Festa de Iemanjá Mongaguá 2011
21 anos de tradição na cidade
Mongaguá, 170 centros de umbanda e candomblé de diversos pontos do Estado de São Paulo montaram tendas nas praias de Agenor de Campos, Flórida Mirim, Vila Atlântica e Jussara para celebrar Iemanjá desde o dia 2 até o próximo domingo
A festa, que acontece na Cidade há 21 anos, cresce a cada edição: em 2009 foram montadas 158 tendas. “Entre praticantes da religião e turistas, nossa expectativa é que recebamos aproximadamente 30 mil visitantes no Município nesse período”, afirmou a diretora de Cultura e Turismo, Luciana Trizzini.
A chefe do Departamento de Turismo, Adriana Rodrigues, conta que o diferencial desse ano está sendo a maior preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Notamos que essa preocupação aumentou, até algumas faixas foram fixadas solicitando que não fosse jogado lixo na praia”, observou.
O presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, Ronaldo Antônio Linaris, o pai Ronaldo, lembrou que faz restrições à oferenda de garrafas à rainha do mar. “Mas não conseguimos mudar alguns ritos tão antigos. Religião é tradição”, esclareceu. “Os barcos pequenos jogados nos rios traziam ao mar a esperança dos negros escravos de terem uma vida melhor”, explicou.
Festa - O presidente contou que a Festa de Iemanjá teve início em Praia Grande na década de 1960, na Praia das Vacas. Em 1964, com o Golpe Militar, não puderam mais continuar naquela praia – área militar, mas continuaram na cidade.
“Entre 1960 e 1970, a umbanda teve um boom. Porém a qualidade dos praticantes era sofrível”, disse o presidente da federação. “Em seguida, mudamos para Mongaguá. Em todos esses anos, com grande volume de pessoas, nunca tivemos qualquer tipo de problemas aqui. Aprendi a amar essa Cidade”, afirmou.
Discípulo – Pai Ronaldo teve contato direto com o fundador da umbanda, Zélio de Morais. Curioso, ele conta que buscava entender mais sobre a umbanda quando deparou com uma revista em que um homem dizia ser o fundador da religião.
“Desconfiei da afirmação e fui atrás”, disse o presidente da federação, que atuou muitos anos como jornalista. Depois de um tempo, pai Ronaldo foi à casa de Zélio, mas ele estava na casa da filha, em Niterói (RJ).
“A empregada me deu o telefone da casa da filha. Naquela época, era raro ter telefone nas residências. Parei numa farmácia e liguei. Ela atendeu. Me identifiquei como jornalista, não disse meu nome, e falei que gostaria de entrevistar o pai dela”, contou.
Pai Ronaldo contou que a moça não tampou o bocal do telefone quando perguntou se Zélio poderia falar com um jornalista de São Paulo. A resposta emociona o presidente até hoje. “Escutei ele falar claramente: ‘É o Ronaldo. O homem que vai tornar conhecido o meu trabalho’. Eu nem tinha dito meu nome”, contou com lágrimas nos olhos.
A partir de então, as visitas a Zélio se tornaram constantes, aproximando Ronaldo da família do fundador. “Adotei a filha dele como minha mãe”, disse.
Em 2010, a umbanda completa 102 anos de fundação. “É uma religião que tem um pouco do catolicismo, das crenças africanas e indígenas. É uma religião verde e amarela”, concluiu
21 anos de tradição na cidade
Mongaguá, 170 centros de umbanda e candomblé de diversos pontos do Estado de São Paulo montaram tendas nas praias de Agenor de Campos, Flórida Mirim, Vila Atlântica e Jussara para celebrar Iemanjá desde o dia 2 até o próximo domingo
A festa, que acontece na Cidade há 21 anos, cresce a cada edição: em 2009 foram montadas 158 tendas. “Entre praticantes da religião e turistas, nossa expectativa é que recebamos aproximadamente 30 mil visitantes no Município nesse período”, afirmou a diretora de Cultura e Turismo, Luciana Trizzini.
A chefe do Departamento de Turismo, Adriana Rodrigues, conta que o diferencial desse ano está sendo a maior preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Notamos que essa preocupação aumentou, até algumas faixas foram fixadas solicitando que não fosse jogado lixo na praia”, observou.
O presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, Ronaldo Antônio Linaris, o pai Ronaldo, lembrou que faz restrições à oferenda de garrafas à rainha do mar. “Mas não conseguimos mudar alguns ritos tão antigos. Religião é tradição”, esclareceu. “Os barcos pequenos jogados nos rios traziam ao mar a esperança dos negros escravos de terem uma vida melhor”, explicou.
Festa - O presidente contou que a Festa de Iemanjá teve início em Praia Grande na década de 1960, na Praia das Vacas. Em 1964, com o Golpe Militar, não puderam mais continuar naquela praia – área militar, mas continuaram na cidade.
“Entre 1960 e 1970, a umbanda teve um boom. Porém a qualidade dos praticantes era sofrível”, disse o presidente da federação. “Em seguida, mudamos para Mongaguá. Em todos esses anos, com grande volume de pessoas, nunca tivemos qualquer tipo de problemas aqui. Aprendi a amar essa Cidade”, afirmou.
Discípulo – Pai Ronaldo teve contato direto com o fundador da umbanda, Zélio de Morais. Curioso, ele conta que buscava entender mais sobre a umbanda quando deparou com uma revista em que um homem dizia ser o fundador da religião.
“Desconfiei da afirmação e fui atrás”, disse o presidente da federação, que atuou muitos anos como jornalista. Depois de um tempo, pai Ronaldo foi à casa de Zélio, mas ele estava na casa da filha, em Niterói (RJ).
“A empregada me deu o telefone da casa da filha. Naquela época, era raro ter telefone nas residências. Parei numa farmácia e liguei. Ela atendeu. Me identifiquei como jornalista, não disse meu nome, e falei que gostaria de entrevistar o pai dela”, contou.
Pai Ronaldo contou que a moça não tampou o bocal do telefone quando perguntou se Zélio poderia falar com um jornalista de São Paulo. A resposta emociona o presidente até hoje. “Escutei ele falar claramente: ‘É o Ronaldo. O homem que vai tornar conhecido o meu trabalho’. Eu nem tinha dito meu nome”, contou com lágrimas nos olhos.
A partir de então, as visitas a Zélio se tornaram constantes, aproximando Ronaldo da família do fundador. “Adotei a filha dele como minha mãe”, disse.
Em 2010, a umbanda completa 102 anos de fundação. “É uma religião que tem um pouco do catolicismo, das crenças africanas e indígenas. É uma religião verde e amarela”, concluiu
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