CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ibêji na Umbanda




Cosme, Damião e Doum, em representação umbandista

Os Ibêji nem sempre são conhecidos na Umbanda por esse nome, mas sua influência está presente na forma do culto às "crianças", erês ou ibejadas, símbolos de alegria, fertilidade e inocência. 

São tidos por renovadores dos sentimentos, que por meio da pureza e simplicidade, suavizam a alma e "adoçam a vida", dando balas aos que os consultam em busca de cura ou orientação espiritual. 

A linha das crianças ou dos erês é também conhecida como linha de Yori.

São sincretizados com São Cosme e São Damião. 

Segundo a lenda católica, eram irmãos, possivelmente gêmeos, mas a tradição da umbanda os faz trigêmeos e acrescenta um terceiro irmão, Doum, que faleceu ainda pequeno. 

Cosme e Damião tornaram-se médicos que socorriam os pobres e as crianças abandonadas e infelizes. 

Cada um dos três é líder de uma das falanges de Yori ou Ibêji na crença umbandista.


Ibêji no Novo Mundo




Ibêji é formado por duas entidades distintas e indica a contradição, os opostos que coexistem. 

Por ser criança, é associado a tudo que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

As pessoas do candomblé freqüentemente temem Ibêji. 

Poderoso como todo orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências imprevistas. 

Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiel às pessoas que conquistam sua confiança.

No dia de Ibêji, 27 de setembro (o mesmo de São Cosme e São Damião, com os quais é sincretizado), é costume as casas de culto abrirem as portas e oferecer mesas fartas de doces e comidas para crianças, elevadas à condição de representantes do orixá na terra. 

Qualquer participação de Ibêji em cerimônias dá um toque alegre e inconseqüente a ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a ele oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. 

A Ibêji se oferecem prendas de todas as cores e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas. 

São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais doces, bolinhos, balas, caruru de quiabos e vatapá. 

A ele são sacrificados frangos e frangas de leite. 

A saudação ao Ibêji é "Bejé ó ró! La ô!"

Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irriquietas, de muita energia nervosa. 

Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem. 

São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. 

Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficarem parados por muito tempo. 

Odeiam profissões burocráticas e preferem esportes por meio dos quais descarreguem energia e possam competir, ou carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. 

São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade à flor da pele. 

Magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. 

Gostam das vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas. 

Tendem a simplificar as coisas, rduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como "gosta de mim - não gosta de mim". 

Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente.


Os Ibêji, como gêmeos masculinos




Ibêji (do iorubá Ìgbejì, "gêmeos") é o protetor dos gêmeos. 

Dá-se o nome de Taiwo ao primeiro gêmeo a nascer e o de Kehinde ao segundo. 

Cada gêmeo é representado por uma imagem. 

Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà.

O animal tradicionalmente associado a Ibêji é o macaco Colobus polykomos, ou "colobo real". 

Pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí serem considerados mensageiros dos deuses, ou capazes de escutar os deuses. 

A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. 

O colobo é chamado em iorubá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatados pelas mães colobos.


IBEJI O PERFIL DO ORIXÁ


IBEJI 
(o Orixá-criança)
(Texto extraído do livro Os Orixás, publicado pela Editora Três)

O PERFIL DO ORIXÁ
Ibeji, o único Orixá permanentemente duplo, aproxima-se de Exu pelo seu comportamento arquetípico independente. 

É formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. 

Num plano mais terreno, por ser criança. 

A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

Seus filhos são pessoas com o temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. 

Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem. São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. 

Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficar parados por muito tempo. 

Odeiam profissões burocráticas e preferem os esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. 

São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por isso mesmo, magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. 

Gostam de vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas. 

Tendem a simplificar as coisas, reduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como gosta de mim - não gosta de mim

Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o 

Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua confiança.

No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá.

Qualquer participação de Ibeji em cerimônias, dá um toque alegre e inconseqüente à ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a eles oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. 

A Ibeji se oferece todas as cores vivas e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas. São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais, doces, bolinhos, balas, e refrigerantes.

A saudação ao Ibeji é Beje ó ró La ó.



