CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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domingo, 28 de abril de 2013

O Candomblé, leis divinas e a moral, Por Rachel da Silva Ferreira em 29/07/2011



Eu escuto vasta gama de balelas a respeito da minha religião. Colocações absurdas e fanáticas de pessoas de mente pequena e tacanha, para as quais a intolerância a diversidade religiosa é ato de fé.

Uma delas é “O candomblé não é uma religião. É um culto.”. A definição de religião é: palavra do latim: religare, significando religação com o divino, é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida e do universo, especialmente quando considerada como a criação de um agente sobrenatural, ou a relação dos seres humanos ao que eles consideram como santo, sagrado, espiritual ou divino.” – Fonte - Wikipédia.

Eu sou raspada, pintada e catulada a mais de 24 anos. Consagrada à Oya, Mãe e Deusa, a orientar, guiar e educar. Então, se me reconectei ao Supremo e pauto procedimento sobre as leis do Axé, Candomblé preenche os requistos dentro da definição e significado da palavra religião.

“Agora, me digam, qual a moral fixa do Candomblé? Quais seus dogmas? Como posso cobrá-los sem que digam que as abominações que lá ocorrem são uma manifestação cultural, e, portanto, suas aberrações e assassinatos podem ser praticados tranqüilamente sem interferência? Eles tem mandamentos, encíclicas ou documentos oficiais IMUTÁVEIS que ditem suas leis, para que me caiba uma queixa?

Vários adeptos dessa seita vieram a público dizer que essa prática nada tem a ver com os rituais do Candomblé. Evidentemente eles jamais assumiriam o próprio crime em público. E ademais, isso só contabiliza como opinião pessoal, não como regra fixa e impossível de ser modificada por eles.”

Fonte – Audi Filia! por Michele Madalena

A estes ditos a “paladinos,empunhando a bandeira da verdade de Deus”, respondo que não há termos de comparação entre sua fé e a minha. Primeiro, porque no Candomblé, onde todo Orixá é uma energia anterior a criação (e que após a mesma se manifesta uma das facetas do Todo Poderoso, individualizada, divina e imaterial, capaz de ser visível e compreendida pelo ser humano através das forças da natureza), tudo se transforma pois para evoluir, crescer e prosperar na matéria ou no espírito. Nada na natureza é estático,eternamente igual e imutável.

Sabiamente, Júlio Braga tem uma das melhores definições do Candomblé: “A tradição no Candomblé é tão dinâmica quanto a noção de mudança. É como se pudéssemos pensar que alguma coisa fosse capaz de mudar, permanecendo.”

Fato para meu entender, muito mais plausível do que escrever um livro em 200 DC. através de diversos escribas (mais de 40 pessoas diferentes), num período aproximado de 1.500 anos e crer que ele pode pautar a vida das pessoas com exatidão no século XXI.

Deixe-se claro que o que se altera é o modo operante da coisa em si e nunca jamais, a essência,a raiz da proposta e as regras de conduta. Hoje, por exemplo, com o advento da Aids, nenhum Pai ou Mãe de Santo raspa ou catula um filho com a mesma navalha, para evitar contágio ou dele espera dele que fique três meses sem trabalhar, enquanto estiver de preceito. Não cabe hoje as atitudes de ontem, pois agora difere do antes.

Mais coerente do que condenar camisinha numa época de DSTs e tanta criança abandonada ou sem teto.

E segundo, quanto a moral, saiba-se que apesar desta fé ter “a mente aberta” para uma série de fatores em outras considerados tabus, não significa ausência de moral. Apensas somos despretensiosos de manter sobres os adeptos,por exemplo,controle e coerção sobre pensamentos e atos em maior parte, baseadas em escolhas pessoais e concernentes a privacidade de cada indivíduo.

Entendemos o livre arbítrio a nós dados por Deus como inviolável, não cabendo a ninguém, se debruçar sobre a vida alheia,julgando mal “x” ou “y”, unicamente por ser diferente da sua forma de pensar e agir. Não objetiva a fé, fixar mente rígida,emprestando rótulos de “certo” ou “errado” as escolhas íntimas das pessoas, desde que estas não venham ferir a Casa de Axé, a sociedade e a lei.

Um bom tópico para explicar exatamente do que falo é como o Candomblé lida com as diversas formas ser e estar de um ser humano. Tomemos por modelo para a reflexão a opção sexual entre humanos.

Sexo para nós é a celebração do existir, despido do conceito de “pecado original”, sujo e pejorante, cheio de proibições de origem religiosa, social ou cultural. Nenhuma forma de atividade consensual entre adultos tem cunho de devassidão. O sexo não deprava os bons costumes, mesmo se é prática diferente da heterossexual.

Na natureza temos vários casos de homossexualidade no reino animal. Então, o que alegar do cachorro relacionando-se com um de indêntica espécie e sexo? _Ah, é um desvio sexual fomentado pelo trauma de ter pai que é o “cão chupando manga” e a mãe uma “verdadeira cadela.”

Ora, se existe espécies distintas como o pato real, macacos, cães, golfinhos, baleias, peixes, cisnes negros, bisões, pinguins, moscas da fruta, albatrozes, leões e etc.. buscando parceria sexual entre iguais, cai por terra a alegação de” contra-natura” feita por outras crenças de cunho castrador e pernóstico, gritando nos púlpitos aos seus membros, ser esta escolha sexual uma aberração aos olhos de Deus.

Os Orixás, facetas da suprema personalidade de Deus, Olodumaré, fez a criação do mundo e da natureza perfeita como Ele mesmo e seria muita presunção do ser humano, querer saber mais do que o Criador, o que melhor é para suas criaturas. Seria afirmar que o comportamento homossexual entre animais (e isso inclui os humanos, que não deixam de ser primatas) é um “erro” de da Divindade?

“….A fim de relatar o comportamento homossexual nos outros animais, o Museu de História Natural de Oslo, na Noruega, apresentou em 2006 a primeira exposição dedicada a “animais gays”, que foi chamada de “Against Nature”, exibindo cerca de 500 espécies onde existem relatos de comportamento homossexual.Um universo de 1.500 relatos, desde mamíferos e insetos até crustáceos…os pares são formados por indivíduos do mesmo sexo.

….Um estudo publicado pelo periódico “Trends in Ecology and Evolution” concluiu a importância do comportamento homossexual para a evolução de muitas espécies animais, como entre as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí, que se unem a outras fêmeas para criar os filhotes, especialmente na escassez de machos, tendo mais sucesso que as fêmeas solteiras. O estudo conclui que a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes maneiras ao longo da evolução.” – Fonte – Wikipédia

Mais uma vez, o Candomblé já sabia o que a ciência onde nos revela: a diversidade existe na obra de Deus e deve ser respeitada. Talvez seja esta a razão de tantas pessoas com estilo alternativo de vida engrossem as nossas fileiras.

