40 dias foi a pena do papa no século IV aos cristãos que desobedeciam a igreja e se envolviam na festa da carne (hoje conhecido como CARNAVAL - festa oriunda da cidade de Veneza), esses foram condenados a ficarem em quarentena, ficando em jejum de carne, músicas, alegrias, enfim tudo o que representasse o prazer da carne. Ótimo, respeito, mas o que o candomblé tem a ver com a condenação do paganismo, se ao ver dessa religião somos os próprios pagãos?
Já escrevia Dias Gomes em O PAGADOR DE PROMESSAS, condenando, através do personagem Zé do Burro, o ato da mais conhecida cerimônia de Salvador A LAVAGEM DA ESCADARIA DA IGREJA DO NOSSO SENHOR DO BOM FIM.
Mesmo que não estivéssemos abrindo mãos da nossa identidade (Universo), ficam as perguntas para os irmãos:
1- Por que teríamos que achar que Jesus cristo é Oxalá? E se esse Messias seria raspado na cabeça de um Yao? E quais seriam as folhas? Se fosse raspado, qual seriam as folhas de para o fundamento? As folhas de Oliveira ou os espinhos do Cactos?
2- Qual seria o propósito de estarmos cumprindo um dos requisitos da pena (não comer nem derramar sangue)? Visto que é uma data que antecipa a páscoa, ressurreição de cristo; e abrirmos kuras fazendo assim, não derramar sangue animal, e sim humano?
3- Por que estaríamos cumprindo um ritual que nem mesmo os cristãos cumprem? Pois não vemos mais nenhum deles ficarem 40 dias rezando, jejuando ou coisa assim.
Em resumo, nos meus 21 anos de iniciado, nunca me deram uma resposta. Gostaria se algum irmão discordasse, enviasse um e-mail para que eu possa tentar compreender, porque mesmo sendo filho da ignorância, do tempo em que nossos pais falavam "eu corto assim porque meu pai me ensinou que é assim e ponto". Como falei no meu artigo anterior estamos na era da cultura escrita e temos que levantar aquela bandeira içada por grandes zeladoras (Meninha do Gantuá, Olga de Alaketu), na tentativa de deixarmos de ser uma sombra do cristianismo.
Em tempo:
Um pouco do que vem a ser a quaresma: A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do Dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades.
A prática da Quaresma data desde o século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.
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