CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Preceitos de coleta das folhas sagradas.



Para colher as plantas...

Os Oloòsányìn ou Babalòsányìn são também chamados de ònìsegun, "curandeiros" em virtude de suas atividades no domínio das plantas medicinais. 

Um Babalòsányìn quando vai colher as plantas está num total estado de pureza: abstem-se de relações sexuais, na noite anterior, e vai para floresta durante a madrugada sem dirigir a palavra a ninguém. 

Além disso, arreia uma oferenda a Osanyin na entrada da floresta no intuito de pedir licença, para colher as ervas para seus trabalhos.

Ainda ao entrar na mata mastiga durante algum tempo elementos mágicos como obì ou pimenta da costa.

As folhas e as plantas constituem a emanação direta do poder da terra fertilizada pela chuva. São como as escamas e as penas que representam o procriado.

O sumo das folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é um dos axés mais poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que advém. No ato de se macerar as folhas, entoam-se cânticos chamados de sàsányin.

Ossanha ou Ossãe é o Orixá das plantas medicinais e litúrgicas. Orixá das Folhas e das Matas.

É fundamental sua importância, porque detém o reino e poder das plantas e folhas, imprescindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Orixás através do omieró ou abô (banho feito de ervas), assim como sobre todas as cabeças. 

Também a ele pertencem os ossos, nervos e músculos. 

As pessoas com defeitos físicos nas pernas, e que não possuem uma das pernas, quase sempre estão ligadas de alguma forma a esse Orixá, pois ele se apresenta sem uma das pernas, seja simbolicamente, assim como em transe dança com uma das pernas encolhidas como se não a possuísse, muitos de seus filhos conhecidos de todos nós, que não possuem uma das pernas quando da manifestação de Ossãe, dançam toda uma noite em uma perna só. 

Como as folhas estão relacionadas com a cura, Ossãe também está vinculado à medicina.


O segredo de todas as ervas.



Mais sobre Osanyin...

Ossain, Osanyin é a detentora(o) do segredo de todas as ervas existentes.

Cada divindade tem as suas ervas e folhas particulares, mas só Osanyin conhece profundamente o poder ou axé das folhas.

O poder de Osanyin está num pássaro que é o seu mensageiro. 

Este pássaro voa por toda parte do mundo e pousa em cima da cabeça de Osanyin para lhe contar todos os acontecimentos. 

Este pássaro é um simbolismo bastante conhecido das feiticeiras freqüentemente chamadas de elewú-eiyé, ou seja, "proprietárias do pássaro-poder".

Osanyin vive na floresta em companhia de àroni, um anãozinho de uma perna só que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas. 

A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses.

As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas pode ser múltipla, para diversos fins.

As folhas como as escamas e penas são e representam o procriado. 

Elas representam o "sangue-preto", axé do culto.

OSSAIN possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. 

O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. 

Nada se faz no candomblé sem este orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um borí específico para Ossain, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância, para seu efeito, da colaboração de Ossain.

 Há um encarregado de recolher as folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado olósàyin.


O SENHOR DAS FOLHAS.



Ossain 

Divindade das folhas medicinais e liturgias. Detentor do axé (força, poder, vitalidade). 

Seu símbolo é uma vara de ferro com sete pontas dirigidas para cima, com a imagem de um pássaro na ponta central.
Dono do segredo e das folhas é considerado o médico do candomblé.

Sua importância é tão fundamental, que nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença.

Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam seu poder, sua força.

Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem sua presença, nenhuma cerimônia pode se realizar, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde da folhas.

As folhas de Ossaim veiculam o axé oculto, pois o verde é uma das qualidades do preto. As folhas e as plantas constituem a emanação direta do poder da terra fertilizada pela chuva. São como as escamas e as penas, que representam o procriado. O sangue das folhas é uma das forças mais poderosas, que traz em si o poder do que nasce e do que advém.

É preciso esclarecer que o sangue (ejé) é um elemento essencial no Candomblé. Três são os tipos de sangue: o vermelho, dos animais, do azeite-de-dendê, do mel; o preto (verde), do sumo das folhas, e o branco, do sêmen, do vinho de palma, da água.

As folhas constituem o fundamento inicial do Candomblé. Antes de passar por qualquer ritual, o neófito tomará o banho de ervas (amassi) que o purificará e será sua primeira consagração dentro do culto. É com o amassi que se lavam os colares, os objetos rituais do ibá, a cabeça, a alma e o corpo dos iniciados. É sobre as folhas sagradas de ossaim que repousará a iaô em sua consagração ao orixá. É com as folhas que os animais consentem o sacrifício. Ossaim é, portanto, a primeira consagração no Candomblé: primeira e constante, pois a folha faz parte do dia-a-dia dos adeptos do Candomblé; Ossaim é imprescindível à religião, aos orixás e aos iniciados.