Defina-se moral como procedência justa, correta, decente, honesta e íntegra do indivíduo para consigo e para com os outros. Um conjunto de regras e princípios regendo determinado grupo. O Candomblé não é imoral (contrário à moral) ou amoral (sem senso moral )e isso muito candomblecista tem. O ser nefasto e de má indole, existe em toda e qualquer fé, pois onde há humanidade, encontra-se falhas e crimes

Jamais esqueça-se da origem tribal do Candomblé, pautado na ancestralidade, família e comunidade. Sem lei, códigos de conduta e bons costumes no interagir,sociedade alguma existe. E no barracão, do abian ao Doté (do não iniciado ao Zelador de Santo), tem de ter postura reta e conduta adequada. Todos ali trabalham em sincronia em nome de um bem maior: a geração e manutenção do axé na casa, para torná-la forte e, podendo abrigar a espiritualidade de todos em taba segura e familiar, rumo a evolução. Ser iniciado no preceito significa dar a direção da sua existência enquanto alma aos Orixás, portanto quem decide e guia são eles.

Digo e repito para quem tiver ouvidos bons: Candomblé não é religião para qualquer um. Ela exige do devoto,dentro e fora da roça de Santo. Nela não existe a “bondade burra” da plena indulgência onde há a remissão de todos os pecados (faltas aos olhos dos Deuses) concedida por instituições. Para nós, cada pessoa tem o que merece, alcança vitórias ou benefícios de acordo com sua evolução e se mal agir, deve pagar e arcar com as consequências de seus atos para assim pensar em se redimir das falhas e serem perdoados.
Continua….

*Rachel da Silva Ferreira – Ya Rachel de Igbalé – é professora, poeta e Zeladora de Axé na Nação Gege Mahim, cuja a raiz é o Ilê Axé Otorrun Mafarunci. Contato para jogos, consultas e palestras: 21-3393-9205
FONTE:http://www.debatesculturais.com.br/o-candomble-leis-divinas-e-a-moral/


Representante do Candomblé recebe Medalha Anchieta



Sítio da Câmara
Fotos - Marcelo Ximenez/CMSP

A Câmara entregou nesta quinta-feira (9/12), por iniciativa do vereador Claudio Fonseca, (PPS) a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo a Ana Maria Araújo Santos, mais conhecida como Mãe Ana D’Ogun. Nascida na cidade de Valência, interior da Bahia no ano de 1944, e tendo estabelecido domicílio na cidade de São Paulo no início dos anos 70, Mãe Ana construiu uma trajetória de vida que a credencia como uma das principais representantes do candomblé.

“Homenagear a figura ilustre como ela, uma das mais respeitadas lideranças religiosas da nossa cidade, e que pertence a uma religião que traz na própria raiz a gênese da formação do povo brasileiro, é uma honra muito grande”, afirmou Fonseca.

Para o vereador, São Paulo é a cidade de todos os povos, símbolo de tolerância e de respeito com as diferenças. “Essa é a razão de recebermos a Mãe Ana, sacerdotisa de uma religião de matriz africana e presença muito marcante em nossa cidade”, explicou.

O parlamentar lembrou que a Câmara Municipal realiza atividades para todas as religiões: “evangélicos, católicos, judeus e, hoje, para aqueles que praticam o Candomblé e a Umbanda”, lembrou.


Iniciada para o culto aos Orixás (candomblé) em 24 de maio de 1960, aos 16 anos de idade, aprofundou-se e mantém viva a tradição do candomblé e ainda inicia inúmeras pessoas na religião.“Eu quero agradecer a esse povo de São Paulo, que me recebeu de braços abertos”, afirmou Mãe Ana. Ela foi saudada por diversos representantes de entidades afro-brasileiras, como Cosme Aparecido Felix, Leando Rosa, profa. Terezinha Bernardo (PUC-SP), e Eduardo Joaquim de Oliveira, ex-presidente da entidade negra do Estado de São Paulo.

“Mãe Ana D’Ogum representa o símbolo da resistência da mulher negra brasileira”, salientou a profa. Terezinha, destacando a luta pela igualdade racial no País.

No ano de 2010, completou 50 anos de iniciação, juntamente com suas irmãs de barco: Elza de Oxóssi, Walquíria de Oxum e Beth de Oxalá. Motivo de festa para os seguidores da instituição.

FONTE:http://vereadorespps.blogspot.com.br/2010/12/representante-do-candomble-recebe_10.html


PROCURE SEUS DIREITOS !



Os adeptos do candomblé têm sido constantemente impedidos de gozar de direitos que a legislação vigente lhes assegura. 

O que lhes acontece é que boa parte das pessoas não sabem é que a lei assegura a prática de suas liturgias e qualquer cidadão tem o direito de professar a religião que bem entender.isso é o que a lei assegura a todos os cidadãos brasileiros.

  Não se deixe humilhar se alguém ofender sua crença, saiba que ha leis que o protegem e cobre das autoridades competentes as devidas providencias, previstas no código penal.

  Babalorixas e iyalorixas devem ser conscientes de suas obrigações com a sociedade e com o santo.

  Muitos porem desconhecem seus direitos, deixando-se subjulgar e admitindo ser tratado como cidadão de segunda categoria.

  O artigo 5 da constituição brasileira assegura :

   todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos residentes no país a inviolabilidade do seu direito a liberdade de expressão e a igualdade.

   O inciso 6 do artigo 5 da carta política de 1998, que diz :

É inviolável a liberdade de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma, da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

   Ainda na constituição federal, o parágrafo 1 do artigo 215 deixa muito claro que o candomblé , que é também evidente cultura da manifestação popular brasileira, pode contar com a proteção do estado para existir e resistir.

   Artigo 215 : O estado garantirá a todos o pleno exercício do direito cultural e as fontes da cultura nacional, e apoiara e incentivara a valorização e a difusão das manifestações culturais.

   PARÁGRAFO 1 :  O estado protegera as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes dos outros processos civilizatorio nacional.

    O artigo 208 esclarece : Pena de detenção de 1 mês a 1 ano, ou multa. Parágrafo único : se ha emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo a correspondente a violência.

     O inciso 8 da constituição diz :

   Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as evocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

   É importante difundir a lei n 7.716, de 5 de janeiro de 1989, não só entre as pessoas do candomblé mas para todo sociedade, especialmente entre negros que sofrem muito mais com o preconceito que mesmo camuflado pelo mito da democracia racial, existe  : Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política.



“Mãe Ana D’Ogum representa o símbolo da resistência da mulher negra brasileira”, salientou a profa. Terezinha, destacando a luta pela igualdade racial no País.



