"Família Ungí" - Sakpatá, Obaluayè, Kaviungo
O grande Deus da morte e da vida, senhor das doenças e suas curas. Obaluayé é o senhor da Terra, é aquele que faz a terra tremer nos momentos de ira.
Caminha sobre a Terra ajudando aos doentes pobres, que não tem condições de se tratarem com médicos.
É um dos membros da família Ungí, filho mais velho de Nanà. Obaluayè está coligado ao corpo humano, doenças e suas curas em geral, já Omolú é responsável pela morte e pela vida.
Existem contestações nesse sentido, dizendo que um é o velho e o outro é o novo, e que Omolú é o filho de Obaluayè. Porém, são Òrísàs distintos e ao mesmo se completam.
Obaluayè nasceu com o corpo coberto de chagas. Na África antiga existia uma tradição, onde mandava as mães que tivessem um filho doente deviam entregar na beira do mar.
Carangueijos fizeram feridas pelo corpo da criança. Quando Iyemonjá veio à beira do mar buscar suas oferendas encontrou o menino com feridas, e o levou para criar, com talos de bananeira curou as chagas de Obaluayè. Depois de um tempo Iyemonjá quiz amostrar para sociedade o seu filho, preparou então uma grande festa, que ela batizou de Olubajé.
Iyemonjá convidou a todos e fez uma linda mesa com a comida de todos os Òrísàs, exceto a comida de Sangò que se recusou a ir na festa, pois ficou com ciume de sua mãe ter criado Obaluayè, nascendo então desse ciume o mito de que Sangò e Obaluayè são inimigos.
No dia da festa, Obaluayè não queria aparecer para o público, Ogún confeccionou um Asó Ikó (Roupa de palha) e assim Obaluayè apareceu. Ninguém ousou dançar com Obaluayè, somente Iyansà altiva e poderosa ousou dançou com Obaluayè, com seu tubrilhão de ventos abrilhantou ainda mais a dança levantando as palhas e mostrando para todos que Obaluayè estava com aquela roupa, apenas porque em seu olhos trazia a intensidade do Sol.
Acabando a festa Obaluayé soube que muitas pessoas não quiseram ir à festa com medo de ser contagiado pelas suas chagas.
Obaluayé levou seus guerreiros aos quatro cantos da Terra, as flechadas de seus guerreiros transformavam as pessoas em cegas, surdas ou mancas. Passou pela cidade Dahomé, quando perguntaram seu nome ele disse que era Sakpatá.
Na Terra de Kongo Kaviungo, em Mahuíno Sakpatá Inon, em Ketú Sapanà, em Benin Sakpatuí, em Ijesà Terra de Òsún não entrava homem, Obaluayè se apresentou como médico e quando chegou no palácio de Òsún, Òsún se levantou do trono e perguntou quem é você?
E, ele respondeu OBALUAYÈ, nesse momento toda a cidade de Ijesà tremeu, provando mais uma vez a força do grande rei Obaluayè. Obaluayè voltou à sua cidade de origem e lá seus fieis fizeram-lhe oferendas de Deburus, Obaluayé se acalmou e o país voltou à paz.
Obaluayè é um dos Òrísàs de maior expressão humana dentre todos os Òrísàs.
Tem a propriedade de transformar a evolução humana a nível reencarnação.
É um òrísà radical, para ele não existe meio termo.
Domina o sofrimento da humanidade.
Senhor que guarda os segredos da terra, é aquele que deu a Iyansà o poder sobre os mortos.
Traz consigo um sàsàrá que representa as doenças e as cabaças penduradas representam as curas para todos os malês.
Os filhos de Obaluayé têm o dom da cura, e revelam-se grandes médicos, são pessoas que adoram papos trágicos, gostam de ajudar a todos que precisam.
Os anos se passaram e Obaluayé continua sendo um dos òrísás mais temidos, homenageado no mês de agosto, com as festas de Olubajé o grande banquete do rei.
Obaluayè é aquele faz a terra tremer quando seu nome é pronunciado. Silêncio! Quem grita é o senhor que caminha sobre a Terra.
As pessoas ao receberem a folha com a comida do Olubajé remexem como se estivessem com nojo, esquecendo-se de que naquela folha, na aquelas comidas pode está a cura ou prevenção contra um câncer, contra problemas nos sistemas do corpo humano e até o livramento de uma morte antes da hora.
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