egungun e Iya mi,e o assentamento de Esu está sempre presente nos locais de culto.
Diferentemente do que acontece no Brasil, esse assentamento é feito em uma pedra conhecida como Yangui , existe várias formas de assentamento, mas o mais comum, Yangui, uma pedra ferruginosa ( laterita )que é acompanhada de uma estatueta em madeira , embora infelizmente no Brasil, ainda existem pessoas que assentam Esu com pedra de rio, contrariando a essência que deveria ser mantida conforme os versos de Ifa,(textos sagrados de nossa religião).
É bem verdade, que considerando tudo que nossos antepassados tiveram que enfrentar, diante das dificuldades da escravidão, muito foi conservado e pouco seriam os ajustes a ser feito,agora é responsabilidade nossa corrigir o curso da historia indo de encontro as nossas raízes e melhorando nossa relação com os nossa origem.
O grande problema com o culto a Esu, é a desinformação das pessoas, que seguem confundindo Esu, com os chamados Exus de Quimbanda ou da Umbanda,isso deixa uma confusão muito grande na cabeça das pessoas que desconhecem os orisas,é muito comum ver assentamentos com tridentes e bonecos com chifre, ainda sendo cultuados e pessoas que continuam dizendo que tem um Esu chamado tranca rua e que ele seria o emissário de Osun,tal afirmação deixa qualquer pessoa informada de cabelo em pé .
Em grande parte as pessoas não sabem as verdadeiras atribuições de Esu ,ele é o orisa da articulação entre o aiye (terra) e o orun (ceu), o intermediário entre os homens e os orisas, o verdadeiro porta voz do ser humano junto as divindades.
Nunca devemos confundir Esu, com o diabo como fizeram os colonizadores em terras yorubas,sobre tudo, hoje com tantas informações, a internet é o grande pesadelo dos desinformados donos do saber, que outrora se arvoravam como conhecedores, hoje basta acessar todo tipo de informação, e as distâncias entre a África e o Brasil estão reduzidas a um simples toque no teclado,o problema é como identifica, qual informação pode ser aproveitado.
Postado por Bàbàláwo Ifágbaíyin
Eu sempre digo para as pessoas que tudo vai depender por que ângulo estamos olhando dizer que um abiku tem dificuldades na vida é verdade, mas quem não tem,eu já atendi algumas pessoas abiku muito bem de vida em todos os sentidos enquanto outros que não tem esse problema vivem um verdadeiro pesadelo .
Em yoruba bi significa (nascer ) e iku significa morrer então estamos falando de pessoas que deveriam ter morrido que nasceram para morrer e por alguma razão isso não aconteceu só isso já torna essas pessoas verdadeiros vencedores.
È claro que tudo é muito mais complicado que parece, tal situação requer muito conhecimento por parte do sacerdote que se arvore como conhecedor, ele pode colocar muitas vidas em risco inclusive a sua, tratar dos espíritos infantis é um misto de conhecimento e coragem ,pois um espírito de criança sempre pode surpreender .
O culto a o orisa Ibeje ( gêmeos)e o culto ao orisa Egbe orun (família do céu, espiritual) fazem parte de um conjunto que quando bem trabalhado trás a pessoa abiku uma vida de prazer e alegria.
Falar de algo que não se conhece ou nunca se viveu é um grande erro ,cabe a nós encontra uma forma de divulgar a mais pura verdade sobre esse assunto.
Oya - Iya Mesan Orun, A Mãe dos Nove Céus
Terceira e preferida esposa de Sango, existem evidências de que Oya havia habitado nosso planeta como princesa de Ira em meados de 1450aC, neste mesmo raciocínio, vemos Oya sendo além de preferida, prima do quarto rei da dinastia de Oyo.
Um itan de Ifá diz que Oya já divinizada, se apaixonou loucamente por Sango, este vindo a falecer. Oya inconformada com o acontecido, pede para que Esu interceda por ela perante Oloorun, pedindo que Ele permita que Sango volte para ela. Oloorun permite que Oya busque Sango na casa dos mortos. Assim, foi feito, Sango é retirado e ressucitado para conviver pela eternidade ao lado de Oya, que divide com ele o poder sobre o fogo, mas Sango repudia a partir daquele momento o mundo dos mortos, apesar de que ao se tornar um semi-deus, traz consigo particularidades obtidas no seu periodo sendo Eegun.
Quase sempre encolerizada, atraente, bela, altiva, corajosa, sedutora, fiel e prestativa. Estas são características que podemos observar em Oya, quando manifestada em seus eleguns. Oya irradia entre todos, um sentimento de liberdade, poder e entusiasmo, que se faz presente em sala, a alegria toma conta de todos, sua dança é viva e contagiante.
Quando esta divindade está presente, uma de suas danças simboliza seu poder como protetora dos antepassados masculinos, pois Oya é considerada a única Iyaba que Eegun admite em seu culto, Oya tem o poder tanto de chama-los para ela quanto de expulsa-los de um ambiente e leva-los para seu lugar. Os ventos, as borboletas e a sedução também são lembrados em sua dança.
Oya mantém forte ligação com Ogun, seu primeiro esposo, ela era responsável por manter a forja sempre acesa para que ele pudesse realizar seu trabalho de ferreiro. Omolu é outra divindade que é agraciada pelos sentimentos de Oya, que ela protege e cuida como um velho amigo e confidente, Oya respeita Omolu por ser ele o chão que suporta o peso de nossos corpos, por ser ele o responsável pelo corpo daqueles que um dia serão seus filhos, Eegun.
Oya supostamente teve nove filhos, dentre eles Ibeji, o casal de gêmeos.
Ela não suportou abdicar de sua vida para ter que cuidar destes gêmeos, tendo sido estas crianças tomadas por Iroko na forma de Abikus, guardando-as e protegendo-as em seu tronco.
Oya é guerreira, podendo ser comparada a Ogun, Sango, Osojiyan, etc., por ser corajosa e valente, nunca fugindo se seus ideais. O animal que lhe representa é o búfalo, no qual ela se transforma em seu período de cólera.
Seu dia consagrado é a Quarta feira, por ser companheira de Sango e divindade também ligada ao fogo, diferenciando-a das demais divindades das águas. Oya na Nigéria é deusa do rio Niger e do rio que tem seu próprio nome, este rio em seu delta se divide em nove outros rios.