Todas as folhas possuem poder, mas algumas têm finalidades específicas e não servem para o banho ritual. Nem todas as folhas servem para os ritos do Candomblé. Nos banhos de amassi, por exemplo, deve ser utilizada folha não-leitosas que não queimem; outras, como o Oju-orô, devem passar por uma preparação especial antes de ser utilizadas nos banhos. Em outros termos, existem folhas que podem ser usadas nos rituais e folhas que não podem; outras devem passar por ritos especiais, algumas folhas não servem para o banho. Enfim, as folhas possuem inúmeras utilidades dentro e fora do Candomblé, mas é preciso que o sacerdote saiba utilizá-las de maneira correta.

Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que conseqüências desastrosas não atinjam os seres humanos.

A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem as pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.

Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande (ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas possui um só tronco.

De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflete, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn - mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas - e os Babalawó - sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.

Originário de Iraô, atualmente na Nigéria, não fazia parte dos 16 companheiros de Odúduwà quando na chegada de Ifá (Orunmilá). Patrono da vegetação rasteira, das folhas e de seus preparos, defensor da saúde, é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Cada Orixá tem a sua folha, mas só Ossain detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ele nenhuma cerimônia é possível. Osanyin usa uma cabaça chamada Igbá-Osanyin. Fuma e bebe mel e pinga. 

Osanyin também é um feiticeiro, por isto é representado por um pássaro chamado Eleyê, que reside na sua cabaça. As proprietárias do pássaro do poder são as feiticeiras. Ele carrega também sete lanças com um pássaro em cima da haste, o qual é seu mensageiro e voa para trazer-lhe notícias. Osanyin está extremamente ligado a Orunmilá, Senhor das Adivinhações. Estas relações, hoje cordial e de franca colaboração, atravessaram no passado período de rivalidade. 

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes. Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossain para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.

As folhas de Osanyin veiculam ao axé oculto, pois o verde é uma das qualidades do preto. As folhas e as plantas constituem a emanação direta do poder da terra fertilizada pela chuva. São como as escamas e as penas, que representam o procriado. O sangue das folhas é um dos axés mais poderosos, que traz em si o poder do que nasce e do que advém. 

OSANYIN existe em todas as folhas, por isso quando as queimam as matas ele fica revoltado com o ser humano, que destrói a força da natureza, que é a cura de todas as doenças que existem e que vão existir.

Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima à fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam do panteão jeje assimilado pelos nagôs, como Nana, Omolu, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia ioruba. Contudo, é evidente que entre os jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.

Uma confusão latente se refere ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.

Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra. 


Personalidade dos filhos de Ossain ( Arquétipo)


Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que suas simpatias ou antipatias interfiram em suas opiniões sobre os outros. 

Controlam perfeitamente seus sentimentos e emoções. 

Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais em suas decisões.

São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. 

Participam de pocas atividades sociais, preferindo o isolamento. 

Elas evitam falar sobre sua vida, sobre seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva.

Pressa e ansiedade não fazem parte de suas características, pois são pessoas detalhistas e caprichosas no cumprimento de suas tarefas. 

Possuem gosto por atividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.

O arquétipo de Ossain é o das pessoas de caráter equilibrado, capaz de controlar seus sentimentos e emoções, defensor da natureza, porém sem julgar ou condenar. 

As simpatias e antipatias, jamais intervêm em suas decisões ou influenciam em suas opiniões, são ótimos conhecedores de folhas.

Os filhos de Ossanha são calmos, ingênuos e pacíficos. 

Defendem a ecologia.

Os filhos de Ossãe são, de um modo geral, pessoas equilibradas, controladas tanto em suas emoções como em seus sentimentos. 

Agem de maneira racional, não deixando que a amizade, a inimizade ou opiniões próprias suas interfiram em suas decisões para com os outros, e sim do que de fato é direito de ser. 

Possuem grande capacidade e eficiência.


Resumo: São pessoas frágeis, saúde delicada, esforçados, volúveis, sem ambições, estudiosos, sonhadores, esquisitos e desligados, preservam a liberdade, propenso a homossexualidade, dotados de muita energia, prestativos, carentes desinteressados, ligados a família, mas gostam de viver de forma independente.

O arquétipo dos filhos de determinado Orixá, é um estudo profundo e que muitas das vezes não condiz com o que o Orixá apresenta. 

Vale lembrar que os Arquétipos são dados a essa ou aquela pessoa por características que são predominantes nos seus Orixás (eledá e ajuntó). 

Para facilitar o entendimento, geralmente o tipo físico é dado a partir do físico do Orixá (Oxum, Yemanjá – Predominância por gorduras localizadas e alguma tendência a engordar – Ogum, Oxóssi – Pessoas esguias e ágeis que tem no pisar o silêncio dos guerreiros que se faz necessário para não afastar a vítima ou a presa). 

