CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

segunda-feira, 21 de março de 2011

Gaia é a matriz da maioria das culturas que denominamos indo-européias.




Há, em todas as mitologias, a crença no “sagrado” na divindade da Terra, a “Grande-Mãe”.


Na mitologia grega, Gaia (Géia) é a personificação divina da Terra (como elemento primitivo e latente de uma fecundidade devastadora e infindável).

Segundo Hesíodo e sua Teogonia, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos e foi uma uma das primeiras habitantes do Olimpo.







Como dissemos, sua potenciadade progenitora é tão intensa que, sem intervenção masculina, dá a luz a Urano (seu filho e esposo), às Montanhas e ao Mar.


Casada com o Céu, a Terra gera também os Titãs e os Ciclopes.


Absolutamente tudo que cai em seu ventre fértil ganha vida.




Potência feminina:


Livre de nascimento ou destruição, de tempo e espaço, de forma ou condição, é o Vazio. Do Vazio eterno, Gaia surgiu dançando e girando sobre si como uma esfera em rotação. Ela moldou as montanhas ao longo de Sua espinha e vales nos buracos de Sua pele. Um ritmo de morros e planícies seguia Seus contornos. De Sua quente umidade, Ela fez nascer um fluxo de chuva que alimentou a Sua superfície e trouxe vida.


Criaturas sinuosas desovaram nas correntezas das piscinas naturais, enquanto pequenos filhotes verdes se lançaram através de seus poros. Ela encheu os oceanos e lagoas e fez os rios correrem através de profundos sulcos. Gaia observava suas plantas e animais crescerem. Então Ela trouxe à luz de Seu útero seis mulheres e seis homens.


Os mortais prosperaram ao longo do tempo, mas estavam continuamente preocupados com seu futuro. No início, Gaia pensou que era uma espantosa excentricidade de sua parte, contudo, vendo que sua preocupação com o futuro consumia algumas de suas crianças, Ela inaugurou entre eles um oráculo. Nos morros do local chamado Delfos, Gaia fez brotar vapores de Seu mundo interior. Eles subiram por uma fenda nas rochas, envolvendo uma sacerdotisa. Gaia instruiu-a a entrar em transe e interpretar as mensagens que surgiam da escuridão de sua terra-útero. Os mortais viajavam longas distâncias para consultar o oráculo: Será o nascimento do meu filho auspicioso? Será nossa colheita recompensadora? Trará a caça suficiente comida? Conseguirá minha mãe sobreviver a sua doença? Gaia estava tão comovida com sua torrente de ansiedades, que trouxe outros prodígios ao futuro para Atenas e o Egeu.


Incessantemente, a Mãe-Terra manifestou presentes em sua superfície e aceitou os mortos em seu corpo. Em retribuição ela era reverenciada por todos os mortais. Oferendas a Gaia de bolos e mel e cevada, eram deixados em pequenos buracos no chão à frente dos locais onde eram realizadas as colheitas. Muitos dos seus templos eram construídos próximo a pequenas fendas, onde anualmente os mortais ofereciam bolos doces através de seu útero, e do interior da escuridão do seu segredo, Gaia aceitava seus presentes.


A separação do Céu e da Terra


Urano, o senhor do Céu, temia de seus filhos o destronassem, de forma que prendia-os no Tártaro. Revoltada com essa ação mesquinha e cruel do esposo, Gaia decidiu armar um dos filhos, Kronos, com uma foice. No momento em que Urano fora unir-se à esposa, em um ciclo perene de criação, Cronos atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. O filho lançou às aguás marinhas os testículos do pai… Ainda assim, algumas gotas do líquido gerador divino recaíram sobre Gaia, que fertilizada, concebeu as divindades Erínias (as Fúrias).


Significado mitológico:


Gaia, na mitologia clássica, personificava a origem do mundo, o triunfo e ordenamento do cosmos frente ao caos (ainda que sua fertilidade parecesse “caótica” devido a sua força primitiva). Manancial dos sonhos, a protetora da fecundidade é comumente relacionada à juventude.


Gaia Ciência:


O nome Gaia, ou Géia, é utilizado como prefixo para designar as diversas ciências relacionadas com o estudo do planeta. HáA mãe de todas as coisas uma teoria científica chamada “Teoria de Gaia” (1969) que empreende estudos relacionados a ramos da Biologia tais como a Ecologia e que afirma ser o planeta “um ser vivo”. Essa crença prevê a inter-relação dos organismos que manifestam-se em uma correlação infinita. Ainda segundo essa teoria, seria a própria Terra quem criaria suas condições de sobrevivência.


Friedrich Nietzsche também se dedicou a Gaia em Gaia Ciência (1882). Nesse livro, há a presença constante do afã de conhecimento do mundo e a obra traz à luz a discussão sobre as Artes (o nome Gaia, nesse caso, é uma lembrança às origens da poesia provençal medieva e significa “feliz”).

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