Oya é aclamada e reverenciada por todos daquela região por manter o solo umedecido e proporcionar terras férteis.
Usa uma espada de cobre simbolizando as batalhas e o eruesin, espécie de espanta moscas com o qual controla a energia dos ancestrais masculinos.
Erês ou Aṣerè
Os Erês ou Aṣerè fazem parte das religiões afro-brasileiras, mas muito pouco se diz sobre eles, por isso ofereço esta pagina aos Erês ou Aṣerè.
Babá Jimmi, (nigeriano)
Sosni - No culto do Oriṣá africano, o iniciado tem um Erê (criança) como aqui no Brasil?
Babá Jimmi - Na África não se incorpora Oriṣa, ele se manifesta no Elegun (Ex.: Elegun de Ogun, Oxun, etc), já a manifestação de Erês passa a ser parte exclusiva do culto afro-brasileiro.
Sosni - O que é Elegun?
Babá Jimmi - Elegun (Elégùn) é a palavra que exprime o conceito dos "iniciados" nas religiões de matriz africana e afro-descendente, inerente ao culto do Oriṣá. No Brasil é chamado de Candomblé. É aquele que passou pela iniciação, Feitura de santo ou iniciação ketu, sujeita ao transe de possessão.
Sosni - Esta criança é parte do Oriṣá ou é uma divindade a parte?
Babá Jimmi - África não se cultua Erê, cultuamos Ibeji. (não existe incorporação).
Sosni - Se o orixá é cultuado na natureza, onde fica este Erê?
Babá Jimmi - Esse tipo de culto é diferente do africano.
Sosni - Por que todos os historiadores famosos como Fatumbi nunca fizeram uma única nota sobre Erês?
Babá Jimmi - Por que na África se cultua Igbeji e não Erês.
Sosni - Quem são os Erês?
Babá Jimmi - Na África seria Abiku, Ebé ou Igbeji e não está relacionado ao culto de Oriṣàs.
Tata Matamoride, (Brasileiro)
Sosni - Como surge o Erê no culto afro-brasileiro?
Tata Matamoride - O Erê pertence unicamente ao culto Brasileiro vinculado ao Oriṣá africano, pois sabemos que a nação de Angola foi a primeira a incorporar o Erê dentro do candomblé batido no Brasil. Ainda sem dados exatos pela dificuldade de material registrado, mas observando o comportamento percebemos que o Erê foi gerado pela necessidade da própria religião e adaptado pelos demais cultos afro-brasileiros para auxiliar nos rituais.
Longe do seu país os africanos sofreram influência oral e religiosa de vários povos, pois naquela mistura de culturas houve quase o que vemos hoje em dia nas casas de candomblé, que recebem fundamentos, mas estão distantes do seu país de origem, mantendo uma tradição viva. Sendo assim para ajudar na prática e ritual o Erê foi de grande importância para os rituais no Brasil. O culto do Brasil é uma religião à parte da África.
Sosni - Qual a necessidade do Erê?
Tata Matamoride - A função do Erê dentro do culto se fez pela necessidade de orientar o Oriṣá nos rituais adaptados. Claro que foi muito bem elaborado para esta adaptação, pois está claro que nossos oriṣas surgem da matriz africana, mas, são tratado e cultuado de forma a parte da tradição deles.
Sosni - Existe algum ritual praticado para Erês?
Tata Matamoride - Observe as vestimentas seguem, ainda, influência do primeiro e segundo reinado, nossos sacerdotes queriam dar o melhor ao vestir os santos com o costume da época, o que se mantém até hoje nas saias rodadas, bombachas, capacetes e coroas. Apesar de que alguns babalorixás exageram nas vestimentas, lamentável de se ver nos candomblés e nações do Brasil.
Tais costumes mantiveram-se na tradição dos templos e foi por meio da quitanda de Erê (candomblé de Angola), igbas para Erê (roupas coloridas e com enfeites) que os Erês se espalharam para os demais candomblés.
Sosni - Mas onde moram estes Erês? são divindades?
Tata Matamoride - O Erê é o mensageiro do Oriṣá, porem, não chega a ser uma divindade. Observe que nas casas de Angola levantam-se devidos Igbas para o mesmo, com características e formas para cada Erê. Mas nem todos iniciados possuem Erê, apenas os rodantes no santo, que por sua vez, são batizados com um nome especifico. Por não pertencer ao mundo dos Orisás o Erê habita um mundo diferente, mais distante dos espíritos, pois ele é uma entidade distinta dos cultuados na Umbanda.
Resenha Erick Wolff8
Sabemos que o Erê ou chamado Aṣerê não é a manifestação do Orisá com postura infantil, apesar estar provado existir um grande vinculo entre ele e o Orisá, estando presente no orí do elegun que pertence ao ritual afro-brasileiro.
Então quem são os Erês ou Aṣerès? Os encontramos em toda casa de nação, mas não existem referências literárias que explique.
Há inúmeras teorias sobre o tema. No entanto, a maioria não deixa clara a sua origem.
De acordo com Baba Jimmi não existem Erês na áfrica como os cultuados aqui. Já o Tata Matamoride que explica a origem dos Erês e o ritual que os envolve, afirma que eles são brasileiros e que não se trata do Orisá com postura infantil em momento algum.
Longe da definição de ser o próprio Oriṣá manifestando sob o feitio meio abobado e descontrolado, para descansar a matéria antes do Elegun acordar, o Erê ou Aṣerè é um mensageiro do próprio Oriṣa dentro das nações, para que ele seja a fala do santo e o aprendizado do filho para a preparação dos rituais e danças que exercem grande função dentro do ritual afro-brasileiro.
Há quem completa que a função dos Erês e Aṣerès serve para trabalhos manuais que o elegun desempenha durante o transe.
Mas devemos levar em consideração o poder e força que o Oriṣá possui, sendo assim levanta-se a duvida da consciência ou poder que o Oriṣá pode exercer sobre o cavalo de santo durante a manifestação do erê ou chamado aṣerè.
Ao citar entidades não podemos imaginar que seria um espírito, afinal durante o ritual do Oriṣá não se manifestam espíritos e se houver logo é despachado, o mesmo deve ser mantido fora do culto. Indo além devemos observar que alguns Iyawos também estão atracados com os contra-eguns e não podem virar em espíritos por isso descartamos logo a hipótese de entidades encantados.