Umbanda e candomblé na europa




Carina Rabelo, de Berlim (Alemanha)


Pais-de-santo profissionalizam os rituais afros e expandem a prática pelo Velho Continente
Carina Rabelo

Comportamento

Umbanda e candomblé na europa
Pais-de-santo profissionalizam os rituais afros e expandem a prática pelo Velho Continente




Desde que foi convidado, há 19 anos, para ministrar aulas de dança afro numa escola em Berlim, na Alemanha, Murah Soares, 38 anos, criado e iniciado num terreiro de candomblé na Bahia, é surpreendido por alunos que lhe pedem a bênção após as coreografias. Daí nasceu a convicção de que tinha um terreno fértil para difundir sua crença entre os alemães. Em 4 de dezembro de 2007, Murah oficializou o Ilê Axé Oyá, o primeiro terreiro de candomblé na Alemanha com as bases religiosas do Brasil. Em julho deste ano, ele foi reconhecido oficialmente após a bênção da Mãe Beata, de Nova Iguaçu (RJ), uma das mais respeitadas do Brasil. Assim como Murah, muitos pais-de-santo e mães-de-santo escolheram a Europa para desenvolver e plantar o culto aos caboclos e orixás.


A receptividade dos europeus à diversidade de manifestações culturais e religiosas é fomentada pela presença maciça de imigrantes no Velho Continente. Segundo a Eurostat, comissão que divulga as estatísticas da Europa, em 2007 o continente tinha mais de 1,8 milhão de imigrantes legais, o triplo de 1994, quando eram 590 mil. Diante do desafio de dialogar com a pluralidade cultural que invade as ruas, a Europa revela um interesse crescente pela diversidade, pelo exótico, pela identidade e pela religião das outras nações.

Em 1974, de carona na onda do esoterismo, surgiram os primeiros terreiros de umbanda e candomblé na Europa, ainda reduzidos às práticas de magia. 

A partir do sucesso internacional dos trabalhos do fotógrafo e escritor francês Pierre Verger, pilar da difusão do candomblé pelo mundo, começaram os festivais multiculturais e de fomento ao intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre Brasil e Europa. 

Assim, a dança e a musicalidade dos cultos afros se tornaram o ponto de partida para o interesse pela religião.


“Na Europa, há mais tolerância do que no Brasil, onde os cultos ainda sofrem os ataques dos evangélicos. Na Alemanha, ela é vista com respeito, admiração e curiosidade”, diz Murah, que também é presidente da ONG Fórum Brasil, que promove a difusão da cultura brasileira através de workshops e seminários. 

O Ilê Axé Oyá, em atividade há seis anos, reúne 300 alemães e imigrantes nas festividades religiosas.



 Enquanto o candomblé e a umbanda se popularizaram no Brasil pelas magias, curas e benefícios imediatos, os europeus se interessaram pelo aspecto antropológico dessas religiões. 

“Os europeus têm curiosidade pelos fundamentos teóricos e a história dos cultos. 

O que os motiva também na iniciação é a resposta imediata na comunicação com as entidades, o que não ocorre nas demais crenças. Eles sabem que o orixá está ouvindo”, comenta o pai-de-santo italiano Mário Quintano, 40 anos, presidente da Associazione per la Diffusione del Candomblé, na Itália. 

Após a iniciação no Brasil, Mário se mudou para Arborio, na região do Piemonte, onde administra há oito anos o terreiro de candomblé Ilê Asé Alaketu Ayrá.

No Velho Mundo, algumas adaptações devem ser feitas para garantir o bom convívio com a comunidade local. Áustria, Alemanha e Suíça, por exemplo, rejeitam a centralização do comando religioso numa única figura. “Procuro diminuir a hierarquia no meu terreiro para que todos se sintam incluídos e conscientes do que ocorre lá”, comenta a psicoterapeuta austríaca Astrid Habiba Kreszmeier, 44 anos, que adotou o nome Habiba de Oxum Abalo, após ser iniciada no Brasil pelo pai-desanto Carlos Bubby, em São Paulo. 

Há dois anos, Habiba fundou o terreiro Terra Sagrada na cidade de Graz, na Áustria, com filiais na Suíça, em Zurich, e na Alemanha, em Landsberg.
Entre as adaptações estão as modificações no culto, que devem estar de acordo com a legislação européia (leia quadro). 

Thales Fonseca, 29 anos, que se intitula Comandante Chefe do Terreiro Umbanda Temple, fundado em maio de 2007, em Londres, na Inglaterra, reconhece a rigidez das leis e considera algumas delas benéficas para a religião. “Aqui, se alguém discrimina o outro pela fé, vai parar na cadeia. 

A ação da polícia é muito rápida para coibir a intolerância religiosa.” Criado por uma fervorosa evangélica e freqüentador assíduo dos cultos protestantes, ele recebeu críticas quando decidiu ser iniciado na umbanda aos 15 anos.

 “As entidades disseram que eu deveria trazer a religião para os ingleses, que estão carentes de um trabalho espiritual gratuito. 

Foi quando descobri o meu caminho”, afirma.
Pesquisadores da religião reconhecem a expansão dos cultos afros na Europa, mas são reticentes em considerar que o interesse dos europeus tem um engajamento verdadeiramente religioso.

 “O candomblé e a umbanda são tão curiosos para eles como a capoeira, os atabaques e a dança folclórica. É um interesse pela diversidade cultural, como ocorre com a world music. Teriam a mesma empolgação pela manifestação cultural dos aborígines australianos, por exemplo”, pondera o sociólogo Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo. 

Com ou sem legítimos praticantes, o fato é que o candomblé e a umbanda já não são mais vistos como “macumba” no Velho Continente.






http://www.istoe.com.br/reportagens/1874_UMBANDA+E+CANDOMBLE+NA+EUROPA


É uma Religião?



"Os deuses não nos revelaram desde o princípio todas as coisas, mas, com tempo, se buscarmos, poderemos aprender, conhecê-las melhor. 

A verdade certa, contudo, ninguém jamais a conheceu nem conhecerá: a dos deuses ou a de todas as outras coisas, mesmo se por acaso alguém pronunciasse o nome da verdade última, não poderia reconhecê-la; neste universo de opiniões." Karl Popper

O CANDOMBLÉ é uma religião dinâmica, ao contrário do imaginação de muitos, pela sua variedade de deuses, é essencialmente monoteísta, crê em um único Deus e criador, Olorún (olo = dono, senhor; orun = céu, espaço celeste sagrado), que criou o céu e a terra, os orixás e o homem. 