Do ponto de vista emocional e psicológico, Oxum e Yemanjá seriam pessoas mais controladas e menos dadas a rompantes e combates, como seria Ogum, Oxóssi e Iansã. 

Xangô seria a figura do homem velho que nem sempre resolve tudo a ferro e fogo. 

Mas essas características são contrabalanceadas pelos ajuntós. Geralmente o Eledá traz alguma característica que muitas das vezes são acentuadas, desacentuadas ou mudadas pelas características do ajuntó. Portanto pode se ver uma filha de Yemanjá magérrima, visto que o ajuntó é Oxóssi e vice-versa. 

Os filhos de Ossâim são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. 

Ossâim é reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. 

Os filhos de Ossâim são individualistas no sentido de não se preocuparem com o que acontece fora da sua esfera. São pessoas muito ligadas às religiosidades e pelos aspectos ritualísticos. 

A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos o fascinam. 

São pessoas meticulosas, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é caprichoso. 

Por isso as profissões dos filhos de Ossâim são aquelas que não requeiram pressa.

São pessoas que não gostam de trabalhar em conjunto, há não ser quando somente o conjunto pode gerar o resultado esperado. 

Pela necessidade de isolamento e independência, os filhos de Ossâim podem abraçar profissões artesanais, que exijam o trabalho lento e meticuloso, como um ritual que quando não feito de maneira correta e meticulosa pode botar tudo a perder. 

Em termos físicos, são pessoas elegantes e esguias, mesmo quando tem como ajuntó Yemanjá ou Oxum. 

Não aparentam grande força física, mas detém uma grande energia reservada para uso quando necessário. 

Uma particularidade física muito comum são os cabelos lisos e compridos. 

São capazes de amar, mas não o tempo todo. 

O silêncio, porém, não pode ser entendido como sinônimo de falta de carinho: é apenas seu gosto pela ausência de sons, pois, quando há algum problema, ele dificilmente esconde seu ponto de vista.


O Culto ao Orixá Ossain



Assim como os Orixás das florestas, Ossaim é cultuado as quintas-feiras, se bem que alguns zeladores e zeladoras apresentem seus dias de culto de maneira diferente. 

Como é um orixá voltado ao culto em si e à religião como forma organizada de comunicação entre os homens e o sobrenatural, todos os seus ritos exigem muitos detalhes e inúmeros cuidados para não se quebrar as regras de como se colhe uma folha de uma árvore ou se arrumam os ingredientes para uma obrigação de Ossaim. 

Em algumas áreas do Brasil, Ossâim é sincretizado em São Benedito, alguns zeladores e zeladoras dão a este Orixá o sincretismo de Santo Expedito, visto que o mesmo segura um ramo de folha em uma das mãos. 

Mas em geral é sincretizado na figura do Saci Pererê, figura mitológica que traduziria a função de encantado da mata, aquele que existe e ao mesmo tempo não. 

Sua filiação é Yemanjá e Oxalá (alguns historiadores dão Nanã e Oxalá), sua atuação seria na cura e na liturgia, sua cor variam de vermelho e azul, verde e branco e preto e amarelo (mais comum). 

A comida ritualística mais conhecida seria o padê de mel, coberto de fumo de rolo servido com um coeté de cachaça e entregue com uma vela preta e amarela. 

A ele são sacrificados bodes e galos. Sua saudação é Eu Eu!!!


Ossain e suas qualidades


Qualidades

Ossãe é a divindade das folhas litúrgicas do axé e a sua importância é fundamental e sem essas jamais poderíamos preparar um Yawo.

Ossãe está sempre ligada a Orunmilá Ifá. 

São cinco as qualidades de Ossãe conhecidas: 

Aroni (ou afuemo): uma qualidade bastante selvagem 

Ágüe: (também chamado de Ossãe) este se pode assentar 

Aga: Este é aquele que mora dentro dos ronkós 

Ebenedi.: Este é o que se arruma no tempo de todas as casas de candomblé 

AGUÉ
Usa roupa e contas rosas rajado de verde. Come com OSÙMÀRÈ e OYA.

MOKOSSU
Um tipo velho vive escondido no mato, fuma muito e bebe com abundância. Tem caminhos com ÈSÙ.

GAYAKU
É novo, muito vivo só vive em cima das árvores, nunca aparece nos lugares habitados. Come com ÒSÓÒSÌ e aparece na roda do PADE.

AGBÉNIGI
É velho, grande feiticeiro, dono do pássaro sagrado e o único que chega bem perto das YIAMIN OSORONGÁ. Dono absoluto do poder das ervas. Come diretamente com ÈSÙ.

ARONY
Recebe uma saudação própria, diferente dos outros. 

Apesar de ser companheiro de AGBÉNIGI, é mais terrível, fumando seu cachimbo faz mais bruxarias que os outros. 
Só come bicho de duas pernas.

