CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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quarta-feira, 27 de maio de 2015

ÒKÚTA – A Pedra e suas Aplicações dentro do Sagrado



“Tenho o dever e a obrigação
de deixar nesse mundo,
uma religião melhor esclarecida,
de quando um certo dia,
tive o privilégio e a honra
de ser iniciado nos mistérios
dos deuses africanos”

Baba Guido

O tema escolhido é palpitante haja vista sua indispensável aplicabilidade na ritualística, de vez que podemos verificar desde as mais antigas civilizações já se faziam menções sobre as pedras, que ao longo do tempo foram utilizadas das mais diversas formas para expor o pensamento humano, seja ele religioso como filosófico. 

A história da humanidade desde seu inicio tem um vínculo forte com as pedras. 

A pedra tem sido a milênios um sinal, um marco. 

Em diversas culturas, as pedras foram usadas em rituais e celebrações, onde sobre a pedra eram oferecidos os sacrifícios propiciatórios aos deuses, tornando-se objetos de reverência e culto como representação divina, que por sua solidez e durabilidade servia para sugerir o poder e a estabilidade de uma divindade. 

O culto utilizando pedras tem sido rastreado em quase todas as regiões do mundo e entre quase todos os povos.

O objetivo principal desse NEW TOPIC é apresentar a simbologia das pedras dentro da Cultura e Tradição dos Iorubas, mas farei uma breve e importante citação sobre a Cultura Islâmica, onde no mundo árabe mais precisamente em Meca, a conhecida cidade de peregrinação islâmica, encontra-se a pedra mais notável do mundo. 

A PEDRA PRETA, que está preservada na KAABA ou casa cúbica que fica no átrio da mesquita sagrada. Acredita-se que seja um aerólito ou pedra meteórica. Esta pedra preta tem sete polegadas de comprimento aproximadamente, e formato oval. Segundo a tradição local, ela foi quebrada durante o assédio de Meca em 683 D.C. Restaurada e encerrada numa cinta de prata, encontra-se embutida na parede do ângulo nordeste da KAABA a uma altura que permite que os devotos a beijem em um verdadeiro ato de adoração. Este é apenas um exemplo da correlação homem e pedra, presente na cultura religiosa que é a mais antiga manifestação circundada na vida humana.

ÒKÚTA vocábulo de origem ioruba designa de forma genérica qualquer tipo de pedra, mais especificamente, pedra símbolo. ÒKÚTA, por elisão denominado de ÒTA, objeto inanimado, porém totalmente vivo, possui um baixo nível de consciência. Consagrada e sacramentada ritualisticamente, transformará a pedra num importante objeto de culto. Estado de completude espiritual ou de mística união com a divindade e o habitat de uma energia sobrenatural, denominada de ÀSE, caracterizando dessa forma o núcleo central dos assentamentos de diversas Divindades do Panteão Iorubá cultuadas no Novo Mundo.

Os descendentes da Tradição Iorubá, atribuem ao ÒKÚTA um valor imensurável. A pedra representa longa vida por que não morre, mas também representam as lutas travadas durante a vida. A pedra sempre representam coisas boas, assim como não dispõem de símbolos para os cinco tipos de infortúnio. A representação simbólica dessa pedra mítica está intimamente ligada com a vida de um iniciado, que desde os ritos da iniciação, o neófito tem seu primeiro contato com a mesma, onde o próprio, não percebe a riqueza existente nesse ato ritualístico. Uma pedra silenciosa que tudo expressa e emana, na vida do iniciado. O ÒKÚTA é o ponto de partida para a grande transformação a ser feita na vida espiritual do recém iniciado, que a principio, em seu atual estado de desenvolvimento espiritual, deve converter-se em forma de perfeição interior.

Contudo o pormenor a que se deve dar atenção é o que define a Pedra como não sendo pedra, mas sim um processo espiritual de iniciação. A Pedra que participa de todos os regimes encontra-se em todo o lado, sendo e não sendo pedra; é comum e preciosa; escondida e, contudo conhecida de todos; com um só nome e com muitos nomes; esta pedra, por isso, não é uma simples pedra, porque é muito mais preciosa, sem ela a natureza não faz nenhuma obra. A Pedra, nas suas várias descrições e processos é a vida espiritual do iniciado, com o nascimento, o crescimento, a degradação e morte que lhe são próprias.

