Bárbara de Nicomédia
Grande Mártir, Protetora contra relâmpagos e tempestades
Nascimento fins do século III em Nicomédia, atual Izmit, Turquia
Falecimento Século IV em Nicomédia
Veneração por Igreja Católica e na Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica 4 de Dezembro
Padroeira dos artinheiros, mineiros e dos que lidam com Fogo
"E até pelos vossos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós."
Santa Bárbara é uma santa cristã comemorada na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa, que foi, alegadamente, uma virgem mártir no século terceiro. É considerada a protetora contra tempestades, raios e trovões.
Comemora-se no dia 4 de Dezembro de cada ano.
História / Lenda
Santa Bárbara foi, segundo as tradições católicas, uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na região da Bitínia), atual Izmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto nos fins do século III da Era cristã. Esta jovem era a filha única de um rico e nobre habitante desta cidade do Império Romano chamado Dióscoro.
Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre. Santa Bárbara na sua solidão, tinha a mata virgem como quintal, e, segunda alegam as tradições, "questionava-se" se de fato, tudo aquilo era criação dos ídolos que aprendera a cultuar com seus tutores naquela torre. Por ser muito bela e, acima de tudo, rica, não lhe faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não aceitava nenhum.
Desconcertado diante da cidade, Dióscoro estava convencido que as "desfeitas" da filha justificavam-se pelo fato dela ter ficado trancada muitos anos na torre. Então, ele permitiu que ela fosse conhecer a cidade; durante essa visita ela teve contato com cristãos, que lhe contaram sobre os açegados ideais de Jesus sobre o mistério da união da Santíssima Trindade. Pouco tempo depois, um padre vindo de Alexandria lhe deu o Batismo.
Em certa ocasião, segundo contam as tradições católicas, seu pai "decidiu construir uma casa de banho com duas janelas para Bárbara. Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a fazer uma longa viagem. Enquanto Dióscoro viajava, sua filha ordenou a construção de uma terceira janela na torre, visto que a casa de banho ficaria na torre. Além disso, ela esculpira uma cruz sobre a fonte".
O seu pai Dióscoro, quando voltou, "reparou que a torre onde tinha trancado a filha tinha agora três janelas em vez das duas que ele mandara abrir. Ao perguntar à filha o porquê das três janelas, ela explicou-lhe que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este facto deixou o pai furioso, pois ela se recusava a seguir a fé dos Deuses do Olimpo".
Sentença de Morte
"Debaixo de um impulso", como alegam as tradições, "e obedecendo à sua fé, o pai denunciou-a ao Prefeito Martiniano. Este mandou-a torturar numa tentativa de a fazer mudar de idéias, fato que não aconteceu. Assim Marcius condenou-a à morte por degolação".
Durante sua tortura em praça pública, uma jovem cristã de nome Juliana denunciou os nomes dos carrascos, e imediatamente foi presa e entregue à morte juntamente com Bárbara.
Ambas foram, segundo alegam os católicos, levadas pelas ruas de Nicomédia por entre os gritos de raiva da multidão. Bárbara, segundo alega-se, teve os "seios cortados, depois foi conduzida para fora da cidade onde o seu próprio pai a executou, degolando-a. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão ribombou pelos ares fazendo tremer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra o corpo sem vida de Dióscoro".
Não existem quaisquer confirmações de que a lenda de Bárbara seja verdadeira, exceto as fontes católicas.
Atribuições de Santa Bárbara
Depois deste acontecimento contado nesta lenda, Santa Bárbara passou a ser conhecida como "protectora contra os relâmpagos e tempestades" e é considerada a Padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com fogo.
Oração de Santa Bárbara
Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém
Destinados a todos com uma proposta antropológica em manter em sua essência pura o culto aos Orixás...
CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Festa de santa Bárbara, Salvador, Bahia.
Quartel dos Bombeiros. Salvador, Bahia.
A Festa de Santa Bárbara da Igreja de Santa Bárbara de Salvador é feita no dia 4 de dezembro em homenagem a madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados.
Santa Bárbara também é homenageada pelos adeptos do Candomblé onde é sincretizada com Iansã, Orixá dos raios e das tempestades.
É um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé, além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Em 4 de dezembro de 2008, os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador.
O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. ~
A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.
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Salvador
4 de dezembro
4 de Dezembro (português europeu) ou 4 de dezembro (português brasileiro) (AO 1990: 4 de dezembro) é o 338º dia do ano no calendário gregoriano (339º em anos bissextos). Faltam 27 para acabar o ano.
1 Eventos históricos
2 Nascimentos
3 Falecimentos
4 Feriados e eventos cíclicos
4.1 Brasil
4.2 Internacional
4.3 Religioso Católico
Eventos históricos
1154 - É eleito o Papa Adriano IV.
1818 - Fundação da cidade de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo.
1963 - Promulgação pelo Papa Paulo VI do Sacrosanctum Concilium.
1971 - Guerra Indo-Paquistanesa de 1971: a Índia invade massivamente o leste do Paquistão.
1975 - O Suriname é admitido como Estado-Membro da ONU.
1980 - O primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, e seis acompanhantes, morrem em queda de aeronave em Camarate, a norte de Lisboa.
1989 - Fundação da Associação Desportiva São Caetano, em São Caetano do Sul, Brasil.
1996 - Lançamento da missão Pathfinder a Marte.
Nascimentos
32 - Aulus Persius Flaccus, poeta da Roma Antiga (m. 62 d.C)
1711 - Maria Bárbara de Bragança, infanta de Portugal, rainha consorte de Espanha (m. 1758).
1795 - Thomas Carlyle, ensaísta, crítico, sociólogo e historiador escocês (m. 1881).
1875 - Rainer Maria Rilke, poeta alemão (m. 1926).
1892 - Francisco Franco, general e político espanhol (m. 1975).
1900 - Waldemar Levy Cardoso, último militar brasileiro a deter a parente de marechal (m. 2009).
1905 - Emílio Garrastazu Médici, presidente do Brasil (m. 1985).
1908 - Alfred Day Hershey, microbiologista estadunidense (m. 1997).
1944
Dennis Wilson, baterista, pianista e cantor dos Beach Boys (m. 1983).