O sacerdote moderno se preocupa tanto com o resgate da cultura africana que deixa passar simples detalhes. O Aṣerè sempre deverá se manifestar logo após a presença do Oriṣá na religiões praticadas no sul, sendo impossível o Aṣerè se manifestar sem a passagem do oriṣá primeiro.
Em outras culturas afro-brasileiras, o culto difere em rituais e fundamentos, e para o Erê assim chamado pela maioria das casas de candomblé, levantam assentamentos e tratamento separados, ficando encarregado de acostumar o elegun para o ritual e chagada do orixá, pois a sua função passa a ser primordial para o desenvolvimento do iniciado. E na maioria das casas não existe necessidade do Oriṣá passar primeiro, podendo o Erê virar antes do santo algumas vezes.
Mas onde mora a energia desta divindade a qual mencionamos e vemos constantemente nos rituais?
No orùn deve haver um espaço rompido onde os homens esqueceram-se de estudar. Onde habitam esses seres e a maioria ignora ou desmerece sua importância? Sabemos que o Aṣerè ou Erê tem poder ser trazer as vontades e trazer muitas mensagens do próprio oriṣá, algumas distorcidas, mas existe um elo grande entre o oriṣá e o Aṣerè, que deve ser respeitado.
Lapidar esta energia e estudar a sua fonte é algo que me desperta curiosidade. Sabendo, por suposição, que os Oriṣás ao se manifestarem retiram da memória do filho o seu conhecimento durante o período que esteve no mundo, o Aṣerè possui poderes relativos, pois muitas vezes ele trabalha horas a fio sem cansar a matéria e não deixa vestígios da sua passagem, principalmente dentro de uma nação trata como tabu a chegada do santo. Essa falta de contato entre os cavalos de santo e o Orixá dificulta muitas vezes a pesquisa, pois se não podemos contar que o santo chegou também não temos como provar ou estudar a veracidade do assunto.
Tirando a utilidade braçal dos Aṣerès nos serviços da casa, acredito que a sua presença é dispensável, pois a divindade (Oriṣá) não deixa vestígios ou matérias cansadas mesmo depois após dançar horas à frente do tambor. Sendo assim, a chegada do Aṣerè poderia se resumir apenas aos dias de serão (obrigações onde tem muitas tarefas depois do orô).
Se pensar novamente que o Aṣerè é uma fragmentação do Oriṣá então ele poderia chegar a qualquer momento dentro de uma casa nagô, mas isso não ocorre, existe como disse um certo ritual para a sua presença, logo ambos estão unidos e após ele trabalhar, o Oriṣá se manifestas passando pelo corpo do cavalo novamente levando o Aṣerè e deixando o filho. Então quebra-se novamente a tese da divindade única. Pois bastaria ele ir sem a passagem novamente do oriṣá.
Os Erês do candomblé recebem nomes ligados ao Oriṣá do iniciado: Pipocão e Formigão, para os filhos de Obaluaiê; Pingo Verde e Folhinha Verde, para os de Oxóssi; Rosinha (flor), para os de Oxum; Conchinha Dourada para um de Yemanjá, por exemplo.
Aṣiwère – louco, idiota, estado de transe onde o elegun se porta como uma criança.
Abiku na Religião Yorùbá, acredita-se que: são crianças que terão passagem curta pela terra, ou seja, não viverão por muitos anos.
Nas religiões afro-brasileiras existe ainda uma explicação que diz: os Abiku, se constituem numa sociedade de espíritos, onde a regra é vir à Terra (encarnar) mas viver apenas por um curto período. Sabe-se que antes de encarnar o espírito se compromete com a comunidade dos Abiku, a qual pertence, de voltar o mais rápido possível, estabelecendo, inclusive, data e hora. Existem ebós para quebrar esse pacto do espírito com a sociedade dos Abiku, permitindo assim, que o espírito viva por mais tempo na Terra. Na terra dos yorubás, acredita-se que quando nasce um Abiku significa que a família tem dívidas espirituais a pagar. Por isso, o nascimento de uma criança que necessitará de muitos cuidados espirituais para evitar sua morte prematura — o que sempre é um sofrimento para os pais. Assim como o nascimento de gêmeos, Igbeji é uma grande honra e uma grande alegria para a família, o nascimento de um Abiku é sinal de problemas e de preocupações. Esses espíritos pertencem ao egbé Abiku e não a um egbé da terra. Por isso sua forte ligação com o orun e sua necessidade de sempre tentar voltar ao seu egbé, o que pode causar a morte prematura da criança entre o primeiro e o sétimo ano de vida.
Igbejis são divindades gêmeas infantis, é um Oriṣá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.
Criança Na umbanda apesar de grande semelhança, estamos falando de espíritos que não tem vinculo com o candomblé, cada pessoa tem como uma das entidades espirituais que recebe um espírito infantil, as crianças.
As Tobossis são Voduns infantis, femininas, de energia mais pura que os demais Voduns. Pertenciam à nobreza africana, do antigo Dahome, atual Benin. Eram cultuadas na Casa das Minas, em S.Luiz/Maranhão, até a década de 60.
As Tobossis gostavam de brincar como todas as crianças e falavam em dialeto africano, diferente dos Voduns adultos, o que dificultava muito entendê-los. Sem contar que, muitas das palavras elas falavam pela metade.
Babá Jimmi, (nigeriano)
Otunba Adekunle Aderonmu / Babalawo Ogun Jimi
http://www.princeadekunle.com
Naturalizado brasileiro nasceu em Abeokuta, na Nigéria.
è formado em Bioquímica na Universidade de Lagos e é considerado Otunba (Rei) em seu país, devido a herança de família nobre e tradicional, com rei e autoridades no atual governo da Nigéria.
Em nosso país ele vive há cerca de duas décadas, desenvolve atividades empresariais e, além disso, é sacerdote religioso.
LENDA DE IBEJI (ITAN)
Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos.
Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos.
Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.
Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe.
O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão.
Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro.
Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Corda de Ibeji
Conta um Itan que no princípio de tudo houve um divisor de águas, passando a existir os Orixás da terra, das águas e do céu.
Os Orixás pertencentes à terra eram na sua maioria agricultores e no tempo das colheitas eles tinham muita vontade de oferecer os seus frutos aos Orixás do alto, os Orixanlá.
Então Ibeji, único Orixá que tinha a determinação de Olorum (Deus) para subir aos altos, já que este era dotado da mais pura inocência, foi escolhido para realizar esta doação.