Sua saudação:
VÓLÀ VÓLÀ EWÉ, quer dizer: Dono de uma perna que come o dono de duas pernas.

IBENEJI: É o mais velho, usa mel e favos, etc.

IKINISE: Usa cachimbo e facão niquelado ou de prata, na saída no barracão. Outras Qualidades:





Orixa Ossanym e seus aspectos gerais



Aspectos Gerais

DIA: Quinta-feira.

DATA: 5 de outubro.

METAL: Estanho.

CORES: Verde e branco. verde e rosa, ou amarelo, marrom

GUIA: 01 conta verde e 01 conta branca

QUIZILIA: ventania, jiló.

OFERENDA: Pipoca, lingüiça de porco frita, figo e opeté de batata inglesa esmagada com uma pitada de azeite-de-dendê, a qual se dá forma de um cone.
Canjiquinha, pamonha, inhame, bolos de feijão e arroz, farofa de fubá; abacate.
Bebida: aluá, batida de mel.

COMIDAS: Fumo, mel, milho vermelho, espigas regadas com mel.

BEBIDAS: Aluá água de coco, gengibre, rapadura ralada e água de coco, cachaça de alambique, vinho tinto ou branco, melaço de cana.

SÍMBOLOS: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada).

FERRAMENTAS: coqueiro, muleta, bisturi, cágado, moedas e búzios. 

ELEMENTOS: Floresta e plantam selvagens (terra).

REGIÃO DA ÁFRICA: Iraó.

TOQUE: Ijexá.

PEDRA: Esmeralda.

FOLHAS: Peregun, são-gonçalinho, garobinha-mas todas as folhas são de Ossaim.

Amendoim: Ossaim aprecia muito e adora saboreá-lo torrado, sem casca. 

O amendoim fornece um bom óleo para luz e também para a cozinha. Suas sementes são estimulantes e fortalecem as vistas e a pele, além de ser em excelente afrodisíaco. Nos rituais, é empregado cozido e utilizado em sacudimentos, com excelentes resultados.

Coco de Dendê: É conhecido entre os Yorubás como Adin. Sua semente, desprovida da polpa, fornece um óleo branco, sólido, e serve para substituir a manteiga. É a chamada manteiga de karité. Este coco é muito prestigiado pela medicina caseira, pois debela cefaléias, anginas, fraqueza dos órgãos visuais e cólicas abdominais.

Erva de Passarinho: É muito aplicada principalmente no abô do orixá, nas obrigações renovadas anualmente e nos abô de babalossaim. Nas renovações, esta planta é a duodécima folha que completa o ato litúrgico renovatório. Na medicina popular, esta planta é empregada com sucesso absoluto, contra as moléstias uterinas, corrimentos e também para dar fim às úlceras. As folhas e flores são usadas em caso de diabetes, hemoptises e hemorragias diversas.

Erva de Santa Luzia: Muito usada nas obrigações de cabeças, ebori, lavagem de contas, feitura de santo e tiragem de zumbi. De igual maneira, também se emprega nos abô, banhos de descarrego ou limpeza dos filhos dos orixás. A medicina popular a consagrou como um grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.

Gitó – carrapeta: Sua utilização se restringe ao uso litúrgico e ritualístico. É largamente empregada nos banhos de limpeza e purificação do orixá. Usada também em banhos de cabeça para desenvolver a vidência, audição e intuição. A medicina popular aplica-a na cura de moléstia dos olhos, porém em lavagens externas.

Guabira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos banhos de purificação e limpeza dos filhos dos orixás. A medicina caseira a indica no sentido de pôr fim aos males dos olhos conjuntivites. Em banhos, favorecem aos que sofrem de reumatismo e devem ser feitos em banheiras ou bacias, sendo mais ou menos demorados.

Lágrima de Nossa Senhora: É usada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de descarrego ou limpeza. O povo a indica como excelente diurético, em chá. Os banhos debelam o reumatismo e reduzem as inchações. As folhas e as sementes são indicadas para banhar os indicadas para banhar os olhos, propiciando bem-estar. A aplicação deve ser feita pela manhã, após ter deixado o banho ficar na noite anterior sob o sereno. Retire antes do sol nascer e aplique sobre os olhos.

Narciso dos Jardins: Entra nos trabalhos em razão de ser suporte para o fetiche de Ossaim, para o assentamento. Para ser utilizada, plante-a em um pote, no canto do vegetal, coloque o fetiche e por dentro do pote prenda o pé do fetiche com um pouco de tabatinga deixa-se secar em lugar longe de correntes de vento para que possam ter perfeita fixação. Quando estiver seco, o trabalho procede-se com o sacrifício da ave correspondente ao orixá da folha (o galo), deixando o ejé banhar todo o fetiche. Acrescente fumo de rolo, banhe todo o fetiche com vinho moscatel e mel de abelhas, separadamente. Ao terminar, coloque o pote, com um abrigo circular por cima, e leve-o para cima do telhado do terreiro, lado esquerdo de casa e direito de quem a olha de frente. Não possui uso na medicina popular, pois é tida como planta venenosa.
Quebra-pedra, mamona, pitanga, jurubeba, coqueiro, café

ODU QUE REGE: Iká.