O Orún sua moradia e dos Araorún, todos os ancestres e elementais divinizados; o Aiyé, moradia dos Araiyé, os seres humanos, os animais, vegetais, minerais e toda forma da natureza; os orixás, elementais da natureza por excelência, guardiões e fiscais da mesma, energia indispensável para toda sobrevivência, com função dupla: reger e cuidar da natureza em si e da natureza humana; o homem, objeto maior da sua criação, para de tudo usufruir dentro dos critérios do seu Criador. 

A teologia yorubana, só faz referência ao Orún e Aiyé , em momento algum, em qualquer circunstância, sobre as palavras - inferno e pecado - as leis, a lógica, o bom senso e os ensinamentos permeiam a conduta das pessoas, e, mesmo porque são termos posteriores à criação do homem pela teologia yorubana.

 No candomblé nada se inventa, tudo se aprende, o saber e o conhecimento só vem com o tempo, ensinamento, humildade, axé, merecimento e compreensão; a sua prática tende a se adaptar, pelo crescimento e modernidade do mundo, professando a sua religião através dos seus ritos, cada vez mais, confinados no seu Ilê Axé (casa de candomblé); muita coisa mudou, as leis ambientais, que fixa como crime, "sujar" a natureza, não sendo mais permitido os ebós, oferendas e rituais em matas e cachoeiras, acertadamente a conscientização de se preservá-la, os orixás na sua sabedoria com certeza agradecem e veicularão seu axé, através dos seus elementos símbolos, no interior dos ilês , os beneficiados diretos serão os próprios praticantes, que terão uma natureza mais limpa, saudável e abundante, sendo casa vez mais uma fonte inesgotável de axé. 

Também cabe uma atenção especial à uma alteração de comportamento, com relação ao uso do obéxirê (navalha), com o advento da AIDS e outras doenças contagiosas (hepatite, dengue, malária ...), nas cerimônias de uso coletivo, com a da Sexta-feira santa, dia de abertura de "curas" nas casas de candomblé, muitas já aderiram ao uso de lâmina descartável, adaptação correta e necessária, é óbvio e evidente que se deve preservar tudo que for possível em prol de uma identidade própria que a religião requer. 

"Candomblé é uma Religião primitiva com hábitos primitivos."

ORÚN: O céu, o além, o espaço sobrenatural, o outro mundo, outro plano. 

AIYÉ: O mundo, o universo físico concreto. 

"Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais aprofundamos nosso conhecimento, mais específico e articuloso será nosso conhecimento do que ignoramos - O conhecimento da nossa ignorância. Essa de fato é a principal fonte da nossa ignorância: o fato de que o nosso conhecimento só pode ser finito mas nossa ignorância deve necessariamente ser infinita."


Um pouco de teologia Yorubana

Numa densa síntese, a história nos informa que nos primórdios existia nada além de ar, Olorún era uma massa infinita de ar; quando começou a mover-se lentamente, a respirar, uma parte do ar transformou-se em massa de água, originado ÒRÌSÀNLÁ, o grande orixá-funfun, orixá do branco. 

O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles mesmos, através de uma interação própria, transformou-se em lama. 

Dessa lama originou-se uma bolha ou montículo, primeira matéria dotada de forma, um rochedo avermelhado e lamacento. 

Olorún admirou essa forma e soprou sobre o montículo, insuflando-lhe seu hálito e dando-lhe vida. 

Essa forma, a 1º dotada de existência individual, um rochedo d laterita, era Exú. Exú é o primeiro nascido da existência, símbolo de elemento procriado. 

Essa história foi recitada pelo Sr. David Agboola Adeneji, ancião de Iwo, na Nigéria.

A relação entre Olorún, proto-matéria do universo, o hálito - èmí - e o òfurufú , ar divino, com o elemento existencial que dá a vida o èmí é indiscutível. 

A posição de Orixalá na escala hierárquica e sua relação com o elemento água são igualmente indiscutíveis. 

Os mitos revelam que, em épocas remotas, o aiyé e o orún não estavam separados. 

A existência não se desdobrava em dois níveis e os seres dos dois espaços iam de um lado à outro sem problemas. 

Os orixás habitavam o aiyé e os seres humanos podiam ir ao orún e voltar. 

Foi depois de uma interdição é que a existência de desdobrou. 


ÌTÀN (lenda) da separação AYIE-ORÚN

Havia uma mulher estéril que insistia em ORIXALÁ (divindade mestra da criação dos seres humanos), para que pudesse gerar um filho, diante da insistência ele permitiu com a condição de este filho, jamais pudesse sair do AIYÉ. 

O garoto ao atingir puberdade, despertou a curiosidade de ir ao Orún, um dia fugiu de casa, ultrapassou os limites do aiyé e entrou em orún gritando e desafiando Orixalá , atravessou os vários espaços que compõe o Orún até chegar em Orixalá. Este irritado lançou seu òpàxòro (cajado) que veio cravar-se em aiyé, separando-o para sempre de orún e entre os dois apareceu o SANMÒ (céu-atmosfera). 

Existem nove espaços de orún (quatro deles situados sob a terra). 

Um dos nomes mais conhecidos de OYÁ IGBALÉ (igbalé= voltar à terra, aquela que retorna à terra) patrona dos mortos, é YÁSAN que deriva do seu ORÍKI: IYÁ-MESAN-ÒRUN - Mãe-dos-nove-òrun 

É também saudada como Alákòko, senhora do òpákòko, tronco ou ramo da árvore akòko, tronco ritual que liga os nove espaços do orún ao aiyé, e o "assento" consagrado onde serão invocados ao ancestrais. 


Lenda do nascimento de alguns Orixás (não reconhecida na Bahia)

OLORÚN (o céu-Deus)
OBATALÁ (céu)
ODUDÚA (terra)
AGANJÚ (a terra firma)
YEMANJÁ (as águas)
ORUNGAN (o ar)

Orungan, apaixonado-se por Yemanjá, consegue violá-la, esta foge perseguida pelo filho até que morre. 

Dos seios nascem dois rios que se reúnem e formam um lago, e do ventre nascem os orixás Dadá (deusa dos vegetais), Xangô (deus do trovão), Ogún (ferro e guerra), Olokun (deus do mar), Oloxá (deusa dos lagos), Oyá (deusa do rio Niger), Oxum (deusa do rio Oxum), Oko (deus da agricultura), Oxóssi (deus da caça), Òrun (o sol), Oxú (a lua). Lenda contada por A. B. Ellis.