ABÉÒKÚTA capital do Estado de Ogun, na Nigéria. Localizado no sudoeste do país. Fundada em 1830 como baluartes contra a invasão dos antigos daomeanos vindos do território da atual Republica do Benim, que durante algum tempo foi a maior cidade da África Ocidental, tem a etimologia de seu nome na palavra ÒKÚTA, onde literalmente significa: REFUGIO ENTRE ROCHAS ou CIDADE SOB PEDRAS.

Um mito relacionado ao ODÙ ÒYÉKÚ MÉJÌ revela que os ÒKÚTA imigraram da Divinoesfera para a Terra, durante as primeiras chuvas, que duraram um longo período de tempo, ainda na criação de nosso mundo. Em forma de energia mítica, ao tocarem o solo se solidificaram, transformando-se em pedras e rochas. Antigos sacerdotes e grandes estudiosos, afirmar que essa energia mítica era emanada pelas próprias divindades, por essa a razão os diversos formatos e cores dos ÒKÚTA. Assim como o ODÙ ÒSÉ ÒDI nos revela que OLÓDÚMARÈ enviou três chuvas sobre a Terra, sendo que a primeira, estava repleta de pedras preciosas.

Os ritos de consagração ÒKÚTA, impulsionam o espírito embrionário da pedra, denominado de EWA INLE KOLEPO, conforme nos revela o ODÙ ÌRETÈ ÒGÚNDÁ, e finalmente, o espírito da pedra absorve e armazena a energia mítica da divindade. Dessa forma o sagrado emanado para a pedra traz uma ideia de centralização e equilíbrio dando estabilidade e permanência ao ÀSE – A Energia Mítica do ÒRÌSÀ. As descrições de tais ritos não cabem nesse trabalho, pois estaríamos violando o sagrado. Posso apenas afirmar que antes e depois dos ritos de sacrifícios, os ÒKÚTA recebem tratamentos especiais.

As pedras dentro da religiosidade têm um valor sem par, elas são erigidas para representar os ÒRÌSÀ, e assim sendo, cada ÒKÚTA possui suas características próprias e sua ligação direta com as divindades, de acordo com a cor, o formato, a composição e a origem das pedras, que remetem uma forma de expressão.

Os ÒKÚTA de coloração amarelado são destinados ao ÒRÌSÀ ÒSUN, os avermelhadas aos ÒRÌSÀ OYA e SÀNGÓ, azuladas ao ÒRÌSÀ YEMOJA, as brancos e leitosas aos ÒRÌSÀ FUNFUN, entre outros, as pretas ao ÒRÌSÀ ODÙDÚWÀ entre outros e as de tonalidades escuras que são representação especifica de diversas outras divindades.

Aquelas que possuem forma alongada são utilizadas para as divindades masculinas, com exceção da família de ÒRÌSÀNLÁ, que assim como as divindades femininas, ostentam em seus assentamentos as de formato arredondado e ovais. Em formato de machadinhas vermelhas e/ou marrons pertencem ao ÒRÌSÀ SÀNGÓ e as de tonalidades claras para o ÒRÌSÀ AIRA. Existem divindades em especial que comportam pedras machos e fêmeas em seus altares.

Sua composição implica diretamente em seu emprego junto aos assentamentos dos ÒRÌSÀ, seja como objeto principal ou complementar, tais como: pedra de imã, pedra de ferro, pedra de carvão mineral, pedras de raio, pedras de laterita, pedra de arrecife, pedra vulcânica, pedra bruta e polida, pedra preciosa e semipreciosa, assim como gemas e cristais. A PEDRA ÒKÚTA, algo que contém e é contido, simultaneamente, algo que tendo muitos ou todos os nomes, não tem nenhum, tornando-se matéria espiritual, transcendente, por si mesmo. A saber, em ÒKÀNRÀN MÉJÌ nascem às pedras porosas... No ODÙ ÒTÚRÁ ÒFÚN nasce às pedras de raio... No ODÙ OGBE ÒTÚRÁ nasce a pedra vulcânica, e em ÒSÁ ÒBÀRÀ as pedras vulcânicas imergem a superfície da terra... Assim como em ÒGÚNDÁ MÉJÌ as pedras de ferro...

