CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Arquétipo Das Pessoas Regidas Pelo Orixá

ARQUÉTIPOS


Com o passar do tempo, a definição e a concepção do que é o orixá no Brasil


tendem a evoluir.


Em se tratando de africanos escravizados no Novo Mundo, ou de


seus descendentes aí nascidos, sejam ele de sangue africano ou mulatos, tão claros


de pele quanto possível, não havia e não há problemas, pois o sangue africano que


corre em suas veias, não importando a proporção , justifica a dependência ao orixá


– ancestral.

Progressivamente, o candomblé viu aumentar o número de seus adeptos, não


somente mulatos cada vez mais claros, como também de europeus, e até de


asiáticos, absolutamente destituídos de raízes africanas.


Os transes de possessão dessas pessoas têm geralmente um caráter de perfeita


autenticidade, mas parece difícil incluí-los na definição acima apresentada: a do


orixá-ancestral que volta à terra para se reencarnar, durante um momento, no


corpo de um de seus descendentes.


Embora os crentes não- africanos não possam reivindicar laços de sangue com os


seus orixás, pode haver, no entanto, entre eles, certas afinidades de


temperamento.


Africanos e não – africanos têm em comum tendências inatas e um

comportamento geral correspondente àquele de um orixá, como a virilidade


devastadora e vigorosa de Xangô, a feminilidade elegante e coquete de Oxum, a
sensualidade desenfreada de Oiá Iansã, a calma benevolente de Nanã Buruku, a
vivacidade e a independência de Oxóssi, o masoquismo e o desejo de expiação de


Omolu, etc.

Gisele Cossard observa que ”se se examinarem os iniciados agrupando – os pôr


orixás, nota –se que eles possuem, geralmente, traços comuns, tanto no biótipo


como em características psicológicas.


Os corpos parecem trazer, mais ou menos


profundamente, segundo os indivíduos, a marca das forças mentais e psicológicas


que os anima”.

Podemos chamar essas tendências de arquétipos da personalidade escondida das


pessoas.

Dizemos escondida porque não há nenhuma dúvida, certas tendências

inatas não podem desenvolver – se livremente dentro de cada um, no decorrer de
sua existência, se elas entrarem em conflito coma as regras de conduta, admitidas


nos meios em que vivem.


A educação recebida e as experiências vividas, muitas


vezes alienantes, são as fontes seguras de sentimentos de frustração e de


complexos,e conseqüentes bloqueios e dificuldades.


Se uma pessoa, vítima de problemas não – solucionados, é “escolhida” como filho


ou filha de santo pelo orixá, cujo arquétipo corresponde a essas tendências


escondidas, isso será para ela a experiência mais aliviadora e reconfortante pela


qual possa passar. No momento do transe, ela experiência mais aliviadora e


reconfortante pela qual possa passar. No momento do transe, ela comporta – se ,


inconscientemente, como o orixá, seu arquétipo, e é exatamente a isso que a


aspiram as suas tendências secretas e reprimidas.


Toda essa experiência permanecendo no domínio do inconsciente, o resultado da


intervenção do orixá pode ser comparado ao dos psicodramas de Moreno, com a


diferença, porém, que, ao invés de ser um processo que tende a liberar um doente


de suas angústias, no meio deprimentes de uma clínica, o inexprimível é mais


poeticamente exteriorizado numa atmosfera de agradável exaltação, no decorrer de


uma brilhante festa, onde reina a amigável aprovação de admiradores fascinados.


Os arquétipos de personalidade das pessoas não são rígidos e uniformes como os


descritos nos capítulos seguintes, pois existem nuances provenientes da


diversidade de “qualidades” atribuídas a cada orixá. Oxum, pôr exemplo, pode ser


guerreira, coquete ou maternal, dependendo do nome que leva. Como veremos,,


diz – se que há doze Xangôs, sete Oguns sete Iemanjás, dezesseis Oxalás (na


África eles seriam cento e cinqüenta e quatro), tendo cada um suas características


particulares. Eles são, segundo os casos jovens ou velhos ,amáveis ou ranzinzas,


pacíficos ou guerreiros, benevolentes ou não.


No Brasil, além do mais, cada indivíduo possui dois orixás.


Um deles é mais


aparente aquele que pode provocar crises de possessão , o outro é mais discreto e


é “assentado”, fixado, acalmado.


Apesar disso, ele influencia também o


comportamento das pessoas. O caráter particular e diferenciado de cada indivíduo

resulta da combinação e o equilíbrio que se estabelecem entre esses elementos da


personalidade.


Bibliografia Livro: Orixás Autor: Pierre Fatumbi Verger


Tradução: Maria Aparecida da Nobrega


Editora: Corrupio


. 01/08/2002 Arquétipo das pessoas regidas pelo Orixá Exú O arquétipo de Exú é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas


com caráter ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para


a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que


têm a arte de inspirar confiança e dela abusar, mas que apresentam, em


contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos problemas dos outros e


a de dar ponderados conselhos, Com tanto mais zelo quando maior a recompensa


esperada. As cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes


convêm particularmente e são, para elas, garantias de sucesso na vida.


Bibliografia: Livro: Orixás Autor: Pierre Fatumbi Verger


Tradução: Maria Aparecida da Nóbrega


Editora Corrupio


. 01/08/2002 Arquétipos da pessoas regidas pelo Orixá Ogum O arquétipo de Ogum é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes


de perdoarem as ofensas de que foram vítimas. Das Pessoas que perseguem


energeticamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente. Daqueles que


nos momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e


perdido toda esperança. Das que possuem humor mutável, passando de furiosos


acessos de raiva ao mais tranqüilo dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo

das pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os
outros por uma certa falta de discrição quando lhe prestam serviços, mas que,

devido à sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas Bibliografia: Livro: Orixás Autor: Pierre Fatumbi Verger


Tradução: Maria Aparecida da Nóbrega


Editora Corrupio


. 01/08/2002 Arquétipo das pessoas regidas pelo Orixá Oxossi O arquétipo de Oxossi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em


movimento. São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas


descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos


cuidados para a família . São generosas, hospedeiras e amigas da ordem, mas


gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em


detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.


Bibliografia: Livro: Orixás Autor: Pierre Fatumbi Verger


Tradução: Maria Aparecida da Nóbrega


Editora Corrupio


. 01/08/2002 Arquétipo das pessoas regidas pelo Orixá Xangô O arquétipo de Xangô é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e


conscientes de sua importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser


grandes senhores, corteses, mas que não toleram a menor contradição, e, nesses


casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das


pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e


encanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e


ultrapassar os limites da decência. Enfim, o arquétipo de Xangô é aquele das


pessoas que possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas


obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de serenidade e


benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente,


um profundo e constante sentimento de justiça


Bibliografia: Livro: Orixás Autor: Pierre Fatumbi Verger


Tradução: Maria Aparecida da Nóbrega


Editora Corrupio






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