"Quem não tem Religião ou alguma espiritualidade, tem que carregar sozinho seu fardo, resolver seus problemas astral/espiritual, não tem acesso a nenhuma forma de consulta e atendimento no plano astral, espiritual e religioso."

fonte:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=12



O Motivo



"Por mais que façamos pelas pessoas sempre haverá alguém que achará que foi pouco e sempre haverá um dia em que acharemos que o que fizeram por nós foi pouco"

Para se fazer uma obra deste gênero, é preciso uma boa motivação, neste caso uma somatória de razões: uma certa discriminação dos praticantes; um ataque exacerbado de outras religiões que para se promover, se aproveitam do desconhecimento de uma parte do povo, e nossa própria falta de organização; o desconhecimento de muitos por falta de uma linguagem simples e aplicativa; o Eró (segredo) exagerado por parte de Babalorixás e Iyalorixás, no afã de manter seus filhos da santo "prisioneiros" do seu conhecimento, como se fossem o supra sumo e único dono da verdade.

"O Direito e a liberdade para criticar nos leva ao dever de uma solução apresentar"

Como motivo maior, a falta de alguma forma de espiritualidade, que é a grande causa do aumento dos males do povo. Seguindo o mesmo princípio de que teremos um corpo saudável, a medida em que nos protegemos e fortalecemos fisicamente, quanto mais saudável e bem alimentado estivermos, mais imunes estaremos para com as doenças; espiritualmente, seguimos da mesma forma; quanto mais estivermos fortalecidos espiritualmente, maior será nossa imunidade contra os males que não enxergamos a olho nu: as energias negativas nas suas mais diversas formas.

Esta é uma visão totalmente de: dentro para fora, não para sua defesa, porque a mesma não precisa, tampouco para angariar adeptos, mas, para mostrá-la como ela é, e aconselhar ao leitor(a), a esvaziar a sua cabeça de todo e qualquer conceito ou preconceito negativo, quer seja por má informação, má iniciação, má experiência ou pessoas que tenha conhecido, praticantes, que como muitas, pecam pela ignorância, vaidade ou maldade, usando de forma errada, incompleta ou interesseira esta belíssima religião, a nós legada, pelo povo mais antigo do planeta, que pelo fato de ter sido o primeiro, portanto primeira criação Divina na terra, não poderia, jamais, pela própria interferência de Deus, ser um mau exemplo para a humanidade futura, com práticas religiosas absurdas, descabidas ou malignas como querem alguns; Faça você leitor(a), sua "nova" avaliação dessa maravilhosa religião que é o CANDOMBLÉ.

Com apenas um comparativo, teremos uma grande conclusão: De uma maneira generalizada as pessoas se alimentam, no mínimo três vezes ao dia, ou seja, café da manhã, almoço e jantar, um mínimo suficiente e necessário para uma vida saudável sem grandes interferências de doenças, ao menos as mais comuns; e espiritualmente, quantas vezes nos alimentamos por dia? 

Em uma grande maioria: nenhuma! 

Agora pergunto? 

O que é mais importante, nosso corpo físico ou a parte espiritual? 


Até hoje não encontrei um só, que não respondesse o óbvio - a parte espiritual - conclusão óbvia; "Se não alimentamos nosso espírito diariamente ao menos uma só vez, é evidente que o mesmo está e estará debilitado, nos sujeitando e expostos a todo e qualquer tipo de "sujeira astral", as cargas negativas" sobre as quais iremos relatar nesta obra.

A falta até mesmo de uma manutenção, da espiritualidade, pois é como uma planta, que deve ser regada todo tempo para não morrer, gera uma procura de pessoas às mais diversas formas de religiões ou afins, para solução dos males, os quais, muitos deles poderiam ser evitados. 

Com uma boa dose de espiritualidade, ainda assim as dificuldades e problemas existem, quanto mais para quem não a tem e cultiva.

"Falem dos meus defeitos, mas não me tirem as qualidades"

fonte:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=14



Problemas e Soluções dentro do Candomblé!




"A solução dos problemas não é uma mágica - como uma varinha de condão a qual batemos e o mal some ou as coisa se modificam instantaneamente mas cada problema tem um tempo e forma de solução."

De uma forma geral os problemas são comuns aos seres humanos: amor, trabalho, lar, saúde, estudo, magia, egun ("encosto" de pessoa já falecida), cargas negativas, inveja, mau olhado, "olho gordo", karma, retorno (lei do retorno, aqui se faz aqui se paga). 

A rotina diária, principalmente nas cidades, põe o indivíduo em contato com energias negativas que atuam no nosso campo astral/espiritual, impregnando-se em nossa aura e provocando distúrbios conhecidos popularmente como "corpo carregado". 

Estes distúrbios surgem, aparentemente sem uma razão concreta ou justificativa. 

Porém essas cargas negativas são reais, assim como os sentimentos - o amor e a inveja por exemplo - você não vê, mas existem e podem ser de diversas espécies e várias origens.

Espécies:
Inveja, "mau olhado", magia, "eguns" (espíritos) ... Existem pessoas, ainda que involuntariamente, por uma sensibilidade ou fraqueza astral/espiritual, absorvem cargas negativas de outras pessoas ou ambientes.

Origens:

- Dirigida: resultado de ação de magia, de inveja sofrida, mau olhado ...

- Ambiental: locais como cemitério e hospital (onde existe uma concentração de espíritos), casas, local de trabalho ...

- Egun: são de dois tipos distintos; 1) espíritos "sem luz" altamente destrutivos que "encostam" nas pessoas, quer por ação de magia ou ainda por sensibilidade da pessoa. 2) espírito de parentes ou amigos quando em vida, que no seu desconhecimento inicial do mundo espiritual, tentam nos "ajudar" mas acabam nos prejudicando sem perceber.

- Retorno: toda energia por nós emitida, seja positiva ou negativa, sempre volta com as suas conseqüências da Lei do retorno.


Os sintomas provocados pelas cargas negativas nos atingem de várias formas

Vida afetiva
Relacionamentos abalados ou destruídos, falta de atração pessoal, solidão.

Caminhos, trabalho e objetivos materiais
Projetos que não se realizam, dificuldade de relacionamento e produtividade no trabalho, desemprego e dificuldade para obtê-lo, "portas que se fecham", perdas e prejuízos ...

Disposição física e mental
Sensação de "corpo pesado" e peso sobre os ombros, pressão na nuca, tirando nossa energia e poder de reação, causando angústia, depressão, pessimismo, inquietação, nervosismo exagerado, insônia, sonolência durante o dia, cansaço, desânimo, vendo as coisas mais feias do que realmente são, sofrendo por antecipação, idéias ruins e de auto destruição.

Saúde
Saúde frágil, doenças que não curam, males que a medicina não explica ou detecte sua origem, dores de cabeça freqüentes, enxaquecas, dificuldade de cura...


As Soluções

"A solução dos problemas muitas vezes não é um fenômeno (como uma varinha de condão que batemos e o mal some ou as coisas se modificam instantaneamente) mas cada um tem uma forma de tempo de resolução."

