CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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domingo, 24 de abril de 2011

* Culinária Afro-brasileira


Culinária Afro-brasileira
Da necessidade de improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por sua vez, tinha uma estrutura bem pouco eficaz, surgiu a própria maneira de cozinhar, preparar, improvisar e principalmente reiventar sua arte de cozinhar, pois até mesmo a elite da época, tinha de importar vários gêneros, devido a precariedade de desenvolvimento e produtividade da terra.


Os colonizadores vieram sem suas mulheres e na supra das necessidades que incumbiam á mulher, usavam as negras para diversos serviços como, lavar, passar, cozinhar, servir, e muita vezes atender as necessidades sexuais dos opressores.


Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados os escravos, as negras eram responsáveis pela alimentação dos senhores brancos, e passaram a adaptar sua arte culinária aos ingredientes da colônia que ali dispunham.


Com a necessidade de suprir a colônia e a sua própria demanda, os negros tiveram que reinventar a sua arte de cozinhar na terra brasilis.


Na carência de alimentos e ingredientes típicos de sua cultura, improvisavam com os que encontravam aqui. A mandioca por exemplo, era utilizada quando não tinha o inhame.


Na falta das pimentas que utilizavam na África, aproveitavam o azeite-de-dendê, que já conheciam da sua terra.


As primeiras arvores chegaram aqui em meados do sec XVI.


Sementes, raízes, folhas, frutas e tudo que pudesse suprir a carencias dos alimentos na colônia e nas senzalas, passaram a dar um novo sabor na sua arte de cozinhar e assim, na própia cozinha brasileira, que essencialmente com a incorporação de animais que a dieta africana trazia em seus cardápios, previlegiava a mesa dos Senhores nas colônias.


Adeptos da caça, utilizaram os animais que encontravam no estranho território como, tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos.


Os animais eram muitos frequentes nos cardápios das senzalas e praticamente passou a incorporar os cardápios dos colonizadores.


Da culinária afro-brasileira é muito comum o uso do caldo dos alimentos, pois ele é um item fundamental no preparo de outros, como por exemplo, sua mistura com a farinha.


Proveniente tanto do próprio alimento assado ou cozido, quanto do alimento preparado com água e sal, o caldo deu origem a pratos típicos da cozinha brasileira, como o Angu (caldo com farinho de milho), e o pirão (caldo com farinha de mandioca), já conhecido pela cultura indígena.


O modo africano na arte de cozinhar e temperar incrementou elementos culinários de portugueses e indígenas, recriando tanto sua própria arte de cozinhar, quanto a propria forma á cozinha brasileira.


Dos pratos portugueses era comum as galinhas e os ovos nas dietas dos escravos doentes, pois os opressores acreditavam que fossem alimentos revigorantes.


Com o passar dos tempos, a galinha passou a ser incluída nas cardápios afro-brasileiros.


Assim, desenvolveram-se pratos típicos da cozinha brasileira, como o vatapá e o xinxim, resistentes até hoje, nos cardápios típicos regionais do país.


Dos pratos indígenas, a culinária afro-brasileira além de diversas ervas, frutas e raízes, utilizou a mandioca. Um dos pratos afro-indígena brasileiro bem popular é o caruru.


Feito apenas de ervas socadas ao pilão. Com o passar dos anos ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.




Na cozinha afro-brasileira, além do popular acarajé, feito da mistura de feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta, é comum encontramos a pamonha de milho, originado de um prato típico africano, o acaçá.


A Vinda dos africanos ao país, não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na cozinha colonial, por sua vez, brasileira.


Representou também a transformação da sua própria arte de cozinhar.


Muitos dos pratos africanos reinventados com os ingredientes brasileiros, retornaram com um novo sabor para culinária africana.


Hoje vários pratos típicos da culinária afro-brasileira compreendem a culinária do continente africano.


Portanto, tanto os alimentos e ingredientes, quanto tudo que concerne da arte e cultura dos africanos que vieram para o Brasil na epoca da escravidão africana, durante o periodo de colonização, foi determinante para "explicar" o desenvolvimento da nossa cozinha brasileira e consequentemente a própia gastronomia afro-brasileira.