François Migault, ex-piloto francês de Fórmula 1.
1949 - Jeff Bridges, ator estadunidense.
1953 - Jean-Marie Pfaff, ex-goleiro belga.
1957
Eric S. Raymond, hacker estadunidense.
Raul Boesel, piloto brasileiro de automobilismo.
1959 - Paul McGrath, ex-futebolista irlandês.
1963
Jozef Sabovčík, patinador artístico tchecoslovaco.
Sergey Bubka, ex-atleta ucraniano.
1964
Marisa Tomei, atriz estadunidense.
Chelsea Noble, atriz estadunidense.
1965
Ulf Kirsten, ex-futebolista alemão.
Luma de Oliveira, modelo e empresária brasileira.
Carlos Carvalhal, treinador português de futebol.
1967 - Guillermo Amor, ex-futebolista espanhol.
1968 - Mike Barrowman, nadador americano.
1970 - Jay-Z, rapper estadunidense.
1972
Sebastian Karpiniuk, político polonês.
1973
Tyra Banks, modelo norte-americana.
Rodrigo Cordero, futebolista costa-riquenho.
1974
Juninho Petrolina, futebolista brasileiro.
1976
Mbo Mpenza, ex-futebolista belga.
1977
Lioubov Kilic, jogadora de vôlei russa.
Jadílson, futebolista brasileiro.
1979 - Jay DeMerit, futebolista norte-americano.
1981
Courtney Cummz, atriz estadunidense.
1982
Waldo Ponce, futebolista chileno.
Ho-Pin Tung, automobilista holandês de ascendência chinesa.
1984
Brooke Adams, wrestler e modelo norte-americana.
1985 - Rodrigo Tiuí, futebolista brasileiro.
1987
Orlando Brown, ator estadunidense.
Falecimentos
422 - Papa Bonifácio I.
1334 - Papa João XXII (n. 1249).
1679 - Thomas Hobbes, filósofo inglês (n. 1588).
1798 - Luigi Galvani, físico italiano (n. 1737).
1935 - Charles Robert Richet, fisiologista francês (n. 1850).
1975 - Hannah Arendt, teórica política alemã (n. 1906).
1976 - Benjamin Britten, compositor e pianista britânico (n. 1913).
1979 - Walther Müller, físico alemão (n. 1905).
1980
Adelino Amaro da Costa, ministro da defesa de Portugal (n. 1943).
Francisco Sá Carneiro, primeiro-ministro de Portugal (n. 1934).
1982
Louis Aragon, poeta e escritor francês (n. 1897).
Gildo de Freitas, cantor e compositor tradicionalista sul-rio-grandense (n. 1919)
1985 - Teixeirinha, compositor brasileiro, considerado o pai da música regionalista gaúcha.
1993 - Frank Zappa, músico de rock and roll estadunidense (n. 1940).
2003 - Maria de Arruda Müller, educadora e poetisa brasileira (n. 1898).
2009
Eddie Fatu, wrestler profissional samoano (n. 1973).
Jordi Solé Tura, político e jurista espanhol (n. 1930).
Vyacheslav Tikhonov, ator russo (n. 1928).
Feriados e eventos cíclicos
Brasil
Dia do Orientador educacional
Dia do Perito
Feriado municipal em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo (dia da padroeira e aniversário da cidade)
Internacional
Dia Latino-americano da Propaganda, data escolhida em homenagem à fundação, em 4 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, da "Asociación de Jefes de la Propaganda"
Religioso Católico
Dia de Santa Bárbara, padroeira dos artilheiros e dos mineiros. Dia festejado na cidade de Criciúma - Santa Catarina
Festa de Santa Bárbara em Salvador, Bahia.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
* A verdadeira função do candomblé !
As pessoas procuram o Candomblé para curar uma doença, resolver um problema sentimental, uma dificuldade financeira ou fechar um bom negócio.
As pessoas procuram o Candomblé querendo resolver problemas terrenos, materiais e da mente.
Nele, vocês não encontrarão mensagens de espíritos ou uma determinada pessoa aconselhando-o. Suas lendas e magias já revelam aos mais atentos mensagens espirituais.
Portanto, o Candomblé se utiliza das forças da natureza e seus elementos para resolver problemas que importunam as pessoas no seu dia a dia.
* Temos uma conduta, ?
Foi durante uma conversa com um Yaô.
Se tem coisa que gosto de fazer é conversar com Yaô e Abiã, desvirtuo todos, sou meio subversivo para essas questões de educação, gosto de questionamentos.
Durante essa conversa com um Yaô eu fiz várias perguntas, coisas do tipo: Como está sua casa? Os móveis te agradam, as cores estão de acordo com seu gosto? E sua vida pessoal, você é feliz com seu parceiro? Com sua profissão? Está estudando no momento? O Yaô me olhou como se estivesse diante de um louco, e me perguntou, por que eu estava lhe perguntando aquelas coisas se isso não faz parte da educação religiosa? Minha resposta foi.
Se você não está completa em algum destes itens, por favor, levante-se e vá resolver, não fique aqui pensando que religião vai resolver para você o que de fato é problema seu. A religião pode te ajudar indicando o caminho, e até uma boa limpeza e equilíbrio espiritual podem te fazer um grande bem, mas da sua vida quem cuida é você.
Vejo que muitas pessoas procuram uma tecla em sua vida chamada “control facilidade” ou “shifit tudo pronto” isso não existe, não há passes de mágica na vida, a vida é real, dura e difícil para quem não deseja lutar por seus objectivos.
Muitas pessoas procuram o Candomblé com a sensação de que dentro de uma Casa de Orixá ela vai encontrar solução para o problema que ela própria criou em sua vida, que a solução é simplesmente fazer um ebó ou uma oferenda.
Esses ainda não entenderam que precisam de esforço e de trabalho para conseguir o que desejam.
Os Orixás ajudam, isto é certo, mas sem sua própria colaboração sua vida pára, tudo acaba, fica sem cor.
E em inúmeras vezes acabam vítimas de pessoas menos habilitadas que se aproveitam de sua fraqueza. Neste ponto começa meu questionamento e sempre pergunto ao Yaô. Devemos viver “Para o Candomblé”, “De Candomblé” ou “O Candomblé”?. Cada uma destas perguntas leva a pensamentos diferentes e visões de mundo diferentes.
