CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

PORQUE ÒRÚNMILÀ PARTIU DEFINITIVAMENTE PARA O ORUN



Essa história se passa em Ifè, quando Òrúnmilà não tinha filhos e seus opositores se vangloriavam de que ele jamais teria filhos em Ifè. 

Mas, estavam enganados, pois mais tarde Òrúnmilà teve oito filhos: o primeiro foi Ajerò, o seguindo Olóyémoyin, em seguida Alákegi, Ótangi, Òlélé, Eléjèlúmòpé, Owárangún e o último Olówó, o caçula do grupo e rei da cidade de Òwò. 

Durante sua importante solenidade, quando Òrúnmilà celebrava um ritual, ele mandou chamar todos os filhos que haviam se tornado altos chefes de seus próprios domínios. 

Ao chamado acorreram todos, prestando obediência ao pai, com a saudação àbòrú bòyè bo síse - "que os rituais sejam abençoados e aceitos". 

Porém, o mais moço dos filhos Olówò, recusou-se a saudar o pai, além de estar vestido do mesmo modo que Òrúnmilà, o que simbolizava sua rejeição à autoridade e superioridade paterna. 

Permanecendo de pé, provocou um diálogo ríspido com Òrúnmilà, que, enfurecido, arranca o batão de òsùn empunhado por Olówò, o que significava por simbolismo a cassação de sua autoridade. 

O bastão de òsùn é uma espécie de cajado pertencente a uma antiga divindade yorubá e usado apenas pelos sacerdotes de Ifá, como símbolo de autoridade e superioridade. 

A retirada do bastão representaria, portanto, a cassação da autoridade que Òrúnmilà havia conferido aos filhos como importantes seguidores de sacerdote. 

Mas a reação do pai diante da ação prepotente do filho não parou aí. 

Provocou o retorno de Òrúnmilà ao òrun, onde se estabeleceu ao pé de uma palmeira de dendezeiro - igi ope - cujos ramos brotavam aqui e ali dezesseis (ikin) coquinhos. 

O resultado dessa situação foi a fome, a peste, a confusão total na Terra, uma vez que Òrúnmilà representava o princípio da ordem, sabedoria, fertilidade e continuidade na face jovem do planeta. Sua partida da Terra, portanto, trouxe o caos total. 

As chuvas cessaram imediatamente. 

O ciclo da fertilidade das plantas e dos animais foi desfeito, ameaçando de total extinção o homem e o seu ambiente. 

Diante desse quadro, todos aclamavam pela volta de Òrúnmilà. 

Foram pedir aos filhos que rogassem ao pai pela sua volta a fim de que a ordem pudesse ser restaurada. 

Quando os filhos chegaram ao òrun, na mitologia yorubá, na época, não havia separação física entre o Céu e a Terra, rogaram ao pai pela sua volta, entoando palavras de louvor. 

Mas Òrúnmilà negou-se terminantemente a segui-los de volta ao aiye e pediu que todos estendessem as mãos à frente e deu-lhes dezasseis coquinhos - ikin - da palmeira sagrada da divinização de Ifá. 

Disse ele: "Quando chegarem em casa, se desejarem possuir dinheiro, esposa e filho, é isto que deverão consultar se desejarem roupas, casa de morar e todas as boas coisas da Terra, é isto que deverão consultar".
FONTE: http://odereci.blogspot.com.br/


Nenhum comentário:

Postar um comentário