"Através do trabalho de limpeza - ebó - que eliminam as energias negativas, que agem como um campo de força em torno da nossa aura, impedindo que coisas boas se aproximem e atraindo mais negatividade e dificuldades."

As soluções passam por uma "limpeza" e fortalecimento da aura, e são as mais diversas, através da diversidades de "sacodimentos" , oferendas, ebós, boris, obis, abôs, pembas ... sempre de acordo com o indicado pelo jogo de búzios, ou mesmo pela vasta experiência prática do babalorixá, o qual já sabe o que fazer em situação conhecida, pois muitas vezes não há a necessidade de se jogar os búzios, como nem sempre é preciso "fazer" alguma coisa, em virtude desta experiência, o babalorixá se torna um psicólogo prático, e um bom conselho e orientação resolvem situações. 

A forma varia de nação para nação, que são as origens dos locais africanos das diversas casas de candomblé; keto, angola, gêge, fon, ijexá...

Existem casos em que a "limpeza" por si só não é suficiente, oferendas aos orixás, para obtenção de alguma ajuda específica ou generalizada, é preciso, bem como, só oferenda e pedidos não é o suficiente - "para tratar uma ferida, é preciso, antes limpá-la" - há necessidade de se deixar a aura limpa para receber o axé necessário.

"A abertura de melhoria de determinados caminhos pode se obter através de pedidos aos orixás por meio de oferendas e Orô - reza dos orixás."

Oferenda
"Quando fazemos alguma oferenda, comida aos orixás, o orixá se utiliza dos elementos símbolos ali contidos e transforma em energia positiva, seu axé."

Ebó
"Trabalho de lipeza de aura das energias negativas (encosto de espíritos - magias - doenças de plano astral)"

Abô
"Banho de ervas (selecionadas) maceradas para lipeza de aura."

Pemba
"Favas - sementes - raladas com pemba (giz especial) branca, utilizada para limpeza da aura. 

Este pó deve ser passado na cabeça e corpo - utilizado para limpeza e energização."

Na minha ótica, qualquer problema é tratável sem a necessidade de uma iniciação, por mais grave que seja, a iniciação é um exercício de vontade, de amor ao orixá, o qual requer dedicação; fazer o "santo" é uma missão, é mais um elemento para atender ou auxiliar no atendimento à quem da religião necessitar, com todos os requisitos necessários ao bom cumprimento, seriedade, humildade, fé, disponibilidade de tempo quando solicitado em detrimento a um lazer pessoal.

Em muitos casos se restaura uma energia pessoal, que de certa forma foi "contaminada" e se acrescente uma boa dose de energia positiva a qual está necessitando para desempenho das suas funções. 

Este tipo de tratamento eu comparo como uma limpeza de caixa d'agua, onde se tira toda água suja, esfrega-se as paredes com um bom produto de limpeza e coloca-se água limpa, aliás operação que deveria ser feita periodicamente, pois o contato com essas energias negativas é comum e constante. 

Sabiamente em alguns lugares da China e da África um doente antes de se internar num hospital , passa por uma limpeza de aura, que vai auxiliar a sua cura. 

Assim como a gordura de uma cozinha se acumula sobre o azulejo, as energias negativas se acumulam sobre nossa aura, formando um "campo de força negativo" , onde as energias boas "batem e resvalam" , nos deixando expostos a toda gama de consequências já relatadas, que estamos sujeitos; e assim como não basta um pano com água para "lavar" a gordura do azulejo, mas um bom detergente; em nossa aura, é pura inocência achar que simples banho de água e sal ou poucas ervas, serão suficientes para um bom resultado, é como dar aspirina infantil para úlcera.

"Nosso orixá não tem obrigação de nos dar mas, o receber é consequência dos nossos atos."

"Receberemos o axé pedido se: Merecermos e se for o tempo de recebermos."

"Quem vê a vida somente com os olhos do interesse não enxerga o caminho."


FONTE:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=28


Somos um Povo Profano?


Não é, e nem pode ser coincidência, que a mitologia Egípcia, Grega e Romana, cujos povos surgiram bem mais tarde que o povo Africano (e alguns até oriundo de lá), seus deuses, tenham muita verossimilhança com os elementais (deuses) africanos, a interligação é muito grande e muito forte, o deus da caça, da colheita, da chuva, do vinho, da fecundidade, do amor, da saúde...acaso seriam eles, povos atrasados, ignorantes, imaginativos? Povos que hoje são considerados a base da humanidade moderna. Muita semelhança também está presente, na criação do mundo, segundo textos bíblicos, com a dos africanos, do povo yorubano, o homem sendo feito do barro (na história yorubana é moldado por Ajálá, o orixá funfun moldador de Orí -cabeça -), moldado e recebido vida pelo sopro do Criador; a separação do paraíso com a terra pela ira de Deus, com a história da separação do Aiyé e o Orún. 

O mercado, na região yorubá, tem a mesma função do Agora dos gregos ou o Forum dos romanos: um lugar de reunião, onde todo os acontecimentos da vida pública e privada são mostrados e comentados. 

Não há nascimento, casamento, enterro, festa organizada por grupos restritos ou numerosos,, iniciação ou cerimônia para os orixás, que não passem pelo mercado. 

No Brasil essa noção da "passagem ao mercado" continua presente e pode ser constatada quando os noviços no "dia do nome", são convidados a anunciá-lo claramente "para que todos ouçam seja na cidade e no mercado". 

Alguns missionários primeiros, que lá chegaram, constataram estas coincidências, mas não as revelaram, ao contrário, foram usadas, as lendas, de forma negativa, difundindo a imagem de povo politeísta, profano, tentando impingir-lhes o novo Deus, como único e verdadeiro. 

Consequencias, que acompanharam esses povos, quando da sua transferência ao Mundo novo por ocasião da escravidão, e desta feita, sofrendo com intensidade, toda carga repressiva pelo culto da sua religião, não sendo dado, vistas, e ouvidos, a toda sua história, origem, cultura e procedimentos. 

Que de uma forma muito tímida, e, infinitamente pequena, perante sua grandeza e liberdade tolhida, hoje tentamos resgatar e lhes dar o seu devido valor. 

