Destinados a todos com uma proposta antropológica em manter em sua essência pura o culto aos Orixás...
CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Orixás e as caracteristicas de personalidade dos seus filhos: Oxalá.
Lunáticos. Guerreiros. Justiceiros. Briguentos. Agitados. Mentirosos. Organizados. Não sabem perder. Não sabem receber críticas. Fechados. Frios. Quando apaixonados amam profundamente. Inteligentes. Arrogantes. Amigos. Sensíveis. Intuitivos. Brilhantes. Calmos. Autoritários. Indulgentes. Simples. Sovinas. Chatos. Ranzinzas. Respeitáveis. Resignados
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
A origem do nome Candomblé.
Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador – Estado da Bahia.
Desta reunião, que era formada por várias mulheres, como foi relatado anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:
– Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o “culto de orixá”, já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, numa terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?
Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade; por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.
Mas, por que esse culto foi denominado de Candomblé?
Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que se chama de culto ao orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.
Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir:
Candomblé da Nação Ketu
Candomblé da Nação Jeje
Candomblé da Nação Angola
Candomblé da Nação Congo
Candomblé da Nação Muxicongo
A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.
Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokutá, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.
Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.
Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon, “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nagô.
No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ijexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.
O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.
Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.
Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.
A partir de Maria Neném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nagô-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.
O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinqüenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “Uma Cultura Africana em Solo Brasileiro”.
Esta entrada foi publicada em setembro 6, 2008 às 5:45 a e é arquivado em Candomblé. Etiquetado: Candomblé, Nação Angola, Nação Jeje, Nação Ketu, Nações do candomblé, origem do candomblé.
Texto facebook: “Ìkóòdídé
Foto: Internet
Religiosidade Afro na atualidade, Tradição e Memória
Nós, afro-religiosos, não temos um livro de tradições escritas ou uma “bíblia” com textos proféticos como os cristãos.
As sociedades africanas baseiam-se na tradição oral e não escrita para perpetuar e repassar seus conhecimentos, tal como o mestre ensina seu aprendiz, o sacerdote da religião africana passa oralmente seu conhecimento para seus iniciados.
Estes por sua vez absorvem o conhecimento e a tradição, não se utilizando de papel e tinta para escrever, mas usando a memória.
Quando esta cultura embarcou nos navios negreiros e veio para o ocidente ela se estabeleceu e se manteve na forma de tradição oral. Sob a opressão e dificuldades brotaram as religiões afro-brasileiras, com adaptações necessárias a sua sobrevivência na nova terra.
Assim nasceu o Candomblé, o Batuque, o Tambor de Mina, o Xangô, e as demais vertentes da religiosidade africana, cada uma com suas peculiaridades, mas todas elas baseadas na tradição oral e na memória.
Esta memória se forma com a vivência e a convivência religiosa. O processo de iniciação como bem se sabe, remete-se a um processo simbólico de nascimento do neófito, como se ele fosse uma criança, e ele vai “crescer” e aprender os conhecimentos e absorver a tradição de sua família religiosa. Os mais velhos remetem a importância da senhoridade, aqueles que já viveram e aprenderam o suficiente na comunidade religiosa para ensinar.
No entanto, na atualidade, se tem visto uma transgressão nesta norma. Muitos são aqueles que anceiam pelo conhecimento, mas poucos aqueles que esperam seu tempo, agregando conhecimentos fragmentados, e no anseio de ser sacerdote a todo custo, até mesmo comprando seus títulos. Segundo Carol Tavris (1993, p. 1) com relação a memória”…“Para um acontecimento ficar guardado a longo prazo, uma pessoa tem de o perceber, codificar e ensaiá-lo – falar sobre ele – ou ele decai…”. E aí que se perde a memória religiosa e surgem os novos cultos, muitas vezes alegando “evolução”, quando na verdade se trata de desconfiguração da tradição religiosa.
Cada raiz religiosa possui suas particularidades, existem diferenças no modo de aprendizado e na forma de condução dos rituais por parte de cada um que aprende, o chamado fundamento de cada um, no entando, a tradição impõe certas normas não podendo se perder da memória. Apesar de duas ou mais árvores do mesmo fruto não serem exatamente iguais, os frutos são os mesmos, logo a religiosidade africana, apesar de ser uma tradição oral, sem um manual ou livro escrito, deve seguir um parâmetro para que como qualquer outra religião tenha suas características e tradições perpetuadas e preservadas.
Hoje observamos em diversos momentos, usos indevidos de roupas, colares ritualísticos, desrespeito às hierarquias e profanação de rituais e elementos religiosos da cultura africana; Invencionismos, muitas vezes baseado em algo visto, mas não compreendido, em algo lido em algum livro, mas não vivenciado, ou baseado na famosa frase “está dando certo” como se a religiosidade fosse uma mágica que precisa funcionar seja qual for o método utilizado.
Religião tem uma raiz, tem características que não podem ser perdidas, tem uma tradição a qual seguem, não vamos desconfigurar nosso Candomblé, preservemos a tradição e a memória de nossos antepassados.