Minhas visões de mundo. Não sou nem quero ser ditador de normas, apenas exponho minhas ideias, meu modo de pensar a religião.
Viver Para O Candomblé – A pessoa tem a vida resumida a religião, pensa e vive a religião, se dedica ao culto como se isso fosse sua tábua de salvação. Geralmente acabam cobrando dos outros a mesma dedicação ou submissão que eles tem com a religião, se tornam na maioria das vezes pequenos tiranos, impondo suas normas e desejos. O fazem não por consciência, mas por acharem que essa é a única forma de viver na religião, dedicação exclusiva e integral. Geralmente tem problemas com os membros da comunidade que tem uma vida fora da religião com filhos, companheiros, trabalho, estudos, enfim, vida social.
Viver De Candomblé – Qualquer mercador seja ele comerciante ou “Zelador mercantilista” pode viver de Candomblé desde que tenham como finalidade única o ganho financeiro nesta relação. (A diferença é que mercador/lojista tem uma finalidade clara e necessária, vender mercadorias, já o “Zelador mercantilista” nem sempre). Nestes casos os desavisados que procuram a tal tecla “control facilidade” devem ter muito cuidado, pois são alvos fáceis para o mercador de ilusões. E são banhos, Boris e oferendas de todo tipo – quase sempre dispendiosas e desnecessárias. O “Zelador mercantilista” é um tipo que tem se proliferado e causado danos a religião, que na sua maioria é formada por pessoas honradas e de bom coração. Viver De Candomblé, é possível e muitas vezes necessário ao desempenho de tantas funções que demandam a presença constante do Zelador na Casa de Orixá, porém com respeito a religião e as pessoas.
Viver O Candomblé – Viver O Candomblé se diferencia de viver DE Candomblé quando as pessoas têm a consciência do seu papel social e sacerdotal dentro da comunidade. Nesta lista estão as pessoas que conseguem diferenciar o Candomblé das suas obrigações diárias, das suas necessidades financeiras e de tudo mais que faz parte das necessidades da pessoa. Não utilizam a religião para ganhos pessoais e não fazem ebós e oferendas desnecessárias. Estes encontraram o caminho do equilíbrio e vivem de acordo com os preceitos básicos da religião. O Candomblé assim como toda religião tem necessidade de dinheiro para se manter, mas ele não é a mola propulsora desta relação. Viver assim não é fácil, o aprendizado é longo e diário e é um grande compromisso na vida religiosa.
Aos Yaôs com os quais tive a honra de conversar eu fiz meu alerta e cabe a eles encontrarem seus caminhos, que podem não ser nenhum dos que citei, afinal são minhas ideias e minhas visões de mundo, que são diferentes das suas que está me lendo, avaliando minhas visões de mundo e criticando bem ou mau, concordando ou não.
Mas o que peço aos mais velhos de nossa religião é que mostrem aos mais novos de suas Casas as suas visões de mundo e suas ideias, os valores do Candomblé e a hierarquia, as regras e principalmente os orientem, conversem com seus irmãos, os protejam. Façam sua parte de mais velho.
Tomeje do Ogum
Se tem coisa que gosto de fazer é conversar com Yaô e Abiã, desvirtuo todos, sou meio subversivo para essas questões de educação, gosto de questionamentos.
Durante essa conversa com um Yaô eu fiz várias perguntas, coisas do tipo: Como está sua casa? Os móveis te agradam, as cores estão de acordo com seu gosto? E sua vida pessoal, você é feliz com seu parceiro? Com sua profissão? Está estudando no momento? O Yaô me olhou como se estivesse diante de um louco, e me perguntou, por que eu estava lhe perguntando aquelas coisas se isso não faz parte da educação religiosa? Minha resposta foi.
Se você não está completa em algum destes itens, por favor, levante-se e vá resolver, não fique aqui pensando que religião vai resolver para você o que de fato é problema seu. A religião pode te ajudar indicando o caminho, e até uma boa limpeza e equilíbrio espiritual podem te fazer um grande bem, mas da sua vida quem cuida é você.
Vejo que muitas pessoas procuram uma tecla em sua vida chamada “control facilidade” ou “shifit tudo pronto” isso não existe, não há passes de mágica na vida, a vida é real, dura e difícil para quem não deseja lutar por seus objectivos.
Muitas pessoas procuram o Candomblé com a sensação de que dentro de uma Casa de Orixá ela vai encontrar solução para o problema que ela própria criou em sua vida, que a solução é simplesmente fazer um ebó ou uma oferenda.
Esses ainda não entenderam que precisam de esforço e de trabalho para conseguir o que desejam.
Os Orixás ajudam, isto é certo, mas sem sua própria colaboração sua vida pára, tudo acaba, fica sem cor.
E em inúmeras vezes acabam vítimas de pessoas menos habilitadas que se aproveitam de sua fraqueza. Neste ponto começa meu questionamento e sempre pergunto ao Yaô. Devemos viver “Para o Candomblé”, “De Candomblé” ou “O Candomblé”?. Cada uma destas perguntas leva a pensamentos diferentes e visões de mundo diferentes.
Minhas visões de mundo. Não sou nem quero ser ditador de normas, apenas exponho minhas ideias, meu modo de pensar a religião.
Viver Para O Candomblé – A pessoa tem a vida resumida a religião, pensa e vive a religião, se dedica ao culto como se isso fosse sua tábua de salvação. Geralmente acabam cobrando dos outros a mesma dedicação ou submissão que eles tem com a religião, se tornam na maioria das vezes pequenos tiranos, impondo suas normas e desejos. O fazem não por consciência, mas por acharem que essa é a única forma de viver na religião, dedicação exclusiva e integral. Geralmente tem problemas com os membros da comunidade que tem uma vida fora da religião com filhos, companheiros, trabalho, estudos, enfim, vida social.