A origem do ÒKÚTA esta fortemente relacionada com o habitat dominante de cada uma das entidades sobrenaturais. Podem ser originárias de mares, rios, lagos, cachoeiras, matas, montanhas, estradas e caminhos. Aqueles de procedência marinha podem ter vários tipos de formatos e ressaltos, a água do mar provoca a erosão que se encube de formar pedras especiais. Embora sejam recortados, furados, não perdem sua essência e mantém seu peso e valor.

De todos os lugares citados, de acordo com o ODÙ ÒYÉKÚ ÌKÁ os primordiais são os seixos de rios, ditos por alguns religiosos de “legítimos”, onde sua ritualística de consagração inicia-se, durante a Cerimônia de Purificação das Águas conhecida entre o povo de santo pelo termo BALÙWE de onde o neófito traz o ÒKÚTA do rio.

Somente a nível de informação, denominamos seixo todo fragmento de mineral ou de rocha, menor do que bloco ou calhau e maior do que grânulo, e que na Escala de Wentworth, de amplo uso em geologia, corresponde a diâmetro maior do que 4 mm e menor do que 64 mm.

Não podemos com isso, tratar com menor valor as demais pedras. Ademas, as pedras brutas, a matéria-prima, em seu estado natural, informe, cheia de saliências e reentrâncias, tirada da natureza tal e qual ali são encontradas, sem nenhum beneficiamento por parte do homem, representam as imperfeições; enquanto que as pedras polidas precisam ser trabalhadas e lapidadas para o seu embelezamento, representaria a natureza melhorada e aperfeiçoada.

Todavia a Mãe Natureza nos apresentam pedras, que mesmo em seu estado original são de uma beleza sem precedentes. Podemos citar, por exemplo, o caso da Pirita, mineral metálico, de coloração amarelo-ouro, de grande dureza, que apresenta um hábito cúbico ou forma externa cúbica, no seu estado primário. Esse tipo de pedra, poderia perfeitamente simbolizar, que mesmo no mundo profano, existem pessoas polidas, lapidadas a tal ponto que o embelezamento de seu Eu Interior é algo natural e espontâneo.

Numa analise filosófica, poderíamos salientar que a pedra polida é o ponto de partida para a grande transformação a ser feita no espírito do iniciado; os defeitos, as falhas, as arestas de nossos Neófitos deverão ser polidos e extraídos com a sabedoria e a humildade. A transformação simbólica de pedra bruta em pedra polida só encontra seu significado real, no momento em que cada ser, sendo pedra bruta, conheça sua natureza, descubra de que matéria mítica é feito, sua composição e a resistência que possui.

Outra analise que merece destaque são os cristais utilizados nos assentamentos dos ÒRÌSÀ, por exemplo, poderia ser simbolizada em nossa cultura, a conduta que deve ter o iniciado nos mistérios do culto, perante seus semelhantes, por apresentar forma cristalina e transparente; manter um comportamento íntegro repleto de ações transparentes, claras e objetivas.

Outros fatores relevantes são a quantidade de ÒKÚTA que integram os assentamentos das diversas divindades, que podem ser em números impares ou pares. Enquanto o assentamento de ÒRÚNMÌLÀ possui apenas um ÒKÚTA, conforme nos revela o ODÙ ÌRETÈ MÉJÌ, o OJUBO Representação Coletiva de uma divindade, comporta um numero ilimitado de pedras consagradas. O ODÙ ÌRETÈ ÒSÁ revela o porquê dos assentamentos de SÀNGÓ ostentam 6 ÒKÚTA no interior de sua gamela, e outros do lado de fora; assim como o ODÙ ÒFÚN OGBE determina que OBATALÁ carregue em seu assentamento, 8 ÒKÚTA FUNFUN. O mesmo ocorre com inúmeras divindades, onde os 256 ODÙ existentes revelam os tipos e quantidades de ÒKÚTA.

Importante ressaltar que uma pedra destinada como parte integrante do assentamento de um ÒRÌSÀ não pode de maneira alguma, de acordo com antigas tradições, escolhida ou recolhida aleatoriamente e na ausência de determinados preceitos. Em uma comparação lógica, seria o mesmo que colher folhas sem nenhum tipo de ritual, ou seja:

“vem a pedra, mas não a essência,
que se desprende do objeto,
no ato de retirá-lo de seu local de origem”.