Oriki Oya / Iansã - Com Tradução a Cada Linha




Oyà A To Iwo Efòn Gbé.
Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo.
Oyà Olókò Àra.
Oyà, que possui um marido poderoso.
Obìnrin Ogun,
Mulher guerreira.
Obìnrin Ode.
Mulher caçadora.
Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú.
Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para morrer com seu marido.
Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se?
Que tipo de pessoa é Oyà?
Ibi Oya Wà, Ló Gbiná.
O local onde Oyà está, pega fogo
Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá.
Mulher que se quebra ao meio como se fosse uma cabaça
Oyà tí awon òtá rí,
Oyà foi vista por seus inimigos
Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó.
E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato
Héèpà Héè, Oya ò!
Eeepa He! Oh, Oyà!
Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O.
És a única pessoa que temo
Aféfé Ikú.
Vendaval da Morte
Obìnrin Ogun, Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún
A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo
Oyà ò, Oyà Tótó Hun!
Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!
Oyà, A P'Agbá, P'Àwo Mó Ni Kíákíá,
Ela arruma suas coisas sem demora
Kíákíá, Wéré Wéré L' Oyà Nse Ti È
Rapidamente Oyà faz suas coisas
A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní.
Ela vagueia com elegância, como se fosse uma nômade fulani
O Titi Tí Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin
Quando anda, sua vitalidade é como a do cavalo que trota
Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!
Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!


IBEJI LENDAS



Existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. 

Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.

Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. 

O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão.

Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. 

Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.

LENDAS:

Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. 

Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu.

Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. 

Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa.

Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. 

Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.


Oyá Princesa real da cidade de Irá, em Nupe.



Oyá Princesa real da cidade de Irá, em Nupe. 


Viveu por volta de 1.450 antes de cristo.


OYA é a dona dos raios, dos ventos e dos mortos, controla o YGBALÈ ( casa dos mortos ). 


Esposa de seu primo, SÀNGÓ, foi a maior guerreira que existiu na África, sua fúria era incontrolável, não temendo nem a morte. 


Ligada as florestas que ela domina com seu ORUKERÉ, que lhe foi presenteado por ÒSÓÒSÌ. 


É associada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja. Esta relacionada ao vermelho e é representada pelo relâmpago.



OYA teve nove filhos, uns dizem que foi com ÒGÚN, outros que foi com SÀNGÓ , oito nasceram mudos e o último nasceu um ÉGÚN e graças aos sacrifícios recomendados por IFÀ, nasceu com o poder de falar com voz estranha e sobrenatural, chamada SEGI , que imita a voz do macaco africano chamado IJIMARÈ, macaco que é consagrado aos ÉRÉS.


- 1 - IMALEGÃ - Nasceu no primeiro dia do EBOYKÙ, arrancado do ventre de OYA pelas ÌYÁMI, e foi envolvido em abanos;

- 2 - IORUGÃ - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com avaidade de OYA e é o preferido;
- 3 - AKUGÃ - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal;
- 4 - URUGÃ - Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos;
- 5 -OMORUGÃ - Alimenta-se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos;
- 6 - DEMÓ - OYA cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar ÒSÓÒSÌ;
- 7 - REIGÁ - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas;
- 8 - HEIGÁ - É violento e vive perseguindo o ORI do ser humano. Propicia desastres e desordens;
- 9 - EGUN EGUN - Filho de SÀNGÓ. OYA preparou-o para combater. Êle se apossa do ser humano, fazendo-o cometer desatinos.
Carrega um par de chifres que deu a seus filhos, dizendo-lhes que se precisassem dela batesse um no outro que ela viria de onde estivesse para acudi-los, também um instrumento de madeira com o rabo do búfalo que serve para afastar os ÉGÚNS , é o ORUKERÉ.
Recebeu de SÀNGÓ o título de YÀSÁN , que quer dizer , "a senhora das tardes ", pois chegava sempre as tardes , linda e esvoasante com sua roupa de fogo.
SUAS QUALIDADES


- OYA YGBALÈ

É a deusa dos mortos. É ligada diretamente ao culto de ÉGÚN, por isto é a senhora dos cemitérios. Tem pleno domínio sôbre os mortos, trazendo consigo uma falange de ÉGÚNS que ela controla e administra , pois todos temem o seu terrível poder.
O culto a ÉGÚN nasceu nas mãos de YBBALÈ, quando ela fora buscar uma substância que permitia a SÀNGÓ soltar fogo pelas narinas. OYA ficou sabendo que o povo TAPÀ iria invadir a cidade dos BARIBAS , então forrou na beira do rio um pedaço de PAMP vermelho, colocando em cima algumas cabaças, envocou os mortos e aquêle pano tomou vida e saiu voando na direção dos inimigos, colocando-os para correr apavorados com aquela visão grotesca e horrorosa , livrando, assim, o povo de BARIBAS e nascendo o culto de ÉGÚN. Devido a sua relação com ÉGÚN é proibido vesti-la de vermelho. Sua vestimenta é branca.