Viver De Candomblé – Qualquer mercador seja ele comerciante ou “Zelador mercantilista” pode viver de Candomblé desde que tenham como finalidade única o ganho financeiro nesta relação. (A diferença é que mercador/lojista tem uma finalidade clara e necessária, vender mercadorias, já o “Zelador mercantilista” nem sempre). Nestes casos os desavisados que procuram a tal tecla “control facilidade” devem ter muito cuidado, pois são alvos fáceis para o mercador de ilusões. E são banhos, Boris e oferendas de todo tipo – quase sempre dispendiosas e desnecessárias. O “Zelador mercantilista” é um tipo que tem se proliferado e causado danos a religião, que na sua maioria é formada por pessoas honradas e de bom coração. Viver De Candomblé, é possível e muitas vezes necessário ao desempenho de tantas funções que demandam a presença constante do Zelador na Casa de Orixá, porém com respeito a religião e as pessoas.
Viver O Candomblé – Viver O Candomblé se diferencia de viver DE Candomblé quando as pessoas têm a consciência do seu papel social e sacerdotal dentro da comunidade. Nesta lista estão as pessoas que conseguem diferenciar o Candomblé das suas obrigações diárias, das suas necessidades financeiras e de tudo mais que faz parte das necessidades da pessoa. Não utilizam a religião para ganhos pessoais e não fazem ebós e oferendas desnecessárias. Estes encontraram o caminho do equilíbrio e vivem de acordo com os preceitos básicos da religião. O Candomblé assim como toda religião tem necessidade de dinheiro para se manter, mas ele não é a mola propulsora desta relação. Viver assim não é fácil, o aprendizado é longo e diário e é um grande compromisso na vida religiosa.
Aos Yaôs com os quais tive a honra de conversar eu fiz meu alerta e cabe a eles encontrarem seus caminhos, que podem não ser nenhum dos que citei, afinal são minhas ideias e minhas visões de mundo, que são diferentes das suas que está me lendo, avaliando minhas visões de mundo e criticando bem ou mau, concordando ou não.
Mas o que peço aos mais velhos de nossa religião é que mostrem aos mais novos de suas Casas as suas visões de mundo e suas ideias, os valores do Candomblé e a hierarquia, as regras e principalmente os orientem, conversem com seus irmãos, os protejam. Façam sua parte de mais velho.
Tomeje do Ogum
* Ética e Candomblé
Há quem diga que o candomblé é uma religião anti-ética, ou seja, que vai ao encontro da ética estabelecida, qualquer que seja ela. Outros dizem que o candomblé é uma religião a-ética, ou seja, que não traz em si nenhum cógido de conduta a respeito do que é certo ou errado.
Bobagem.
A tradição oral do candomblé, repassada pelos versos de Ifá, o adivinho, pode ser condensada em 16 odus, ou caminhos, a ser seguidos por todo aquele que cultua orixá. Ei-los:
Ifá nos aconselha:
1º - ÒKÀNRÀN: Não fazer mal a ninguém.
2º - ÉJÌ ÒkÒ: Não sentir ódio nem destratar o outro.
3º - ETÁ ÒGÚNDÁ: Não guardar sentimentos de vingança.
4º - ÌRÒSÙN: Não fazer armadilhas nem caluniar.
5º – ÒSÉ: Não invejar nada nem ninguém.
6º - ÒBÀRÀ: Não mentir.
7º - ÒDÍ: Não corromper nem se deixar ser corrompido.
8º - ÈJÌ ONÍLÈ: Usar bem a cabeça neste mundo e respeitar os segredos alheios.
9º - ÒSÁ: Não ser falso com o próximo.
10º - ÒFÚN: Não roubar, não jurar em falso nem amaldiçoar.
11º - ÒWÓNRÍN: Não matar, não arruinar a vida de outros e ser grato ao bem que nos façam.
12º - ÈJÌLÁ SEBORÁ: Evitar os escândalos e as tragédias.
13º - ÈJÌ OLÓGBON: Respeitar os Ancestrais.
14º - ÌKÁ: Não espalhar doenças, a corrupção e a maldade sobre o mundo.
15º - ÒGBEGÚNDÁ: Respeitar aos mais velhos, as crianças, o pai e a mãe.
16º - ÀLÀÁFÍÀ: Ouvindo estes conselhos não sentirá vergonha no dia que tiver que se apresentar perante Olódùmarè
Bobagem.
A tradição oral do candomblé, repassada pelos versos de Ifá, o adivinho, pode ser condensada em 16 odus, ou caminhos, a ser seguidos por todo aquele que cultua orixá. Ei-los:
Ifá nos aconselha:
1º - ÒKÀNRÀN: Não fazer mal a ninguém.
2º - ÉJÌ ÒkÒ: Não sentir ódio nem destratar o outro.
3º - ETÁ ÒGÚNDÁ: Não guardar sentimentos de vingança.
4º - ÌRÒSÙN: Não fazer armadilhas nem caluniar.
5º – ÒSÉ: Não invejar nada nem ninguém.
6º - ÒBÀRÀ: Não mentir.
7º - ÒDÍ: Não corromper nem se deixar ser corrompido.
8º - ÈJÌ ONÍLÈ: Usar bem a cabeça neste mundo e respeitar os segredos alheios.
9º - ÒSÁ: Não ser falso com o próximo.
10º - ÒFÚN: Não roubar, não jurar em falso nem amaldiçoar.
11º - ÒWÓNRÍN: Não matar, não arruinar a vida de outros e ser grato ao bem que nos façam.
12º - ÈJÌLÁ SEBORÁ: Evitar os escândalos e as tragédias.
13º - ÈJÌ OLÓGBON: Respeitar os Ancestrais.
14º - ÌKÁ: Não espalhar doenças, a corrupção e a maldade sobre o mundo.
15º - ÒGBEGÚNDÁ: Respeitar aos mais velhos, as crianças, o pai e a mãe.
16º - ÀLÀÁFÍÀ: Ouvindo estes conselhos não sentirá vergonha no dia que tiver que se apresentar perante Olódùmarè
* Qual é o dogma do candomblé ?
O texto abaixo é um trecho de uma conferência proferida pelo professor Reginaldo Prandi, estudioso das religiões afro-brasileiras, em virtude da entrega do Prêmio Érico Vanucci Mendes. Nessa conferência, o professor Prandi trata, entre outras coisas, da questão do tempo na sociedade iorubana tradicional, nos rituais de Candomblé e na sociedade capitalista.