Hùngbónò Charles
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Tradição e Memória
O início mais importante.
Esqueça os fundamentos, rezas e ofós.
Você precisa mesmo aprender a entender, sentir e viver religiosidade.
Você acabou de se iniciar no Candomblé e quer se tornar um grande Egbomi, Babá ou Iyalorixá?
Vou me atrever a dar um conselho: Não se preocupe com nada disso. Não queira ser grande.
Não tenha pressa de aprender os Ofós, Orikis, Gbaduras, Rezas, Fundamentos, Qualidades, Caminhos, Quedas de Búzios e nada dessas coisas…
Use esses primeiros 7 anos (no mínimo) para viver a sua religião. Respire o Candomblé.
Crie intimidade com a religiosidade, com os costumes, o terreiro, e com a família de santo.
Crie uma relação com suas roupas brancas (elas te fortalecem a medida que são usadas): Aceite-as no seu dia-a-dia. Use suas contas em locais públicos e se empodere do que é seu. Sua estética religiosa é também um ato político contra a opressão racista que inferioriza nossas vestes e símbolos sagrados
Não se incomode com o fato de precisar andar de cabeça baixa em alguns momentos, mas se incomode se alguém te maltratar nessa condição.
Não há problema algum ser Abian, Iyawo, Elegun. São fases importantes da religiosidade. Aproveite esse tempo.
Não é tempo livre, é um tempo de estudo, de conhecimento de si, de afirmação e construção de identidade.
É a gestação de uma Identidade ancestral. Molde a si com aquilo que melhor te serve. Vista-se do que te completa a alma.
Saiba reconhecer e respeitar o seu lugar que, por mais que grande parte dos sacerdotes menospreze as novas vidas de axé, são extremamente importantes para a continuidade.
Tenha consciência disso.
Você é especial
E saiba que a religião só existirá se você continuar.
Aproveite esse tempo bom para mergulhar na história do continente africano.
África não é um país.
É um continente incrível formado por 54 países.
Conheça a história do negro no Brasil.
Conheça e se Indigne com a história da escravidão.
Entenda o racismo estrutural que fomenta a intolerância religiosa e demonização da fé nas divindades africanas.
Entenda que os Orixás são Negros e Negras. São Reis e Rainhas criados à semelhança de seus e suas descendentes
Os tempos são difíceis, a Intolerância Grita em nossas caras, e para você que acaba de chegar, os fundamentos e toda a complexidade do rito não devem ser prioridades, nesse momento.
Leia sobre racismo.
Assista filmes, documentários, compre livros, vá à palestras, junte-se a movimentos sociais, crie grupos de estudos. Conheça a história da sua religião, da sua nação, do seu Orixá do seu País.
Aprenda a responder contra a violência, munido de verdades e pautado em direitos sociais.
Você não precisa ser negro para entender o que é e combater o racismo.
Como não é preciso ser gay, lésbica ou trans para fortalecer as pautas sobre diversidade de gênero.
E pra quê saber dessas coisas que não tem a ver com você?
Respondo que o Candomblé é uma religião que em essência deve acolher e respeitar a todos, e cabe a nós lutar por direitos assegurados.
Qual o sentido e lutar pela liberdade religiosa se não respeito à liberdade de escolha de alguém?
É importante para resistir. É importante entender e conhecer o mínimo da história daqueles que lutaram para que você usasse suas roupas brancas e fios de contas!
Não se preocupe com roupas bonitas!
Entenda a urgência de se combater, por exemplo a intolerância religiosa, mas antes de brigar, procure saber como ela acontece e o porquê de acontecer contra nós.
Texto e Foto: Roger Cipó © Olhar de um Cipó – Todos os Direitos Reservados / All Copyrights Reserved
Roger Cipó © Olhar de um Cipó – Todos os Direitos Reservados / All Copyrights Reserved
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Religiões africanas ficam de fora de centro ecumênico na Vila Olímpica
Em agosto e setembro, o Rio de Janeiro vai receber mais de 10 mil atletas olímpicos e 4 mil paralímpicos provenientes de mais de 200 países, trazendo na bagagem também incontáveis maneiras de cultuar o sagrado.
O Comitê Organizador dos jogos diz que é impossível atender a todas, mas, pelo menos, um espaço ecumêmico está garantido para aqueles que contam com uma ajuda da fé para superar seus limites.
O centro inter-religioso da Vila Olímpica será coordenado pelo padre Leandro Lenin, ligado à Arquidiocese do Rio de Janeiro.
As cinco religiões que terão espaço dentro do centro são o cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduismo e budismo, com vinte e quatro capelões voluntários de diferente vertentes.
Apesar da justificativa demográfica na escolha, o babalawo Ivanir dos Santos, presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, acredita que as religiões de matriz africana não deveriam ter ficado de fora.
O centro vai funcionar das 7h às 22h, promovendo cerimônicas conforme os rituais de cada religião em três idiomas: português, espanhol e inglês.
O espaço terá ainda um ambiente de convivência e uma sala para aconselhamento particular aos atletas.
Fonte: EBC Radioagência Nacional
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