CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Yemanjá – Associada a Diferentes Mães D’Água e Sereias Sereias no Continente Americano )


                                                            Yemanjá –
Associada a Diferentes Mães D’Água e Sereias Sereias no Continente Americano



É surpreendente a quantidade de histórias e lendas sobre sereias em continente americano, e pode-se encontrá-las no Canadá, México, Brasil, Argentina e Chile, através de Yemanjá no Candomblé, e nas lendas amazônicas sob a figura de Iara.




Entre os esquimós, Sedna é uma mistura de mulher e foca e é objeto de adoração entre eles através de cerimoniais de transe coletivo. O mesmo aspecto de uma divindade importante no mito de criação de um povo, cultuada com rituais de transe e representada como sereias, vai-se encontrar especialmente no Brasil.


Princesinha do Mar, Rainha do Mar, Rainha das Águas ou Dona Janaína, são alguns dentre os quase 30 nomes pelos quais Yemanjá é conhecida no Brasil. Camara Cascudo faz referência a sereias africanas como a Kianda, dos povos kimbundos e a Kiximbi, dos povos mbakas, mas é no Brasil que Yemanjá será identificada como Sereia, provavelmente por influência das lendas indígenas sobre a Iara.




Existem muitas versões do mito de Yemanjá e as variações no culto se devem aos diferentes grupos étnicos de negros trazidos ao Brasil como escravos e aos modos de aculturação. O sincretismo com o cristianismo acabou por associar Iemanjá e a Virgem Maria nas figuras das Nossas Senhoras. Nas procissões, Yemanjá é representada por uma linda sereia toda colorida e cuidadosamente adornada.

Os barcos que saem para o mar ao som de tambores, carregando seus fiéis e, principalmente, cestos de palha com oferendas para Yemanjá, oferecem a ela pentes, espelhos, perfumes, flores e bilhetes com pedidos que serão lançados em alto mar. Nesse momento as filhas-de-santo que estão no barco caem em transe. Finalmente os barcos regressam e no dia seguinte, se os presentes voltarem, acredita-se que o ano será ruim para a pesca, mas se Yemanjá aceitá-los então esse será um ano bom.



Estes festejos encontram um interessante paralelo com a festa do Navigium Isidis em honra à deusa Ísis, ou Ísis Pelagia, senhora do mar e protetora dos navegantes. Essa festa era comemorada no dia 5 de março marcando a reabertura da navegação sob a proteção da deusa e o renovar-se de toda a natureza. Era comemorada também com uma procissão marítima na qual era oferecido à deusa um barco novo, purificado pelos sacerdotes e carregado de oferendas de todo tipo pelos fiéis. Abriam o cortejo mulheres vestidas de branco e adornadas com guirlandas, que jogavam flores, enquanto outras levavam espelhos e pentes para pentear a deusa, e outras ainda espalhavam perfumes e ungüentos.

Essa festa do mundo greco-romano foi muito popular até ser proibida, assim como todas as festas pagãs. Mesmo assim alguns escritores confirmam sua sobrevivência ainda nos séculos V e VI. Vale citar a semelhança desta festa de Ísis com a festa de Yemanjá, com suas procissões, rituais, roupas brancas, e oferendas dos fiéis para as Rainhas do Mar. Apesar de não se fazer nenhuma referência à sereia nessa passagem, não deixa de ser interessante que os espelhos e pentes os quais, são elementos significativos da simbologia das sereias, também são oferecidos à Yemanjá.



Fonte: Umbraum



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