Assim, os Orixás agricultores colocaram um pouco de tudo que a terra dava em uma corda e Ibeji encaminhou a novidade da terra aos Orixanlá.
A Iniciação de Crianças
nos Cultos Afro-brasileiros
Por iniciativa da Iyalorixá Angélica de Oyá, em parceria com o Jornal A GAXÉTA e com o Babalorixá Flávio de Yansan, um debate foi proposto para discutir com advogados e interessados, a confusa situação da INICIAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES perante a Lei, e assim, perceber caminhos de como defender ou garantir o direito de iniciar e da participação de jovens, nos Cultos Afros.
A Reunião aconteceu no dia 15 de novembro de 2010, nas dependências da Casa de Pai Flávio.
O Jornal A Gaxéta, que é pioneiro na socialização de questões polêmicas, nas tradições religiosas de legado africano, e que ferem os Direitos Humanos, se propôs a publicar a conclusão do debate.
Os Advogados Dr Anivaldo dos Anjos Filho e Dra Fátima Emilia dos Anjos foram os técnicos que administraram a reunião, oferecendo os parâmetros legais da questão em pauta.
O tema central das discussões foi a interferência dos Conselhos Tutelares durante o período de iniciação, em jovens e crianças.
Inicialmente, as Comunidades Tradicionais de Terreiros, estão entendendo a ação dos Conselhos Tutelares, como uma atitude discriminatória apoiada na visão pessoal dos conselheiros, e também de Intolerância Religiosa.
Os argumentos apresentados foram:
1- Necessidade de uma interferência espiritual em casos de urgência ou doenças;
2- A Liberdade e o direito dos pais de levarem seus filhos aos cultos de suas preferências;
“Eu tenho meu filho.
Ele nunca participou literalmente de uma Casa de Axé.
Agora, se meu filho participasse desde pequeno, o Culto dos Orixás seria natural para ele.
E seria meu direito, levar meu filho para a minha religião, pois o evangélico leva, o católico leva, o judeu leva, desde criança.
Por que nós não podemos?”, argumenta Mãe Angélica.
Para Pai Flávio, não há porquê de uma ‘marcação tão rigorosa’ dos Conselhos Tutelares, nos Terreiros, se as milhares crianças estão abandonadas na rua, principalmente na Cracolândia.
“Os Conselhos Tutelares deveriam estar mais atentos às crianças e jovens e cumprir o real papel, para o qual foram criados”, diz Pai Flávio.
As explicações Jurídicas – A Lei, perante as crianças e jovens, nos Terreiros.
Dra Fátima diz: “De acordo com o que me foi dito em nosso contato inicial, você estava precisando saber se existia alguma solução para a iniciação de crianças e adolescentes.
Baseado nisso, eu cheguei até a conversar com o Dr. Sérgio Marrina, Juiz da Vara da Infância e Juventude, já que existe um confronto muito grande entre a casa de Candomblé e a Legislação, que segundo o magistrado não há nenhum caso de interferência dos conselhos tutelares em atos religiosos, na Vara da Criança e do Adolescente.
A gente tem o principio da liberdade religiosa.
A Constituição Federal nos garante isso. Agora, nós encontramos alguns confrontos: Temos o problema do recolhimento. Essa criança tem que ficar incomunicável a não ser com pessoas da religião que podem ter contato com ela.
Então se você tiver acesso à legislação, o artigo 148 (Código Penal) traduz esse recolhimento como cárcere privado, ou seja, já há um choque muito grande aí. Aparece um outro que menciona ‘Lesão Corporal’ (as curas que são feitas no Iyawo). Se você confrontar com a legislação, trata-se de uma lesão corporal – de natureza leve – mas é uma lesão corporal. Existe uma outra situação que pode ser atribuída ao Pai – de- Santo: onde tem três ou mais pessoas reunidas, pode-se interpretar como formação de quadrilha. E em uma cerimônia de feitura, há sempre três ou mais pessoas reunidas.
Esse é um confronto que se apresenta entre a religião e a legislação, apesar da Constituição Federal garantir que todos têm liberdade religiosa. Se você tiver acesso ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ele também te mostra esse confronto em determinados momentos. Porém, cita que é obrigação e dever de todo o pai trazer orientação educacional e também religiosa à criança (Art 82).
Nós começamos a encontrar alguns problemas a partir do artigo V (ECA), em que ele fala em violência, crueldade, opressão. Por exemplo, se uma mãe trás seu filho para ser iniciado no Culto Afro-Brasileiro, e o pai não pertence à religião e por isso entra com uma denúncia, será utilizado o artigo V, em decorrência das curas, falta de comunicação com a criança, que está ‘trancada’ dentro de um quarto. Percebe-se então que o ECA também se confronta com a religião.
Numa outra citação, o ECA menciona que a criança não pode adentrar hotéis, motéis ou estabelecimentos similares, se desacompanhado dos pais. Então se questiona: e se essa criança vier a ser recolhida com a mãe ou junto com o pai? Você pode entender então que estando o pai ou a mãe, ou ambos, em companhia de uma criança em sua iniciação, não haveria problema algum em se dar prosseguimento ao ato religioso. Esta pode ser a defesa para que a Casa Religiosa possa seguir. Ou na ausência dos pais, estes assinam uma autorização pormenorizada: nome dos pais, qualificação completa, o nome da Entidade, firma reconhecida das duas assinaturas. Isso evitaria que se sofresse uma denúncia? Não, não evitaria, porém, trata-se de uma defesa, de um documento comprobatório.
No caso de pais separados, se o responsável pela guarda da criança estiver acompanhando o momento religioso, não haveria problema também. No caso da criança estar acompanhada de um dos pais que não tenha a guarda, será necessária a permissão daquele que é o responsável por esta guarda.”
Ao ser indagada a respeito da autoridade dos Conselhos Tutelares ser superior a de Juízes no sentido de tomar uma decisão sobre interromper uma iniciação sob a alegação dos direitos da criança estarem sendo infringidos, Dra. Fátima afirmou que estes não tem esse poder, mas sim de encaminhar o caso, baseado em denúncia e constatação, ao juiz. Dr. Anivaldo alertou que, em caso de invasão de um Templo, por um Conselho Tutelar, no sentido de coibir ou interromper um ato religioso aplicado em uma criança ou adolescente, a situação deverá ser comunicada de imediato à Vara da Infância por aquele Conselho, pois caso não o faça, pode-se agir no sentido de dissolver este conselho.