Para os africanos tradicionais, o tempo é uma composição dos eventos que já aconteceram ou que estão para acontecer imediatamente. É a reunião daquilo que já experimentamos como realizado, sendo que o passado, imediato, está intimamente ligado ao presente, do qual é parte, enquanto que o futuro, imediato, nada mais é que a continuação daquilo que já começou a acontecer no presente, não fazendo nenhum sentido a idéia do futuro como acontecimento remoto desligado de nossa realidade imediata. O futuro que se expressa na repetição cíclica dos fatos da natureza, como as estações, as colheitas vindouras, o envelhecer de cada um, é repetição do que já se conheceu, viveu e experimentou, não é futuro. Não há sucessão de fatos encadeados no passado distante, nem projeção do futuro; a idéia de história como a conhecemos no Ocidente não existe; a idéia de fazer planos para o futuro, de planejar os acontecimentos vindouros, é completamente estapafúrdia. Se o futuro é aquilo que não foi experimentado, ele não faz sentido nem pode ser controlado, pois o tempo é o tempo vivido, o tempo acumulado, o tempo acontecido.
Para os iorubás e outros povos africanos, os acontecimentos do passado estão vivos nos mitos, que falam de grandes acontecimentos, atos heróicos, descobertas e toda sorte de eventos dos quais a vida presente seria a continuação. Ao contrário da narrativa histórica, os mitos nem são datados nem mostram coerência entre si. Cada mito atende a uma necessidade de explicação tópica e justifica fatos e crenças que compõem a existência de quem o cultiva, o que não impede a existência de versões conflitantes, quando os fatos e interesses a justificar são diferentes. O mito fala do passado remoto que explica a vida no presente, mais que isso, que se refaz no presente. O tempo mítico expressa o passado distante, e fatos separados por um intervalo de tempo muito grande podem ser apresentados nos mitos como ocorrências de uma mesma época, concomitantes. Cada mito é autônomo e os personagens de um podem aparecer num outro mito com outras características e relações, às vezes contraditórias com as primeiras. Os mitos são narrativas parciais e sua reunião não propicia o desenho de nenhuma totalidade, pois não existe um fio narrativo na mitologia, como aquele que norteia a construção da história para os ocidentais. No mundo mítico, os eventos não se ajustam a um tempo contínuo e linear. O tempo do mito é o tempo das origens, e parece existir um tempo vazio entre o fato contado pelo mito e o tempo do narrador.
Para os iorubás, os mortos devem reencarnar e, enquanto esperam pelo renascimento, habitam o mundo dos que vão nascer, que é próximo do mundo aqui-e-agora, o mundo em que vivemos, o Aiê. Esse mundo do futuro imediato é atado ao presente pelo fato de que aquele que vai nascer de novo tem que permanecer vivo na memória de seus descendentes, participando de suas vidas e sendo por eles alimentados nos ritos sacrificiais, até o dia de seu renascimento como um novo membro de sua própria família. Para o homem, o mundo das realizações, da felicidade, da plenitude é o mundo do presente, o Aiê, não havendo prêmio nem punição no mundo dos que vão nascer, o mundo dos mortos, pois ali nada acontece. Os homens e mulheres pagam por seus crimes em vida e são punidos pelas instâncias humanas. As punições impostas aos humanos pelos deuses e antepassados por causa de atos maus igualmente não o atingem após a morte, mas se aplicam a toda a colectividade à qual o infractor pertence, e isso também acontece no Aiê, numa concepção ética que está focada na colectividade e não no indivíduo (Mbon, 1991: 102), não existindo a noção ocidental cristã de salvação no outro mundo nem a idéia de pecado. O outro mundo habitado pelos mortos é temporário, transitório, voltado para o presente dos humanos. Nem mesmo a vida espiritual tem expressão no futuro. Os mortos ilustres – fundadores de troncos familiares e de cidades, heróis, reis, conquistadores, grandes sacerdotes – podem vir a ser cultuados como antepassados, os egunguns, passando a habitar o passado mítico, o passado distante localizado no Orum, onde vivem os deuses orixás, dos quais muitos são antigos heróis divinizados, cujo culto se desprendeu dos limites da família e se generalizou, sendo incorporados ao passado mítico de todo um clã, uma cidade, um povo, podendo vir a ter altares erigidos em sua homenagem até mesmo do outro lado do oceano, como aconteceu com muitos orixás na América.
O passado remoto da narrativa mítica, que trata dos orixás e dos antepassados, é transmitido de geração a geração, por meio da oralidade, é ele que dá o sentido geral da vida para todos e fornece a identidade grupal e os valores e normas essenciais para a ação naquela sociedade, confundindo-se plenamente com a religião. Ensina Prigogine, prêmio Nobel de física, que o tempo cíclico é o tempo da natureza, o tempo reversível, e também o tempo da memória, o tempo mítico que não se perde, mas que se repõe. O tempo da história, em contrapartida, é o tempo irreversível, um tempo que não se liga nem à eternidade e nem ao eterno retorno. O tempo do mito e o tempo da memória descrevem um mesmo movimento de reposição: sai do presente, vai para o passado e volta ao presente, em que o futuro é apenas o tempo necessário para a reencarnação, o renascimento, o começar de novo. A religião é a ritualização dessa memória, desse tempo cíclico, ou seja, a representação no presente, através de símbolos e encenações ritualizadas, desse passado que garante a identidade do grupo – quem somos, de onde viemos, para onde vamos? É o tempo da tradição, da não mudança, da religião, a religião como fonte de identidade que reitera no cotidiano a memória ancestral.
No candomblé, emblematicamente, quando o filho-de-santo entra em transe e incorpora um orixá, assumindo sua identidade, que é representada pela dança característica que lembra as aventuras míticas dessa divindade, é o passado remoto, colectivo, que aflora no presente para se mostrar vivo, o transe ritual repetindo o passado no presente, numa representação em carne e osso da memória colectiva.