ILEKÉ: Verde rajado de amarelo.

DOMÍNIOS: Medicina e liturgia através das folhas. Mata virgem, o axé das ervas o que faz:dá força curativa às ervas medicinais. 

Quem é: o curandeiro, o mago dono da força das plantas. 

SAUDAÇÃO: Ewé ó!, Eueu ou Èwe Èwe Asa

AVE: Galo carijó, pombos, Galo cinza com vermelho.

QUATRO PÉS: Qualquer cor menos preta.


Lendas de Ossain


... Ossain foi escravo
A história revela que ossain era escravo de orunmilá e recusava-se a cortar as folhas que teriam inúmeras utilidades na manutenção da saúde das pessoas: ervas que curam febre, as dores de cabeça e as cólicas. Tomando conhecimento do fato, Orunmilá quis ver quais eram as ervas de tão grande valor. Convencido do conhecimento de Ossain, Orunmilá percebeu que ele poderia lhe ser útil e o manteve para sempre a seu lado para as consultas.



... Os segredos das folhas lhe pertencem
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por não deter os conhecimentos secretos sobre a utilização das folhas, usou de um ardil para tentar usurpar de Ossain a propriedade das folhas. Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos. Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. "Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.

Iansã aceitou a missão com muito gosto. O vento soprou as grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram. Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto. Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.


... O nome das plantas
Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas. 

Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olodumaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ? 

Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra. 

Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho. 

Perguntou: Òsanyìn aonde vai? 

Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios". 

Òrúnmílá disse muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas, porém não conhecia seus nomes. 

Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia. 

Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos. 

Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas. 


... Livre para o mundo
Desde pequeno Osanyin andava metido mata adentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Osanyin resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro.

Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. Osanyin não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico.

Tempos depois, a mãe de Osanyin adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Osanyin exigiu o pagamento de sete cauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse ao mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete cauris e sua mãe foi salva. Osanyin curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.


... Novamente Sango
Osanyin havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Sangô se queixou à sua mulher, Yansan-Oyá, senhora dos ventos, de que somente Osanyin conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros deuses estavam no mundo sem possuir poder sobre nenhuma planta.

Oyá levantou as saias e agitou-as, impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Òsanyìn guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de iroco. Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou "Ewê O!! Ewê O!" (Oh! As folhas!! Oh! As folhas!!).

As folhas voaram pelo mundo e os Orisás se apoderaram de algumas delas, mas Òsanyìn continuou dono do segredo das suas virtudes e dos cantos e palavras que devem se dizer para que sua força, Axé, apareça.



Ossaim dá uma folha para cara orixá
Ossaim, filho de Nana e irmão de Oxumaré, Ewa e Obaluaê, era o senhor da folhas, da ciência e das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os orixás recorriam a Ossaim para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossaim na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossaim oferecer seus sacrifícios. Em troca Ossaim lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abo, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as desinteiras, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.

Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os orixás deveriam compartilhar o poder de Ossaim, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossaim dividisse suas folhas com os outros orixás. Mas Ossaim negou-se dividir suas folhas com os outros orixás. Xangô então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossaim par que fossem distribuídas aos orixás. Iansã fez o que Xangô determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô. Ossaim percebeu o que estava acontecendo e gritou: ”Euê uassá!” “As folhas funcionam!”

Ossaim ordenou que as folhas voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossaim. Quase todas as folhas retornaram para Ossaim. As que já estavam em poder de Xangô perderam o axé, perderam o poder de cura.

O orixá-rei, que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossaim. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossaim e que assim devia permanecer através dos séculos. Ossaim, contudo, deu uma folha a cada orixá, deu uma euê pra cada um deles. Cada folha com seus axés e seus ofós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais a folhas não funcionam. Ossaim distribuiu as folhas aos orixás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si.

Ossaim não conta seus segredos para ninguém, Ossaim nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os orixás ficaram gratos a Ossaim e sempre o reverenciam quando usam as folhas. 



Ossaim é mutilado por Orunmilá
Ossaim vivia numa guerra não declarada contra Orunmilá, procurando sempre enganá-lo, preparando armadilhas, para transtorno do velho.

Um dia Orunmilá foi consultar Xangô para descobrir quem seria aquele inimigo oculto que o atormentava, Xangô aconselhou-o a fazer oferendas, devia oferecer doze mechas de algodão em chamas e doze pedras de raio, edum ará, se isso fosse feito, seria desvendado o segredo.