Não existe, segundo Dra. Fátima, como evitar a denúncia, ou como evitar abertura de inquérito para investigar todo esse passo, mas existem defesas com base no ECA. “Hoje eu diria para quem quer recolher: peça uma autorização.” Ela elaborou um termo de autorização bem pormenorizado com o nome dos pais e sua qualificação (casado, solteiro, etc), RG, CPF, se o casal vive junto em um mesmo endereço, se não, o endereço de cada um. Deverá ser reconhecida firma, pois este documento permanecerá na casa. Deverão ser citados os dados da criança, o número do RG, já que em sua maioria, as mesmas já possuem este documento. Portanto os pais estarão autorizando o menor a participar da iniciação ao culto religioso “candomblé”, a ser realizado no (nome da casa), situado (endereço completo) pelo Sacerdote (nome completo), no período compreendido entre (citar datas de inicio e término), ou seja, X dias.
Dra. Fátima entende ser de extrema importância que o seguinte texto também seja incluído no termo: “Estamos cientes que durante o período acima mencionado, o menor deverá permanecer incomunicável com pessoas alheias à religião, autorizando inclusive o procedimento dos banhos, curas, respeitando-se assim a liturgia pertinente ao culto religioso.”
Conclusão: Não há parâmetros que impeçam objetivamente a iniciação de crianças e adolescentes.
Inibir a invasão por Polícia ou Conselho Tutelar, embasados em possíveis denúncias por parte da comunidade, pode não ser possível pelo repente da situação. Mas, caso a permanência do menor em recolhimento religioso, esteja devidamente autorizado, como anteriormente citado, medidas legais poderão ser adotadas pelo Líder Religioso, ou as partes que foram constrangidas. O que após discussão entre os presentes pareceu estar ocorrendo, é que, pelo fato de Delegados de Polícia e o próprio Conselho Tutelar terem o poder de inibir a população, os mesmos, adentram os locais religiosos, interrompem os atos, retiram a criança e não dão prosseguimento ao assunto, ou seja, têm o objetivo de inibir um ato sagrado, que não pode ser interrompido, baseado em denúncias, e que por sua vez são embasadas em preconceito e Intolerância Religiosa.
Através de diversas ocorrências que vem sendo observadas em diversas áreas do país, em que o Poder Público passa a inibir situações baseadas ou ligadas aos Cultos Afro-Brasileiros, percebe-se claramente que a própria lei, estatutos, regimentos e outros, nunca tiveram em sua redação, itens que fossem favoráveis a Religiosos Afro-Brasileiros. Um exemplo bastante presente é o próprio ECA, que possui itens que, se chocam com os procedimentos ligados à iniciação de crianças nos Cultos Afro, como citado acima.
Igbeji África
Ìbejì ou Ìgbejì - é divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e iká.
Dá-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.
Cada gêmeo é representado por uma imagem.
Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì.
Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em sua honra.
O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África subsariana.
de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses.
A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas.
O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Na África , as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza.
A palavra Igbeji que dizer gêmeos. Forma-se a partir de duas entidades distintas que coo-existem, respeitando o princípio básico da dualidade.
Contam os Itãs (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Igbejis são filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos.
Doravante, os Igbejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa , também recebem oferendas.
Entre as divindades africanas, Igbeji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos, a dualidade.
Igbeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.
Na África, O Igbeji é indispensável em todos os cultos.
Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Igbeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado.
O poder de Igbeji jamais podem ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro orixá desfaz.
E mais: eles se consideram os donos da verdade.
Os gêmeos (Ibeji entre os Yorubas e Hoho entre os Fon) são objeto de culto.
Não são nem Orixá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural, a qual recai em parte na criança que vem ao mundo depois deles.
Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual, compartilhando com muita equidade entre os dois tudo o que lhes for oferecido.
Quando um deles morre com pouca idade o costume exige que uma estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre.
Mais tarde o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe.
Os gêmeos são, para os pais uma garantia de sorte e de fortuna.
Existe uma confusão latente entre Ibeji e os Erês.
É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade, confundindo até mesmo como Orixá.
Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.
Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, tudo enfim que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.
No Brasil,existe uma filha iniciada neste orixá,chamada Maria José de Moraes, que mora na cidade de Campinas-SP,conhecida entre os religiosos como Dofona de Ibeije,sendo iniciada pelas mãos do Babalorisá Augusto César do Ilê axé Omorodé Orixá N´la,primeiro homem iniciado por Mãe Menininha do Gantois,que fica no Bairro portão em Lauro de Freitas-BA.
Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim". Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade. Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas.
No Brasil,existe uma filha iniciada neste orixá,chamada Maria José de Moraes, que mora na cidade de Campinas-SP,conhecida entre os religiosos como Dofona de Ibeije,sendo iniciada pelas mãos do Babalorisá Augusto César do Ilê axé Omorodé Orixá N´la, primeiro homem iniciado por Mãe Menininha do Gantois,que fica no Bairro portão em Lauro de Freitas-BA.
A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece a 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos freqüentadores dos terreiros.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji nas nações Angola e Congo. É a divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância. Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo.
É a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes.
Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda dessa divindade. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.
A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
O Ere na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Ere conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o ritual do orúko, ou seja, nome de iyawo segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas chamado Apanan.
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas, brinquedos;
Plantas: jasmim, maçã, alecrim, rosa
Dia: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá;
Cor:azul , rosa, verde, mas na verdade gosta do colorido em si.
Metal: estanho. Seus elementos: fogo, ar.
Saudação:Omi Beijada! Bejiróó! farami sóibeji!.
Domínios: parto e infância. Amor união.
Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces.
Animais: passarinhos.
Quizilas: morte, assobio.
Características: alegre, otimista, brincalhão, esperto, trabalhador, imaturo, birrento, voraz.
O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá harmonia na família, facilita uniões.
Riscos de saúde: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes
Ingredientes
2 kg de quiabo
5 cebolas
300 gr de camarão seco
250 gr de amendoim
250 gr de castanha de caju
1 colher de chá de gengibre ralado
1 xícara de azeite de dendê
Sal
Preparo
- Lave o quiabo, deixe escorrer e seque bem.
Pique bem miúdo.
Reserve.
- Passe as cebolas no processador.