- FURÉ

Usa uma foice na mão esquerda e um ARUEXYN na direita, veste branco e por cima de suas vestes a palha da costa. Dança como se estivesse carregando na cabeça uma enorme cabaça. Em suas vestes vão pequenas cabaças dependuradas, no tornozelo direito uma pulseira de aço, tem ligação direta com o culto a morte e aos ÉGÚNS, preside a vida e a morte.
- ODO
Ligada as águas , apaixonada carnal e muito louca por amor.


- IAMESAN

É a que foi esposa de ÒSÓÒSÌ, meio animal e meio mulher, só come caça, é a mãe dos nove filhos. Come comÒSÓÒSÌ nas matas.


ONIRA

É uma ninfa das águas doces e seu culto aqui no Brasil é confundido com o culto de OYA, por ser uma grande guerreira, também é saudada como YNHÀSAN , pois existe uma afinidade entre as duas divindades, mas seus cultos não chegaram a fundirem-se. Seu culto na África era totalmente diferente. Tem ligação com o culto a ÉGÚN, por sua ligação e laços de amizade com OYA. Também tem laços de amizade com ÒSUN , pois foi ONIRA quem ensinou ÒSUN OPARÀ a guerrear. É uma Òrìsà muito perigosa por sua ligação e caminhos com OSOGUIÁN, ÒGÚN e OBALÚWÀIYÉ.,embora tenha quizila com Ogún. Veste o coral e amarelo, contas iguais.


- YÀTOPÈ

Tem ligação forte com SÀNGO e OGUM. Veste o branco.


- AFEFE YKU FUNAN

A senhora do fogo e dos ventos da morte. Caminha com ÒGÚN e OBALÚÀIYÉ , tem caminhos , também , com ÉGÚN e YKU ( morte ) . Veste o branco e pode-se por um azul claro.


- AFAKAREBÒ

Não é feita em seus eleitos , é a verdadeira dona do EBÓ, é a ela que se entrega todos os EBÓS. Seus caminhos levam diretamente a ÈSÙ e ÉGÚN. Seus rituais são todos feitos no murim , cabaças e porrões.


- AFEFE

É ela quem comanda os ventos. Tem caminhos com OBALÚWÀIYÉ e ÉGÚN .Veste vermelho e branco , também usa o coral , o chorão de seu ADÉ é alaranjado .


- BAGAN

Não tem cabeça. Come com ÈSÙ , ÒGÚN e ÒSÓÒSÌ . Tem caminhos com ÉGÚN.


- PETU

Ligada aos ventos e as árvores. Esposa de SÀNGÓ , que vai sempre na frente anunciando sua chegada..Amante de ossâe,fundamento com as arvores e suas folhas, querreira. usa cobre


- OGUNNITA

Ligada ao culto de ÉGÚN , seu fundamento mais forte. É a senhora que caminha com os mortos  ,caminha com ogun Wari e O dé.     Oyá onisoni: caminha com Omulu

Oyà Lesseyen – Uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.

Oyà Ate Oju –  caminha com Nana.
Oyà Ogaraju – uma das mais antigas no Brasil.
Oyà Arira – Uma de suas formas.
Oyà Doluo – Eró Ossain;  Oyà Kodun – caminha com Oxaguian.
Oyà Bamila –   caminha com Olufon.
Oyà Kedimolu – caminha com Oxumare = Omolu.    Oyá  Funãn  com osalá  . Oyá Kara com Exú e Egum.

Oyà Gbale De. Oyá igbalé Guerê,Oyá igbalé Fakarebó,Oyá igbalé Toningbé,Oyá igbalé Yapopo,Oyá Gúnan,Oyá igbalé Biniká,Oya igbalé Filiaba,Oyá igbalé

Oyà Gbale Min
Oyà Gbale Lario
Oyà Gbale Adagangbará
Estas Oyàs Gbale ou Igbale estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu, Ogun e Exú.