Ao iniciar o ritual, Orunmilá invocou o poder do fogo, no mesmo momento, Ossaim andava pela mata procurando novamente algo para enfeitiçar Orunmilá, Ossaim foi surpreendido por um raio, que lhe mutilou o braço e a perna e o cegou de um olho.

Orunmilá seguiu para o local onde se via o fogo e ouviu gemidos do aleijado, ao tentar ajudar a vítima, encontrou Ossaim, descobrindo por fim quem era seu misterioso inimigo. 



Ossain recusa-se a cortar as ervas miraculosas.
Ossain era o nome de um escravo que foi vendido a Orunmila. Um dia ele foi à floresta a lá conheceu Aroni, que sabia tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossain e ensinou-lhe todo o segredo das ervas. Um dia, Orunmilá, desejoso de fazer uma grande plantação, ordenou a Ossain que roçasse o mato de suas terras. Diante de uma planta que curava dores, Ossain exclamava: "Esta não pode ser cortada, é as erva as dores". Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia: "Esta estanca o sangue, não deve ser cortada". Em frente de uma planta que curava a febre, dizia: "Esta também não, porque refresca o corpo". E assim por diante.

Orunmilá, que era um babalawo muito procurado por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossain ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas miraculosas. E assim Ossain ajudava Orunmilá a receitar a acabou sendo conhecido como o grande médico que é. 


...Outra lenda...
Ossain era o filho caçula de iemanjá e Oxalá e, desde pequeno, vivia no mato. Tinha uma habilidade especial para tratar qualquer doença, por isso viajava pelo mundo inteiro, sendo sempre recebido com carinho pelo rei de cada tribo. Ele recebeu de olodumaré o segredo das folhas; assim, sabia qual delas curava doenças, trazia vigor ou deixava as pessoas mais calmas.

Os outros orixás invejavam o irmão, pois não tinham esse poder e dependiam de ossain para ter sucesso. Ele cobrava por qualquer trabalho, aceitando mel, fumo e cachaça como pagamento pelas curas que realizava.

Xangô, que era temperamental, não admitia depender dos serviços de ossain, e por isso pediu a sua esposa yansã, orixá que domina os ventos, para que as folhas voassem em direção a todos os orixás, para que cada qual exercesse domínio sobre uma delas. Em meio a ventania, ossain repetia sem parar: "eu, eu assa!", que significa "oh, folhas!". E com esse tipo de reza, embora cada orixá tenha se apossado de uma folha, ossain evitou que seu poder fosse distribuído entre os irmãos, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas e o segredo de pronunciar essas palavras de maneira a conservar o poder sobre elas. Com sua sabedoria, ate hoje ossain permanece o rei da floresta, sendo considerado o orixá da medicina.


ORIKI OSSANYI
Agbénigi, òròmodìe abìdi sónsó
Aquele que vive nas árvores e que tem um rabo pontudo como estaca.
Esinsin abedo kínníkínni;
Aquele que tem o fígado trasparente como o da mosca.
Kòògo egbòrò irín
Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro.
Aképè nigbà òràn kò sunwòn
Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem.
Tíotio tin, ó gbà aso òkùnrùn ta gìègìè.
O esbelto que quando recebe a roupa da doença se move como se fosse cair.
Elésè kan jù elésè méjì lo.
O que tem uma só perna e é mais poderoso que os que têm duas.
Ewé gbogbo kíki oògùn
Todas as folhas têm viscosidade que se tornam remédio.
Àgbénigi, èsìsì kosùn
Àgbénigi, o deus que usa palha.
Agogo nla se erpe agbára
O grande sino de ferro que soa poderosamente.
Ó gbà wón là tán, wón dúpé téniténi
A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças.
Aròni já si kòtò di oògùn máyà
Àròni que pula no poço com amuletos em seu peito.
Elésè kan ti ó lé elése méjì sáré
O homem de uma perna que exita os de duas pernas para correr. 


ORÍKÌ Ossain



Agbénigi, òròmodìe abìdi sonso.

Esinsin abedo kínníkínni;

Kòògo egbòrò irín

Aképè nìgbà oràn kò sunwòn

Tíotío tín, ó gbà aso òkùnrùn ta gìègìè.

Elésè kan jù elésè méjì lo.

Aro abi-okó lièliè

Ewé gbogbo kíki oògùn

Agbénigi, èsisi kosùn.

Agogo nla se erpe agbára

Ó gbà wòn là tán, wòn dúpé téniténi.

Aròni já si kòtò di oògùn máyà

Elésè kan ti ó lé elésè méji sare


Quer dizer:

Agbénegi, que vive na árvore e que tem um rabo pontudo como um pinto.

Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca

Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro

Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem.

O esbelto que quando recebe a roupa da doença se move como se fosse cair

O que tem uma só perna e é mais poderoso que os que têm duas

O fraco que possui um penis fraco

Todas as folhas têm viscosidade que se tornam remédio

Agbénigi, o deus que usa palha.