Reserve.
- Passe metade do camarão seco no processador.
Reserve.
- Bata no liquidificador o amendoim e a castanha com meio copo de água. Reserve.
- Em uma panela coloque azeite de dendê.
Refogue cebola e quiabo.
Junte os camarões secos (os triturados e os inteiros).
Depois, junte também gengibre, castanha e amendoim.
Se necessário, coloque sal.
Deixe no fogo, até engrossar.
O costume é assim: sete meninos são convidados de honra para abrir os trabalhos - a lenda diz que havia sete irmãos: Cosme, Damião, Doú, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi.
Em seguida, os adultos e as demais crianças são servidos pelos anfitriões, que fazem prato por prato, começando pela iguaria de quiabo picado, que dá o nome à celebração, e acrescentando uma variedade infinita de acompanhamentos: vatapá, efó, xinxim de galinha, frigideira de camarão, siri mole, pipoca, amendoim, farofa de azeite-de-dendê, cana picadinha, banana frita, arroz branco, abará, abóbora, acarajé, milho branco, coco em pequenos pedaços, galinha ao molho pardo e ovo cozido.
Geralmente, a iniciativa parte de famílias em que nasceram filhos gêmeos, tudo no bom estilo afro-brasileiro, em casas de pobres e de ricos. Mas o melhor do costume é que, em cada celebração, os anfitriões deixam, na panela de caruru, três pequenos quiabos inteiros, que são servidos ao acaso aos convidados. Quem é premiado com um desses quiabos herda a obrigação de oferecer outra festa igual no ano seguinte, e de convidar todos os presentes.
Por suprema dádiva da providência, nem mesmo os mais ferrenhos agnósticos ousam quebrar esse encanto - afinal, com santo não se brinca - multiplicando cada comemoração por três, numa virtuosa corrente.
Quanto à origem européia da devoção, os católicos acreditam que em casa onde existam imagens de São Cosme e São Damião não entra epidemia, feitiço, bruxaria, mau-olhado e espinhela caída. A vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas. Dizem que eram árabes e viveram na Silícia, na Ásia Menor, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada. Como viveram no auge das perseguições aos cristãos, eles foram torturados e degolados por ordem do imperador romano Diocleciano.
O culto aos dois irmãos é muito antigo. Há escritos sobre eles desde o século V. Em certas igrejas havia um óleo santo de São Cosme e São Damião, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis. E, durante séculos, foram comuns na Europa as Irmandades de Cosme e Damião, que congregavam os médicos e os cirurgiões.
No Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos da tradição africana, em que são associados aos rituais de fertilidade. No candomblé, os ibejis também representam o aspecto criança de cada um dos demais orixás.
Muitas vezes aparecem com um irmão menorzinho, o Idowu, que cuida das criancinhas pequenas. Na Bahia, é comum encontrar em uma capela católica as imagens dos santos gêmeos, tendo, ao lado, pequenos potinhos dourados com água e "manjares africanos". Voltando para a culinária, a grande celebração começa desde a véspera, porque muitas pessoas são envolvidas na preparação de cardápio tão extenso.
Cozinheiras e cozinheiros experientes, sempre acompanhados por uma horda de aprendizes, empenham-se para oferecer aos comensais o mais saboroso caruru. Após a escolha de tenros quiabos, bem lavados e enxutos, eles são cortados em cubinhos (exceto os do preceito). Também são selecionados os camarões secos, o puro azeite da flor de dendê, as pimentas e tantos outros temperos (ver a receita).
Um mês depois, no dia 25 de outubro, as cerimônias se repetem, embora com menor intensidade. Nesse dia, comemora-se São Crispim e São Crispiniano, também gêmeos e confundidos na crendice popular com Cosme e Damião. Por via das dúvidas, é melhor reverenciar esses dois também...
Os cultos afro-brasileiros celebram sábado os Santos gêmeos, Cosme e Damião. Enquanto na Igreja Católica é um dia antes (sexta-feira 26); porque, segundo o calendário católico, 27 de setembro já é dia de São Vicente de Paulo.
Só para lembrar, os nomes originais dos santos eram Acta e Passio. Viveram na Síria e na Armênia, pregando o cristianismo e, segundo eles próprios, "curando as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Passaram depois a ser conhecidos como Cosme (O Enfeitado) e Damião (O Popular).
Perseguidos e mortos por Diocleciano (303), acabaram padroeiros de cirurgiões, físicos, farmacêuticos e faculdades de medicina em geral. Além de barbeiros e cabeleireiros. Ontem e hoje - em missas, procissões e festas nos terreiros - mais uma vez vivenciamos essa mistura sagrada de hábitos que integram nossas três culturas: a portuguesa, a africana e a indígena.
A devoção nos foi trazida pelo colonizador português, tendo sido a primeira igreja, em honra deles, construída em Igaraçu, Pernambuco (1530). Os escravos que aqui vieram, todos da África Ocidental (Angola, Costa do Marfim, Guiné, Congo), mantiveram os rituais religiosos e a fé nos deuses de sua terra distante. Inclusive nos orixás-meninos (Ibejís). Mas aprenderam a sincretizar com os santos católicos, cujos cultos lhes eram impostos.
Na festa manda a tradição distribuir brinquedos e doces com a criançada; porque, segundo se acredita, só assim serão atendidos os pedidos feitos aos Santos. Mas em alguns lugares, especialmente na Bahia, a celebração se faz sobretudo em torno de mesa farta.
Usando pratos preparados "com azeite" (de dendê, claro), usado sobretudo em peixes, mariscos e vegetais, próprios para dias de abstinência e jejum. Entre eles abará, acarajé, bobó de camarão, efó, frigideiras, maxixadas, moquecas, vatapá, xinxim de galinha; e, principalmente, o Caruru. Segundo a tradição, deve ser primeiro servido a sete crianças que o comem com as mãos, sentadas no chão.
O nome do prato vem de caá (folha) ruru (inchada), receita indígena feita originalmente apenas de ervas socadas com pimenta, no pilão. Guilherme Piso, o médico de Nassau, fez referência a ele: "A hera vulgar cararu que nasce nos campos e hortos parece mais uma espécie de bredo branco do que vermelho...Come-se esse bredo com legume e cozinha-se em lugar de espinafre".