O africano introduziu na cozinha o leite de coco, o azeite de dendê, confirmou a excelência da pimenta malagueta sobre o reino; dou ao Brasil o feijão preto, o quiabo, ensinou a fazer vatapá, mungunza, acaragé, angu e pamonha.


A cozinha africana, pequena mas forte, fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar.


 Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; Faz a mesma coisa com os pratos da terra; E finalmente criou a cozinha brasileira, ensinando a fazer pratos com macarrão seco e a usar as panelas de barro e a colher de pau.


As deliciosas comidas típicas, como cuzcuz e muita carne de carneiro, são servidas em quase todos os lugares, como entrada o mais comum é ter pão e harissa (uma pasta de pimenta vernelha que deve ser comida com bastanate azeite).


As sopas de legumes com cereais apaerecem freqüentemente, acompanhados de debri (um bolinho de massa, semelhante ao pastel recheado com ovo frito e, as vezes, atum).


"O paladar não é tão universal como a fome" disse Luis da Câmara Cascudo em 1968.


A feijoada para ele, era preciso uma predisposição especial para que se pudesse apreciar os sabores do prato.


O africano contribuiu com a difusão do inhame, da cana de açúcar e do dendezeiro, do qual se faz o azeite-de-dendê.


O leite de coco, de origem polinésia, foi trazido pelos negros, assim como a pimenta malagueta e a galinha de Angola.


Entre os vários aspectos da cultura como a literatura, a música, a dança, o teatro, a culinária tem a sua importância reconhecida e é tomada como uma indicação de identidade de cada grupo humano.


Os africanos trouxeram ao Brasil o gosto por novos temperos e a habilidade de improvisar receitas, misturando ingredientes europeus e indígenas.


Na falta de inhame usavam mandioca, na falta de pimenta africana, abusavam do azeite de dendê.


Na dieta do brasileiro, a influência africana pode ser percebida em dois aspectos: no modo de preparo e na introdução de ingredientes, como o coco e o milho.


A cozinha africana privilegia os assados e não as frituras.


O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal.


No Brasil ,esta pratica popularizou o pirão.


Em países como Angola e Moçambique as influências portuguesas foram muito fortes e duradouras.


Especiarias, pimentas, abacaxi, banana, tomate, porco doméstico, técnicas de assados, cozidos e marinados foram introduzidos pelos portugueses, que se misturaram a culinária africana.

Se você observar; muitas das receitas que nós costumamos comer,são de origem africana ou seja são comidas afro-brasileiras.


Entre vários aspectos da cultura- como a literatura, a música, a dança, o teatro-a culinária tem sua importância reconhecida e é tomada como uma indicação da indentidade de como grupo humano.
A sua variedade revela os recursos naturais de que dispõe o homem na região onde vive, também, a cultura que desenvolve.

Algumas comidas afro-brasileiras:


Acarajé






Bolo de feijão-macaça temperada e moída com camarão seco, sal e cebola, frito com azeite de dendê.


Mungunzá




Alimento preparado com milho em grão e servido doce (com leite de coco) ou salgado (com acompanhamento de carne -de-sal/ ou torresmo) com leite.


Vatapá






Papa de farinha-de-mandioca com azeite de dendê e pimenta, servida com peixe e crustáceos.


Quibebe






Pato típico do Nordeste, de origem africana, feito de carne-de-solou com charque, refogado e cozido com abóbora.Tem a consistência de uma papa grossa e pode ser temperado com zeite-de-dendê e cheiro verde.


Abará



Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Iansã, Obá e Ibeji).


Aberém






Bolinho de origem afro-brasileira, feito de milho ou de arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Omulu e Oxumaré).


Abrazô




Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê.


Acaçá






Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de milho macerado em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno, em folhas verdes de bananeira.


(Acompanha o vatapá ou caruru.)


Preparado com leite de coco e açúcar, é chamada acaçá de leite.

No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxalá, Nanã, Ibeji, Iêmanja e Exu.


Ado
Doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel.
(No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxum).


Aluá
Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi fermentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.


Mas nunca esquecendo que a feijoada surgiu nas senzalas, feitas pelos escravos que cozinhavam o feijão nas horas de seus intervalos e aproveitavam os restos de porco (rabinho e pés) jogados fora pelos seus senhores.
 
 

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