Para os iorubás, uma vez que tudo é repetição, nada é novidade, aquilo que nos acontece hoje e que está prestes a acontecer no futuro imediato já foi experimentado antes por outro ser humano, por um antepassado, pelos próprios orixás. O oráculo de Ifá, praticado pelos babalaôs, baseia-se no conhecimento de um grande repertório de mitos que falam de toda sorte de fatos acontecidos no passado remoto e que voltam a acontecer, envolvendo personagens do presente. É sempre o passado que lança luz sobre o presente e o futuro imediato. Conhecer o passado é deter as fórmulas de controle dos acontecimentos da vida dos viventes. Esse passado mítico, que se refaz a cada instante no presente, é narrado pelos odus do oráculo de Ifá, preservados no Brasil pelo jogo de búzios das mães e pais-de-santo dos candomblés. O jogo de búzios é a leitura do tempo mítico que se refaz no presente. É olhar o presente com os olhos no passado.
A essa concepção africana de tempo estão intimamente associadas as idéias de aprendizado, saber, competência e hierarquia que podemos observar no candomblé. Para os africanos tradicionais, o conhecimento humano é entendido, sobretudo, como resultado do transcorrer inexorável da vida, do fruir do tempo, do construir da biografia. Sabe-se mais porque se é velho, porque se viveu o tempo necessário da aprendizagem. A aprendizagem não é uma esfera isolada da vida, como a nossa escola ocidental, mas um processo que se realiza a partir de dentro, participativamente. Aprende-se à medida que se faz, que se vive. Com o passar do tempo, os mais velhos vão acumulando um conhecimento a que o jovem só terá acesso quando tiver passado pelas mesmas experiências. Mesmo quando se trata de conhecimento especializado, o aprendizado é por imitação e repetição. As diferentes confrarias profissionais, especialmente as de caráter mágico e religioso, dividem as responsabilidades de acordo com a senioridade de seus membros e estabelecem ritos de passagem que marcam a superação de uma etapa de aprendizado para ingresso em outra, que, certamente, implica o acesso a novos conhecimentos, segredos ou mistérios da confraria.
Para os africanos tradicionais, o tempo é uma composição dos eventos que já aconteceram ou que estão para acontecer imediatamente. É a reunião daquilo que já experimentamos como realizado, sendo que o passado, imediato, está intimamente ligado ao presente, do qual é parte, enquanto que o futuro, imediato, nada mais é que a continuação daquilo que já começou a acontecer no presente, não fazendo nenhum sentido a idéia do futuro como acontecimento remoto desligado de nossa realidade imediata. O futuro que se expressa na repetição cíclica dos fatos da natureza, como as estações, as colheitas vindouras, o envelhecer de cada um, é repetição do que já se conheceu, viveu e experimentou, não é futuro. Não há sucessão de fatos encadeados no passado distante, nem projeção do futuro; a idéia de história como a conhecemos no Ocidente não existe; a idéia de fazer planos para o futuro, de planejar os acontecimentos vindouros, é completamente estapafúrdia. Se o futuro é aquilo que não foi experimentado, ele não faz sentido nem pode ser controlado, pois o tempo é o tempo vivido, o tempo acumulado, o tempo acontecido.
Para os iorubás e outros povos africanos, os acontecimentos do passado estão vivos nos mitos, que falam de grandes acontecimentos, atos heróicos, descobertas e toda sorte de eventos dos quais a vida presente seria a continuação. Ao contrário da narrativa histórica, os mitos nem são datados nem mostram coerência entre si. Cada mito atende a uma necessidade de explicação tópica e justifica fatos e crenças que compõem a existência de quem o cultiva, o que não impede a existência de versões conflitantes, quando os fatos e interesses a justificar são diferentes. O mito fala do passado remoto que explica a vida no presente, mais que isso, que se refaz no presente. O tempo mítico expressa o passado distante, e fatos separados por um intervalo de tempo muito grande podem ser apresentados nos mitos como ocorrências de uma mesma época, concomitantes. Cada mito é autônomo e os personagens de um podem aparecer num outro mito com outras características e relações, às vezes contraditórias com as primeiras. Os mitos são narrativas parciais e sua reunião não propicia o desenho de nenhuma totalidade, pois não existe um fio narrativo na mitologia, como aquele que norteia a construção da história para os ocidentais. No mundo mítico, os eventos não se ajustam a um tempo contínuo e linear. O tempo do mito é o tempo das origens, e parece existir um tempo vazio entre o fato contado pelo mito e o tempo do narrador.
Para os iorubás, os mortos devem reencarnar e, enquanto esperam pelo renascimento, habitam o mundo dos que vão nascer, que é próximo do mundo aqui-e-agora, o mundo em que vivemos, o Aiê. Esse mundo do futuro imediato é atado ao presente pelo fato de que aquele que vai nascer de novo tem que permanecer vivo na memória de seus descendentes, participando de suas vidas e sendo por eles alimentados nos ritos sacrificiais, até o dia de seu renascimento como um novo membro de sua própria família. Para o homem, o mundo das realizações, da felicidade, da plenitude é o mundo do presente, o Aiê, não havendo prêmio nem punição no mundo dos que vão nascer, o mundo dos mortos, pois ali nada acontece. Os homens e mulheres pagam por seus crimes em vida e são punidos pelas instâncias humanas. As punições impostas aos humanos pelos deuses e antepassados por causa de atos maus igualmente não o atingem após a morte, mas se aplicam a toda a colectividade à qual o infractor pertence, e isso também acontece no Aiê, numa concepção ética que está focada na colectividade e não no indivíduo (Mbon, 1991: 102), não existindo a noção ocidental cristã de salvação no outro mundo nem a idéia de pecado. O outro mundo habitado pelos mortos é temporário, transitório, voltado para o presente dos humanos. Nem mesmo a vida espiritual tem expressão no futuro. Os mortos ilustres – fundadores de troncos familiares e de cidades, heróis, reis, conquistadores, grandes sacerdotes – podem vir a ser cultuados como antepassados, os egunguns, passando a habitar o passado mítico, o passado distante localizado no Orum, onde vivem os deuses orixás, dos quais muitos são antigos heróis divinizados, cujo culto se desprendeu dos limites da família e se generalizou, sendo incorporados ao passado mítico de todo um clã, uma cidade, um povo, podendo vir a ter altares erigidos em sua homenagem até mesmo do outro lado do oceano, como aconteceu com muitos orixás na América.