Depois, os escravos africanos foram acrescentando novos ingredientes: amendoim, azeite de dendê, camarão seco, castanha de caju, cebola, gengibre, quiabo. E quanto mais quiabo tenha o caruru, mais importante é o prato. O Caruru que Jacira de Odô Oyá ofereceu a Iansã, por exemplo, levava doze grosas deles - segundo Jorge Amado, no seu O Sumiço da Santa.
A receita foi depois levada de volta para África, em cada lugar recebendo nomes diferentes: calulu em Moçambique, Congo, Cabinda e São Tomé; funji de peixe, em Luanda; obbé em Nigéria e Daomé. Passa o tempo e outros pratos são, hoje, também servidos nessa festa. "Frangos, perus assados, pernis de porco, postas de peixe frito para algum ignorante que não apreciasse o azeite de dendê" - segundo o mesmo escritor baiano, agora em Dona Flor e seus Dois Maridos.
Como acompanhamentos dos pratos, arroz de hauçá, farofa de dendê e feijão fradinho. Faltando só dizer que, segundo a crença popular, em casa onde existam Cosme e Damião e seja servido Caruru no seu dia, não entram doenças, feitiços, mau olhado, esterilidade nem espinhela caída. Por via das dúvidas, portanto, melhor preparar logo o prato. Enquanto é tempo. Mesmo quem não acredite nisso.
A festa é caseira, mas farta.
Todos os anos, no mês de setembro, ela acontece em milhares de lares baianos.
Difícil imaginar uma mais sincrética.
O “Caruru de São Cosme e São Damião” homenageia os santos gêmeos da igreja católica, os Ibêjis do candomblé e também as crianças.
Tudo precisa ser feito no mesmo dia: caruru, xinxim de galinha, vatapá, arroz, milho branco, feijão fradinho, feijão preto, farofa, acarajé, abará, banana-da-terra frita e os roletes de cana.
A dimensão da oferenda é medida pela quantidade de quiabos do caruru.
Cada um faz como pode: mil, três mil ou até 10 mil quiabos.
Quando a comida fica pronta, coloca-se uma pequena porção nas vasilhas de barro aos pés das imagens dos santos, ao lado das velas, balas e água. Depois, serve-se o caruru a sete meninos com, no máximo, 7 anos cada.
Eles comem juntos, com as mãos, numa grande gamela de barro ou bacia. Só então é a vez dos convidados participarem da celebração.
A história da devoção a São Cosme e São Damião é antiga e atravessa continentes.
Na Bahia, a fé nos santos irmãos ganhou importância principalmente pelo sincretismo com Ibeji, o orixá duplo dos nagôs, que representa os gêmeos.
A mistura foi tão completa que ultrapassou a fronteira das religiões e classes: católicos e adeptos do candomblé, ricos e pobres oferecem a mesma comida sacrificial do candomblé às imagens dos santos cristãos.
E mais, chega-se a fabricar imagens dos santos que incorporam uma terceira figura – Doú – uma corruptela de “idowu”, o nome dado, numa família nagô, àquele que nasce depois de um par de gêmeos.
“Sempre tidos como muito traquinas, os idou deram origem ao ditado nagô: Exu lehin Ibeji – Exu vem depois dos Ibeji”, explica o antropólogo Vivaldo da Costa Lima, em seu texto “Cosme e Damião no Brasil e na África”.
Quem assume a devoção aos santos e a obrigação de oferecer o caruru todos os anos, geralmente tem um bom motivo.
Há 25 anos, no mês de setembro, Joselita Bulhões deu à luz a um dos seus filhos.
Muitos moradores de Muritiba já estavam envolvidos com as festividades para os santos, que incluía caruru e foguetes.
A criança, que tinha nascido com problemas respiratórios e peso excessivo – seis quilos -, por ter engolido o líquido da placenta, foi imediatamente para o médico.
À noite, quando tinha retornado para casa, já à salvo da primeira dificuldade que enfrentou no mundo, o bebê novamente correu risco de vida.
O vizinho da casa em frente resolveu soltar foguetes para homenagear os santos.
O primeiro deles quebrou uma telha da casa de Joselita e caiu sobre o travesseiro onde o bebê dormia, a poucos centímetros do seu rosto. Interpretando esses acontecimentos como provas da intervenção dos santos irmãos, Joselita decidiu oferecer, todos os anos, o caruru em homenagem a eles.
Hoje adulto, o seu filho, que também se tornou médico, como Cosme e Damião, faz questão de colaborar para manter a tradição.
Na família do Mestre Curió, da capoeira Angola, a tradição do caruru vem dos antepassados. “Começou com meu bisavô, passou pra meu avô e depois pra meu pai, que parou porque entrou para a lei de crente”.
Além da vontade de prosseguir com a tradição familiar, Mestre Curió decidiu “tomar essa responsabilidade” por uma impressionante coincidência na sua vida: “Sou gêmeo, minha mulher é gêmea, tenho um casal de gêmeos e minha mãe era gêmea”.
O caruru, que ele oferece em janeiro – mês do seu aniversário e do seu grupo de capoeira – acontece em três etapas.
A primeira é na academia Mestre Pastinha, com três mil quiabos.
A segunda, na academia dos Irmãos Gêmeos – para os sete meninos, alunos e convidados. E, depois, em sua própria casa.
Oferenda, sacrifício e obrigação
Os santos são católicos, mas a forma de homenageá-los é africana. Segundo o antropólogo Vivaldo da Costa Lima, “os iorubás, em suas várias etnias, entendem o sacrifício, o ebó, como a forma essencial da sua comunicação com os orixás”. O caruru – dos Ibeji ou de São Cosme e São Damião “seria, então, mais do que uma oferenda, mas um sacrifício: o que na Bahia, o povo-de-santo chama de ‘obrigação’, que tem um preço e custa dinheiro.
É como se desfazer de algo muito valioso”.
Joselita Bulhões conta que, nesses 25 anos, pensou algumas vezes que não fosse fazer o caruru, por causa de problemas financeiros, mas sempre conseguiu manter a promessa. “Pra mim, eles são santos vivos: o que você pedir, eles atendem.
Uma vez, a situação estava tão difícil, que eu fiz uma prece bem forte.
Na mesma hora, meu marido entrou.
Tinha conseguido um dinheiro, nós mudamos de casa e eu fiz o caruru”, conta ela, que tem um pequeno oratório para os santos na lavanderia de sua casa. Hoje em dia, oferece anualmente um caruru completo e farto, com mais de dois mil quiabos escolhidos cuidadosamente na Feira de São Joaquim.