O que nada mais é que nosso dever e obrigação, e ainda assim, seus seguidores, nos dias de hoje, são discriminados, e, algumas pessoas, entre elas, "novos" pastores, despreparados ou de má fé, por algum interesse ou comando, se aproveitando de uma situação atual, que parte de uma mídia lhes permite; agem como aqueles primeiros missionários, usando de forma negativa, os hábitos e usos, do qual alguns são ainda primitivos (até mesmo pela sua inocência, manutenção dos costumes e tradições, e muito mais por um ato de fé), para se beneficiarem, a atraírem mais fiéis, ou, contribuintes? Contudo a história ainda não está terminada, e, o passado revela que as perseguições, com o tempo, nada valeram, ao contrário, revelaram o engano cometido e o castigo devido.
fonte:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=14


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma Casa de Candomblé






Para existir um Ilê (casa de candomblé), é necessário um Babalorixá ou Yialorixá, competente, iniciado dentro da lei, seguindo rigidamente ao longo dos seus anos de iniciação suas normas e preceitos, pois somente assim terá o aval, o consentimento, o axé necessário para desenvolvimento das suas atribuições, atributos esses consignados por seu iniciador no nosso plano material, e seu consequente desempenho com resultados positivos junto à sua comunidade, que só serão obtidos com a aquiescência dos orixás que os monitoram de forma permanente, permitindo ou até mesmo interrompendo uma situação de resultados realmente significativos, quer seja na sua leitura esotérica ou no trato com o povo. 


Como ninguém planta de manhã para colher à tarde, um Ilê com axé, é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação, humildade, respeito e principalmente, conduta ritual, a medida que vai "merecendo" os orixás vão lhe "dando" ao ponto de se obter uma estrutura suficiente, para o início das atividades de um novo Ilê. 


Em alguns casos, até mesmo por falta de um controle e fiscalização, por parte de uma Confederação legitimada, decorrente da não organização dos adeptos, muitos por conveniência, tem casas que são verdadeiros comércios (não pelo fato de cobrarem algum benefício financeiro para sua manutenção e sustento) pelo exagero dos valores pedidos, se aproveitando do medo e da inocência de algumas pessoas, outras instituem total libertinagem por conveniência de seus comandantes e comandados, outras pela sua ignorância ou mal iniciação, em vez de ajudarem acabam causando um mal maior, e, infelizmente somos abrigados a conviver com essas situações que denigrem como um todo a nação candomblecista; Mas como Oxalá é sublime essas barreiras de alguma forma são superadas, não colocando em risco a religião yorubá, e tão somente fornecendo subsídios à algumas alas de algumas Igrejas, que se aproveitam desses casos de exceções para se enaltecerem e nos escrachar, com objetivos de "angariar" mais fiéis, visando uma melhoria de arrecadação, mas como Deus é único, de alguma forma nos protege e seguimos adiante. 


As pessoas que frequentam uma casa de candomblé, basicamente são: praticantes, simpatizantes e usuários. 


A procura por esta religião tanto para prática como consulta, muito é em virtude de um atendimento pessoal e individualizado, em que as pessoas tem uma participação ativa, naquele instante a pessoa não é uma a mais numa multidão, mas o centro das atenções, de uma forma que possa canalizar toda sua fé, para obtenção do seu objetivo, e frise-se, a fé é fundamental e necessária para qualquer intento, onde cada um deve fazer o melhor possível a sua parte, no caso de quem está sofrendo a ação, comparecer fisicamente com o material no dia e hora marcado, quando solicitado ou orientado para tal, e fazê-lo com muita fé e dedicação. 



A hierarquia


Observância de uma hierarquia rígida é o instrumento que mantém permanentes as instituições, como o Estado, o exército, a religião... sua tradução literal expressa: ordem e subordinação dos poderes eclesiásticos, civis e militares; graduação de autoridade, correspondente às várias categorias. 


Em princípio, é o tempo de iniciação religiosa que conta, vale o ditado - antiguidade é posto - seguido do Oye (cargo) que a pessoa ocupe; o mais velho é sempre o mais velho, não importa que mais moço tenha seu cargo religiosos de maior importância; exceção única, feita ao Babalorixá ou Yialorixá, que por poder absoluto, está acima de todo e qualquer outro. 


De casa para casa ou de nação para nação, variam os cargos e seus nomes, e um ou outro detalhe da escala hierárquica, Via de regra são: - abians - por exprimir uma vontade de participar, ou escolhido a fazer parte da comunidade, recebe do babalorixá, um fio de contas "lavado" (colar ritual, símbolo do orixá do neófito), ou tenha se submetido a um bori (dar "comida" à ori , cabeça física e astral); participam no Ilê, ajudando com tarefas civis, nas festas, na limpeza e arrumação e decoração do barracão, preparo de café e almoço, alguma ajuda na cozinha ritual, onde são preparadas as oferendas dos orixás e demais tarefas afins. - Iyawô - o iniciado, também chamado de adoxú (aquele que levou adoxum ), neste período não lhes são revelados segredos, ficará recluso alguns (que variam de 7 a 21, conforme sua nação), num lugar chamado roncó ou camarinha, um quarto fechado, com algumas esteiras, é confiado aos cuidados do seu ojúbonà (pai-pequeno ou pai-criador) que o auxiliará e ensinará alguns comportamentos durante todo período da iniciação, o qual juntamente com o iniciado, manterá resguardo neste período. 


Em um primeiro momento é feita a raspagem do cabelo, símbolo de submissão e humildade e preparo do oxú (o alto da cabeça, a moleira astral, chacra principal do corpo humano) para as obrigações principais. 


Neste período o iniciado tem como objetivo principal receber axé, a qual será responsável, pelo seu aumento e manutenção, através da rígida observância, da sua conduta ritual. 


Completados sete anos de iniciação, os iyawôs , após fazem sua "obrigação" ritualística que os 7 anos requer, tornam-se ègbónmí (egbomi - "irmão mais velho"), e tem direito a Ter seu próprio Ilê com a benção e autorização do seu babalorixá, bem como Poderá fazer parte do grupo dos Oloiês. - Oloiês`-, podem adoxús ou não-adoxús; os OGÃS, que quer dizer - chefe - podendo em alguns casos, ter seus otuns e osis ; os postos de AXOGUN, ALABÊ, OGOTUN, AFICODÉ, IPERILODÉ, ELEMOXÓ, ILÊIGBÓ, PEJIGAN em paralelo a IYAEGBÉ, IYAKEKERÉ (mãe pequena), BABÁKEKERÊ (pai pequeno), YIÁMORÔ, AJOIÊ ou EKÉDE, DAGÃ, SIDAGÃ, em casa de Xangô, o cargo da KOLABÁ, a IYÁ SIHA (relacionado a um ato litúrgico de Oxalá), IYÁEFUN(BABÁ), IYÁLOSSAIN (BABÁ), IYÁBASÉ. 


Mais especificamente no ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ tem os OBÁS DE XANGÔ, seis da direita (otuns), com voz e voto; seis da esquerda (osis) somente com voz. - Agbá - duas condições a um só tempo: a) antiguidade iniciática (mais de 50 anos); b) antiguidade cronológica (mais de 60 anos). - Iyálorixá - (Iyálaxé)/Babalorixá. 