O passado remoto da narrativa mítica, que trata dos orixás e dos antepassados, é transmitido de geração a geração, por meio da oralidade, é ele que dá o sentido geral da vida para todos e fornece a identidade grupal e os valores e normas essenciais para a ação naquela sociedade, confundindo-se plenamente com a religião. Ensina Prigogine, prêmio Nobel de física, que o tempo cíclico é o tempo da natureza, o tempo reversível, e também o tempo da memória, o tempo mítico que não se perde, mas que se repõe. O tempo da história, em contrapartida, é o tempo irreversível, um tempo que não se liga nem à eternidade e nem ao eterno retorno. O tempo do mito e o tempo da memória descrevem um mesmo movimento de reposição: sai do presente, vai para o passado e volta ao presente, em que o futuro é apenas o tempo necessário para a reencarnação, o renascimento, o começar de novo. A religião é a ritualização dessa memória, desse tempo cíclico, ou seja, a representação no presente, através de símbolos e encenações ritualizadas, desse passado que garante a identidade do grupo – quem somos, de onde viemos, para onde vamos? É o tempo da tradição, da não mudança, da religião, a religião como fonte de identidade que reitera no cotidiano a memória ancestral.
No candomblé, emblematicamente, quando o filho-de-santo entra em transe e incorpora um orixá, assumindo sua identidade, que é representada pela dança característica que lembra as aventuras míticas dessa divindade, é o passado remoto, colectivo, que aflora no presente para se mostrar vivo, o transe ritual repetindo o passado no presente, numa representação em carne e osso da memória colectiva.
Para os iorubás, uma vez que tudo é repetição, nada é novidade, aquilo que nos acontece hoje e que está prestes a acontecer no futuro imediato já foi experimentado antes por outro ser humano, por um antepassado, pelos próprios orixás. O oráculo de Ifá, praticado pelos babalaôs, baseia-se no conhecimento de um grande repertório de mitos que falam de toda sorte de fatos acontecidos no passado remoto e que voltam a acontecer, envolvendo personagens do presente. É sempre o passado que lança luz sobre o presente e o futuro imediato. Conhecer o passado é deter as fórmulas de controle dos acontecimentos da vida dos viventes. Esse passado mítico, que se refaz a cada instante no presente, é narrado pelos odus do oráculo de Ifá, preservados no Brasil pelo jogo de búzios das mães e pais-de-santo dos candomblés. O jogo de búzios é a leitura do tempo mítico que se refaz no presente. É olhar o presente com os olhos no passado.
A essa concepção africana de tempo estão intimamente associadas as idéias de aprendizado, saber, competência e hierarquia que podemos observar no candomblé. Para os africanos tradicionais, o conhecimento humano é entendido, sobretudo, como resultado do transcorrer inexorável da vida, do fruir do tempo, do construir da biografia. Sabe-se mais porque se é velho, porque se viveu o tempo necessário da aprendizagem. A aprendizagem não é uma esfera isolada da vida, como a nossa escola ocidental, mas um processo que se realiza a partir de dentro, participativamente. Aprende-se à medida que se faz, que se vive. Com o passar do tempo, os mais velhos vão acumulando um conhecimento a que o jovem só terá acesso quando tiver passado pelas mesmas experiências. Mesmo quando se trata de conhecimento especializado, o aprendizado é por imitação e repetição. As diferentes confrarias profissionais, especialmente as de caráter mágico e religioso, dividem as responsabilidades de acordo com a senioridade de seus membros e estabelecem ritos de passagem que marcam a superação de uma etapa de aprendizado para ingresso em outra, que, certamente, implica o acesso a novos conhecimentos, segredos ou mistérios da confraria.
* A verdadeira finalidade do culto aos Orixás !
Há alguns dias, eu participei de um debate sobre candomblé, até que alguém da plenária perguntou por que as igrejas evangélicas estavam se expandindo tanto, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus, enquanto o Candomblé não consegue crescer.
Eu confesso que adorei a pergunta, e gostei mais ainda de ouvir os argumentos academilóides dos pseudo-intelectuais que formavam a mesa em defesa do Candomblé. Digo pseudo, porque todos ficaram desconcertados com a pergunta e em algum momento se embaralhavam pra responder.
Fico irritado com pessoas que não vêem o óbvio.
É fácil explicar porque a Igreja Universal cresceu tanto:
O seu líder o Pastor Edir Macedo, era umbandista, todos sabem. Ele teve a grande sacação de juntar a Cruz, maior símbolo da Igreja Católica à Rosa Branca, ofertada à Iemanjá. Por duas vezes ao ano cerca de 80% da população brasileira joga rosas para Iemanjá, uma vez no dia 31 de dezembro e outra no dia 2 de fevereiro.
Enquanto a Umbanda foi perdendo força, à medida que o sincretismo foi se enfraquecendo, seus adeptos se converteram ao Candomblé ou ao “Umbandomblé”, e as casas que ofereciam sessões de desenvolvimento e sessões de descarrego de 15 em 15 dias, foram virando terreiros de candomblé, o Edir Macedo se apoderou também desse ritual. Sessão de descarrego é na Umbanda.
Outro fator interessante, é a questão da abertura de uma nova Igreja. Com a expansão dos Shoping Center com 10 ou 15 salas de cinemas, os cinemas de praças perderam força e faliram sendo arrendados pela Igreja com o dinheiro dos seus fiéis, que no dia seguinte inaugurava naquele cinema uma nova filial da IURD. Um terreiro de candomblé não se inaugura de um dia para o outro. Jamais um cinema onde vários namorados se beijaram, se apalparam, e até transaram, viraria um terreiro no dia seguinte. Além, de vários sacudimentos no estabelecimento, há a necessidade de se assentar o chão e tudo o mais que é essencial em uma casa de candomblé.
Tem ainda a questão da mídia, a Igreja Universal é dona da Rede Record com toda uma campanha contra Candomblé e a favor da Igreja.
Para não me prolongar muito quero falar de como Jesus é apresentado aos fiéis da Igreja Universal, onde existem Miliciantes evangélicos (miliciante mata), bandidos de cristo (bandido mata), um dos 10 mandamentos é justamente “Não matarás…”. Lésbicas indecisas e Bichinhas reprimidas pela família também estão lá jurando que são cristãs. (Em nenhum momento da Bíblia Jesus dialogou com um homossexual, ele perdoou Maria Madalena, Perdoou os ladrões na cruz, mas nunca encontrou um gay em seu caminho – Na Grécia, a homossexualidade já era discutida pelos filósofos há mais de 500 anos antes de Cristo, somente onde Cristo passo não existia Gay, apesar de Paulo).