O grande sino de ferro que soa poderosamente

A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças

Aroni que pula no poço com amuletos em seu peito

O homem de uma perna que incita os de duas pernas para correr.


ORIKI OSSANYI


Agbénigi, òròmodìe abìdi sónsó
Aquele que vive nas árvores e que tem um rabo pontudo como estaca.

Esinsin abedo kínníkínni;
Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca.

Kòògo egbòrò irín
Aquele que é tão forte quanto uma barra de ferro.

Aképè nigbà òràn kò sunwòn
Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem.

Tíotio tin, ó gbà aso òkùnrùn ta gìègìè.
O esbelto que quando recebe a roupa da doença se move como se fosse cair.

Elésè kan jù elésè méjì lo.
O que tem uma só perna e é mais poderoso que os que têm duas.

Ewé gbogbo kíki oògùn
Todas as folhas têm viscosidade que se tornam remédio.

Àgbénigi, èsìsì kosùn
Àgbénigi, o deus que usa palha.

Agogo nla se erpe agbára
O grande sino de ferro que soa poderosamente.

Ó gbà wón là tán, wón dúpé téniténi
A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças.

Aròni já si kòtò di oògùn máyà
Àròni que pula no poço com amuletos em seu peito.

Elésè kan ti ó lé elése méjì sáré
O homem de uma perna que exita os de duas pernas para correr. 



Osanyin – O Axé das Folhas ( nota)


Osayin: Divindade das folhas.

É imprescindível, pois sem o axé das folhas não seria possível o culto.

Dentro do culto, as folhas são utilizadas para diversas finalidades.
Cada folha apresenta suas características específicas e,…

sozinhas ou combinadas com outras espécies, mediante a recitação do Ofo, trazem o Axé desejado.

Foi Osanyin quem ensinou a Orunmila a fazer medicinas com as folhas.

Conforme descrito num Ese, Osayin foi escravo de Orunmila e, ao demonstrar o seu saber na manipulação do axé das ervas, passou a ser companheiro inseparável de Orunmila.

A ligação de Orunmila com Osanyin tem grande importância dentro do culto, sendo as duas Divindades responsáveis pelo axé presente nas magias onde as folhas são utilizadas.


Sasanyin. Na Casa de Òsùmàrè


Sasanyin

Na Casa de Òsùmàrè, há uma particularidade singular nas obrigações denominadas Oro, que de forma veemente remete-nos à liturgia Yorùbá, seguindo o mesmo Modus Operandi da terra na qual o Culto aos Òrìsàs nasceu, evocando por meio de rezas, cânticos, Orikis e Ofós, todos os elementos que posteriormente serão utilizados.


Assim sendo, à exemplo do que ocorre na África, todas as substâncias chamadas transformadoras de Asè, basicamente elementos da natureza, como, por exemplo, as folhas, são evocados de maneira que seus poderes sejam “despertados” e potencializados, para que então possam ser utilizados. Esse ritual, de importância sem-par no culto aos Òrìsàs, denomina-se Sasanyin.


No Terreiro de Òsùmàrè, a Sasanyin precede a imolação. 


Os membros do egbe (comunidade), liderados pelo seu Sacerdote, entoam cânticos sagrados, objetivando emanar de cada elemento o seu poder mágico e, somente após terem sido devidamente consagrados e fortalecidos pela magia, são utilizados. 

Nesse âmbito, há uma infinidade de cantigas, que não somente enunciam o nome da folha em yòrúba e o seu poder, seja de cura, seja de transformação, mas também evocam os poderes da água, dos animais, etc.

Dessa forma, no Terreiro de Òsùmàrè, bem como na África, acredita-se que para sacralizar os objetos de culto, ou mesmo revitalizar os assentos dos Deuses com o sangue oriundo do reino animal, é necessário que antes, todos os demais elementos sejam “encantados”, por meio das Sasanyin. 


Essa ideia é fortalecida ao observar a cultura yorùbá, onde crê-se que antes de qualquer ritual, é necessário que todos os elementos sejam encantados por meio dos chamados ofo.

Na cultura yorùbá, os elementos sem encantamento são somente elementos comuns. Para conseguirmos extrair todos os poderes das folhas, elas deverão ser encantadas antes de serem manipuladas. 


O mesmo ocorre com os animais, com os Okuta (pedras) e tantas outras importantes sustâncias, como o mel, o azeite de dendê, Waji, Osun, etc.

Por essa razão, mantemos viva essa tradição da mesma forma como nossos antepassados faziam. 


Antes de usarmos, sejam as folhas, sejam os animais, nós os evocamos para que ele possam se comunicar com os Deuses.


A Celebração do Dia Nacional do Saci-Pererê



A Celebração do Dia Nacional do Saci-Pererê será no dia 31 de outubro, quarta-feira, das 16h30 às 18h30, na Esquina Democrática, em frente à igreja São Francisco, em Florianópolis. 