Identificar um ÒKÚTA que tenha serventia de outro que nada tenha, é ainda, um privilégio de poucos religiosos. Antigamente era de praxe que a identificação de uma pedra a ser sacralizada para o ÒRÌSÀ, não se baseava simplesmente no “olho clinico” dos velhos e sim a uma consulta minuciosa junto ao OBÍ – noz de cola. Na árdua escolha de um ÒKÚTA, não poderá haver enganos ou duvidas que possam surgir, pois uma vez, que a pedra for sacramentada, a mesma passará a ser a representação viva de um ÒRÌSÀ e seu elo de ligação entre os dois planos de existência.

Ainda acrescento, “Pedra é pedra” e trata-se de um termo extremamente genérico do reino mineral, entretanto, nem todas as pedras podem ser consagradas e sacramentadas, pois algumas perderam por completo sua verdadeira essência, estão desprovida do espírito vital da pedra ou em outras palavras “estão mortas”.

Sabemos que na atualidade, muitos adquirem seixos de rio em casas de artigos religiosos e casas de jardinagens, enquanto outros, quando oportunamente, os recolhem e armazenam em recipientes cobertos com água de rio. A causa deste comportamento se dá ao fato de um drástico processo chamado de poluição e contaminação dos rios e, sobretudo a conhecida e lucrativa indústria da Natural Stones, que recolhem centenas e centenas de pedras dos poucos rios vivos que ainda nos restam.

Numa colocação muito particular, devo mencionar que um seixo de rio, adquirido comercialmente, tem por direito e dever, seguir a seguinte trajetória:

“do comércio para o terreiro,
do terreiro para o rio,
do rio de volta para o terreiro”.

E finalmente: “do terreiro de volta para o rio”, quando do falecimento do “titular do assentamento” conforme determina o ODÙ ÒFÚN ÒYÉKÚ.

Em minha opinião, não vejo problema algum, recolher e armazenar pedras a serem sacralizadas, nos espaços externos dos Terreiros, desde que foi “pago” algum tributo ao rio e ter o devido conhecimento de como manter a pedra “viva”. Esse recipiente, com água de rio, em hipótese alguma poderá secar e de tempos em tempos, se adiciona um preparado com diversas substâncias trituradas.

O cuidado para com as pedras existentes nos espaços externos dos Terreiros, são de extrema importância. Aprendi com os meus mais velhos, que uma vez que a pedra tenha sido retirada de seu habitat natural, poderá reclamar dos seus direitos ritualísticos, e como dizem os antigos:

“a pedra pode vir a sentir fome e sede”.

Durante minha jornada religiosa, tive a oportunidade de identificar através do ODÙ ÒGÚNDÁ MÉJÌ, consulentes sensíveis a natureza, que em passeios, trilhas e expedições através de rios e florestas, percebem que há algo diferente ao redor de uma pedra, que lhe despertam a atenção, onde simplesmente a carregam para suas casas. Se tal pessoa tiver uma cultura anímica ou se for simpática a tais influências, transformará a pedra num objeto de culto ou habitat de um espírito amigável ou simplesmente a transformará numa peça decorativa. Essa pedra pode emanar uma energia negativa para o local e pessoas que ali residem. No momento da consulta será revelado se o consulente deverá devolver a pedra ao seu local de origem ou consagrá-la. O mesmo ocorre com pedras de belos formatos que escoram as portas de entrada das casas (ÒKÀNRÀN ÒWÓNRÍN), assim como as pedras de raio (OGBE ÒDI), um costume típico do nordeste brasileiro.

As pedras existentes na natureza, não são apenas de uso exclusivo dos assentamentos de nossas divindades e sim ingredientes de uma infinidade de EBO – oferenda para vários fins, das quais sua presença é indispensável para o efeito desejado daquilo que se pretende almejar. Um dos fatores de seu emprego em “trabalhos” se dá ao fato de sua dureza, visto que as pedras representam o símbolo dos poderes eternos e divinos.