A traição do Carneiro contra Oya



Olódúmarè : A mão que abençoa jamais pode amaldiçoar (Ogbè Ọ̀sá)

O texto a seguir foi retirado da tradição Cubana do Odù Ogbè Ọ̀sá. 

É um pataki sobre a traição do carneiro contra Oya, fato que definiu uma relação com abrangência sobre toda a religião.

O significado é muito rico e não se pode deixar de refletir sobre o seu conteúdo. 

Como toda metáfora, mais do que a estória que define a separação entre Oya e Carneiro, esse texto diz que uma mão que já abençoou uma outra jamais poderá amaldiçoar. 

Não se deve levantar a mão, ou acender uma vela que não seja para o bem de uma pessoa que o abençoou um dia. 

Isso define de uma forma muito definitiva a relação que deve existir entre pessoas nessa religião. 

É muito comum pessoas que foram muito ligadas se desentenderem e depois ficarem trocando issultos e feitiços.

Infelizmente essa é a grande ética que existe nos membros dessa religião. 

Contudo se a relação entre duas pessoas já foi maior do que apenas amizade se estamos lidando com filhos e padrinhos ou com filhos e babalorixás, então, jamais nem um nem outro deve levantar sua mão. 

Deixe para Olódúmarè resolver essa questão no julgamento dele.

Oya e o Carneiro foram uma vez os melhore amigos. 

Ela confiava a ele todo os seus pensamentos, seus medos e seus segredos. 

Até quando ela não tinha como contar com um Orixá, lá estava o Carneiro para ajudar e ela o amava acima de todas a coisas.

Os inimigos de Oya colocaram um prêmio por sua cabeça; Suas andanças pelo mundo causam problemas para eles e eles colocaram um prêmio por sua cabeça. 

O Carneiro ouviu rumores dos seus anseios, mas como a estória foi passando entre todos na terra, a estória mudou. 

O que o Carneiro ouviu foi que Olorun, ele mesmo, queria destruir Oya, e ele estava oferecendo o presente da imortalidade para aquele que a trouxesse ao seu palácio.

Em cobiça o Carneiro foi até Olorun e disse-lhe. "pai, eu tenho ouvido sobre seu ódio por Oya e eu posso trazê-la aqui para você. 

Eu posso enganá-la e você poderá ter a cabeça dela como você quiser".

Olorun ficou abalado. ele, também, tinha ouvido que Oya tinha grande inimigos que queriam a sua morte. 

Ele também tinha ouvida que entre todas as coisas sobre a face da terra a que ela mais amava era o carneiro. 

"- e como, Olorun perguntou, você será capaz de trazê-la para mim?".

"- É simples meu Pai", ele disse. " 

Oya confia em mim a sua vida, nós somos os melhores amigos que existe. 

Eu a trarei à você assim que você concordar em me dar o prêmio que ofereceu por ela" .

"- E o que poderia isso ser, carneiro?".

"- A vida eterna. Isto foi o que você prometeu, não é?"

Olorun ao ouvir isso ficou furioso, mas sua face estava calma. 

"- Carneiro, ele disse, traga Oya para mim e eu lhe darei o que deseja, vida eterna. 

Falhe e no lugar da cabeça de Oya eu irei ter a sua".

Ele dispensou o carneiro; tão logo o animal deixou seu palácio, Olorun transportou a si mesmo para a casa de Oya.

"- Oya, ele alertou-a, você tem muitos inimigos que desejam a sua cabeça. 

Mas, nenhum deles pode trair você como seu melhor amigo. 

O carneiro está vindo para entregar você nas mãos deles. 

Você não pode deixá-lo te destruir" .

"- Pai, ela disse desacreditando, certamente você está brincando. 

Ele é meu melhor amigo, aquele no qual eu acredito acima de todas as coisas".

"- Isto é verdade, Oya. 

Ele irá oferecer a você um lugar seguro e ao invés disso ele a trará até mim. 

Para, você ver, o carneiro acredita que eu quero a sua cabeça, e ele me veio hoje oferecer trazer você até mim. 

Em troca da sua cabeça ele quer a vida eterna".

A raiva soou como um sino dentro de Oya, tomando conta de si e fazendo o seu sangue ferver. 