A promoção é do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do Estado de Santa Catarina (Sintrajusc), com apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) e da Revista Pobres & Nojentas.

A lenda é assim! Basta que exista um bambuzal e, de repente, de dentro dos caniços, nascem os sacis. 

É como eles vêm ao mundo, dispostos a fazer estripulias. Conta a história que esses seres já existiam bem antes do tempo que os portugueses invadiram nossas terras. 

Ele nasceu índio, moleque das matas, guardião da floresta, a voejar pelos espaços infinitos do mundo Tupi-Guarani.

 Depois, vieram os brancos, a ocupação, e a memória do ser encantado foi se apagando na medida em que os próprios povos originários foram sendo dizimados.

Quando milhares de negros, caçados na África e trazidos à força como escravos, chegaram ao Brasil já colonizado, houve uma redescoberta. Da memória dos índios, os negros escravos recuperaram o moleque libertário, conhecedor dos caminhos, brincalhão e irreverente. Aquele mito originário era como um sopro de alegria na vida sofrida de quem se arrastava com o peso das correntes da escravidão.

Então, o moleque índio ficou preto, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho, símbolo máximo da liberdade. Ele era tudo o que o escravo queria ser: livre! Desde então, essa figura adorável faz parte do imaginário das gentes nascidas no Brasil.

O Saci-Pererê é a própria rebeldia, a alegria, a liberdade. Com o processo de colonização cultural via Estados Unidos – uma nova escravidão – foi entrando devagar, na vida das crianças brasileiras, um outro mito, alienígena, forasteiro. O mito do Haloween, a hora da bruxa e da abóbora, lanterna de Jack, o homem que fez acordo com o diabo.

A história é bonita, mas não é nossa. Tem raízes irlandesas e virou dia de frenéticas compras nos EUA e também no Brasil. Na verdade, a lógica é essa. Ficar cada vez mais escravo do consumo e da cultura alheia. Jeito antigo de colonizar as mentes e dominar. 

É por isso que a Pobres & Nojentas quer recuperar o Saci, o brasileiro moleque das matas, guardião da liberdade, amante da natureza que hoje está ameaçada de destruição.

Queremos vida digna, um país soberano na política, na economia, na arte e na cultura. Cada região deste Brasil tem seus próprios mitos. Caipora, Boitatá, Curupira, Bruxa, Negrinho do Pastoreio… São os amigos do Saci que estão presentes na atividade do Dia do Saci Pererê, saudando e buscando a liberdade.


Lendas de Ossain


... Ossain foi escravo

A história revela que ossain era escravo de orunmilá e recusava-se a cortar as folhas que teriam inúmeras utilidades na manutenção da saúde das pessoas: ervas que curam febre,as dores de cabeça e as cólicas. 

Tomando conhecimento do fato, Orunmilá quis ver quais eram as ervas de tão grande valor. 

Convencido do conhecimento de Ossain, Orunmilá percebeu que ele poderia lhe ser útil e o manteve para sempre a seu lado para as consultas.
... os segredos das folhas lhe pertence.

Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por não deter os conhecimentos secretos sobre a utilização das folhas, usou de um ardil para tentar usurpar de Ossain a propriedade das folhas. 

Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos. 

Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.

 "Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.


Iansã aceitou a missão com muito gosto. 

O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. 

A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram. 

Os orixás se apoderaram de todas. 

Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. 

E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto. 

Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
... o nome das plantas

Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas. 

Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. 

Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ? 

Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. 

Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra. 

Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra). 

Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho.

Perguntou: Òsanyìn onde vai? 

Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios". 

Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. 

Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas. 

Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes. 

Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. 

Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia. 

Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos.


Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia.

 Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.

... livre para o mundo

Desde pequeno Òsanyìn andava metido mata adentro. 

Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. 

Um dia Òsanyìn resolveu partir pelo mundo. 

Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro.


Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. 

Òsanyìn não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico.

Tempos depois, a mãe de Òsanyìn adoeceu. 

Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Òsanyìn exigiu o pagamento de sete cauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. 

Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete cauris e sua mãe foi salva. 

Òsanyìn curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.

... novamente Sango

Òsanyìn havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. 

Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Sangô se queixou à sua mulher, Yansan-Oyá, senhora dos ventos, de que somente Òsanyìn conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros deuses estavam no mundo sem possuir poder sobre nenhuma planta.

Oyá levantou as saias e agitou-as, impetuosamente. 

Um vento violento começou a soprar. 

Òsanyìn guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de iroco. 

Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou "Ewê O!! Ewê O!" (Oh! as folhas!! Oh! as folhas!!)

As folhas voaram pelo mundo e os Orisás se apoderaram de algumas delas, mas Òsanyìn continuou dono do segredo das suas virtudes e dos cantos e palavras que devem se dizer para que sua força, Axé, apareça.