Uma fila hierárquica, a exemplo da que acontece nas "Águas de Oxalá" assim e procede: Iyálorixá (babá), seguindo os demais Adoxú, quer sejam oloiês ou não, de acordo com o tempo de iniciação, sempre o mais velho na frente do mais moço, sendo a segunda da fila a(o) Iyáegbé (mais velho(a) adoxú do axé e segue a fila de acordo com o tempo de iniciação, atrás do último adoxú, alternando-se ogans e ajoiés, de acordo com o tempo de confirmação, atrás virão ao abians. 


O mais velho é tudo; sempre se é iyawô para o imediato "mais velho", no próprio "barco" (mais de um iniciado recolhido ao roncó para iniciação) de iyawôs encontramos a figura do mais velho, chamado dofono , e sucessivamente dofonitinho, fomo, fomotinho, gamo gamotinho... ao dofono é aquele a quem se pede a benção em primeiro lugar, devendo, este, contudo, ser o primeiro a servir seus demais irmãos mais moços. 


É muito importante o mais velho se colocar no difícil papel; é o responsável - sem que muitas vezes saiba - pelo futuro do seu mais novo, seus anseios, esperanças, fantasias... 



A quizila e as proibições


A quizila é uma forma de reação negativa que atinge as pessoas, quer seja fisicamente, causando algum mal estar, ou, na vida pessoal gerando algum "atrapalho" ou perda; e, acontece quando comemos ou fazemos algo que não devemos; todos os orixás tem suas quizilas, e como filhos devemos respeitá-las, por exemplo: não devemos comer determinadas comidas, que são oferecidas aos orixás, pelo fato que, quando oferecemos à eles esta comida, eles "transformam" as energias daquela comida, em energia positiva para nós, das quais estamos precisando constantemente, portanto é comida do orixá, não nossa. 


A quizila, em alguns casos, é como se fosse uma "alergia" natural, que comemos alguma coisa, e imediatamente temos uma reação alérgica, porém a mais perigosa é aquela que não sentimos de imediato alguma reação, o que erradamente leva alguns filhos de santo, usarem, um sistema, Ah! Eu comi, não fez mal, não terá problema, aí é que se enganam, pois a reação virá quando menos esperam, atingindo de alguma outra forma. 


Os iniciados sabem o que devem respeitar, se não o fazem é por serem descomprendidos, evidente que há casos de desconhecimento, por uma má iniciação, e muito mais valor terá, se gostarmos daquilo que não podemos, pois é muito fácil se evitar, o que não gostamos. 


As proibições mais comuns, são com relação a determinadas comidas, temperos, folhas, bebidas, cores...

FONTE:http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=25



terça-feira, 23 de abril de 2013

COMPORTAMENTO DE INICIADOS E ABIAN




Julho 17, 2012 por Da Ilha
Creio que este assunto não se esgota facilmente. 

As relações interpetuosas entre filhos e sacerdotes dentro dos Ilè Àse precisam ser cada vez mais  lapidadas. 

Os tabus referentes a maus tratos (físico, oral e gesticular) contra sacerdote, ancião, pai e mãe desagradam os olhos de Òlódúmarè.

O assunto abordado abaixo pede uma reflexão, vivemos pedindo respeito pelo nosso culto/religião, será que estamos respeitando-os com devido peso, com a mesma reciprocidade.

Òrúnmìlá no Odù Òsá’Ìwòrì nos diz:

“Se eu lhe der tudo que você me pede, será que você irá se esforçar por si mesmo.”

Boa leitura.

Cuide do seu santuário (se tiver algum) com sinceridade, humildade e limpeza. 

Não se aproxime de seus santuários se você foi beber fumar ou ter relações sexuais. 

E nunca venha de forma “impura”.

Não faz sentido para mim se você usa ilekè e se veste como uma “stripper” ou “bandido”. 

Então, por favor, vista adequadamente se você estiver usando ilekè.

Nunca finja ser algo que você não é. 

Se você recebeu um igbá e não passou por Igbodu (processo de iniciação), então você só tem um igbá de òrìsá. 

Você não é um sacerdote ou a sacerdotisa da divindade assentada.

Se o seu pai diz que você precisa ter relações sexuais com ele para remover qualquer tabu ou para subir na vida, fuja dele. 

Ele é charlatão, uma fraude e etc.
Se estiver participando de um sire òrìsá, por favor, se vista adequadamente. 

Minissaias, tops, shorts, não podem, usar calças compridas também não, ficar na frente dos atabaques é desrespeito ao Ilè e ao òrìsá.

Ao cumprimentar um sacerdote ou sacerdotisa em público, é apropriado Kunle (reverência leve, dobrar joelhos) ou mesmo Dobale (ir ao chão) para eles. 

Eu sei que isto vai levantar as sobrancelhas, mas para fazer Foribale para alguém em público em um ambiente não espiritual é um sinal de arrogância.

Como cumprimentar um santuário ou sacerdote depende do seu sacerdote. 

Eu já vi isso ser feito de forma diferente por pessoas daqui dos estados e do exterior (Nigéria e Daomé). 

Quando em dúvida, mostre o seu respeito.

Nunca se deve fumar beber, usar drogas, ter relações sexuais, usar de palavrões enquanto se usa seu ileke (fio de contas). 

Estas são ferramentas sagradas que foram dadas a você e você deve tratá-las como tesouro.

Se você não estiver satisfeito ou deseja sair da casa espiritual do seu sacerdote e o seu desejo é seguir em frente, de a devida notificação. 

Solicitamos que se possível, ofertar Adimu de partida (oferta) e seguir seu caminho em paz.

Nunca use o que foi ensinado pelo seu sacerdote para fazer mal aos outros. 

Lembre-se a energia que você colocar para fora vai voltar para você. 

Se você enviar a negatividade, a negatividade vai voltar para você. Se você enviar amor e paz, o amor e a paz vão voltar para você.

Nunca, jamais, doe seus igbás. (ouça seu sacerdote!). 

Um Igbá òrìsá deve nascer dentro do santuário, Igbá não nasce por osmose! Isto é um tabu, mas infelizmente e vergonhosamente muitos estão fazendo isso.

“Compra de Igbá”, tem gente tentando acumular o maior número possível e isto não é bom, se você não tiver autorização através da adivinhação adequada de montar seus Igbás não o faça. 

Ter um Igbá Òrìsá é um trabalho árduo. 

Estes são representações do òrìsá e requer muito cuidado.

Lembre-se, não é sobre você (humano), nem sobre mim,  mas sobre Egúngún, irunmolè, òrìsá e Òlódúmarè!

Texto garimpado na net, caso você conheça o auhttp://ocandomble.wordpress.com/2012/07/17/comportamento-de-iniciados-e-abian/tor nos informe.