Nas últimas décadas, tem sido feita freqüentemente uma associação entre os santos católicos e os erês, que é um estado infantilizado do transe no candomblé.
Por isso, inclui-se a distribuição de balas, doces e refrigerantes nas homenagens aos santos, especialmente no Rio de Janeiro.
Mas são poucas as casas de candomblé que fazem obrigações para os Ibeji, geralmente discretas e não necessariamente em setembro.
Outro detalhe é que não se tem notícias de filhos-de-santo de Ibeji na Bahia.
Ibeji
Coisas da Bahia
Todos os dias, antes das 6h, quando acontece a primeira missa na Igreja de São Cosme e São Damião, no bairro da Liberdade, já é possível encontrar pessoas na porta. Pequena, simples, mas visitada durante o ano inteiro, a igreja precisa conviver cotidianamente com o sincretismo que caracteriza a devoção a esses santos.
“Só na Bahia existem essas imagens com Doú.
Quando as pessoas trazem elas, nós explicamos que não podemos benzer e elas trocam as imagens”, explica o padre Ciro.
Com muitos fiéis também em outros países, o padre lembra que existem igrejas para São Cosme e São Damião em Roma e no Rio de Janeiro, e que existe uma missa própria para eles na liturgia católica.
O dia reservado para os santos é 27 de setembro.
Para os católicos, não há provas de que os santos fossem gêmeos. Conta-se que eles eram irmãos, nascidos na Arábia e filhos de uma viúva.
Formados em medicina, na Síria, além das curas realizadas, pregavam o cristianismo. Por estarem convertendo muitas pessoas e também por trabalharem gratuitamente, foram perseguidos e condenados pelo tribunal de Lísias.
Sofreram muitas torturas, às quais sobreviveram, até que, em 303, foram decapitados. “Eles são santos muito carismáticos, porque defendiam os humildes, curavam as doenças físicas, sem nunca terem cobrado um centavo. Curavam, também, as doenças da alma”, comenta o padre Ciro, explicando a legião de devotos que os santos conquistaram nos últimos séculos.
Vitalino dos Santos, 67 anos, que trabalha na Paróquia de São Cosme e São Damião desde 1957, já viu muitas formas de manifestação de fé. “As pessoas trazem velas para acender e imagens para ficar na igreja”. Para ele, seja no caso de São Cosme e São Damião ou qualquer outro santo, o mais importante é o exemplo que deixaram: “Os santos foram pessoas como nós, que enfrentaram muitas dificuldades, mas com força e coragem”.
Comida de sexta-feira
Seja por motivos religiosos, gustativos ou nutricionais, o caruru é um prato sempre presente na mesa baiana.
Já é uma tradição: na sexta-feira, a maioria dos restaurantes da cidade inclui o prato no cardápio.
Em setembro, por causa do caruru religioso, os comerciantes aproveitam para subir os preços dos produtos, porque têm a certeza de que as vendas irão aumentar.
Na Feira de São Joaquim, onde a maioria dos devotos se abastece, o preço do quiabo varia a cada dia de setembro.
Segundo o feirante conhecido por Toinho, as vendas já foram bem melhores. “Agora todo mundo é crente, pouca gente dá caruru.
Antes, numa rua qualquer, mais de 10 casas davam caruru”, afirma ele, sem negar que o aumento das vendas ainda acontece. “Se normalmente eu vendo quatro sacos por mês, em setembro, são oito ou 10 sacos de quiabo”, sintetiza o feirante José Paes.
Sobre os preços, a feirante Maria Lúcia Falcão explica: “Ontem, o cento estava por R$2,00. Hoje está por R$1,50, porque entrou mais quiabo. Depois do dia 10, vai para R$2,50 ou R$3,00”.
Alguns usam só quiabo, cebola, sal, camarão e azeite de dendê.
Outros acrescentam castanha, amendoim, pimentão e tomate. Segundo a nutricionista Joseni França, o caruru é mesmo um prato muito rico: “O quiabo tem muito ferro, mas um tipo de ferro que para ser melhor assimilado precisa ser combinado com fontes de vitamina C, como limão, tomate, pimentão.
O dendê tem o betacaroteno, que o nosso corpo transforma em vitamina A, boa para a pele e para os olhos. Já com as castanhas e o amendoim, o prato ganha em proteínas e uma forma saudável de gordura”.
CURIOSIDADES
- Mas por que caruru para sete meninos? Segundo a peculiar tradição afro-luso-baiana, existiam sete irmãos: Cosme, Damião, Doú, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi, conta Odorico Tavares, em seu livro “Bahia – Imagens da terra e do povo”.
- A fertilidade das iorubás, que tem inclusive motivado pesquisas médicas, provavelmente é um dos motivos da importância dos santos e orixás irmãos.
A Nigéria, inclusive, é o país com o maior índice de nascimento de gêmeos no mundo inteiro.
- No modo africano de homenagear os Ibeji e também outros orixás, o pedido de esmola para a preparação da comida é um ponto fundamental.
A mesma tradição já existiu na Bahia, mas foi abandonada pela maioria das pessoas. Entretanto, ainda é possível encontrar quem mantenha esse costume, inclusive fora da Bahia.
- Existem várias recomendações para quem faz o caruru, que cada um escolhe obedecer ou adaptar.
Quem oferece o caruru deve cortar o primeiro quiabo e, depois de pronto, colocar a comida aos pés dos santos em vasilhas novas e fazer um pedido.
A galinha do xinxim não pode ser comprada morta.
Durante a festa não deve ser servida bebida alcoólica.
E quem encontrar no prato um quiabo inteiro deve oferecer um caruru no próximo ano.
Setembro de 2000
Sugestões de leitura
LIMA, Vivaldo da Costa. Cosme e Damião: o culto aos santos gêmeos no Brasil e na África. Salvador: Corrupio, 2005.
____. Oferendas e sacrifícios: uma abordagem antropológica. In: FORMIGLI, Ana Lúcia (Org). Parque Metropolitano de Pirajá: história, natureza e
cultura. Salvador: Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu/Editora do Parque, 1998, p. 57-65.
TAVARES, Odorico. Bahia: imagens da terra e do povo. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1951.
Posted on 24/07/2010 by Soteropolitanos
Texto e fotos: Agnes Mariano