Por fim os Encostos que baixam na Igreja. São todas pessoas que perderam sua credibilidade enquanto umbandistas ou candomblezeiros, mas querem continuar fingindo que estão com ou são orixás. A diferença é que, na Igreja, o pastor sabe que é palhaçada, mas finge que acredita, puxa o cabelo, agride a pessoa, chama de diabo e finge que libertou a pessoa. Sessão de descarrego da Igreja Universal é um finge que me engana, que eu finjo que acredito. São pessoas incompetentes que necessitam de alguma coisa para justificar seus fracassos e incompetência, e então vão lá para a Universal e Genéricas se auto denominarem tranca rua ou padilha. Palhaçada!
As Igrejas Evangélicas são a maior LAVANDEIRIA DE DINHEIRO DESSE PAÍS.
Mas um governo de rabo preso não tem moral para combater a imoral alheia.
Se Jesus é meio homem e meio santo, Esu (Exú) também é. Se Jesus é o primogênito de Deus Criador, Esu, é o primogênito de Olódùmarè (Deus criador em idioma africano); se Jesus transformou a água em vinho, Esu afi okutá dipó yó (Exú transformou a pedra em sal).
Há muito que se discutir quantos mitos da história foram usados para criar o mito Jesus, cuja existência a ciência não conseguiu provar até os dias de hoje.
Mas está na Bíblia: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será serpente junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero , ó Senhor! Gen. 49, 16-18.
Para finalizar, a finalidade do Candomblé não é se expandir em número de terreiros, Candomblé não promete paraíso após a morte. No Candomblé, você deve ser feliz hoje agora enquanto vive, para isso têm os ebós, pra propiciar felicidade e alegria, além de saúde. Já vi orixá curar muita gente, inclusive minha mãe. A grande questão é que a pessoa não deve deixar seus desejos falarem mais alto que seu ORI, no candomblé não tem espaço para quem age dessa forma, logo, o lugar dessas pessoas, é realmente uma igreja evangélica.
Um abraço, Doté Jorge.
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Dia Mundial de Luta Contra a Aids
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Reduzir Normal Aumentar Imprimir O Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi criado para relembrar o combate à doença e despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas.
Foi a Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que instituiu a data de 1º de dezembro. A decisão foi tomada em outubro de 1987. No Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministro da Saúde.
A cada ano, diferentes temas são abordados, destacando importantes questões relacionadas à doença. Em 1990, por exemplo, quando a Aids ainda era mais disseminada entre os homens, o tema foi "A Aids e a Mulher". Em 1997, foi a vez de as crianças infectadas serem lembradas. A importância da família e da união de forças também já foram destacadas como importantes aliados da luta contra a Aids
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Os 4 Elementos
Os 4 elementos ( fogo, água, terra e ar) são as forças vitais que compõe toda a natureza e que nos animam em todos os níveis. Todo ser Humano é composto pelos 4 elementos e para que haja uma harmonia física e psicológica é importante conhecer e equilibrar essas energias.
Na astrologia os signos são separados por elementos, então se você é de áries, leão ou sagitário o seu elemento principal é o fogo, se é de câncer, escorpião ou peixes, seu elemento principal é a água se é de touro, virgem ou capricórnio seu elemento principal é a terra, e se é de gêmeos, libra ou aquário seu elemento principal é o ar.
É necessário ressaltar que além do signo solar, devemos analisar a carta natal para saber o peso dos outros elementos em nossa personalidade.
A sabedoria antiga que chega até nós pela Tradição Iniciática nos ensina que cada elemento tem um regente (espírito da natureza) assim o elemento fogo é regido pelas salamandras, a água pelas ondinas, a terra pelos gnomos e o ar pelos sílfedes.
Para que consigamos controlar e equilibrar as energias dos elementos, temos que desenvolver o aspecto positivo e controlar os negativos em nós mesmos e no nosso temperamento.
Fogo (salamandras): é a Justiça, a decisão, o entusiasmo, a força que não conhece limites, a fé em si mesmo. Os aspectos negativos são: impaciência, intolerância, egocentrismo, injustiça, os quais devem ser controlados por meio da serenidade. As pessoas de fogo devem moderar sua energia, cultivando a calma a tranquilidade e a serenidade.
Água (ondinas): é o reino das emoções profundas, dos sentimentos, da intuição, do amor, da sensibilidade. Os signos de água vivem em seus sentimentos, é o estado emocional que determina seu comportamento. Os aspectos negativos são: temores irracionais, instabilidade, descontrole emocional, desamor, se magoa com facilidade, os quais devem ser controlados por meio da firmeza. As pessoas de água devem ser firmes consigo mesmas, não se deixando levar pelas emoções e sentimentos descontrolados.
Terra (gnomos): é a realidade do aqui e agora, do mundo material, a força de resistência e persistência. É a forma prática de lidar com a vida, a paciência, o potencial.. Os aspectos negativos são: a teimosia, apego excessivo aos bens materiais, o poder, apego a rotina, falta de imaginação, egoíismo, os quais devem ser controlados por meio da generosidade. As pessoas do signo de terra devem aprender a ser generosas, sendo menos austeras consigo mesmas e a repartir um pouco do que acumularam com os outros.
Ar (sífides): é o universo dos pensamentos abstratos, das idéias, dos ideais, é a realização através das artes, da palavra, dos pensamentos, a liberdade de expressão, a compreensão. Para os signos de ar o pensamento é tão real quanto qualquer objeto material. Os aspectos negativos são: a instabilidade, a falta de persistência, a incompreensão, podem ficar mentalmente desequilibrados, excêntricos, os quais devem ser controlados por meio da constância. As pessoas do signo de ar devem aprender a ser constantes, tomar resoluções, ter compromissos . Estude e analise as características de cada elemento em sua personalidade, procure um local tranquilo, acenda um incenso do elemento(Ar, Terra, Àgua, Fogo)que você quer trabalhar e medite sobre os aspectos positivos que você quer conquistar e os negativos que você quer abandonar.
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