Considero o Reino Mineral o Corpo da Natureza, e seria impossível falar de magia natural sem mencionar o uso das pedras. Simbolicamente, o reino mineral compõe-se de ferramentas fundamentais para todos aqueles que desejam trabalhar nas regiões mais profundas da realidade.

Dentro do CORPO LITERÁRIO E DOUTRINÁRIO DE IFÁ podemos perfeitamente identificar o termo ÒKÚTA inserido em vários ITAN que fazem alusão ao personagem mítico do mito, utilizada para vários fins seja como arma ou ferramenta qualquer, que facilitara a vida dos ancestrais iorubás.

Um ITAN inserido no ODÙ ÒWÓNRÍN ÒKÀNRÀN inicia seus versos com a onomatopéia POKON POKON POKON que representa “o rolar dos seixos, forçados pela forte correnteza do rio”...

Outro mito do ODÙ ÌRETÈ MÉJÌ, revela que YEYE OLOMO MEFA, perdeu três de seus seis filhos, entre eles ÒKÚTA – pedra, ALE – terra e ABIRISOKO – folha, do qual, após consultar IFÁ, lhe é revelado que os mesmos estavam a merce de IKÚ – A Morte. Após realizar as oferendas prescrita por IFÁ, a mãe encontra seus filhos, e IKÚ promete-lhe nunca molestar seus três filhos, então cantam: ÒKÚTA E E KU – ALE E E RUN – ABIRISOKO E E RARE E SI, do qual podemos interpretar: pedra não morre, solo não fica doente e o ano não passa para aquele que não vê a planta de Abirishoko...

Em OGBE MÉJÌ um mito faz citação de ÒKÚTA LEGBAJE (1.460 pedras) que estavam a frente da casa de ÒRÌSÀNLÁ do qual ÉJÌOGBE foi orientado, que ficasse em pé sobre o ÒKÚTA FUNFUN – pedra branca que estava no centro... Quando este estava próximo a se tornar o Rei de todos os ODÙ...

O ODÙ ÒSÁ ÒGÚNDÁ, revela de como os ÒKÚTA foram levados dos rios para os oceanos...

Em ÒSÁ ÒTÙRÚPÒN o segredo de OLÒKUN para as OLOSA e OLONA que devem carregar em seus atributos pedras do mar e um ÒKÚTA que ficou imerso no fundo do poço por três dias...

No ODÙ OGBE ÒYÉKÚ, um mito faz menção que SÀNGÓ utiliza-se do ÒKÚTA como arma, lançando-as contra seus inimigos... No mesmo encontramos o mito entre a disputa de ORO (Cactus) e ÀPÁTA (Pedra) se enredo uma disputa por território... Enquanto no ODÙ ÌKÁ ÒFÚN com as habilidades de este prepara apenas um ÒKÚTA para vencer a guerra travada contra OYA e IKÚ.

Em ÒTÚRÁ MÉJÌ um mito relata que ÒTÚMÉJÌ possuía um seixo trazido da Cidade de IFÉ... e assim que ele colocou o seixo no chão, ele se multiplicou em 200 seixos... Quando os guardiões viram o milagre, uma multidão se reuniu ao redor de ÒTÚRÁ MÉJÌ... Ele disse a cada um de seus seguidores para escolher uma das 200 pedras em lançar em direção ao palácio do Rei...

Em ÌRETÈ ÌWÒRI o IFÁ DE ENIGMAS, um mito revela o enigma das três cabaças, uma com pedra, uma com água e uma com milho - IGBA ÒTA - IGBA OMI - IGBA AGBADO, de onde deciframos: imortal como a pedra, necessário como a água e afortunado como o milho. Nesse mesmo Signo esta inserida um conhecido cântico:

O IGI IGI ÒTA OMI O
O IGI IGI ÒTA R'OMI
AGBADO IGI IGI OKUN MÃ
O IGI ÒTA R'OMI

Analiso as pedras no seu aspecto de “dureza” como símbolos da fortaleza e da fundação sólida. Como um Portal entre os dois mundos, considerado também; como símbolo da fé e da verdade. Um símbolo autêntico portador de uma ideia mística e oferecendo um campo muito vasto de conexões de sentido. O portador de um espírito divino escondido na matéria.

Um fraterno abraça a todos.
fonte: Baba Guido Tí Ajaguna


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