Olorun estava além da mentira, mas o carneiro era o seu maior amigo. 

Ele sabia todos os seus segredos. 

Os relâmpagos brilhavam em seus olhos quando ela disse: "- Eu irei destruí-lo!".

"- Não Oya" ele a acalmou com sua voz gentil. "amigos jamais podem trair amigos e você não pode maldizer a quem um dia você abençoou. 

Quando o carneiro vir para trair você, você vá com ele. 

Mas antes coloque seus 9 ides de cobre em uma caixa. 

Assim que você chegar nos muros do meu palácio, sacuda a caixa vigorosamente e um enorme redemoinho ira descer do céu e tirar com segurança do caminho. 

Meus guardas irão prender o carneiro nos muros do palácio e eu mesmo irei puní-lo por esta traição. 

Ele sabe que o custo da falha e grande e eu mesmo irei tirar a sua cabeça com minhas mãos."

Olorun parou por um momento e então ele abraçou Oya. 

" Minha filha, os seres mortais fazem coisas estranhas devido a cobiça. 

Mas o carneiro sabe que você o ama. 

Talvez mesmo agora ele esteja repensando este seu plano vil. 

Talvez ele não venha. 

Talvez ela não trai você."

Ouve então ou ruidoso barulho na porta de Oya. 

"- É ele, disse Olorun, "Eu preciso ir", E sua figura se desmanchou no ar.

Oya abriu a porta, e o carneiro, agitado e desesperado por dentro, "Minha amiga", ele disse com sua voz embargada, " - seus inimigos estão vagando na floresta e são muitos. 

Ele irão vir aqui para matar você. Venho comigo e eu irei levá-la a um lugar seguro".

Ela controlou sua raiva e rapidamente disse "- Eu preciso pegar uma coisa primeiro" .

" Não temos tempo!"

MAs antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa Oya estava em seu quarto. Ela colocou nove idé de cobre em uma caixa, como Olorun disse e montou nas costas do carneiro. 

" Certamente isto não está acontecendo, ela pensou, talvez... o carneiro esteja me pegando para levar longe de Olorun". 

Em um instante o Carneiro estava correndo pela floresta com Oya nas suas costas. 

O caminho familiar não deixou dúvida para Oya e ela finalmente acreditou que ele a estava levando para Olorun. 

Os portões do palácio cresceram na frente deles e Oya como Olorun havia instruido, sacudiu a caixa vigorosamente. 

Um imenso tornado desceu e levou Oya com ele para os céus, longe da visão do carneiro. Ele congelou. 

Assim que o tornado se foi ele foi rodeado pelos guardas de Olorun que o trouxeram diante do trono.

CARNEIO, gritou o normalmente gentil Olorun, " Você se envolveu em grandes crimes hoje. 

Você buscou destruir sua melhor amiga, aquela que o amava acima de todas as coisas. Você pensou que eu queria a cabeça de Oya. 

Eu a amo asim como amo todas as minhas crianças na terra. Oya tem muitos inimigos, isto é verdade, mas nunca eu fui o seu inimigo. Eu jamais poderia trair aquilo que eu uma vez abençoei.

A ira de Olorun cresceu e encheu a enorme sala.

 " Pelo motivo de você estar desejando entregar uma de minhas mais amadas filhas nas mão frias da morte, eu sentencio você carneiro à morte. 

Sua cabeça é minha assim como todas a cabeças pertencem a mim. 

Eu irei tomar a sua cabeça agora!.

Eu foi assim que o carneiro encontrou a morte devido à sua traição a Oya. 

Sua cabeça foi enviada aos inimigos de Oya como um sinal de Olorun que ele mesmo jamais iria tolerar que qualquer coisa fosse feito à ela. 

Os inimigos de Oya fugiram e ela nunca mais foi traída novamente.

Desde esta traição, Oya jamais estará na mesma sala com o carneiro que foi uma vez o seu melhor amigo, seu confidente e tentou destruí-la. 

Por causa desta estória, os filhos de Oya jamais coroarão filhos de Yemanjá e Xango e também estes Orixás poderão coroar filhos de Oya. 

O motivo não é uma guerra entre eles, mas o fato deles comerem carneiro. 

Assim em qualquer sala que exista uma Oya não poderá haver um assento cujo Orixá tenha comido carneiro.