Aspectos dos conceitos de deusa e de deus
Como o conceito de monoteísmo e politeísmo são relativistas, os conceitos de deus e deusa correm o risco de ser culturalmente mal entendidos, devendo-se atentar para os contextos de patriarcado e matriarcado ao qual se relacionam.
O conceito de deusa é defendido por modernas matriarcas e panteístas como uma versão feminina de ou analógica a deus, isto é, o deus abraâmico), que no feminismo e em outros círculos é entendido como fundamental no conceito patriarcal de domínio — à exclusão de conceitos femininos.
A relação feminino-masculino é às vezes fundamental no monismo ("Um-ísmo"), de preferência, do que através de um conceito definitivo e rígido de monoteísmo versus politeísmo, onde a deusa e deus são vistos como os gêneros de uma mônada transcendental.
No paganismo sempre existiram deusas-Mães e deuses Corníferos vivendo em panteões próprios a culturas, povos e épocas.
Estátua de Ceres, deusa romana da agricultura
Transformações simbólicas
Passagem do matriarcado ao patriarcado
É interessante notar a mudança que sofrem os mitos de deidades femininas ao longo deste processo, pois, após a derrocada do matriarcado e a descoberta do ferro, todos os valores femininos foram também caindo, sendo demonizados, absorvendo estereótipos depreciativos criado por seus opositores, em decorrência de interesses e novos engendramentos econômicos.
O culto das deusas acha-se basicamente associado a três aspectos: psicológico, geo-físico e econômico.
O aspecto psicológico engloba a veneração dos antigos pela geração materna (A grande mãe).
O aspecto geo-físico está ligado à veneração pela natureza (estrelas etc.).
O aspecto econômico está ligado à produção material no matriarcado, sistema em que a mulher sustentava toda a gens com a plantação, sendo associada à agricultura, plantio, colheita e abundância.
As deusas nas diferentes culturas e religiões
Egito
Bastet
Hator
Ísis
Néftis
Mut
Nut
Neith
Sekhmet
Taweret
Uadjit
Grécia
Afrodite
Ariadne
Deméter
Ártemis
Atena
Aurora (mitologia)
Cárites
Deméter
Diké
Dríades
Enio
Eos
Erínias
Eris
Eurídice
Eurínome
Hebe
Hécate
Hemera
Hera
Ino
Io
Íris
Leto
Mnemosine
Moiras
Musas
Niké
Ninfas
Mesopotâmia
Lilith
Lilith, em gravura de John CollierVer artigo principal: Mitologia suméria
Ishtar
Lilith
Ningal
Ninhursag
Tiamat
Arábia
Antes do Islão, um número de deusas foi cultuado, inclusive as três referidas como filhas de Deus: Alilat, Uzza e Maná, as três deusas-chefes de Meca.
Religião proto-indo-européia
Paganismo
Religiões dármicas
Hinduísmo
Taoismo
Budismo
Kuan Yin, ou Guānyīn , "Aquela que enxerga os apelos do mundo", divindade feminina ou deusa da compaixão no budismo chinês, transformação da divindade indiana da compaixão Avalokiteśvara, em fusão com divindades femininas locais e associada principalmente à lendária princesa Miàoshàn , que teria vivido na longínqua dinastia Zhōu , Zhōucháo , entre os séc. X a.C. ao séc. III a.C..
Kuan Yin tem aspecto maternal e pacífico predominante.
Kannon Bosatsu, "Aquela que enxerga os apelos do mundo", divindade feminina ou deusa da compaixão no budismo japonês, trazida, a partir do séc. VI, das devoções chinesas e coreanas, transformações do mito indiano de origem, Avalokiteśvara.
Xintoismo, ou, em japonês, shintō
Amaterasu Ōmikami
Amaterasu Ōmikami “A Grande Deusa Imperial do Sol Brilhante”: associada à força materna da criação.
Religião germânica
Constam da mitología germânica numerosas deidades femininas e gigantas.
Freya
Frigg
Fulla
Gná
Gullveig
Hel
Hlín
Iðunn
Nana
Nerthus
Norns
Nótt
Skade
Sol
Gnosticismo.
Gnosticismo.
Os gnósticos sempre foram perseguidos por acreditarem que a Divindade se manifestava duplamente, como Pai-Sabedoria e como Mãe-Amor.
Wicca
Referências
1.Blofeld, John. A Deusa da compaixão e do amor. O culto místico a Kuan Yin. Trad. Antonio de Pádua Danesi e Gilson César Cardoso de Sousa. São Paulo, Ibrasa, 1995, p.195.
2. Campbell, Joseph. O Herói de Mil Faces. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo, Cultrix/Pensamento, 1988, p.210
Bibliografia
Blofeld, John. A Deusa da compaixão e do amor. O culto místico a Kuan Yin. Trad. Antonio de Pádua Danesi e Gilson César Cardoso de Sousa. São Paulo, Ibrasa, 1995
Brandão, Junito. Introdução ao Mito dos Heróis. Mitologia Grega. Vol.III. Rio de Janeiro, Vozes, 1987.
Campbell, Joseph. O Herói de Mil Faces. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo, Cultrix/Pensamento, 1988, p. 210.
Neumann, Erich. A Grande Mãe. Um estudo fenomenológico da construção feminina do inconsciente. Trad. Fernando Pedroza de Mattos e Maria Silvia Mourão Netto. São Paulo, Cultrix, 2003.myv:Пазава
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